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História Pois é, A Vida Me Odeia - Title: O destino também me odeia


Escrita por: carvyssi

Notas do Autor


HEEEEEEEEEEY, WE WANT SOME NEW FACE
(HEEEEEEEEEEY WE WANT SOME NEW FACE)
HEEEEEEEEEEY, WE WANT SOME NEW FACE
(HEEEEEEEEEEY WE WANT SOME NEW FACE)
DO IT DO IT DO IT, WOAH
Mals galera, New Face do Psy não sai da minha cabeça

OE OE JAMS, aqui estou de novo! Olha aí hein, mais uma vez atualizando as coisas de madruga, não tem jeito

Pessoas eu to no clima de alegria com minhas leitoras Jams e tal shauhsua
Então, queria agradecer a ~Kristinyst, ~Anjilyn, por serem minhas leitoras fervorosas desde lá dos inicio de Life Changes, jams desde jams existir
~sachii, ~BolinhoChanBaek, ~jnx_7, ~TheGirlFromMars, ~CrazyVirus, ~Tia_Dos_BTX e ~_pulsar, por estarem com Pois é, AVMO desde o começo, e ~LunaMiyukiM que além de estar desde o começo tb, do 4cap pra cá é sempre a primeira a comentar shbdbs (leiam as fics dela, são muito boas)
Todas as novas leitoras que estão aparecendo agora, e as leitoras fantasmas tb! (que se quiserem aparecer, vou ficar super feliz de responde-las!) O coração aqui acolhe todo mundo ❤

Tá bom, vamos a fic, o povo quer ler

Capitulo anterior de Pois é, A Vida Me Odeia: Wonho descobriu sobre o vídeo. Changkyun, depois de altas risadas por parte de Kihyun, conseguiu fazer um trato pelo vídeo. Gun ficou no pé do garoto pra contar a verdade. Conhecemos a Lyun! Esse amor de pessoa. Changkyun e Wonho meio que deram um rolé com os FiveD, e como se não fosse o suficiente todas essas surpresas, Wonho o beija.

Agora sim, vcs podem se afundar no cap
Sem mais delongas, BOA LEITURA!

Capítulo 7 - Title: O destino também me odeia


Fanfic / Fanfiction Pois é, A Vida Me Odeia - Title: O destino também me odeia

05.08.16  Sexta-feira  01:55am

Title:

Wonho me beijou. O que isso quer dizer? Eu também não sei.

Humor:       

Em processamento.

Minha vida é de fato, totalmente previsível e inesperada. Tudo isso e mais algumas coisas que se moldam juntos em uma bola gigante de cocô. 

Quando eu acho que nada mais pode me surpreender ou afetar, vem ela, a vida — tirando sarro pois sabe que eu não passei nem 5% do que ela está preparando de bom grado para mim — e esfrega a minha cara na lama. Acho que ninguém se diverte mais que ela ao ver as coisas que me acontecem.

Dito isso, nessa ilustre calada da noite, chego à digníssima conclusão de que, a vida me escolheu para eu ser o bobo da corte dela.

— Mas o quê...? — Minha boca está formigando e eu estou redondamente pasmado. Afastei Wonho porque ele estava começando a me empurrar pra trás. E eu peço aos céus que a intenção dele não era a que eu estava pensando.

Outra coisa que eu acho irrelevante ressaltar, porém eu quero ressaltar mesmo assim: ele parecia que estava sugando minha boca. Tipo um pirulito, entende? Será que ele achou que meus lábios fossem algo comível? Isso é ruim, e se ele estiver pensando em coisas canibalistas?

— O quê? — Wonho responde com uma expressão pateticamente cínica. Não, ele não vai mesmo se fazer de desentendido.

— Mas o quê?! — Ele não deve ter percebido a entonação na minha voz de: “QUE MERDA VOCÊ ACHA QUE TÁ FAZENDO?”.

— O quê, o quê?

— O quê, o quê, o quê Wonho?!

— O quê, o quê, o quê, o-

— Chega! Que inferno! Por que você me beijou?

— Eu? — sério, eu vou dar um voadora na cara dele.

— Não, o Idiadadá.

— Quem?

— Ar! — Está vendo? Não menti quando disse que ele é o cínico da pior raça. — Por que você me beijou caralho?

— Olha, eu não sei do que está falando. — Wonho sai calmamente do meu lado como se nada houvesse acontecido e desce para o colchão inflável dele. — Agora licença que eu preciso dormir. Já está tarde e daqui a pouco teremos que acordar por causa da escola.

Eu to segurando meu queixo para que ele não toque no chão.

— AH, VOCÊ ACHA MESMO QUE-

— Boa noite Changkyun-ah. Durma bem.

Ok.

Certo.

Como eu estou me sentindo? Isso mesmo, violado.

Que filho da mãe.

Quem ele pensa que eu sou? Pensa que sou seus seguidores que ele provavelmente pega por aí? Pensa que aqui é festa? Ele acha mesmo que pode me beijar e fingir que nada aconteceu?

Eu ia mandá-lo ir para o inferno, depois espancá-lo, depois ir a minha gaveta pegar uma tesoura e deixá-lo careca. Só que claro, eu havia esquecido que meu corpo não corresponde às leis lógicas do equilíbrio, logo meu cerebelo deve se esquecer de coordenar os movimentos do meu corpo. Eu sei disso porque prestei atenção na aula do corpo humano, já que ainda não existia Gun, Jun e Han para conversarem comigo e tirar onda com o professor. O que quero dizer é que meu corpo é tão mole quanto uma minhoca e tão desordenado quanto uma barata tonta envenenada.

Em ordem cronológica:

1. Eu estava me apoiando na quina da cama com uma mão, e a outra com o punho fechado pronto para esmurrar sua face, quando obviamente, escorreguei e caí.

