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História Poison Ivy - Três


Escrita por: eitashippei

Notas do Autor


ME SILGUUURA QUE EU VOLTEI!!! Meninas,como é que faz pra agradecer? Eu não esperava uma recepção tão boa,depois de meses sem escrever nada. Muito obrigada,vcs são foda!!! Muito feliz de saber que estão gostando! Espero que gostem do cap novo. Eu não sei muita coisa da matéria que tem na fic - me desculpa Day HAHAHAH - mas fiz meu melhor.

Boa leitura! xx

Capítulo 3 - Três


Era uma ideia muito maluca,eu sabia disso. Mas tinha que dar certo. Céus,e como tinha.

Combinei com Filipe que ele passasse lá em casa,aquela hora. Camila não estava em casa e meu pai não se importaria,afinal ele era meu amigo de longa data.

Enquanto ele não chegava,revirei meu armário,buscando materiais dos tempos de ensino médio. Sempre fui uma aluna muito dedicada,e tinha facilidade para a área de exatas. Enquanto muitos sofriam pra fazer uma equação de segundo grau ou decorar fórmulas de física,eu fazia de olhos fechados.

E meu talento não passou desapercebido. Durante os três anos,participei de vários campeonatos de intercolegial,e consegui vencer a maioria. Minha maior aptidão era para Química,e como tinha objetivo em seguir na área de jornalismo,nunca havia pensado em uma forma de usar minhas habilidades ao meu favor.

Nunca....até aquela noite.

Enquanto revirava as várias fórmulas dos cadernos do clube de química,promovido pelo Grêmio estudantil,lembranças voltavam a minha mente. Eu sabia exatamente pelo o que procurar,só esperava achar com facilidade.

- Achei você,belezinha. – Meus olhos saltaram ao ver o amontoado de números e fórmulas resolvidas naquela folha.

Ouvi a campainha tocar. Fechei o caderno,marcando a página e me levantei para abrir a porta.

- Fala,Leti! – Filipe me saudou,vestido com suss habituais camisas xadrez e seu óculos de grau.

- Que bom que veio,Fil! – Eu o cumprimentei com um abraço e fiz menção para que ele entrasse,fechando a porta em seguida.

- Quanto tempo! Como vai a faculdade de jornalismo? – Ele tirou a mochila das costas e se sentou no sofá.

- Ahn...vai bem. – Menti. – Agora tá meio puxado,porque to fazendo bico numa lanchonete. Sabe como é,né? Não tá fácil...

- Sei,sim. – Ele assentiu. – Escuta,trouxe o que me pediu. – Abriu a mochila e tirou de lá alguns tubos de ensaio,óculos de proteção,entre outros itens necessários. – Só não entendi pra que era...pode me explicar melhor?

Eu nada disse,apenas peguei o caderno que estava ao meu lado e dei em suas mãos. Ele olhava com minúcia cada linha escrita a pouco mais de três anos atrás,talvez tendo os mesmos flashes que eu.

- Você se lembra...dessa fórmula? – Temi pela sua resposta,pelo o que viria a seguir,mas me mantive firme.

- Sim,claro. Nosso pequeno projeto do clube de química. – Ele riu fraco. – Que saudades! – Ele disse,saudoso. – Uma pena não ter dado certo....

- Mas pode funcionar,se você me ajudar. – Eu sussurrei,um tanto esperançosa. Meus olhos não sabiam esconder.

Ele parou de folhear o caderno e me encarou,surpreso.

- E porquê você que testar a nossa ‘’Fórmula do Amor?’’ – Ele me olhou de soslaio. – Não vai me dizer que.....

- Não é pra você,babaca. – Lhe taquei uma almofada,ele ria. – E nem to apaixonada,só quero,sei lá....testar. Não posso?

- Claro que pode,chatinha. Mas você sabe que pra isso funcionar,vai precisar de uma cobaia,né? Ou um grupo controle,quem sabe...

- Sei,claro. E já tenho alguém em mente,pode deixar que isso eu resolvo,ok? – Ele concordou – Agora,vamos ao trabalho.

