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História Poisonous Love (Scorbus) - Delphini


Escrita por: van_wolfe

Notas do Autor


OIIII
Gente eu aconselho muito vocês a fazer uma conta no SS porque assim vai ser melhor de vocês saberem quando tem capítulo novo, fica a dica.

Capítulo 33 - Delphini


  Ele podia jurar, não havia duvidas que Delfi havia aparecido diante dos seus olhos. Não, alucinações não era uma opção, ele sabia oque via, sentia e pensava. Um; era ela. Dois; O aperto no seu peito e o desespero em correr ao Ministério e ter certeza que ela estava presa, o provavam ainda mais que era mais do que uma simples miragem causada por cansaço. Três; Ele precisava escrever aos seus amigos, pedir que ficassem em segurança. Scorpius não concordava em maneira alguma que não vira nada como a maioria sugeria, a minoria lhe ocorria com ideias como ser um efeito colateral da possessão, ou com oque ele realmente pensava, Delfi estava a solta. 

  Após anunciar ter visto a filha do Lorde das Trevas aparecer atrás da cadeira de Harry, o tumulto que causou foi bastante intenso. Harry e Gina vasculharam toda a casa, e os menores, menos Scorpius e Albus, foram trancados em um quarto com feitiços de proteção. Foram convocados os que chegariam mais tarde para a ceia de Natal e Scorpius presenciou a saída de bruxos incrivelmente famosos da lareira da sala dos Potter. Neville Longbottom, seu professor apareceu com um avental de cozinha desenhado com várias mandrágoras, Luna Lovegood -mãe de Lorcan e Lysander - aparentava estar começando a se arrumar para a festa de Natal, pois tinha apenas um lado da cabeça com cabelos cacheados, Dino Thomas, com um travesseiro sobre o braço e o rosto inchado de sono e depois dele Draco Malfoy, mais pálido que nunca e os olhos fervendo. 

  Scorpius estava sentado no sofá, acompanhando com os olhos os que chegavam a medida que esses saíam de entre o fogo e ao ver seu pai, sentiu-se mais gelado do que ao ver Delfi. Uma coisa de cada vez, pensava, não podia confrontar seu pai com duas coisas no mesmo dia. Com o coração disparado ele segurou a mão de Albus ainda mais firme, só quem conseguia ver além dele era Albus e assim deveria continuar até o dia em que tivesse paz o suficiente para ser transparente a todos, tinha que se manter calmo e inexpressivo. Hermione estava impaciente, andava de um lado para o outro ou em círculos e desatou a falar quando todos estavam presentes, os contou tudo desde o início do dia quando Scorpius recebera a carta. Ao mencionar seu nome, a maioria lhe lançavam olhares, principalmente seu pai, era algo frio e raivoso, Scorpius não entendia. 

  -Atrás da cadeira? -indagou Neville. -Não poderia ter sido apenas uma... reação ao... como é o nome? -ele gesticulou para Hermione. 

  -Saoen. -ela respondeu. -Scorpius diz que realmente a viu. 

  -E vi. -afirmou, sem querer levando toda atenção para si. -Ela sumiu, mas eu a vi perfeitamente. -seus dedos brincavam na palma da mão de Albus desenhando estrelinhas com as pontas ou batucando como se estivesse numa mesa. 

  -Mas ela está presa. -disse Dino, que estava sentado na poltrona ao lado da árvore, com o travesseiro no colo e já mais desperto. -Eu li os jornais. 

  -Não sabemos... -Hermione foi interrompida por um senhor que saiu aos tropeços da lareira, vestia um terno preto, tinha baixa estatura e poucos cabelos cobriam sua cabeça. Ele estava suado e arfava muito como se tivesse corrido e quase caíra ao girar tonto. -Sr. Goldstein! -exclamou Hermione ao tentar ajuda-lo a não cair. 

  -Estou bem. Estou bem. -disse entre arfadas pelo seu esforço.  -Chequei a garota... ela está lá. 

  Todos olharam para Scorpius, ele ainda não tinha uma resposta para aqueles olhares, agora todos duvidavam da sua certeza. Draco o olhava com mais intensidade que os outros e era desse olhar que Scorpius tentava fugir. 

