História Poisonous Love (Scorbus) - Uma noite "quase" Romântica

Aquela noite estava fria, e os ventos não eram fracos, tanto que as corujas não atreviam-se a ir caçar. Scorpius aproveitava aquilo no topo do Corujal, o forte vento frio e o barulho ao longe da lula gigante atormentada pelo uivo do vento entre as árvores pareciam tirar os pensamentos ruins e as indecisões que enchiam sua cabeça. Ele chegara lá assim que terminou o jantar, não vira Albus por lá e todos os jogadores do time, que também eram seus amigos, evitavam pergunta-lo sobre ele. Assim, logo que terminou de comer ele subiu para o Corujal, um dos pontos mais altos e mais silenciosos do castelo, o lugar onde beijara Albus pela primeira vez e também o lugar onde brigaram pela primeira vez. Sempre fora difícil ser amigo do filho de um dos bruxos mais famosos do mundo, Scorpius se sentia ignorado as vezes, quando os novatos ou visitantes viam o sobrenome Potter e ficavam impressionados, oque era completamente diferente com ele. Ao ver o nome dos Malfoy, ele sempre era distanciado, ser parente de um ex-comensal era algo terrível, como se tivesse uma doença contagiosa. Scorpius se perguntava se Albus não firmava um relacionamento com ele por causa disso, faria mal a imagem dele ser visto com um Malfoy? Mas Albus nunca ligou para a própria imagem, então podia ser vergonha de ser visto com um menino.

Esse pensamento se iniciou quando mais cedo a diretora anunciou a vinda de três escolas para o baile de inverno e para assistir os jogos do Campeonato de Quadribol, eles chegariam no dia seguinte; Beauxbatons, Durmstrang e Ilvermorny. E depois de pensar muito chegou a conclusão de que Albus tivesse vergonha dele, seus olhos marejaram no meio do jantar, mas os seus amigos claramente tentaram fingir que não percebiam, oque deu não deu muito certo, Susan o abraçou e Tessa puxou-a de lado para que não chamasse atenção. Não havia explicações para não o ter pedido ainda, mesmo que fosse escondido.

Só depois de fungar inconscientemente que percebeu algumas lágrimas no rosto, ele não precisou tira-las, pois o vento as secou deixando apenas um caminho gelado dos olhos até a mandíbula. Scorpius se apoiou no parapeito com os cotovelos, olhou lá para baixo e viu a casinha iluminada de Hagrid, ao redor sua criação de abóboras gigantes, um pouco mais a frente a floresta, o buraco de onde saíra o Explosivin continuava lá, ainda era um mistério de onde aquilo surgira. Hagrid nunca se casara, talvez nunca soubera oque era amar alguém, não como irmão, amigo ou filho, não como Scorpius amava Albus. E se viver assim fosse melhor? Amar parecia algo tão bom nos livros que pegava da sua mãe quando essa ainda era viva.

Scorpius suspirou e fechou os olhos, logo depois mãos envolveram sua cintura assustando-o, ele se virou e encontrou Albus, seu coração desacelerou do susto e ele respirou com calma. Potter lhe sorria como alguém inocente, seus olhos brilhavam e ele cheirava exatamente ao que Scorpius sentira na poção.

-Não foi para o banheiro. -ele disse chegando mais perto, até que Scorpius estivesse contra o parapeito, o vento descabelava-os enquanto Scorpius se perguntava porque estava o achando tão bonito daquele jeito desarrumado, igual a quando saiu da briga com James. -Estava o esperando. -disse o puxando pelas vestes violentamente, colando seus corpos. -Desistiu de mim?

-Estava decidindo exatamente isso. -Scorpius admitiu, tendo que ver o rosto chocado de Albus. -O que? Esperava que eu dissesse oque?

-Que não. -disse com a voz fraca, mas sincera de dor. -Pedi para não chorar por mim. -ele acariciou onde as lágrimas haviam passado. -Eu me sinto muito idiota quando você chora.

-Você é idiota. -Scorpius desviou os olhos dele, ou voltaria a chorar. -Você tem vergonha de mim, Al?

Ele não viu a reação de Albus, mas teve certeza dos olhos arregalados e da falta de palavras, Malfoy suspirou e assentiu.

-Não precisa me responder. -disse acenando para que esquecesse. Albus segurou sua mão e ele olhou para o garoto a sua frente, apenas um pouco mais alto que ele.

