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História Pois é, A Vida Me Odeia - Title: Declaro hoje, meu enlouquecimento mental.


Escrita por: carvyssi

Notas do Autor


Primeiro de tudo: VAMO DAR VIEW PRO MONSTA X NEGADA, BEAUTIFUL, VOTEM EM TODOS OS SITES QUE DÁ PRA VOTAR, FAÇAM 400 CONTAS PRA VOTAR MAIS AINDA, DIVULGUEM PRA TODO MUNDO, PANFLETEM, FLODA TODO MUNDO MEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERMO
MONSTA
TEM
QUE
GANHAR
O
1STWIN

Ok, voltando a fic.

Oe oe, here I am! E manooo, quase 90 favoritos
Vocês são demais, vocês são dez, são foda, VOCÊS GOT JAMS
DE AGORA EM DIANTE VOU CHAMAR VCS DE JAMS
HOJE É OFICIALMENTE O DIA QUE MINHAS LEITORAS IRÃO SE CHAMAR JAMS
HashtagSouUmaJAMS
(Jams pra quem não sabe é o mesmo que descolada, foda)
To muito feliz com os comentários positivos sobre Pois é, AVMO :')
Obg :')

Capitulo anterior da série Pois é, A Vida Me Odeia, além dos recordes de advertências, Chang descobre que na verdade Kihyun é gay, e pratica as gayzagens com Hyunwoo. Ainda por cima, consegue uma gravação dos dois juntos. E no final, não tendo revelações suficientes, ele nos fala sobre um tal de "Wonho". Será mesmo uma pessoa? Será que Shin Hoseok é essa pessoa? Bem, iremos descobrir hoje.

SURPRESA NAS NOTAS FINAIS HEIN

Pois é Jams
Sem mais delongas
BOA LEITURA~~~

Capítulo 5 - Title: Declaro hoje, meu enlouquecimento mental.


Fanfic / Fanfiction Pois é, A Vida Me Odeia - Title: Declaro hoje, meu enlouquecimento mental.

01.08.16  Segunda  06:39pm                                       

Title: 

Espera. Espera.

Humor:       

Morto.

...

....

.....

— SEU, FILHO, DA, PUTA, AAAAH! — Eu gritando, e uma mulher parindo, não fazem mais tanta diferença.

— Não foi minha culpa, eu fiquei surpreso porque você não me reconheceu quando nos vimos lá no acampamento-

— E O QUE TE ACONTECEU! Cadê aquele seu cabelo de bombril? A pança pendurada? A cara de rua emburacada? E por que só agora? EU SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ ERA O DEBI-MENTAL QUANDO FAZIA BRINCADEIRA COMIGO, MAS TU PASSASTE DOS LIMITES IRMÃO.

O ouvi bufar.

Irrelevante, considerando tudo que ele me fez passar durante esse tempo.

Eu já tinha me levantado quando fiquei três minutos xingando Shin Hoseok de todos os xingamentos guardados na cachola reclamando dele não ter me revelado antes, enquanto que ao mesmo tempo andava de um lado para o outro tentando entender o milagre que ocorreu com ele.

— Cabou? — Hoseok disse, ainda sentado no chão em uma pose relaxada, quando tirei uma pausa para respirar.

Eu sou o único surtado aqui. Com razão.

Arfei em resposta, sentado na cama próximo a ele.

— Desculpe só ter te falado hoje e-

— O, que, aconteceu, com, você? — falei pausadamente, para lhe mostrar minha indignação.

Apesar de se encontrar meio grogue com tantos acontecimentos desgraçados, porém não de tudo desastrosos, me pus à disposição para escutar suas desculpas quando o vi levantar na minha frente e encher o peito como se preparasse para me contar à revelação do ano.

Afinal de contas, temos que ouvir a versão do culpado não é?

— Eu... Eu tinha esperanças — ele começou andar pelo quarto —, que me reconhecesse assim que nos víssemos de novo-

— COMO QUE EU IA RECONHECER VOCÊ HOSEOK, ME DIZ?! — cruzo os braços.

Ele revirou os olhos.

— Posso continuar?

Viro á cabeça para o lado.

— Então, como você não me reconheceu, decidi ver até aonde iria. E mesmo notando que de vez em quando você me lançava olhares duvidosos provavelmente sendo ás lembranças cutucando-lhe a mente dizendo que eu te era familiar, continuei me encobrindo.

Mal ele sabia que meus olhares duvidosos eram na verdade eu me questionando porque ele ainda continuava falando comigo. Já que não é comum um ser humano bonito e popular fazer amizade com um ser humano sem qualidade nenhuma como eu.

Eu realmente não desconfiava.

Comecei a desconfiar hoje porque ele me fez umas caretas que fazia quando éramos crianças. Mas fingi concordar com sua linha de raciocínio para não jogar fora as suas esperanças de que eu sou um bom amigo que reconhece o outro logo de cara, mesmo que a cara esteja completamente reformada.

— Você é um cuzão Hoseok. — Eu disse a verdade, ele sempre foi um. — Devia ter me contado assim que me viu. Qual o propósito do melhor amigo que ficou sem ver o outro há séculos, se camuflar como um completo estranho?

— Aaaaaí —, ele ignorou minha pergunta totalmente —, vi que não ia conseguir me controlar e tomei a decisão de te contar hoje.

Hoseok sorri.

O sorriso na qual os dentes são mostrados. O sorriso que tenta nos acalmar e nos dizer que o qualquer que ele tenha feito, não tem tanta importância assim e pode se passar batido lindamente.

Só que, como eu tenho uma experiência de anos com Shin Hoseok, aquele sorriso indica um alto teor de cinismo e planos para sair ileso do problema.

— Nossa — aplaudi três vezes, em um claro gesto de ironia —, que amigão você, estou até comovido.