  -Me deixe falar com ela, então. -sugeriu como se fosse óbvio. -Deve ter alguma coisa a ver. 

  -Rose não tem nada a ver com Delfi, Scorpius. -disse Draco severamente. -Está alucinando. 

  Scorpius deveria ignorar aquilo, mas seu pai parecia tão estranho, como se estivesse fazendo algo importante. Estava bem vestido, talvez estivesse numa reunião, mas de que Scorpius não poderia dizer. Sentia-se envergonhado pela certeza com oque dissera ter visto Delfi, de repente a sala parecia mais sufocante do que antes. 

  -Eu a vi, isso eu sei. Alucinando ou não. -aquela sala realmente estava quente, não era sua vergonha que estava fazendo isso. Ele olhou discretamente para os cantos da sala procurando algo que estivesse pegando fogo, mas não havia nada. Será que estava enlouquecendo? 

  -Acho que Scorpius deveria falar com Delfi. -disse Gina que estava perto do sofá com Harry ao seu lado. -Ou porquê ele teria a visto? 

  -Posso lhe ditar motivos. -retrucou Draco se encostando ao lado da lareira. -Isso é só um efeito colateral. 

  -Pai, se quiser ir embora, pode ir. -disse Scorpius impaciente. -Não sei oque estava fazendo, mas se for importante, pode ir. 

  A sala entrou em silêncio, e ao seu lado, Albus segurou sua mão com mais força. Até o próprio Scorpius não entendia sua revolta repentina, mas o pai parecia muito apressado e isso o deixava irritado. Draco não se moveu um milímetro de perto da lareira, seus olhos também não mudaram de expressão por um longo tempo, mas por fim, ele se retirou pela lareira dizendo um nome ao pó de Flú que Scorpius não pode entender. 

  -Eu devia falar com ela. -pediu Scorpius quebrando a tensão que ainda permanecia. -Eu posso? 

  -Claro. -disse Hermione decidida. Ela caminhou até Sr. Goldstein e lhe sussurrou alguma coisa, ele logo se meteu entre as paredes de tijolos vermelhos e foi consumido pelo fogo.  -Albus, vá lá em cima e diga que os outros desçam.

  -Hum. -murmurou, para muitos ele apenas teriam respondido, mas Scorpius reconhecia a chateação do namorado e também entendia oque aquele pedido significava, Albus não iria com ele. 

   Scorpius se levantou e acompanhou Hermione até perto da lareira, ela vestiu um sobretudo que encontrava-se num gancho ao lado e acenou que ele fosse na frente, ele pegou o pó num recipiente de ferro que Gina lhe ofereceu e assim como o Sr. Goldstein, sussurrou aonde queria ir e derramou o pó no chão da lareira. O fogo não era aterrorizador, pois ele era frio, e apesar da leve tontura ao se sentir num redemoinho colorido, passando por vários borrões de lareiras, não era sufocador como imaginou. Só havia viajado assim uma vez, quando era muito pequeno, mas não se lembrava da sensação. Scorpius rodopiava, e fechou os olhos quando se sentiu nauseado, mas aos poucos foi parando, logo chegaria ao chão do ministério. E foi parando, e parando. Seus pés tocaram em chão sólido e seu corpo não foi capaz de o manter em pé, ele caiu para frente e se apoiou com os braços. Mas algo estava estranho, suas mãos tocavam madeira, madeira velha que rangia, o Ministério tinha um piso de pedra tão sólido e polido que Scorpius sempre se impressionava. Nunca existiria no Ministério um canto com o piso tão gasto como aquele. Scorpius levantou o rosto, e contemplou um cômodo pequeno, uma cama a alguns passos para o lado, a sua frente havia uma porta, e atrás de si a lareira. Ele se levantou confuso, tinha certeza que dissera "ministério da magia" antes de cair rodopiando no fogo. Caminhou com cuidado até a porta, com passos leves caso tivesse caído em uma casa de estranhos, ele girou a maçaneta, com um click a porta abriu e o levou a um longo corredor, velho como o quarto, poeirento e com janelas sujas e quebradas. Scorpius não havia levado sua varinha, estava vestido como um trouxa em um lugar abandonado e sem ter como se proteger, teria que lembrar de agradecer mil vezes a lei dos bruxos menores de idade não poderem usar magia, sendo assim não teria guardado a varinha. Ele caminhou para o lado direito, com cuidado, sempre verificando os dois lados. Para onde ia, terminava numa porta, essa era branca, mas estava descascada e aparentemente cheia de desenhos. Scorpius parou para olhar a brecha de uma janela quebrada, mas só oque viu foram árvores e o céu nublado, ele apressou o passo para a porta, e ao chegar nela notou que os desenhos que vira ao longe, eram típicos desenhos infantis, ele encontrou a sala aberta também, mas lá dentro estava mais mobiliado, uma escrivaninha coberta de cadernos, estantes com livros, um abajur quebrado, cadeiras mofadas. Scorpius adiantou-se aos cadernos, procurava uma informação de onde estava, qualquer coisa. Na primeira página de um dos cadernos que alcançou na mesa havia escrito; "Rufford, Inglaterra. 01-18-2017". Ele franziu o cenho para a página, e então notou que tudo aquilo ali eram diários, todos encadernados em couro. Ele continuou pelo resto da página. 