2. Fui parar em cima de Wonho.

3. Nossos “passarinhos” se tocaram quando eu me sentei sobre ele tentando me recompor. Não me pergunte o que passarinhos quer dizer.

4. Estamos nos olhando com olhos arregalados que nem panacas.

Algo está pulsando, e é lá embaixo. — A-acho m-melhor dormimos.

— Boa ideia.

Imediatamente saio de cima dele e voou para a minha cama. Se a velocidade da luz tivesse me visto agora, estaria com inveja. Cubro-me inteiro com o lençol como se algum monstro viesse me sequestrar e fecho os olhos, orando, rezando, fazendo preces, sei lá, para que o sono me pegue com força.

Eu ouço Wonho fingir roncar do outro lado. O ronco é mais falso que a minha voz dizendo que eu tenho senso e que devo me levantar daqui e começar as ameaças de morte contra ele. Na real minhas pernas estão bambas e meu coração parecendo um tiroteio entre policiais e ladrões, daqueles com muitas munições tipo metralhadoras e coisas do tipo.

Quero pensar em outra coisa. Pelo que vejo, não vou dormir tão cedo. Pode ser qualquer coisa, qualquer coisa que não sejam pensamentos maliciosos porque desgraçadamente eu sou homem e o que está reinando aqui são as vontades da cabeça de baixo.

Puta merda, por que que eu sou tão fraco? Por que que eu me excito tão fácil? Eu tenho que parar de pensar nesses negócios. Qual é cérebro? Vai me deixar na mão agora? Me manda aí qualquer coisa para me distrair, qualquer coisa pelo amor de Deus!

 

6:20am

Orcas.

Sabe, aquelas baleias pretas e brancas? As pandas do mar? Elas mesmas. Você já deve ter assistindo Free Willy. Um menino delinquente, pelo o que me lembro de 12 anos, que se apega a uma orca dessas de cativeiro, e a única chance dela voltar ao oceano é justamente esse garoto. Juntos eles criam uma amizade que faz qualquer um chorar no final. Essas baleias, elas são tão fofas não é?

NÃO.

NÃO SÃO NÃO. ELAS SÃO CARNÍVORAS MEU FILHO. E eu sei que se você já assistiu Free Willy também já assistiu Orca - A Baleia Assassina.

Tá Changkyun, mas o que isso tem a ver meu bem?

O Wonho é uma orca.

E eu não estou me referindo a sua massa corporal; o filho da mãe tem um corpo excepcionalmente definido e forte para quem tem 16 anos. Eu já devo ter citado uma ou duas vezes aqui.

Mas eis razões na qual Wonho é uma orca:

Primeira razão: Assim como a orca, Wonho finge ser manso, inocente e fofo.

Segunda razão: A orca se alimenta de carne, e ninguém desconfia disso. Wonho é cria da arte do cinismo, e como ela, ninguém desconfia disso.

Terceira razão: As orcas arremessam pobres focas a 25 metros de altura, jogam elas para o lado e para o outro, se aproveitam delas até elas morrerem, e no final dizem que foi só uma brincadeira. Nesse caso, eu sou a foca.

Quarta razão: Ela tenta transparecer ser inteiramente boba além de aparentar não possuir massa encefálica, só que na verdade ela planeja secretamente um plano mirabolante para te comer. Não preciso dizer a relação né?

E eu sei que há duas formas de interpretação para a palavra “comer” no item 4, todavia irei descartar essa informação da cabeça. Gostaria de descartar outra coisa também, mas parece que ela veio me corroer agora com gosto de gás.

O Wonho me fez ter meu primeiro beijo.

O que é uma tristeza para minha pessoa porque eu achei que meu primeiro beijo iria ser igual à cena do Homem-Aranha na qual eu fosse ele e aí viesse um cara lindo tirando minha máscara só até boca me dando um beijão daqueles. Eu sei, estou fantasiando demais, mas poxa, ser beijado no meu quarto, e ainda por cima pelo meu melhor amigo onde eu nunca tive nenhum tipo de sentimento desse tipo, é no mínimo, broxante. Broxante a situação, porque quando eu caí em cima de Wonho o little Chang — sim esse é o nome dele  ficou de todo jeito, menos broxante.

— Changkyun? — é minha mãe batendo na porta. Primeira vez que ela faz isso. Minha mãe sempre entra e foda-se se eu estou andando pelado pelo quarto. — Changkyun, acorde!

— Já estou acordado omma!

— Ah. — isso foi um murmúrio. Sei que ela não vai se acostumar tão cedo com eu acordando antes que ela venha. — Wonho também?

Olho para o banheiro.

Eu não sei quanto tempo faz que Wonho está lá dentro, quando acordei ele já estava lá.

— Sim omma!

— Ok, vou preparar o café da manhã de vocês, se arrumem logo.

— Entendi!

Wonho finalmente abre a porta. Meu coração até sairia pela boca, mas eu fico tão preguiçoso de manhã que meu coração nem faz questão de acelerar com essas coisas. Ainda sim estou fervendo de ódio. Eu quero um devido esclarecimento do que aconteceu essa madrugada, porque passei ela inteira pensando nas orcas e montando a similaridade delas com o Wonho.

Acho que só dormi por meia hora antes que acordasse de novo e continuasse pensando nas orcas. Na verdade, eu só fechei os olhos na esperança de que dormisse, mas minha mente continuou combustando isso. Então não, eu não dormi. E depois de todas essas horas tentando processar esse acontecimento totalmente sem nexo, cheguei a três palpites:

1. O Wonho me beijou porque, não sei, a minha beleza agora é tanta que o instigou ao ponto de me beijar? Isso é tão improvável quanta aquela minha parada do Homem-Aranha.