Seu sorriso desapareceu, dando lugar a uma cara rabugenta. E aí está, aquela cara era inconfundível. Hoseok era famoso por essa expressão nos nossos tempos. Se ele tivesse feito ela desde do começo... Ah bem, quem eu estou tentando enganar? Eu sou um péssimo amigo com uma péssima memória...

Culpa dos videogames.

— E em relação a sua beleza deus-gregoriana? Vai me passar o número do cirurgião, como é que é? — disse eu.

— Que mané cirurgião. — Hoseok rolou os olhos — Eu apenas me cuidei e-

— Se cuidou? SE CUIDOU? SE CUIDOU MINHA POMBA. VOCÊ EVOLUIU DAQUELES CELULARES NOKIA TIJOLÃO QUE DÁ PRA MATAR UM JOGANDO NA CABEÇA, PARA UM IPHONE 7 REVESTIDO DE OURO.

Wonho não parece estar surpreso.

— Menos Changkyun, qualquer um, com uma boa alimentação e doses saudáveis de exercício pode mudar-

— Eu nem te reconheci Wonho.

“Wonho” foi o apelido carinhoso que eu dei pra ele no primeiro dia em que nos conhecemos. “Won” em inglês significa “ganhou”. Eu adicionei o “ho” como um complemento para ficar mais fofinho. Com isso quis dizer que ele ganhou um amigo muito foda e legal que ele nunca irá encontrar de novo na vida — eu.

Eu sei, sou muito criativo.

O apelido dele pegou, e todos a nossa volta começaram a lhe chamar assim. Inclusive sua família.

Puft — Wonho estalou os lábios —, que exagero, eu até que era bonitinho-

— Bonitinho? Amigo, você era uma desgraça.

Eu brinco, mas me recordando, naquela época ele chorava litros quando alguém no mínimo lhe olhava torto.

Hoseok, ou melhor, Wonho, fez uma cara feia.

Ih, pensa que eu me importo? Caras feias não me afetam mais, sou vacinado. Vejo todo dia na escola e no meu espelho.

— Ah é? — Wonho acha que vai me meter medo apontando esse dedo na minha cara? — Pelo menos eu não era pior que você, I.M!

GOLPE BAIXO.

— NÃO VEM NÃO —, me levantei negando com o dedo —, você sabe que eu odeio esse apelido!

— I.M, I.M, I.M, I am what I am. — Wonho sai cantarolando pelo meu quarto.

 Ele tá frescando com a minha cara.

O infeliz não tem medo de morrer.

A origem do apelido I.M, se comparar com Wonho, é bastante vergonhosa. Eu tinha nove anos, um ano antes da dupla dinâmica se separar. Se dá ao dia em que participamos de um jogo chamado Verdade ou Desafio. Você conhece esse jogo certo? Quem nunca jogou não teve infância, só um lembrete.

Estávamos lá, eu, Wonho, Pyong, Heechul, Eunk e o Yook. Esses últimos quatro eram os amigos que eu tinha na época, que também me abandonaram. Prosseguindo, o imbecil aqui acabou escolhendo desafio. E foi logo com o Heechul. Não sei o que me deu naquele dia, eu apenas disse desafio. Embora Heechul fosse o demônio do nosso grupo, até que tinha me dado um desafio simples. Geralmente ele mandaria a gente correr pelado no meu da rua. Hee me desafiou a mandar um rap com a frase em inglês “I am what I am”. Ele claramente tinha feito isso baseado nos meus gostos musicais. E principalmente, porque ganhei dele de lavada em uma batalha de rap que fizemos na rua de casa com um monte de fedelho ao redor, incluindo os meus amigos.

Eu nunca tive medo de dizer que eu era melhor. Ele era ruim mesmo.

Então, eu inventei um negocio lá e tal — ninguém teria a petulância de batizar aquilo de rap —, só que eu não contava que o embuste tinha filmado tudo com a câmera do celular (mó peba aliás, nem deve existir mais) que ele tinha ganho no mesmo dia. Lembro-me, pois ele passou o tempo todo esfregando na cara da gente que tinha um celular e nós não. E eu não contava que isso tivesse tomado proporções erroneamente vergonhosas. Para variar não é Lim Changkyun. Heechul teve a audácia, veja bem, a AUDÁCIA, de postar no youtube, e depois, NO ORKUT.

Não sei se conhece o orkut, mas ele entrou em extinção. Finado Orkut. Finada Colheita Feliz. Finado Buddy Poke — meu boneco era tão lindo cara. Finadas as comunidades. Que por sinal, foram criadas umas dez em minha homenagem, uma com o nome mais escroto que a outra, como: o assassino do inglês, o próximo cantor de rap da Coréia, etc. Fiquei até famoso no bairro — não, não me orgulho disso. Enfim, extinções a parte, acabou que todo mundo me apelidou de I.M porque a letra era praticamente: “Yo, I am, yes I am, I am what I am, yo.”

Não caçoe de mim, eu só tinha nove anos.

Ficaram me atazanando por dois meses inteiros, e eu estudo inglês até hoje por causa desse trauma.

Tá, tá, eu sei, a pergunta que não quer calar: como eu e Wonho nos conhecemos?

Na época eu tinha quatro anos, Hoseok tinha seus cinco. Se não me falha a memória, nos conhecemos no parquinho. Eu brincava com meus amigos (os quatro que citei ali em cima) de Esconde-Esconde. Resolvi me esconder dentro do playground, mas quando cheguei lá, vi um menino chorando, escondendo o rosto nos joelhos. Eu me lembro de ter chamado sua atenção, e ele levantar a cabeça com uma expressão assustada. Hoseok costumava ter cabelos pretos bagunçados, usar óculos, e ser todo rechonchudo, além disso, sua cara continha muitas espinhas — o que é algo extremamente anormal, considerando que essas porcarias só aparecem na puberdade. Acho que no caso dele, elas resolveram dar as boas vindas mais cedo —, e isso não me incomodou em nada. Quando perguntei o motivo de estar chorando, ele me disse que as outras crianças estavam caçoando dele por ser feio. Na mesma hora me identifiquei, sofria o mesmo na escola, então sentei ao seu lado e o consolei. Eu era muito ingênuo, porém já reconhecia que isso era uma coisa ruim. Naquele momento ao seu lado, observando-o aos prantos por motivos semelhantes aos meus, prometi a mim mesmo que não iria deixar mais ninguém mexer com ele. Ele era, quer dizer, é meu Hyung, mas se comportava como um irmão mais novo. Boa parte por eu ter a personalidade um pouquinho respondão, e ele ser alguém mais calado e tímido. Algo que mudou consideravelmente quando ele atingiu os seus oito anos.