-Eu não tenho vergonha nenhuma de você. -sua resposta foi séria como ele nunca vira o outro falar antes. Potter segurou o queixo de Scorpius fazendo-o encara-lo. -Está pensando demais amor, não sei como conseguiu pensar isso, mas eu nunca teria vergonha.

-É, acho que eu só estava pensando demais. -ele suspirou e encostou a testa no ombro de Albus, como dissera antes, não estava mais com raiva dele, nem deixara de o amar, só estava magoado e isso não o impedia de querer apoio dele. -Você tem cheiro de suco de morango e grama.

Albus riu e o abraçou apertado.

-Obrigado?

Scorpius riu junto, se afastou e viu o outro bem de perto, mesmo pela noite o verde ainda incendiava seus olhos, era bonito de ver, Scorpius sempre se encantava com eles, o modo como o olhava antes de beija-lo, sempre era o melhor olhar, pois sempre o denunciava quando estava para fazer isso, como naquele momento. Antes que Albus se inclinasse Malfoy pôs o indicador sobre os seus lábios afastando-o.

-Disse que estava me esperando no banheiro. -sussurrou, Albus sorriu maliciosamente.

 

-X-

Albus o arrastou até o banheiro masculino no segundo andar, assim que ele empurrou a porta Scorpius não viu nada a não ser o breu. Potter entrou na frente e sumiu entre as sombras, Scorpius não se atreveu. Um barulho de vento riscado o fez dá um passo para trás e ao mesmo tempo várias velinhas arredondadas iluminaram um caminho até a parte ampla das pias, que também continham uma velinha sobre cada torneira, no meio estava Albus, com um sorriso excitante e o olhando feliz pela sua arrumação.

-Sei que não é um encontro, nem uma noite romântica o suficiente, mas foi oque eu pude fazer. -ele abriu os braços, Scorpius viu que algo brilhante como uma cortina transparente e ao redor do portal algo brilhante estava entre algumas rachaduras, então ele reconheceu o feitiço de Clary de silencio. Scorpius ruborizou e passou pela cortina de mágica, foi andando pelo caminho de velas até está a dois metros de Albus. -Pensei em trazer flores, mas... achei que não iria gostar.

-Não gosto de flores. -Scorpius riu e olhou para o teto, onde milhares de corações de papel estavam flutuando. -Origami de coração?

-Tinham passarinhos, mas eles fugiram. -Albus andou até ele e o beijou, segurando-o pela cintura e forçando-os a ficarem juntos. Quebrando o beijo, ele se inclinou para o ouvido de Scorpius e sussurrou. -Fomos feitos para sermos livres, -ele tirou a capa dos ombros de Scorpius e a deixou cair no chão. -fomos feitos para amarmos como quisermos, -Albus desfez o nó da gravata dele e também a deixou cair no chão. -Nunca vou saber o porque de ter me apaixonado justamente pelo meu melhor amigo, mas eu fiz. -ele lentamente foi desabotoando a camisa do outro, enquanto Scorpius estava perdido em suas palavras e aceitando o calor da proximidade, as mãos de Albus no seu corpo, o som doce da sua voz tão perto que o deixava absorto nelas. -Sabe o porquê de ter se apaixonado por mim?

-Porque... -Scorpius começou, mas parou, não sabia como se apaixonara por ele, nem o porque.

-Exatamente. -Albus riu também atirando a camisa junto a capa, agora Scorpius estava nu da cintura para cima. Potter já se encontrava sem capa e sem gravata, com três botões da camisa abertos, desde que o encontrara no Corujal, -Eu te amo porque te amo, quer amor mais puro do que um sem razão?

Aquilo era tão lindo, Scorpius caía tão bem nas palavras de Albus, queria tanto ficar com ele para sempre. Seu coração apertou, aquilo seria para sempre? Quando tivesse setenta anos, lembraria do cheiro do fogo, dos corações de origami debatendo no teto, das palavras de Albus, lembraria de Albus? Contaria aos seus filhos que um dia fora tão apaixonado por alguém que queria-o por perto o tempo todo? Os contaria como aquilo terminou algum dia? Como finalmente tiveram a briga mais séria daquele relacionamento que pôs um fim no amor e cortou o coração dos dois? Diria como acreditou não amar mais ninguém na vida até encontrar o pai ou a mãe deles? Os contaria quem ele era, ou só inventaria outro nome para que nunca o conhecessem? Scorpius tocou o rosto de Albus, o adorava tanto, não imaginava um caminho na vida se não fosse ao seu lado. Ele sorriu.