2. O Wonho me beijou porque ele nutre algum sentimento profundo por mim. O que implica a teoria de que sou mais lerdo do que uma lesma por nunca ter percebido isso, pois nunca teve e nunca terá valimento para minha pessoa.

3. E a última e mais presumível, Wonho decidiu elevar o nível de curtição com a minha cara e me beijou porque simplesmente quis curtir comigo.

Se esse terceiro palpite estiver correto eu juro que vou adotar o demônio dentro de mim e fazê-lo pagar.

 — Bom dia. — Wonho diz no tom de voz mais natural possível e boceja passando por mim sem nem me olhar. Nem parece que acordou agora. Ele passou todo esse tempo se maquiando, a boca dele não é tão vermelha daquele jeito.

Sabe, eu não queria me irritar logo de manhã, só que Wonho não está ajudando.

— E então? — digo atrás dele.

— E então o quê? — ele me olha confuso.

— Vai me contar o motivo de ter me beijado?

Wonho levanta as sobrancelhas pra mim.

— Aish. Isso logo de manhã? — ele faz uma careta de velho resmungão como se esperasse um sermão de duas horas por se esquecer de tomar os remédios para fortalecer os ossos.

— Sim! Isso logo de manhã! Porque graças ao que você fez, eu não dormi! — tudo bem, devia ter deixado essa última observação em segredo. Mas sinceramente? Não importa que horas sejam. Eu não me importo se ele ainda está possuído pelo espírito do sono. Ele impediu que eu sonhasse hoje e isso já é demais.

Hoje meu sonho podia ser o que eu finalmente me tornaria uma mistura do Batman com o Superman e do Hulk e outros heróis que eu gosto e aí eu virasse o herói mais foda de todos os tempos. Sem treta entre a Marvel e a DC, eu sempre curti as duas.

— Sério? — Wonho parece vivamente interessado agora.

— Não interessa. Quero saber quem te deu o direito de encostar seus lábios nos meus sem aviso prévio. Tem consciência do quão estranho isso foi pra mim? Tipo... Ah, eu nem sei o quê que isso quer dizer direito.

Wonho não parece feliz com o que disse. Mas depois franze os lábios pouco interessado e deita na minha cama.

— Você disse que nunca beijou ninguém. Queria checar isso. Depois de hoje descobri que você estava falando a verdade. Você beija mal pra caramba. — Fui incapaz de crer no que esse pau no cu disse. — E foi mal te beijar de surpresa, é que tava chato ver você rindo de mim e eu queria que você parasse.

Pelo jeito não foi nenhuma das opções acima, foi na verdade a quarta na qual consiste em que: Wonho além de rei dos sínicos, também é desequilibrado mentalmente que chegou atrasado na distribuição dos limites. Ele piorou, e piorou de uma forma que não conseguimos mais conter a vontade de enforcar ele com um fio de telefone.

As brincadeiras de Wonho perante a mim sempre foram presentes. E não eram poucas. Todo dia, TODO SANTO DIA, Wonho inventava uma nova forma para que eu passasse vergonha. Desde a me assustar com baratas de mentira, até grudar papel higiênico atrás das minhas calças no shopping. Mas obviamente eu não deixava barato; minhas brincadeiras eram tão filhas das putas quanto às dele. Porém, tenho que confessar que nessa ele ultrapassou todos os encostes do neandertalismo.

— Nossa Wonho, vai se foder, namoral. — ele dá de ombros e isso me deixa com mais raiva. — Se você inventar de me beijar de novo eu te mato sufocado com um saco!

 

6:50am

Nina está intercalando os olhos entre eu e Wonho já faz uns dez minutos com uma expressão claramente desconfiada e eu to com medo disso.

Conhece aquelas pessoas que querem te pegar na mentira, só que fazem isso apenas com o olhar e comendo cereais na sua frente? Parece que a cada colherada que ela dá o pensamento de que ela vai meter uma arma na nossa cara cresce.

— Por que sua irmã tá olhando pra nós desse jeito? — Wonho cochicha no meu ouvido.

— Provavelmente arquitetando planos diabólicos.

Mamãe chega com nossos cafés da manhã. Papai já tinha saído faz tempo. Esqueci de mencionar que ele ganhou um aumento na loja durante esse feriado que fez hora extra. Ele foi a primeira pessoa dali a concertar 950 aparelhos celulares em um dia. Isso vai fazer meu pai acordar mais cedo e chegar mais tarde. Pelo menos ele terá um salário maior né? Não vou precisar ficar “dependendo” de Wonho para me comprar roupas. O certo é depender dos pais. É menos humilhante.

— O que aconteceu com vocês ontem? — quase me engasgo quando a Nina pergunta do nada.

— Como assim? — Wonho diz com a boca cheia de comida. Eu fico com mais medo do que ela vai responder.

— Eu ouvi um barulho ontem no seu quarto Changkyun-ah. Vocês me acordaram! Além disso, fui olhar no relógio e já era de madrugada. O que vocês estavam fazendo essa hora?

Essa desgraçada tem ouvido biônico?

Eu e Wonho ficamos nos entreolhando buscando resposta um no outro. Então ele decide responder já que deve ter notado que as minhas únicas alternativas variam de sair correndo ou apagar a memória dela batendo sua cabeça na parede.

— Estávamos contando histórias de terror, e ai o Changkyun foi inventar de me assustar e caiu. — muito esperto. Alterando o tempo das coisas e inserindo outras. Mas boa parte é verdade.

— Sei, tá bom. — Nina não parece convencida. Ela come mais uma colher de cereais e continua estreitando os olhos pra nós.

Não tem carrapato de cachorro? Nina é o carrapato, eu sou o cachorro.

 

7:35am

As pessoas estão sendo assustadoramente gentis comigo e o Hoseok hoje na escola. Nos elogiando aos mil e querendo sentar com a gente no intervalo. Eu só não sei o porquê. Tudo bem que recebi muitos elogios sobre meu blog, mas não acho que seja por isso.