Detalhes de suas reviravoltas na personalidade em outras oportunidades.

Nos tornamos amigos desde então. Por seis anos inteiros, nossa amizade cresceu ao um nível absurdo, e ele se tornou oficialmente meu melhor amigo. Não desmerecendo os outros, mas Hoseok e eu tínhamos uma compatibilidade irreal. Isso até ele se mudar pra puta que pariu, e eu perder contato completamente. 

Cara, agora que a memória me vem, era como se fosse ontem, a última coisa que ele me disse, chorando — Wonho é um bebê chorão — antes de partir na verdade foi uma promessa. Ele me fez prometer nunca deixarmos de sermos amigos. Wonho deve ter pensado que isso me faria lembrar por ter sido uma situação marcante, por isso reencenou o momento, de óculos e tudo. Bem, ele estava inteiramente certo afinal.

Eu sei que você provavelmente está fazendo um: “owwnnn, que fofos”. Desculpe estragar, mas minha vida não tem nada de “ownnnn”. Não sei se caiu a ficha ai pra você. Sem contar que eu e Wonho éramos duas pragas quando pequeno. Nossos apelidos eram “pestes bubônicas”. Já sabíamos de cór nosso calendário para tomar nos coro. Duas vezes ao dia durante os cinco dias da semana. De vez em quando nos fins dela.

Tá ligado naquelas crianças da igreja que entram escondidos na sala onde se guarda os pães da santa ceia e o “vinho” — que na verdade é suco de uva — pra comer e beber deles? Sinto informar, mas éramos piores, nós roubávamos todas as sacolas de pães e as garrafas de suco de uva, chamávamos o bonde, e comíamos lá fora. Os pastores sempre tinham de comprar mais.

E não sentíamos remorso. A gente repetia o erro até quando éramos pegos no flagra. Mesmo que soubéssemos que iríamos dormir com a bunda ardendo depois. Sim, porque naquela época era divertido pra nós. A gente não calculava o quão imprudente iria ser. Tudo o que colocávamos na cabeça era que era algo radical, fora do comum. Nos apelidávamos de “os badboys da cidade”. Meu Deus, a gente era muito doido. Agora que relembro, tenho pena da minha mãe.

 

7:50pm

Hoseok e eu estamos deitados na minha cama um do lado do outro de barriga pra cima, olhando o teto.

Na metade do tempo, ficamos relembrando e rindo dos tempos passados, ele também me revelou que entrou no acampamento por minha causa  — como ele havia dito, tinha esperanças de que eu o reconhecesse logo de cara  — a outra metade, Hoseok ficou me explicando como ele se esforçou para deixar de ser uma pessoa que sofria bullying por conta da aparência, para uma pessoa que agora arranca suspiros, justamente por causa da aparência. E esses esforços foram resumidos em: força de vontade, determinação, uma boa alimentação e exercícios físicos. Sem falar na repaginada no cabelo e nas sessões de limpeza na pele.

Se antes tinha inveja, imagine agora.

— Que bom que continua com o mesmo papel de parede. — Hoseok sorri apontando para o teto.

Meu papel de parede nada mais é que um pôster gigante do Star Wars que cobre toda a extensão. Fora um mês inteiro lavando a louça e limpando o quintal para mamãe comprar. É amigo, aqui em casa é assim, tem que ralar pra ser recompensado.

— Tocando no assunto, isso me faz recordar as bagunças que fazíamos aqui. Lembra quando compramos duas cartolinas de cores diferentes e fingimos que eram sabres de luz? Você deixou cair a sua na minha privada.

— Lembro, e mesmo ela estando molhada, continuei brincando com você.

— Você me molhou todinho de mijo.

— Era essa mesmo a intenção.

— Yah!

Olho pra sua cara e o empurro com o braço. Ele ri e continua olhando o teto. Eu pensei em dar um belo de um peteleco na testa dele, mas o sorriso que ele está dando anula todas as minhas vontades de espancamento. Tenho que me acostumar com esse novo Wonho.

— A gente era uns demônios. — falei por fim.

Ele riu.

— Verídico.

Ficamos ali por mais um tempo, jogando conversa fora, até minha mãe adentrar o quarto perguntando se Wonho ia dormir aqui porque já estava ficando tarde.

Mamãe poderia ficar achando que eu tinha conseguido um amigo de boa índole por meus próprios méritos, mas aí o bocão revelou sua verdadeira identidade a ela também. Foram vinte minutos dela tagarelando elogios a ele, e me repreendendo por não ser igual.

“Ai, ele tá tão elegante, por que você não segue o exemplo dele Changkyun?”

“O Wonho sempre foi um menino dedicado, você devia ser igual a ele Changkyun”

“Acho que com a sua história, Changkyun pode dar a volta por cima e cuidar mais de si não é Wonho, hahaha”

Que saco.

O pior disso foi á cara de satisfeito do idiota por ser tachado de exemplo por alguém. Bem, ao menos, isso impediu de meu pai me dar umas palmadas — ele tinha chegado quando Wonho estava indo embora —, já que a revelação repentina dele os fez esquecerem minhas advertências na escola.