-Me prometa que nunca vai esquecer da gente, que nunca vai deixar de lembrar do menino que lhe seguiu no tempo e o apagou sem querer, mas o fez voltar, que nunca vai esquecer o primeiro amor que teve. -Scorpius sussurrou, a voz fraca de tantos pensamentos ruins.

-Eu te juro que eu nunca vou esquecer disso, porque não vou precisar. -ele se afastou um pouco e sorriu com um suspiro, se ajoelhou na frente de Scorpius o deixando em choque. -Sei que era nisso que estava pensando lá em cima, eu te juro Scorpius, um dia contaremos aos nossos filhos, de nós dois juntos, como eu lhe pedi em namoro num banheiro cheio de velas. Então, aceita namorar comigo e esperar que uma dia eu possa fazer essa mesma pergunta só que na direção de um altar?

Scorpius estava paralisado, e ainda mais quando Albus o mostrou uma caixinha com duas alianças prateadas, seu coração disparou. Ele não esperava aquilo, não ali e não naquele dia, quando ele insinuou tantas coisas na sala de aula. Scorpius respirou fundo o ar com cheiro de fumaça leve, ele se ajoelhou de frente para Albus.

-É claro que eu aceito. -disse finalmente encontrando sua voz, Albus sorriu com os olhos cheios de lágrimas de alívio, ele tirou uma das alianças de prata e a pôs no dedo anelar direito de Scorpius e esse repetiu o mesmo processo com ele. -Conseguiu, me surpreendeu.

-E te ganhei de volta. -ele respondeu beijando-o, e assim como no Corujal ele pôs as mãos nas costas dele o puxando até o mínimo de espaço. Enfim os pensamentos ruins de Scorpius haviam se apagado, e existia apenas ele, Albus e a esperança. Um tintilar os fez se afastarem, do teto uma cama descia levitando, Scorpius entronchou o olhar para aquilo. -Clary. -Albus riu. -Ela disse que mandaria alguma coisa.

-Planejou isso com ela? -Scorpius perguntou se levantando junto a ele para que a cama pousasse bem no meio do espaço circular.

-Não acha que pedi a minha mãe para comprar alianças, acha? Quero dizer, o dinheiro foi meu, quem pediu foi Clary.

-Não é educado rejeitar presente de amigo. -Scorpius disse empurrando Albus na cama de repente, ele se sentou sobre ele e sorriu. -Não vamos ser mal educados, não é?

-Não mesmo. -Albus se sentou e o beijou novamente, sentiu os botões da sua camisa se soltarem violentamente com um puxão de Scorpius. A pele fria de Malfoy tornava a ficar quente com o toque do namorado, o calor entre eles sempre aumentava quando estavam juntos, principalmente quando Scorpius encontrava-se exatamente onde seus membros se pressionavam sob as calças. Albus gemeu e murmurou -Não precisamos contar aos nossos filhos essa parte, não é? 

Scorpius riu enquanto negava e espalhava beijos pelo pescoço de Potter, os descendo numa trilha molhada e quente até perto das suas calças, Malfoy já se encontrava de joelhos no chão do banheiro, tirando as peças de roupa que ainda o impediam de toca-lo. Albus estava meio deitado na cama, com os olhos fechados e respirando pela boca, desarrumado e sem roupas, como Scorpius gostava. Malfoy primeiro apenas tocou seu membro com os lábios, depois passou a língua lentamente circulando sua glande, Albus gemia como queria, o lugar já estava enfeitiçado contra som mesmo. Scorpius foi o pondo na boca, sentindo-o enrijecer os músculos da perna, ele apertou os lábios ao redor do membro do namorado, para logo depois se afastar e brincar com a língua por todo ele. Albus segurou seus cabelos sem muita força, mas o suficiente para deixar sua cabeça parada, jogando os quadris para cima, ele estocou na boca de Malfoy, os olhos fechados apertados para não revira-los de prazer. Como na casa dos gritos, o mundo se dissipou ao redor dele quando o clímax o atingiu, seu corpo deu leves espasmos, mas passou quando Scorpius voltou a subir nele, chamando-o a atenção novamente, Albus tirou rapidamente suas calças, e virou-o de modo que trocassem de posição.