Falando nele, tive bastante comentários se comparar ao meu post de apresentação; quase 400 visualizações só nele. Isso é bom não é? Por causa dele estou recebendo visibilidade na escola. As pessoas estão me chamando de comédia, outras até disseram que sempre me acharam legal e bonito, só tinham vergonha de me falar.

Odeio admitir mas, Gunhee estava certo.

— Muitas pessoas dessa escola frequentam aquele shopping que nós fomos ontem? — Wonho pergunta olhando algo no celular.

— Hmmm... Não sei, nunca bati com nenhum deles. Talvez porque faz tempo que não ando por lá.

A última vez que fui á aquele shopping foi com a minha mãe e a Nina. Minha mãe só ia pagar uma conta, então ela pediu que eu cuidasse da Nina enquanto não voltasse já que meu pai também não estava em casa. Claro que eu preferi ir acompanhar ela do que ficar sozinho com a Nina. Vai que ela tacasse fogo em mim enquanto eu estivesse dormindo.

— Ah. — ele dá de ombros.

— Por que a pergunta?

— Não, é que to lendo aqui em um post do blog do jornal que nós dois fomos vistos na praça da alimentação comendo com os FiveD.

Tá ligado quando a gente inspira de tão chocado com alguma notícia, mas a expiração fica presa e não conseguimos mais soltar o ar? Então.

— O quê?! — puxo o celular da mão dele na mesma hora.

Pomba, é verdade

São 7:40. Acho que dá tempo.

— Aonde você vai? — Wonho pergunta assim que devolvo seu celular e começo a me afastar dele.

— Falar com Gunhee. Te vejo no intervalo.

Eu já tenho plena consciência de que Gunhee sabe de tudo que acontece com os FiveD, com os populares, e com as pessoas que se relacionam com os populares para ficarem populares, contudo diante a minha situação, to achando que é perseguição mesmo. Como ele soube disso? Não era a minha intenção que todos na escola soubessem droga.

A porta da sala do clube do jornal está aberta e eu percebo que ali está bem maior do que antes, pelo que me lembro. Eu só a visitei duas vezes na feira dos clubes. Ano passado o tema foi tecnologia. A sala deles ficou em quarto lugar. Foi à última vez que vi, entretanto estava totalmente diferente.

Nós organizamos o local de acordo com o tema nos dado e o assunto escolhido. O assunto deles foi “as redes sociais mais usadas hoje em dia”, e até que ficou foda, mas a nossa ficou muito mais. A gente ficou em primeiro. O clube de canto do Kihyun ficou em segundo, apesar disso ele não ficou chateado, até porque de certa forma ele é um dos organizadores do clube de informática. E mesmo que eu odeie meus colegas, o líder do clube Minhyuk, eu de burro de carga que pega as coisas que os outros mandam porque não sou encaixado em nenhum grupo já que nem membro eu sou, — os professores me obrigam a participar dessas feiras por todos da minha classe serem membros do clube — essa é a única época que tenho o orgulho de dizer que sou de redes. Nós sempre temos certeza que vamos ficar em primeiro ou segundo lugar, e esse ano não vai ser diferente.

Pelo o que vejo, há bem mais membros no jornal do que o ano passado, fora que todos têm um PC e uma mesa só pra eles. Caraca, eles tem um banheiro. Caraca, é DOIS BANHEIROS. Será que Gunhee deu verbas para que aumentassem esse lugar nas férias?

— Quem é você? — Uma menina ruiva surge do meu lado com uma sobrancelha levantada. Mano eu não quero nem saber, não importa qual é o nome dela, pra mim ela vai ser a princesa Merida do desenho animado Valente. A semelhança é exorbitante, to falando sério.

— Sou Changkyun. — curvo minha cabeça pra ela, só que ela não faz o mesmo. Ela continua me encarando.

— Changkyun, o opositor?

Será que todo mundo me chama assim na escola agora?

— Bom... Sim, é do que estão me chamando não é. — dou um risinho sem graça.

— O que você quer? — ela é guarda da sala ou o quê?

— Quero falar com Gunhee, posso entrar?

— Claro — ela dá um sorrisinho pra mim, e assim que eu me posiciono pra entrar ela termina dizendo: — que não. — e me empurra pra fora.

Tudo bem, a Merida está me dando nos nervos.

— Eu sou amigo dele. — tento de novo.

— Eu não me importo com quem você seja, se você não é membro não pode entrar. — Merida cruza os braços. Ela faz jus ao nome do filme.

Será que se eu mandar ela ir se foder vai sair um post no blog de mim sobre isso?

Acabo indo embora me contentando apenas com meus resmungos por causa da cabelo de tomate. Não sabia que havia isso nos clubes da escola.

Deve ser porque você não participa de nenhum né seu imbecil.

— Te achei. — Kihyun quase me dá um ataque do coração. Ele me puxa pelo braço me arrastando.

— Ow! — eu tento parar.

— Só cala a boca e me segue. — embuste.

Resolvo ver o que ele quer e aonde isso vai dar.

Ele segue direto pelo corredor e vira em outro seguindo até o final dele. Entramos em uma sala vazia sem janelas onde eu até então não sabia que existia, e aí ele fecha a porta e acende uma luz.

A julgar pelas cadeiras empoeiradas e enfileiradas uma em cima da outra de maneira desorganizada, aquela sala não é usada faz tempo.

— Que sala é essa?

— Iria ser outra sala de vídeo. — Kihyun responde seguindo meus olhares. — Meu pai desistiu dela porque já tinha sala de vídeo suficiente.