Apesar de conhecerem Wonho desde pequeno, meus pais não tinham uma afinidade grande com a sua família. Wonho morava apenas com o pai — a mãe morreu lhe dando a luz — e os avós. Além disso, o pai dele vivia no trabalho, literalmente. Eu acho que só vi o pai dele quatro vezes durante todas as minhas passagens em sua casa. Ah, e uma vez quando fizemos um aniversário surpresa para o Wonho, mas ele foi trabalhar uma hora depois.

Wonho continua morando com o pai e os avós, e a madrasta. Pois é, o senhor Shin casou de novo.

— Você mora perto daqui não é? — Meu pai que está abraçando minha mãe, pergunta ao Wonho do lado de fora.

Eu só quero que ele saia logo porque estou ficando com sono; fora que amanhã os lindos têm que acordar cedo pra pegar a porcaria do ônibus escolar. Falando assim até parece que sou um aluno pontual e não fico até altas horas da noite assistindo séries no notebook. Pois é, só que to justamente sem notebook, sem internet, sem videogame e sem vontade de viver.

— Sim, é passando essa rua, na esquina. — Wonho aponta.

Tudo bem que eu ainda não fui á casa dele, e sim eu quero ir lá, mas hoje definitivamente não será o dia. Hoje eu só quero tomar outro banho e dormir tranquilamente preparando o psicológico pra amanhã.

— Ah, tudo bem, boa noite. — meu pai sorri.

Aleluia.

Já me preparava para virar.

— Oh querido, mas está tarde. Changkyun pode te acompanhar até sua casa. — Minha mãe sempre inventa as coisas do nada.

— Hein? — eu só quero dormir. — Ele pode ir bem sozinho.

— Cala a boca e vai deixar logo o rapaz.

Minha mãe e sua simpatia.

Wonho deu um risinho baixo.

— Não é necessário senhora Lim, eu posso ir sozinho, obrigado. — agradeci mentalmente. — Te vejo amanhã Changkyun, e espero que esteja pronto dessa vez.

Ele piscou pra mim antes de se curvar pra nós e sair.

Wonho pode parecer um bom moço, ingênuo, sem maldades na cabeça. Mas ele é pior que eu. Cínico da pior raça.

Acredite.

(Espero que ele nunca leia isso).

 

9:03pm

Antes de eu finalmente abrir meu santuário, também conhecido como meu quarto, o estrupício da Nina surge das cinzas da dor atrás de mim.

Levo um susto.

— Sabia que você tem talento pra estrear num filme de terror? — fico alisando meus pelos que se arrepiaram com a presença dela.

Nina rejeita minha pergunta.

— Sabia que você não tinha capacidade de arranjar novos amigos. A única explicação plausível é o amigo antigo patinho feio que virou o patinho bonito.

Ela sai dando sua famosa risada de escárnio.

A mini cobra não pode dormir sem soltar o veneno.

Depois não me venha perguntar o porquê desse meu pensamento de empurrar ela da escada até eu ver todos os dentes se quebrarem continuar na cabeça.

 

9:15pm

Após tomar um banho e vestir meu pijama do Banana de Pijamas — ele é confortável — me lembro da gravação.

Meu coração começa a bater mais rápido quando aquela cena passa na minha cabeça.

Vou até minha bolsa com o intuito de, bem, checar a qualidade...

A verdade é que eu to querendo ver umas coisas hot, já que meus pornhub e xvideos estão impossibilitados de serem acessados no momento.

E os dois, naquela posição lá, meio que... É, você me entendeu.

 

Eu me odeio.

Não, de verdade, o que eu tenho na cabeça?

É sério Changkyun? Você achou mesmo que não seria estranhamente perturbador querer se excitar com um vídeo de duas pessoas que você vê todo dia na escola? Sendo um deles a pessoa que você deseja a morte?

Nossa, como eu me odeio.

Eu quero arrancar meu cérebro, doar para cientistas e receber um novo com uma capacidade mais inteligente e sensata.

Tudo bem, irei tentar resumir. O seguinte é que... As expressões do Kihyun não saem da minha cabeça!

Ele mordendo a orelha do Hyunwoo... Sussurrando alguma coisa, com aquelas caras dirty, provocantes... Eu... Eu nunca vi ele daquele jeito... É algo novo...

Algo está quente.

Sou eu.

MEU DEUS, EU VOU BATER MINHA CABEÇA NA PAREDE. NÃO POSSO PENSAR ESSAS COISAS COM SATANÁS.

ISSO QUE DÁ CHANGKYUN, TER MENTE PERVERTIDA. TER IDEIA DE GIRICO. VOCÊ É UM ANIMAL CHANGKYUN, VAI TOMAR NO CU.

EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU ME ODEIO, EU

Vou tomar outro banho.

       

02.08.16    Terça-feira     05:35am                                       

Title: 

As remelas não me deixam abrir o olho.

Humor:       

To com um puta do calor.

5:35 horas da manhã?

5:35?

É, aqui no celular consta que é 5:35. Então é 5:35.

Mas que merda eu fui acordar 5:35 horas da manhã? Sem alarme, sem nada? As únicas vezes que “acordei” 5:35 horas da manhã foi virando a madrugada até dar 5:35 horas da manhã.

Como consegui esta proeza?

Pode ser que porque eu tenha dormido cedo ontem, depois de bater a cabeça na parede. É, eu bati a cabeça na parede. Por motivos de que meu cérebro funciona errado e eu achei que funcionaria direito se batesse na parede.

Achei que isso de dormir cedo pra acordar cedo fosse um mito.

Bom, apenas não quero mais voltar pra cama. Surpreendentemente não estou sonolento. Talvez porque esteja com calor.

 

6:50am

Primeira vez na vida que uso os cremes e maquiagens que minha mãe me comprou desde meus dez anos.

Não é por nada não mas, depois de fazer meus costumes matinais de me olhar no espelho e me chamar de feio, conclui que pelo menos um dia, eu gostaria de olhar no espelho e me chamar de bonito.

E essa merda funciona. Escondeu minhas olheiras tudo. Minha pele até ficou mais limpa.