Ele se levantou,pegou os materiais e rumou comigo até a cozinha.

- Tem certeza que quer fazer isso aqui? Podemos usar o laboratório do colégio,acho que eles não vão se importar

- Não temos tempo. – Eu peguei alguns recipientes vazios no armário,água – nosso solvente universal – e alguns medidores.

‘’ Feniletilamina, também conhecida como "hormônio da paixão", é um neurotransmissor cuja molécula se parece muito com a anfetamina, e cuja produção no cérebro suspeita-se possa ser desencadeada por eventos simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos. Há estudos que sugerem que o cérebro de uma pessoa apaixonada continha grandes quantidades de feniletilamina e que esta substância poderia responder, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados.....’’

Pouco a pouco,cada uma das substâncias foi minuciosamente adicionada ao béquer.

- Quanto de nitrogênio? – Ele ia me ajudando a fazer aqulio acontecer. – Álcool,o que mais?

Então acrescentei a substância que faltava.

O ponto de fusão foi feito,e após algum tempo de espera – é claro que o fogão lá de casa não suportaria um ponto de fusão de 60 graus,mas Fil tinha um aparelho certeiro para medir.

Fil pegou o recipiente onde tinha o líquido,meio azulado,e despejou parte com um funil,dentro de um dos tubos de ensaio,tampando em seguida.

- Óxido de feniletilamina,feito com sucesso. – Ele sacudia o pequeno tubo entre seus dedos.

- Será que dessa vez deu certo?

- Você só vai saber se testar. – Ele deixou os instrumentos usados na pia,eu disse que lavaria e os entregaria na manhã do dia seguinte. – Aliás,quem é o ‘’sortudo’’?

- C-como sabe que é ele? – Eu me assustei com sua sagacidade. Talvez ele não fosse tão lerdo pra ‘’certas coisas’’,assim.

- Qual é,Leti. Não nasci ontem,muito menos te conheci hoje. Saquei seu plano logo quando vi as páginas do caderno. Só espero que esse seu plano maluco dê certo.

- Seria muito te pedir pra não contar para a Cami,ou pro meu pai? – Eu indaguei,apreensiva.

- Contar o quê,minha nerd preferida? Eu só vim matar as saudades de uma velha amiga,com um filme de ação muito foda. – Filipe piscou pra mim e eu sorri agradecida.

Ele pegou um dos tubos azuis e colocou diante de meus olhos.

- Essa substância deve ser administrada em uso oral,em pouca quantidade. Não leva muito tempo pra fazer efeito. – Concordei,caminhando com ele até a porta. – Ah....e não se esqueça,de tempos em tempos,o efeito passa. E em grandes quantidades,pode causar efeitos irreversíveis.

- Eu vou tomar cuidado,Fil. – Revirei os olhos.

- Eu sei que vai. – Me deu um abraço de despedida.

Ajeitou os óculos,e me disse o que eu não queria ouvir:

- Espero que saiba lidar com as consequências disso. Boa sorte,Letícia.

- xXx -

Trabalhar no sábado nunca foi tão angustiante. Eu sairia de lá a uma da tarde,quando meu expediente finalmente terminava,mas os ponteiros do relógio pareciam não querer se mover.

E nem uma certa pessoa,aparecer por aquela porta.

- Letícia,dá pra parar de andar em círculos? – Cadu disse ao passar por mim com uma bandeja apetitosa.

- Porquê,vou furar o chão? – Revirei os olhos.

- Não,tá assustando os clientes,mesmo.

- Eu não tenho culpa se ela tá demorando,caramba. – Sussurrei quando ele voltou. – Será que a Nanda vem mesmo?

- Bom,foi o que ela disse no email,né? – Assenti,esperançosa.

Um barulho de sininho foi ouvido,sinalizando que alguém entrara na lanchonete.

- E falando nela....

Vi Nanda se aproximar timidamente de mim. Cadu a cumprimentou e se afastou,pois a lanchonete ainda estava em funcionamento e ele iria me cobrir por alguns minutos.

- Achei que não viria. – Eu acabei dizendo,sem penar. – Nossa,me desculpa...