 Agora por cima, Albus o beijou e afastou-se com um sorriso safado, gostava da imagem de Scorpius tão vulnerável a ele, tão entregue aos seus toques e tão apaixonado. A última era a sua favorita, ele posicionou-se entre as pernas do namorado e as colocou dos seus lados, queria ver o rosto de Scorpius enquanto o dava prazer. Encaixou seu membro na entrada dele, fazendo-o gemer minimamente, como era sua segunda vez com ele -e mais ninguém até ali - então teria que ir devagar. Com calma, ele foi o penetrando, os joelhos afundavam na cama fofa que Clary mandara, não queria nem saber oque aconteceria com aquela cama depois, Scorpius fechou os olhos e segurou nos braços de Albus no início, mas depois quando foi se acostumando, ele o soltou e arfou o ar que prendia. Potter riu e o beijou quando aumentou a intensidade das suas estocadas, era claro que Scorpius se segurava para não gemer, quando soltaram o beijo por falta de ar, ele prendeu o lábio entre os dentes, então Albus parou -mesmo que fosse muito difícil para ele - e segurou seu queixo, puxando a pele que levava até seu lábio e liberando-o.

 -Me deixe te ouvir. -sussurrou e voltou a penetra-lo, suas palavras fizeram efeito, Scorpius já não evitava emitir nada, e como era doce o som tremido e as vezes cortado que saia da sua boca. Excitava Albus, e incentivava-o a estocar com mais força ainda, tornando o som mais alto e misturado ao que ele próprio emitia. Ele passou a masturbar Scorpius quando sentiu que logo era sua vez. Os gemidos dos dois poderiam ter sido ouvidos por toda a escola se não fossem os feitiços nas janelas, portas e paredes. 

 Eles chegaram ao seu ápice juntos, suados e arfando, Albus estocou mais algumas vezes antes de desmoronar ao lado do namorado. Scorpius mantinha os olhos fechados, acalmando a respiração, mas um sorriso brotava no canto dos seus lábios. Potter o observou enquanto esse olhava a aliança no seu dedo, era de prata e havia uma inscrição nela que Scorpius ainda não tinha visto, lá estava: "We're accidentally in love". Scorpius riu e se virou de lado acomodando-se no peito de Albus.

 -Quando pensou nisso? -perguntou ouvindo o coração acelerado do namorado.

 -Desde que você machucou os dedos, não gosto de te ver machucado, nem por fora nem por dentro. -disse colocando o cabelo dele atrás da orelha. -Foi a melhor forma de tentar lhe proteger sem que ninguém reclamasse. Me senti péssimo por ter se jogado na minha frente por causa de Rose, e se tivesse te atingido? Quem eu seria sem você?

 -Albus Potter, o filho do bruxo mais famoso do mundo. -Scorpius riu quando o viu revirar os olhos. -Eu te conheço a quatro longos anos para dizer que oque vou dizer não é nada a sua cara, mas... você podia ter qualquer pessoa nessa escola e fora dela também. Qual o sentido de se apaixonar por mim?

 -Eu já disse que não tem sentido, nem motivo, estamos acidentalmente apaixonados e isso é perfeito. -ele sorriu e o beijou. -Infelizmente, se continuarmos aqui vão nos encontrar amanhã de manhã e não vai ser fácil explicar esse monte de velas e corações, nem essa cama.

 Scorpius arregalou os olhos e se apoiou no cotovelo.

 -E cama? Como ela vai sumir?

 -Eu vou fazer os corações se espalharem pela escola anonimamente, é um sinal pra Clary, as velas... bem, elas podem ficar aqui mesmo, ninguém vai saber, já a cama Clary vem sumir com ela amanhã de manhã cedo. Não me pergunte muito, amor, eu não sei.

 Scorpius assentiu e parou pensando por um instante, procurando mais algum problema Potter suspeitava.

 -E o feitiço?

 -Ele fica ai, não faz mal. -Albus o beijou na testa e se sentou olhando preguiçosamente para as roupas jogadas no chão. -Kevin me disse que logo estaríamos nos agarrando no vestiário, vou esfregar na cara dele que ele errou, foi num banheiro.