Isso não é maquiagem, é ciência. Tecnologia. Milagre.

Como eu nunca usei isso antes.

Peguei minha prancha e alisei meu cabelo apropriadamente. Como sempre acordo tarde, só aliso uma parte, e... Não sei definir, apenas sei que fica uma bosta. Mas analisando o resultado, não ficou nada mal. Na verdade, ficou uma maravilha. Minha autoestima até subiu. Parece que fui á um programa de remodelador humano.

Wow, sai da frente que eu to belo menino.

O espelho até parece que respondeu “tá mesmo”.

Se não fosse por esse uniforme pano de chão, eu podia pegar alguém fácil, fácil.

Posso até parecer um veterano no assunto falando dessa forma, mas como já mencionei aqui, eu tenho um azar fudido em tudo, e para o amor, não é diferente. Pra você ter uma ideia, eu nunca beijei na minha vida. Sei nem o significado disso.

A partir de hoje, estou in love com minhas maquiagens e prancha de cabelo. Elas já são objetos essências na minha bolsa escolar.

Quando desço a escada, se sentindo o fodão por ter saído do quarto antes de ser acordado, meus pais deixam cair o queixo quando me veem.

Nina, que esta sentada na mesa, me olha como se um alien tivesse me abduzido e depois me trocado por um clone numa versão mais bonita.

— Bom dia. — esse foi o primeiro bom dia que foi realmente bom de se dizer.

Antes que fosse respondido por alguém, escuto batidas na porta.

Deve ser Wonho.

Mamãe caminha para atender, mas digo para deixar comigo.

Abro a porta.

De agora em diante, a expressão de surpresa de Wonho é meu conceito favorito.

— Vamos? — digo com um sorriso.

Ele apenas faz que sim com a cabeça. Provavelmente ainda em choque. Então eu devo tá lindo mesmo.

— Mãe, estamos indo! — aviso.

— Espere!

Após um minuto, ela chega com um recipiente com dois sanduiches e uma garrafa com suco de laranja.

— Você não tomou café da manhã.

 

No ponto de ônibus, Wonho está encostado na placa de trânsito me olhando faz um bom tempo. Ele não falou nada até agora. E o fato dele só ficar me secando com essa cara de ator pornô não tá me deixando confortável.

— Que é man? — pergunto.

— Quer dizer eu realmente fui um exemplo pra você.

— Como assim?

— Você aí, todo arrumado. Parece que vai pousar pra uma sessão de fotos daqui a pouco. Se arrumou por causa de mim não foi?

Essa personalidade narcisista dele foi só mais um acréscimo irritante na personalidade.

— Não, foi porque eu quis.

— Hum. Se não se arrumou por causa de mim, se arrumou pra mim.

Faço uma expressão redondamente confusa.

— Hein? O que você quer dizer?

— Você, tentando me impressionar.

— Ah, vá dá o cu. — cruzo os braços desviando o olhar pra rua.

Ouço suas risadas.

— Talvez algum dia.

Levanto as sobrancelhas pra ele.

— Bem, não duvido.

 

7:30am

Me sinto O ídolo.

Sentamos no mesmo local de ontem no ônibus, mas dessa vez algumas pessoas puxaram assunto comigo hoje.

Fizeram perguntas sobre o tipo de música que eu curto, comidas preferidas, hobbies. Pareciam paparazzis. Nunca me senti tão famoso na vida.

Wonho até me olhou de cima pra baixo com uma cara de cu quando tentou falar alguma coisa e uma menina lhe interrompeu me perguntando qual meu tipo ideal.

Sabe o que é isso irmãos? Inveja.

Percebi alguns olhares feios na minha direção mais á frente, principalmente das meninas, mas não me importei. Pessoas falaram comigo, isso já basta.

 

7:50pm

Seria errado eu comparar Gunhee a uma catota de nariz?

Ele grudou em mim quando Wonho se despediu. Na verdade, Gunhee me arrastou antes dele se despedir direito. Na primeira vez que ele me viu, sua expressão foi fraca, mas deu pra perceber que ele também ficou altamente surpreso com a minha nova aparência. Mas não mais que eu quando me fez um elogio.

Isso me surpreendeu de verdade.

— Sabe os trends no twitter? — Gunhee praticamente me leva pelos corredores.

Eu conheço o twitter, mas não sei como funciona e muito menos o que são trends.

Eu não uso nenhuma rede social. A única “rede social” que possuo é meu email que eu uso pra criar meus perfis nos jogos onlines porque é pedido.

— Não.

Ele parou.

— Como assim? Você não tem twitter?

Ele me olha como se eu fosse um índio que anda seminu, mora em umas casas de palha, e não tem acesso á internet.

— Eu não costumo usar rede social.

— Você não é um ser humano. — Gun permanece chocado.

Dou de ombros.

— Okay, depois cuidamos desse assunto. — não entendi o que ele quis dizer com isso, mas continuei calado. — Imagine que há uma lista de dez coisas mais comentadas em todo colégio. Por exemplo: “Hyungwon parece que escureceu o cabelo.” “Minhyuk fica em primeiro mais uma vez nos design de sites”, essas coisas.

Povo só comenta merda.

— E daí? — pergunto desinteressado.

— E daí, que você está entre o top 3 dessa lista.

Ok, retiro o que disse.

— Como é?

— Depois do meu post de hoje no blog do jornal, você está sendo um dos mais comentado na escola. As pessoas estão te chamando de Opositor. E mesmo 90% das meninas te odiando, e alguns dos meninos apostando qual dia você vai ser expulso, você está recebendo um número de apoio consideravelmente grande.

Qualquer resquício de sorriso que eu tinha no rosto foi sumido.

— Bem, isso era pra me reconfortar?

— Veja pelo lado bom, as pessoas estão começando a falar com você. — Abro a boca para perguntar como sabe disso, mas ele me interrompe antes —, Sonyoung me falou da aglomeração em volta de você no ônibus.