— Por que você se pega com o Hyunwoo nas salas de vídeo que prestam se tem uma aqui que não presta? — começo a rir, me pareceu engraçado a pergunta, aí viro pra Kihyun e ele está me cerrando os olhos com cara de assassino. — D-desculpe, é que-

— Só meu pai tem a chave dela. — Kihyun vai até uma tomada e acende mais duas luzes. — Fiz uma cópia pra mim. Venho aqui quando preciso de silêncio pra pensar... Mas isso não vem ao caso. — Kihyun suspira. Posso ver que ele está putaço com alguma coisa, e eu tenho a ver com isso. — Foi você que contou pros cara do jornal que nós estávamos ontem no shopping?

Levanto as sobrancelhas pra ele.

— Tá brincando né? Claro que não fui eu.

— Você e o Gun estão tão amiguinhos, andando juntos por aí, então quem me garante que você não contou pra aquele fofoqueiro?

— Eu não contei! Aliás, eu estava agora a pouco tentando falar com ele sobre isso, não fui eu.

Kihyun torce a cara.

— Hm, é mesmo é? — cruza os braços. Ele tá me deixando indignado, há minutos eu estava tentado achar o culpado. — Então quem foi?

— Também quero saber!

Eu não me orgulho de dizer que “sai” com os FiveD. Eu já disse que odeio metade deles. Certo, eu quero ser popular e os caralhos, mas quero ter a minha própria identidade, não adquirir ela porque tá parecendo que sou amigo deles agora. E Gun já me prometeu que vai me fazer popular e está cumprindo isso. Eu acho.

Pode até ser que Kihyun acha que eu fiz esse trato para me tornar popular também, mas não foi por causa disso, foi porque eu quero ver ele sofrer nas minhas mãos.

— Jura que não está mentindo? — ele pergunta e eu reviro os olhos.

— Eu não estou mentindo. Eu queria manter segredo tanto quanto você, tá legal.

Kihyun morde o lábio e desvia o olhar pensativo. Com certeza tentando descobrir quem foi.

— Deve ter sido suas fãs que ficam te perseguindo por aí. — murmuro. Ele pareceu considerar meu pensamento.

— Tá, deixa pra lá. Mas olhe aqui, eu deixei você comer com a gente ontem porque seu amiguinho loiro é amigo do Hyungwon, e Hyungwon fala muito bem dele. Só por isso entendeu? Não pense que de repente vai começar a andar com a gente.

Dou um riso irônico.

— Primeiro, o nome dele é Hoseok, e segundo, me misturar com vocês é a última coisa que eu quero. É muito veneno reunido, to fora.

— Acredito. — rolo os olhos. Ele acha mesmo que todo mundo ama eles. Iludidos. — E já aproveitando que estamos aqui, onde está as mercadorias? — Kihyun fala de modo tão traiçoeiro que eu fico me tremendo.

— M-mercadorias?

— As cópias seu demente. — ele estrala os dedos me apressando. — Você disse que ia trazer hoje, cadê elas?

Droga. Eu me esqueci de trazer.

Eu fiz três cópias ontem de noite só pra dizer que tinha. Porra por que eu tenho que ser esquecido?

O primeiro sino toca nesse exato momento.

MERDA.

— Não faz essa cara. — Kihyun fala em relação à expressão de pânico que eu estou fazendo nesse momento. — Você não vai levar advertência, eu vou falar com o professor, sossega. — ele caminha pra saída e abre à porta, eu fico olhando ele com cara de pateta. — Você não vem desgraça?

— A-ah, sim, ainda bem que você sabe. — eu vou até ele e sem querer tropeço em uma lixeira ali do lado. Eu tenho que cair em frente ao Kihyun não é? E por que tem uma lixeira aqui?

Ele ri da minha cara e balança a cabeça de um lado para o outro terminando de fechar a sala. — Você é um puta de um desastrado Changkyun.

Faço uma cara de morte pra ele. Ele acha que eu não sei disso? Ainda bem que ele está de costas porque iria sair correndo com medo de mim.

— No primeiro intervalo você me mostra tá ouvindo? — Diz ele já caminhando na minha frente. Quando ele vai perceber que quem é o mandante aqui sou eu? Eu que to chantageando ele!

— Eu não vou mostrar no intervalo da manhã coisa nenhuma, eu vou comer. Acha que eu vou desperdiçar o pouco tempo que tenho falando contigo?

Kihyun dá um suspiro bem longo massageando as têmporas. Não é minha culpa se eu não tenho passe livre pra entrar na sala quando quiser.

— Tudo bem, no do almoço então. — ele diz de costas, depois vira o rosto pra me encarar. — Aqui, nesse mesmo lugar. E é bom você estar com as cópias.

 

8:43am

É aula de matemática, o professor Youngshin está explicando alguma coisa sobre Teorema de Tales, mas eu não consigo prestar atenção porque de um e um minuto alguém cutuca meu ombro perguntando como foi desfrutar da presença dos FiveD comendo na mesma mesa que você.

Na real, o que eles pensam? Que se você lanchar com os FiveD vai se tornar uma pessoa rica que nem eles? Coitados. Aqueles ali são berço de ouro. Eu por outro lado, tenho que lutar para conquistar ao menos um terço da riqueza de Kihyun. Por isso que no próximo ano vou começar a trabalhar.

Eu to me segurando pra não mandar todo mundo ir pra aquele lugar, já ta enchendo o saco. Porém, um rei que se preze não deve ser arrogante com seus súditos.

Infelizmente, ou felizmente, eu não estou sentado ao lado de Gun. Bem, não mais. O professor mudou todo mundo de lugar depois que um idiota grudou chiclete na cabeça de outro, e aí o grupinho dele ficou rindo histericamente do garoto com o chiclete preso no cabelo, o que fez o professor se irritar de verdade. Eu estava na mesma carteira de terça, mas por sorte como entrei tarde, novamente, atrás de Kihyun, novamente, o professor já tinha começado sua aula, o que possibilitou que Gun, Jun e Han não me inundassem com perguntas. Em contrapartida, Kihyun está na minha frente mascando um chiclete, descansando o cotovelo na mesa e a bochecha na mão, visivelmente entediado. Por que não Jooheon vida? Ah sim, esqueci que você me odeia.