  "Estou conseguindo papai, vou te encontrar em breve. Não se preocupe. Vamos acabar juntos com aqueles monstros que destruíram a mamãe. Você vai ver." 

  O estomago de Scorpius revirou, ele respirou fundo e virou a página, depois outras e mais outras, todas juravam vingança e todas eram de dias consecutivos. Eram juras diárias que o traria de volta, que o reergueria como uma boa filha, que as sombras um dia povoariam o mundo novamente. Scorpius largou o caderno, o coração estava acelerado, suas mãos tremiam e ele queria sair correndo daquele lugar, ele não pedira para estar em Rufford, não queria estar na casa de Delfi, queria ir para casa, voltar para Albus. Mais passos vieram pelo corredor e ele se virou assustado para a porta, mas no meio do corredor encontrava-se uma senhora baixinha e idosa, segurando uma espingarda velha e forçando a vista para Scorpius.

  -Você! -gritou. -Saia daí, ou vai levar bala!

  -Não! Não! Não precisa. -Scorpis levantou as mãos se rendendo e saiu da sala. -Me desculpe, estou perdido. 

  -Não é educado olhar as coisas dos outros, mocinho. -ela disse abaixando a guarda. -Como veio parar aqui?  Não ouvi a porta ranger. 

  -Eu... eu...

  -Passou pela lareira, não foi? -ela riu, Scorpius assentiu nervoso. Então ela seria uma bruxa também. -Um bruxo pela minha lareira, a quanto tempo que isso não acontece? 

  -A-A senhora não é? -perguntou tentando controlar a voz tremida. 

  -Eu?! -ela riu alto e se apoiou na espingarda. -Não, só fui capacho deles por muitos anos. O que veio fazer aqui? 

  -Me pergunto o mesmo. -ele suspirou. -A senhora pode me dizer onde estou? 

  -No Orfanato de Rufford, o primeiro quero dizer. -ela se virou e acenou que a acompanhasse. -Venha, vamos sair dessa poeira. Já está me dando coceira ficar nesse lugar. 

  Ele a seguiu pelo corredor, a senhora com passos mancos mas rápidos, ela seguiu para outra porta no lado oposto, de lá saía uma escada prateada e circular. Scorpius assim que chegou na parte térrea do orfanato sentiu uma brisa quente e aconchegante, não parecia nada com a parte de cima, o chão não era sujo, uma lampada pendia do teto, papeis de parede novos, haviam cadeiras sem mofo, uma estante vazia -apenas com um porta retrato-  e uma mesinha no meio, era uma sala pequena mas bem melhor, uma porta no canto deveria levar ao resto da casa, mas ele não perguntou, apenas sentou em frente a ela. 

  -Vive aqui? -ele perguntou. 

  -Nunca sairei daqui, garoto. -ela se inclinou e deixou a espingarda cair com estrépito no chão, junto a um suspiro. -Vivi aqui, e sempre serei daqui. É minha sina.

  -O que aconteceu com o orfanato? 

  -Por que a pergunta? -ela questionou desconfiada. -O que o leva a querer saber daqui? 