Óbvio. Sempre me esqueço que Gun tem olhos em todos os lugares.

— Mas enfim. Você conseguiu algum material sobre aquele assunto? — Gun está falando sobre Kihyun e Hyunwoo.

— Ahn, não. — decido não contar sobre o vídeo, algo me diz que não é o momento certo. — É que eu ainda sou bem leigo nisso, mas prometo que hoje vou me esforçar. — dou um pequeno sorriso.

Gun começa a sorrir, e passa o braço pela minha nuca.

— Eeeish — ele esfrega minha cabeça com o punho e depois me larga. Esse cara tem problema. Passo a mão no cabelo porque ele bagunçou inteiro. — Tudo bem, quaisquer dúvidas vou estar a disposição para tira-las.

 

9:46am

Nunca assisti as minhas duas primeiras aulas sobre Software tão feliz.

Primeiro que, Gunhee reservou dois lugares lado a lado na ultima fileira ao lado da janela. Á uma distancia segura de Kihyun, que como sempre, sentou no fundão, e na ultima cadeira da primeira fileira. O lugar mais afastado que Kihyun já sentou de mim. E claro, ao lado dele, Minhyuk, e ao lado de Minhyuk, Jooheon.

Devo ressaltar que Jooheon está deveras muito lindo hoje com a franja penteada para trás.

Segundo, duas pessoas, o Jun e o Han, amigos do Gun — que apenas são alunos coreanos normais e invisíveis como eu — falaram comigo. Jun é a pessoa mais alta da sala e de longe o mais magro. Hyungwon perde feio pra ele. Han já é mais baixo que eu, e usa óculos. Os dois tem cabelos pretos. Como eu disse, coreanos normais. Ambos perguntaram se eu jogava Overwatch, já que a capa do meu caderno é do personagem Lúcio, do jogo. Eu confirmei e ficamos conversando sobre isso. Gun também entrou na conversa, pois também joga, e lá ficamos, tagarelando sobre os heróis, situações engraçados com os outros jogadores, e os níveis que cada um está. Eles ficaram surpresos quando souberam que eu sou o que está no nível mais alto deles e não tardaram em comentar que estou próximo ao nível de Minhyuk. Jun até me incentivou a entrar na olimpíada do clube de informática para competir contra ele.

Sim, o clube tem uma olimpíada de jogos, e Overwatch é o jogo que mais tem participante porque todo mundo aqui joga. Além disso, o prêmio é de três mil reais, doado pelo próprio Minhyuk (rico pode não é), porém não adianta nada, afinal, ele sempre fica em primeiro.

Acho que não tenho autoconfiança suficiente para entrar no clube, me inscrever na olimpíada e muito menos duelar com Minhyuk. Mesmo sabendo que iria adorar vencer ele.

É por essas e outras razão que o clube de informática é o que tem mais membros de toda a escola. Todos da minha sala participam, menos eu, O diferentão, também interpretado como O excluído.

 

Gun, Wonho e eu, estamos agora na mesa do refeitório.

Wonho fez uma careta de desgosto quando me viu chegando com ele, que mudou falsamente para uma simpática quando Gun lhe cumprimentou. Ainda que Wonho esteja com ciúmes dele — eu sei quando ele fica enciumado, a cara entrega — ele assemelha estar bem animado conversando com a gente sobre Overwatch.

Jun e Han também chegam para sentar com nós. E depois, mais quatro amigos deles.

Cara, tem oito, quer dizer sete porque o Wonho não conta, pessoas sentados comigo na mesa. Fora as seguidoras do Wonho. Nunca ninguém sentou na mesma mesa que eu — a não ser porque todas já estavam cheias e a que eu estava sentado era a única sem ninguém — que alguém sentou comigo porque realmente quis sentar pra falar comigo.

Esse sentimento, de aceitação, felicidade, vou confessar, é muito bom.

Wonho se despediu quando o sinal tocou e Gun, Jun, Han e eu fomos para a sala.

Me sinto sociável de novo com uma rodinha de amigos.

Já me imagino zoando qualquer coisa com eles e jogando videogame um na casa do outro.

 

12:39am

Estou dentro da cabine do banheiro sentado no vaso. Sim, em cima da tampa.

Eu estava junto do Wonho, Gun, Jun e Han, na sala de informática jogando Overwatch. Somos muito viciados, já tenho noção disso, obrigado.

Na sala de informática, só consegui pegar o computador uma vez em toda a minha vida, pois os do terceiro e quarto grau tem “prioridade”. Estou louco pra usar essas “prioridades” no próximo ano. Mas sabe, como Gun é popular, os cara guarda os PC pra ele. Wonho também está no ensino médio do terceiro grau de qualquer maneira.

Eu tive que vir para o banheiro porque hoje foi meu suco favorito no almoço, o de laranja, e eu tomei quatro copos.

É raro ter suco de laranja.

Eu lavei as mãos antes de escrever no celular, só pra deixar claro.

Bem bem, vamos ás novas.. Hm, o que aconteceu até agora... Ah, Gun tentou criar um monte de rede social pra mim. Ele usou o argumento de que isso irá me promover de uma forma melhor. Recusei todas. A única que me chamou a atenção foi o blog. Os únicos que tem blogs na escola são os FiveD, sem contar o do jornal, por isso curti a ideia de ser o primeiro, depois deles, a criar um, já que todo mundo usa a mesma coisa.

Gun me explicou detalhadamente como funciona. Me mostrou o do Kihyun como um exemplo que é um blog onde ele fala sobre culinária. Já não basta ele administrar o conselho da escola, ser dono do clube de canto, ser rico, bonito, popular, ele também sabe cozinhar. O que mais ele sabe fazer? Voar?