Por falar em anjos, Jooheon está sentado lá do outro lado da sala, bem ao lado do Gun. Pelo menos ele e Minhyuk estão separados. Minhyuk está lá atrás.

— Ah, não pensem que vão mudar de lugar depois da minha aula. O lugar que estão vai perecer até irem embora. — O professor Youngshin diz e todo mundo começa a reclamar, eu sou um deles. — Silêncio! Isso é pra vocês aprenderem a prestar atenção quando estivermos explicando algo.

Esses manés. Não sei de onde tiram a estupidez de grudar chiclete na cabeça dos outros. Acho que eles aprenderam com Kihyun.

Falando em satanás, Kihyun vira para mim lançando uma expressão de desgosto, depois vira pra frente ficando na mesma posição de antes.

— Aish. — ouço ele balbuciar com raiva.

Eu mereço.

 

9:50am

— Foi aquele comentário no meu blog? — Estou tentando desvendar o mistério de como Gunhee descobriu que eu estava com os FiveD ontem no shopping. Um anônimo perguntou como foi sair com os FiveD, e eu de certa forma confirmei dizendo que foi uma experiência traumática, então eu acho que isso fez com que ele fosse checar a autenticidade daquilo. Só que parece que ele não tá de bom humor comigo, tanto é que ele só responde com frases curtas.

— Não. — eu disse, não disse? — Aquilo foi só a confirmação.

— Então quem foi?

— Não são só vocês que vão á aquele shopping. Mas isso importa agora? Por que você não me contou que saiu com eles? — ele deu uma mordida no biscoito com tanta força que eu fiquei com pena do biscoito.

— Eu não sai com eles. Eu e Wonho os encontramos por acaso no shopping. Wonho é amiguinho do Hyungwon, por isso fui obrigado a lanchar com eles. Desculpe não te dizer, é que não foi importante pra mim, então não achei que fosse importante contar pra você.

Ele ficou apertando os olhos pra mim uns bons segundos.

— Você tem algum tipo de relacionamento com Kihyun?

Ah meu Deus, sério mesmo?

— Achei que estávamos falando sobre eu supostamente ter saído com os FiveD e-

— Você tem, algum tipo, de relacionamento, com Kihyun?

— Não! — reviro os olhos.

— Então por que vocês ficaram trancados no banheiro? Por que ele te livrou de duas advertências? Não acha que não notei você entrando tarde hoje de manhã também?

Não pude conter meu suspiro.

Eu me encontro em um beco sem saída. Tentar mentir para Gunhee é tipo tentar mentir pra sua mãe. Ela sempre terá evidências, e manterá esfregando na sua cara até você contar a verdade.

O problema é que eu não quero contar a verdade.

A menos... que eu altere parte dela.

— Tudo bem. Eu disse ao Kihyun que sei que ele é gay, e ameacei contar pra todo mundo se ele não parasse de ficar me atazanando.

Gun quase cospe o suco na minha cara.

— VOCÊ O QUÊ?

Nesse exato momento, Wonho, Jun e Han chegam pra sentar com a gente. Sinto que me livrei de um possível enforcamento.

— Que cara é essa Gun? Parece que vai matar alguém. — Han diz, e Jun ri junto dele.

— Tudo bem? — Wonho pergunta baixinho no meu ouvido. Faço que sim com a cabeça e ele volta a sorrir.

Muitas pessoas sentaram com a gente hoje. Meu banco do refeitório virou o tipo normal que as pessoas se espremem pra sentar. E eu até que ficaria feliz com isso, entretanto, não sai da minha cabeça que Gun vai tirar meu coro quando estivermos sozinhos.

Dito e praticado.

Gun consegue ficar a sós comigo quando Jun e Han vão juntos para o banheiro. O que é estranho porque eu nunca vi um menino chamar o outro pra ir urinar junto.

— Então é por isso que ele está fazendo essas coisas pra você. — Foi difícil convencer Gun a não me dás uns tapas no meio da fuça quando eu disse aquilo, pelo menos parece que ele acredita em mim agora. — Devia ter me dito antes. Isso foi muita burrice da sua parte sabia?

— Eu sei, é que ele estava pegando no meu pé lá, eu não me aguentei. Saiu sem querer.

— Tudo bem Chang, eu entendo. Ninguém suporta ele. E mesmo sendo bastante imprudente o que você fez, a gente bem que pode... Tirar proveito disso.

Enrugo minha testa.

 — Como assim?

Ele me olha e dá um sorriso. Não é para meus pelos ficarem em pé com isso certo?

— Acho que está na hora de avançar na sua popularidade.

     

12:20pm

Estou na frente da porta da ala beta e meus joelhos estão batendo um no outro. Wonho não parece nervoso que nem eu, ele está impaciente. Sim, eu o convidei porque não sei se vou aguentar o que está lá dentro.

Estamos esperando Gunhee. Ele me mandou esperar aqui porque tinha se esquecido de pegar a chave que só quem pode entrar tem. Eu nunca almocei tão ansioso como hoje. Até me entalei com um arroz. Por sorte Jun conseguiu me salvar com um soco que ele me deu nas costas.

Gun disse que como Kihyun, de certa forma, está incapaz de mexer comigo, ele não vai me impedir de conhecer a ala beta. O que é um salto bem gigantesco para mim. Não é qualquer pessoa que pode entrar na ala beta. Já ouvi por aí que alguns convidados dos populares foram expulsos por não “pertencerem” a esse lugar. Será que Gunhee já trouxe Jun e Han para cá? Se sim, eles certamente foram chutados.