  -Aqueles diários lá em cima. Eles pertencem a uma garota que agora está presa, e ela... -a senhor ao interrompeu pigarreando. 

  -Delphini foi presa... -ela disse para si mesma. -Eu sempre soube que ela ia fazer algo de errado. Desde que aquelas imprestáveis das Lestrange me pediram para cuidar dela! -ela gritou e se levantou. -Eu cuidei dela por tantos anos! Para tudo ser jogado fora! O que ela fez? Han? Tentou achar o pai? 

  -Exatamente. -Malfoy respondeu baixo tentando evitar ser gritado também. 

  -Aquela imprestável! Eu não tenho mais idade para isso. -ela voltou a se sentar e suspirou, finalmente parecendo muito mais velha. -Eu aceitei a filha da minha sobrinha. Aceitei-a mesmo tendo meus muitos anos de idade e mesmo que ela fosse filha do Lorde das Trevas. Eu jurei cuidar dela! E ela foi burra como a mãe. 

  -Me desculpe, a senhora é tia de Bellatrix? -perguntou um pouco temeroso. 

  -Sim. Sou a filha que deu errado. -ela riu da própria desgraça. -Já ouviu falar de Katherine Rosier? 

  -Não. -respondeu Scorpius tentando não encara-la, Katherine parecia que iria explodir. -Não quero ser indelicado, mas por que "a filha que deu errado"? 

  -Eu não quis me meter no mundo da magia, mesmo sendo bruxa. Quis brincar de trouxa. -ela riu. -Fui uma decepção para os meus pais, não fui perfeita como minhas irmãs, não tive filhos porque... humanos me enojam. 

  -Ah. 

  -Narcisa e Bellatrix... tão adoráveis quando pequenas. Cresceram e deram errado. Me entende?  -ela olhava as paredes, como se pudesse ver o passado diante dos seus olhos. Scorpius enquanto isso apertava as mãos sobre a mesa para evitar se tremer. 

  -Entendo. -murmurou. -Narcisa é minha avó. -ele descobrira desde cedo que seu parentesco a Delphi era verdadeiro, oque a tornava quase sua tia. Só não contara a Albus, nem a ninguém, mantivera isso para si. 

  -Suspeitei. -a senhora disse. -Me lembro dela me trazer a foto de um garotinho loiro, mas não me parece ser você. Ele queria parecer o dono do mundo, você me parece um gato. 

  -É, o dono do mundo é o meu pai. -ele riu. -Não sou como eles. Acho que também nasci errado. 

  -Seu nome? 

  -Scorpius Malfoy. 

  -Scorpius, Delphi é uma menina perigosa. Ela guarda muita mágoa dentro ela. -ela hesitou, mas suspirou e continuou. -A alguns anos ela trouxe um cachorro para casa, mas eu estranhei. Nunca vi um cachorro de fumaça. 

  Ele sentiu o sangue do seu rosto sumir, e a lembrança do frio do Saoen voltou a sua mente. 

  -Um Saoen. -ela disse confirmando as ideias de Scorpius mesmo sem sentir. -Aquilo não é um animal. 

  -Eu o conheci hoje de manhã. -A voz de Scorpius tremeu. -Ele possui as pessoas. 

  -Sim. Aquilo é feito pelas emoções de alguém. -ela se levantou e pegou o porta retrato sobre a estante vazia. Katherine o mostrou, ela estava no meio, com várias crianças ao redor dela. Delphi estava mais no canto, e ao seu lado um cão de fumaça. -Isso possuiu todas as minhas crianças, as fez ter pesadelos, elas gritavam a noite, ele as atormentou até elas quererem fugir. Foi então que briguei com Delphi, e ela mesma sumiu naquela noite, nunca mais voltou. -ela voltou para sua cadeira. -Ele fez isso com você, não é? 

  -Vou ficar louco? 

  -Não, procure fugir dele. Ele vai voltar. -ela afirmou pondo o porta retrato para baixo. -Não gosto de vê-lo. 

  -O que aconteceu as crianças? 

  -Foram morrendo. Uma a uma. -os olhos dela se enxeram de lágrimas. -Se proteja garoto. Aquilo é feito dos piores sentimentos que você pode sentir. Delphi nunca foi feliz. 


Notas Finais


Fiz longo para compensar :)


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