Gunhee quis fazer todo o design do meu blog, mas consegui impedir. Porra, ele não me deixa criar nada, eu hein. Eu também fiz questão de escolher o assunto. Os dos outros são falando sobre algo que eles são bons, Hyunwoo sobre dança, Jooheon sobre rap etc, eu escolhi a única coisa que me considero capaz em fazer, que é falar mal de mim mesmo. Sei que é algo pessoal, mas a ideia me pareceu ser bem dinâmica. E, hehe, modéstia a parte, eu tenho uma escrita boa. Prazer, Sr. sempre 10 nas redações.

Gun me encheu o saco pra postar pelo menos uma apresentação. Eu postei, mas disse pra ele acessar só quando chegasse a sua casa.

Eu fiquei com medo dele me crucificar e querer mudar tudo ao seu gosto.

Certo, o quê mais?

Eu, Gun, Jun e Han, fomos chamados atenção porque estávamos conversando muito na aula e atrapalhando os outros. E não foi uma vez, foram váriaaas. Sabe, quando eu estava sozinho, e um grupinho e outro ficavam atrapalhando a aula, eu desejava que caísse um raio na cabeça de cada um. Mas agora, que encontrei algo mais divertido pra fazer — porque cá entre nós, a gente prefere mil vezes conversar com os amigos sobre coisas que nos interessam do que ficar prestando atenção na aula — quem eu desejo que esteja com um esparadrapo na boca é o professor.

O Gun chamou ele de pau no cu quando gritou nossos nomes pela segunda vez.

Eu ri pacas.

Ficamos alfinetando o professor pelas costas por um papel onde todo mundo escrevia alguma zoação com ele. Eu não sei vocês, mas eu ri tanto que minha barriga tá doendo até agora. Eles são muito criativos.

Outra coisa, percebi Kihyun e Minhyuk me olhando de um jeito estranho duas vezes. A primeira foi Kihyun que foi jogar o papel no lixo, e a segunda quando olhei pro fundo da sala onde sentavam e coincidentemente os dois estavam olhando pra mim.

Eu não sei o que isso quer dizer, mas minhas entranhas estão me falando que não é bom.

 

Ah que susto!

Tem um cara aqui que deu três batidas na porta da minha cabine.

— Já vai!

Cara, eu tenho certeza absoluta que tem outra cabine vazia.

Ele bate de novo, impacientemente.

— Já vai caramba.

Abro a porta, e a pessoa que eu menos espero na porra do universo está posto em pé na minha frente.

Kihyun está me olhando de uma forma diferente. Me estreitando os olhos. Ainda sim, o arrepio na espinha me sobe.

— Com licença. — abaixo a cabeça e passo por entre ele.

Infelizmente ele me puxa pra dentro e me faz sentar no vaso brutalmente. Pior, ele fecha a porta e ficamos a sós.

Eu ficaria com medo, quer dizer, eu estou com medo, mas a raiva está tendo uma porcentagem bem maior.

— Qual que é o seu problema? — acho que já fiz essa pergunta anteriormente. Isso é porque ela merece ser respondida. —, não te é suficiente tudo o que você já me fez passar?

Ele ignora minhas perguntas e mexe no bolso de trás da calça.

Quando vejo o que ele tira, entendo que, hoje é o dia que eu me fodo, oficialmente.

— Esse pano ensanguentado é seu não é? — Kihyun ergue pra cima.

Puta merda, eu sou muito burro. Eu esqueci completamente que estava com o pano no nariz quando ouvi Kihyun e Hyunwoo se aproximarem e eu automaticamente correr feito um asno. Eu nem ao menos senti o pano cair da minha mão.

Lim Changkyun, você é um caso grave de burrice crônica.

— Não sei do que você está falando. — digo da forma mais convincente que consigo, e desvio o olhar.

Quando tento mentir, evito olhar ao máximo nos olhos da pessoa, eu próprio me entrego.

— Mentiroso.

Bom, ele não precisou olhar nos meus olhos afinal.

— Aaah cara, me deixa ir. Eu não fiz nada do que você está pensando, tá legal? — reviro os olhos, tentando transparecer que estou de saco cheio e que realmente estou falando a verdade.

Eu li em uma revista chamada de: “Gestos que fazem a pessoa acreditar que você está falando a verdade”.

— Você é um péssimo mentiroso Changkyun, várias pessoas da sala viram você indo pra diretoria com ele. A enfermeira também confirmou que foi esse o pano na qual ela te deu. — ele balança o pano perto da minha cara.

Levanto um pouco tentando olhar por cima da porta, pensando se alguém estaria nos ouvindo agora.

— Ninguém vai nos interromper, eu fechei a porta do banheiro também. — diz ele, adivinhando meus pensamentos.

Kihyun continua me insistindo com a expressão hostil, mas não estou pronto para dar o braço a torcer.

— Suas informações estão erradas, isso não é meu. — digo calmamente.

— Pare de mentir! — Kihyun joga o pano na minha cara.

Eu quase me assusto com sua atitude, quase, se já não estivesse cheio o suficiente dele tirar proveito da sua posição e me tratar feito um lixo.

Suspiro profundamente, tentando me conter.

— Sempre soube que você fosse um imbecil — Kihyun começa de novo —, com algum distúrbio psicológico, e ainda por cima, mentiroso ridículo-

— Você que fica se pegando com Hyunwoo na sala de vídeo e fingi ser o que não é para os outros e depois eu que sou mentiroso. — eu reagi olhando para o lado.

Percebo tarde demais o que acabei de falar.

E tanto eu e ele estamos de olhos arregalados agora.

— Eu sabia. — ele diz. Minha gola é agarrada, e eu sou puxado por ele, ficamos frente a frente. — Você com toda a certeza não tem medo de morrer. Tem noção de que sua cara não vai ficar desse jeitinho bonitinho quando voltar pra casa, certo?

Sorrio debochadamente, quando na verdade estou orando para que o guarda dinossauro apareça e jogue Kihyun pela janela.

— Você pode ameaçar me bater, você pode até me bater. Mas isso não vai impedir o vídeo que gravei dos dois ir parar no jornal amanhã.