Fico me perguntando se as pessoas irão me tratar como um ser humano importante depois saberem que eu entrei aqui, discutindo qual gel de cabelo eu uso e onde faço compras. Abrindo o espaço para eu passar por elas, me cedendo o lugar nas filas. Pelo menos elas reconhecerem minha existência já foi garantido.

 

12:22pm

Estou imaginando o que têm dentro da ala beta.

Talvez tenha máquinas de sorvete com mil variedades de sabores. Talvez haja uma mesa enorme com um montão de doces e salgadinhos de graça. Será que tem videogame? Deve ter tipo aqueles xbox 3D com sensor de movimento. Será que tem uma porta secreta que dá direto a um parque de diversões? Isso iria ser muito irado.

— Cheguei seus Dorks. — Gun diz atrás da gente e vai até porta com a chave. — Desculpa a demora, é que essa porcaria tava solta na minha mochila.

Entramos.

É a primeira vez que eu entro na ala beta e ao contrário do que eu imaginava, não tem máquina de sorvete, apenas de café, chá e chocolate quente. Não tem xbox, eu acho, mas tem duas TV de cinema. Nem mesa gigante de doces. Tem uma mesa, mas acho que sua função aqui é a de cama, pois tem uns 5 marmanjo dormindo em cima dela. Só têm duas portas, que pelo nome feminino e masculino, são os banheiros. Não tem porta secreta que dá direto a um parque de diversões.

É uma sala normal, gigante, com cadeiras, sofás, mesas e notebooks.

Há um monte de gente com umas caras de zumbis sentados em frente a notebooks, aparentemente de última geração, com garrafas térmicas do lado — os escravos. Alguns seres dormindo onde dá pra dormir — dorminhocos que não fazem nada da vida. Umas meninas se maquiando — bonecas artificiais. Uns cara medindo quem tem o maior bíceps e Hyunwoo está no meio — time de futebol e atletas.

Tem três casais ali no lado se paquerando achando que ninguém tá notando, mas é notável que eles querem se pegar — sexualmente ativos.

E eu, o intruso.

— Ah não Gun, eu até aturo você andar com ele por aí, mas trazer pra cá não. — Minhyuk diz com um copo de chá gelado na mão e eu já estou com vontade de quebrar todos aqueles dentes perfeitos.

Ele falou de mim como se eu fosse um bicho de estimação.

— Tudo bem Minhyuk. — vago meus olhos e encontro Kihyun na última e maior mesa da sala no lado esquerdo perto de uma das máquinas de café. Nunca pensei em ver Kihyun com cara de exausto e cabelo de porco-espinho. — Deixa ele, tá de boa.

Minhyuk faz uma cara feia pra mim e nos deixa. Por mim ele pode cair no chão e rachar o rosto nela.

Kihyun encontra meu olhar e faz um gesto para conversarmos depois. E então lembro que tínhamos marcado de nos encontrar naquela sala de vídeo abandonada para mostrar as cópias. Consegui um adiamento sem querer, posso me tranquilizar até lá.

— Seok! — Tudo bem, eu quase mato Hyungwon quando ele chama Wonho disso. Eu que dei esse apelido a ele no acampamento quando eu não sabia quem ele era. — Tá me seguindo é? — Hyungwon dá um soco no ombro de Wonho e os dois ficam rindo de nada.

E mais uma vez Wonho é enfeitiçado pelas bruxarias de Hyungwon. Os dois vão até á última mesa do lado direito aos risos e Hyungwon mencionando alguma coisa sobre Picasso e roupas.

Pelo jeito, a promessa que Wonho me fez no blog não valeu de nada.

Eles sorriem um para o outro como se estivessem vivendo o momento mais animado de suas vidas. Wonho se assemelha a uma criança com aquele sorriso trouxa no rosto. Ele parece feliz.

Sei não, esses dois vão acabar se pegando. Se já não estão.

Eu não vou me intrometer mais, vou ficar na minha até o dia em que Wonho irá vir correndo pra mim e dizer que eu estava certo o tempo todo. E esse dia não deve estar longe.

— Changkyun-ah! — É Lyun, e oposto dos zumbis, ela continua impecável, até melhor que antes. — Sabia que a qualquer momento eu te veria aqui.

Lyun é presidente do clube de estética e eu nem sabia disso. Muito menos que tinha esse clube. Na verdade, tem muitas coisas que eu não sei sobre essa escola. E eu estudo aqui faz cinco anos.

 

14:00pm

Conheci alguns amigos do Gunhee e da Lyun lá na ala beta. A maioria deles me olhou torto, e era visível que estavam meio receosos, certificando de cinco em cinco minutos se um dos FiveD estavam os crucificando por estarem falando comigo. Acabou que nenhum dos FiveD estava dando a mínima para a minha presença lá dentro e então “relaxaram” um pouco. Me falaram o que faziam, de qual clubes fazem parte e seus nomes — na qual minha mente deletou minutos depois.

A maioria é rico, ou tem uma renda financeira maior que a minha, são arrogantes e mesquinhos. Menos alguns atletas, eles, além disso, também são retardados e só falam bosta. Passaram cinco minutos inventando novos apelidos pra mim por causa do meu nariz. É isso que as meninas gostam ultimamente? Garotos babacas que fazem brincadeiras de mau gosto com os outros? Cegas.

Quem me chamou mais atenção dali foi E-dawn. Ele, diferente dos outros me tratou como igual e foi simpático. É membro do clube de Jooheon e ótimo jogador de StarCraft. Ele é simplesmente perfeito. Parece um boneco de cera e o sorriso dele te faz derreter. Acreditei ter sido amor à primeira vista quando uma amiga de Lyun chamada Hyuna o abraçou por trás e roubou um beijo dele.