- Tá tudo bem,linda. – Ela sorriu.

- E então....o que ele disse? – Eu não pude reparar que faltava alguém ali,e meu coração apertou.

Léo não havia vindo.

- Bom,eu vou ser sincera,ele não quis vir. Disse que a agenda tava cheia hoje,muitos compromissos....

- Eu entendo. – Tentei esconder o desânimo contido em minha voz.

- Mas eu,Fernanda Régis Mello,sou brasileira e não desisto nunca,então.... – Parecia tirar algo da bolsa,me entregando duas tiras grossas de papel – Consegui dois ingressos pra você no show de hoje. Primeira fileira!

Eu olhava as palavras impressas nos papéis que pressionava levemente com os dedos,agora um pouco trêmulos.

- N-nanda,isso é...

- E tem mais,depois do show,te levo pro camarim,e aí vocês conversam. Topa?

E ela achava mesmo que tinha outra resposta,a não ser...

- Sim! – Eu sorria. – Eu topo!

- xXx –

Léo estava sentado na beirada do palco,dedilhando algumas notas no violão. A passagem de som havia acabado de acontecer e daqui algumas horas,ele começaria mais um show lotado.

E não deu outra. As Regetes marcaram presença em peso,e durante duas horas,sonharam e cantaram muito.

- Obrigado,meninas! Vocês são demais! – Elas gritavam em resposta,fazendo o jovem músico sorrir agradecido. – Amo vocês,bem aqui ó – Apontou para seu coração e mandou um beijo,saindo do palco.

Após se ver livre dos aparelhos de som que usava,e cumprimentar alguns patrocinadores no backstage,com fotos e algumas formalidades,se dirigiu ao seu camarim.

E se deparou com nada menos que...

- Você? – Disse em tom ríspido,ao encontrar Letícia sentada em um dos sofás do camarim.

- Oi. – Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

- O que tá fazendo aqui,garota?!

- E-eu vim me desculpar....cê sabe,por ontem na lanchonete.

- Ah,era só o que me faltava. Além de desastrada,é stalker. – Riu sacana,abrindo uma garrafa d´água. – Eu vou chamar meus seguranças...

E ela o deixou livre para fazer o que queria. Porque,ao contrário do que ele pensava,ala já tinha muito mais do que precisava,bem diante de seus olhos.

Letícia pegou a garrafa d’água e não tardou a despejar o líquido azulado. Sem tempo para mais reações químicas,guardou o pequeno vidrinho no bolso traseiro da calça e sacudiu a garrafa o máximo que pode,fazendo o líquido diluir na água.

- É essa louca,aqui. Por favor,resolvam isso. – Ele afirmou categórico.

Viu ele pegar a garrafa,e precisava de tempo.

- Espera,assina meu cd antes,por favor?  - Ele bufou e assentiu,pegando o objeto de suas mãos.

E então,as coisas aconteceram muito rápido.

Num segundo,ele bebia a água de sua garrafa. No outro,via alguns pontos pretos em sua direção. Meio cambaleante,o segurança o levou até o sofá.

- Está tudo bem,senhor Régis? – Ele questionou,olhando torto para a loira.

De olhos fechados,Léo respirava fundo. Quando os abriu,encarou duas orbes azuis da cor do mar,a fitá-lo com – até então – preocupação.

- Tá tudo bem,Léo? – Ela o perguntava,mas a resposta não vinha.

Ele parecia fitar cada detalhe da menina,tão perto dele,como se fosse uma experiência nova. Acariciando levemente a maçã do rosto da garota,disse num tom de voz rouco:

- Melhor agora. 


Notas Finais


E aí,curtiram? Acho que agora dá pra entender um pouco do enredo. A tradução do nome da fic é ''erva venenosa'',mas o veneno no caso seria a substancia. Acho que ficou legal,curti muito escrever e espero que vcs também tenham gostado. É bem diferente de tudo que já fiz! Comeeeeentem e me digam o que estão achando. EU LEIO TODOS! Meu twitter é @vittiverfeliz. Beijao e até o próximo!


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