Talvez essa fora uma ideia muito imprudente... Entretanto, você tem que entender que estou extremamente na defensiva. Não vejo nada de mais usar isso ao meu favor. Tudo bem, eu vejo sim.

Espera, ele me chamou de bonitinho?

Kihyun me solta.

Ele não está agressivo como antes, sua expressão está amedrontada. Eu percebo as pontas das suas orelhas ficando vermelhas.

E aí irmãos, eu me dou conta. Eu, de fato, tenho Kihyun na palma da minha mão.

Não consigo conter os cantos da minha boca se erguendo em pequeno sorriso por isso.

— O quê? — ele diz depois de alguns segundos.

— Bem, concordei comigo mesmo que você mordendo a orelha do Hyunwoo e tirando a blusa dele não deviam ser uma exclusividade chocante apenas para mim.

— Está blefando. — Kihyun balança a cabeça zombadamente, ainda sim incrédulo.

Dou uma risada irônica.

Estou ficando bom nisso.

— Tá, — dou de ombros —, ache o que quiser. Mas o vídeo será publicado amanhã de qualquer maneira.

— Prove que está falando a verdade. — Kihyun ainda deve estar no estágio da negação.

— Eu não preciso provar porra nenhuma, e não vou provar. Fique ciente de que se a matéria não for publicada, o vídeo irá aparecer independente de tudo. Ele pode ser apagado, mas eu irei fazer com que todos assistam pois tenho várias cópias.

Kihyun fica me olhando por um tempo.

Queria saber o que ele está pensando. Deve estar decidindo se vai me matar agora ou depois.

— Você não tem capacidade. — Kihyun diz debochadamente, mas consigo enxergar que ele está apavorado por dentro.

Bem, parece que ele acreditou na história do vídeo. Não é como se não fosse verdade.

E sim, eu não tenho capacidade. Já devia ter apagado esse vídeo assim que gravei. É algo desonesto. Eu nunca fiz isso. MAS, infelizmente para Kihyun, eu estou adorando vê-lo desse jeito.

Sorrio.

Sinto a adrenalina percorrer por todo o meu corpo.

— Tenho, e sabe por quê? — seguro seus ombros e aproximo minha boca da sua orelha — porque eu te odeio. E você precisa pagar pelo que fez a mim e a todo o resto.

Kihyun fica imóvel, e seu rosto fica da cor do cabelo.

— Eu nunca pensei que fosse alguém de tão mau caráter.

Eu sei o que ele está tentando fazer, está tentando apelar para o meu senso de justiça.

— Você não merece meu caráter. E se me der licença, tenho que assistir ao resto das aulas. Sou um aluno normal que será repreendido caso demore tanto tempo.

Passo por entre ele e destranco a porta da cabine.

Meu sorriso de satisfação é tão grande que pode ser visto á 50 metros de distancia. Meu coração está batendo tão rápido, eu não duvido de me ocorrer um ataque cardíaco no meio do caminho.

Estou suando frio.

— Espera. — estou á dois passos da porta da saída quando Kihyun agarra minha mão.

Sacudo ela pra longe.

— O que é?

— Não faça isso. — seus olhos transbordam um pequeno desespero. — Se realmente está falando a verdade, por favor, não espalhe por toda a escola. Se meu pai ver... — ele abaixa a cabeça sem finalizar a frase.

Parece sincero.

Eu sinto uma pontada no coração, algo me faz sentir mal. Isso até me lembrar de suas atuações, e essa deveria ser só mais uma. A melhor executada até agora. Por pouco caio em sua armadilha.

— Devia ter pensando nisso antes. — me viro de costas novamente, tentando tirar essa sensação ruim me invadindo.

— Changkyun. — ele segura meu braço. Suspiro, permanecendo na mesma posição. — Por favor.

— Me solta Kihyun. — sacudo meu braço de novo.

— Ok ok, o que você quer hm? — ele se põe na minha frente.

— O que quer dizer?

— Quero dizer que posso conseguir tudo o que quiser.

Levanto uma sobrancelha.

— Está tentando me subornar?

— Ah por favor, encare isso apenas como um trato. Você apaga esse tal vídeo e eu consigo o que quer.

— Hmm. — aliso o queixo.

Eu sei que isso provavelmente irá dar merda, porque se eu aceitar, será como um contrato para vender a alma. Mas depois de analisar os fatos eu me digo: bem, não custa tentar. Já estou correndo riscos adoidado mesmo.

— Tudo bem. — considero sua proposta.

— Você irá me mostrar esse vídeo e apagar ele na minha frente entendeu? E depois essas cópias que você diz ter.

— Certo, agora posso dizer o que eu quero?

— Sim.

É uma ideia sem escrúpulos, absurdamente idiota.

Changkyun não faça isso.

Por favor, fale outra coisa.

Eu continuo me ameaçando mas o pensamento já tomou conta de mim por inteiro. É uma oportunidade de uma em um milhão.

Ah que se foda.

Não vou deixar passar essa.

Eu quero ver Kihyun aos meus pés.

Declaro hoje, meu enlouquecimento mental.

 

Tento conter meu sorriso com a ideia que está rondando minha cabeça, entretanto é quase impossível.

— Eu quero, que você... — faço questão de me aproximar, e perto o suficiente eu digo: — seja meu escravo pessoal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       

       

       

 


Notas Finais


EAI JAMS, CÊS TÃO VIVO?
CHANGKYUN ENLOUQUECEU DE VEZ, mas to amando, não vou negar

GALERINHA, O BLOG DO CHANGKYUN É REAL, E ELE JÁ POSTOU LÁ!
Vão lá apoiar o garoto para o embarque da popularidade dele! Aqui o link -
https://justaloser0.blogspot.com.br/
Qualquer pessoa pode ir lá comentar, inclusive anonimamente! Só clicar na quantidade de comentários em preto que aparecerá a caixinha para comentar e.e
Só não assustem o menino blz dbsdjbjasdvjavd

FLW
Até o próximo cap o/


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