Sim, namorados.

Eu desisto do amor.

Para fechar, Jooheon chegou pouco tempo após e Minhyuk como um cachorrinho esperando o dono pulou em cima dele levando-o até duas mesas tão coladas uma na outra que pareciam ser uma só. Óbvio, tinha que ser.

Resumindo minha aventura na ala beta: bebi chocolate quente, “conversei” com uns amigos do Gun e da Lyun, fiquei jogando no notebook da Lyun junto do Gun enquanto ela dava conselhos sobre cuidados de pele para as amigas, segurei meus vômitos por causa dos casais Minhyuk/Jooheon, Hyungwon/Wonho que não paravam de gargalhar como palhaços, e bebi chocolate quente de novo.

No entanto, o que mais me surpreendeu foi ver Kihyun fazendo parte dos que eu chamei de zumbis arrancando os cabelos enquanto escrevia sem parar no notebook. Eu acho que ele só levantou uma vez para ir ao banheiro e pegar um copo d’água. Não que eu estivesse vidrado em cada movimento que ele fazia, mas é que olhá-lo daquele jeito com cara de derrotado me fez ter vontade de apontar o dedo na cara dele e ficar rindo.

Será que ele sempre fica daquela forma aqui?

Tenho que vir pra cá mais vezes.

 

15:40pm

Nesse último intervalo, Gun e Wonho resolveram dar uma de amigos playboyzinhos metidos a ricos e pagaram lanche para mim, Jun, e Han na cantina. Se eu continuar sendo bancado desse jeito, minhas chances de querer trabalhar cedo vão pro brejo.

Não vi rastro de Kihyun, até porque ele saiu primeiro junto de Minhyuk e Jooheon, portanto as cópias irão ficar para segunda-feira. A vida resolveu me dar um pouquinho de alívio, só espero que ele dure até o final desse dia.

 

16:25pm

Acho que Kihyun está de TPM.

Tinha um carinha transferido de outro curso do meu lado me agoniando com um monte de perguntas sobre Kihyun, como se em um único dia eu houvesse descoberto tudo sobre ele, quando do nada Kihyun se vira com uma cara de psicopata e o ameaça dizendo que se ele não calasse a boca iria enfiar o lápis na goela dele.

O carinha ficou tão assustado que pude jurar que ele passou maior parte do tempo reprimindo as lágrimas. Eu segurei minha risada. Desculpa a cena foi engraçada, mesmo que eu esteja com pena dele até agora.

— Pronto galerinha, acabei. — É a professora Eunjun, ela passou um bom tempo escrevendo algo em uns papeizinhos enquanto a gente copiava um texto enorme no slide. — Jovens, como eu havia mencionado na aula anterior, vocês irão fazer um seminário sobre hardware em duplas. Eu vou distribuir os papeizinhos com os nomes de seus colegas. A pessoa que tirar, por favor, pronuncie o nome em voz alta para que eu anote a dupla.

Ah cara, odeio fazer trabalho em dupla. Apresento meus seminários muito melhor sozinho. Em parte porque ninguém quer fazer comigo, porém hoje é diferente. Tem esses lances aí dos papeizinhos então ninguém vai escolher com quem ficar.

A professora passa com a caixinha com os papéis pra mim e eu escolho um do fundão. Estou torcendo para que eu pegue Gun, Jun ou Han, mas com a sorte que tenho, há chances de eu pegar qualquer pessoa. Posso pegar um novato, e isso pode até ser legal, ele pode ser um cara bacana e virar meu amigo. Posso tirar o Ongyu, o cara mais nerd da sala, o que será bem proveitoso; ele com certeza vai fazer todo o trabalho. Mas também posso tirar Nunji, que é um otário e vai deixar tudo nas minhas costas. Dalla, a menina mais pavio curto que eu já vi. Ou, na pior das hipóteses, Minhyuk.

Quais as chances de eu tirar o Jooheon? 0,5%? Talvez 0,9%?

Abro o papel, esperando ser uma pessoa com que eu ainda não tenha falado, ou que ao menos não tenha costumes irritantes. Não pode ser alguém pior dos que eu citei ali em cima.

Pois é, a verdade é que tem alguém pior sim.

— Olha só, você tirou Kihyun. — Eunjun sorri olhando por cima o nome no meu papel. Kihyun virou no mesmo segundo pra mim com os olhos arregalados. — Isso é bom, depois do que aconteceu entre vocês dois, essa parceria vai fazer com que se acertem. — ela anotou nossos nomes na caderneta — estou ansiosa para o seminário dos dois. — E então pisca pra mim e sai.

— Deixa eu ver isso aqui. — Kihyun arranca o papel da minha mão rapidamente. Eu permaneço chocado. — Porra, por que de todos nessa porcaria dessa sala esse imbecil tem que tirar eu?

Vejo ele esconder o rosto nos braços cruzados sobre a carteira choramingando dramaticamente.

É, então, você destino, você mesmo: vai tomar no seu cu.


Notas Finais


Galera, muito obg pelos mais de 100 favoritos, vcs são do caralho, qualquer dia vou enviar uma cesta de miojo pra vcs

Blog (novo post) = https://justaloser0.blogspot.com.br/2017/05/minha-celebre-cabelo-gente-sempre-quer.html
Trailer = https://www.youtube.com/watch?v=vZGg-fakrBo

Obg tb pelos comentários no blog. Acompanhem, de vez em quando eles soltam uns spoilers por lá. E continuem comentando e causando, (isso foi especialmente para Moonface)
Galerinha, não deixem de compartilhar a fic com seus migos e migas, se vc realmente curte Pois é, AVMO, fala dela por aí, diz tipo: "olha cara, que lixo, vc tem que ler isso aqui." Vai que instiga ele

Bem, acho que não esqueci de mais nada
Até o próximo


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