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História Poisonous Love (Scorbus) - Agouros


Escrita por: van_wolfe

Notas do Autor


Espero que não tenha ficado ruim como eu achei... só um aviso pessoal, o próximo capítulo é o Epilogo....

Capítulo 38 - Agouros


Scorpius conseguia ouvir os gritos lá fora, os estampidos dos feitiços, os ecos dos seus nomes, os rugidos do Saoen. E ali dentro, o mundo parecia parado, Rose debruçada a uma mesa no canto da sala vermelha, Albus completamente imóvel a sua frente  e o próprio Scorpius sentia o corpo cansado, pela viajem e pela dor do que acabara de presenciar. Deixar de amar deveria ser possível, mas como todo boa coisa, a mágica não atingia sentimentos, apenas coisas físicas. Dor poderia ser causada e poderia ser cessada, se fosse na pele. Agora dores como as de Malfoy, deveriam ser sentidas, provadas e saboreadas, pois era o único jeito de que sumisse e fosse substituído por algo maior. Suas lágrimas foram poucas, escassas por estar em choque, e o ódio a Rose crescia cada vez mais. 

  As correntes ainda amarravam seus pulsos e enroscavam-se pelos seus braços, os tornozelos também estavam amarrados a cadeira metálica, estava impossibilitado de pegar a varinha, e quebrar as correntes apenas com um puxão também era impossível. Devia ter outro jeito, e oque melhor para ganhar tempo do que conversar? Ele se aprumou na cadeira, olhou para Albus e fez um juramente silencioso. Rose continuava a anotar coisas num caderno, os cabelos caiam sobre os seus ombros e se dividiam o suficiente para que Scorpius visse a tatuagem, idêntica a de Delphi. 

  -Rose. -chamou com a voz rouca por estar a tanto tempo calado. Ela se virou para ele como se estivesse fazendo apenas uma anotação de um estudo qualquer, com a pena em uma mão e o caderno em outra. -Onde está Vincent? 

  -Ah, você também entendeu isso. -ela sorriu e pousou os objetos na mesa novamente. -Vincent está no quarto ao lado, inconsciente, fazendo companhia a sua amiga, Tessa. 

  Ele engoliu em seco, devia faze-la falar mais para poder ter mais tempo de pensar. 

  -O que fez com eles? 

  -Vincent foi o meu primeiro experimento. -ela riu e rodopiou pela sala, parecia se divertir com a lembrança. Parou perto de uma cadeira e a levou até perto da maca de Albus, se sentou e cruzou as pernas com um suspiro. -Ele ficou meio retardadinho, errei a quantidade de Amortencia, mas descobri antes que ele era... -ela sorriu com desdém. -Apaixonadinho por Simon. Nunca percebeu que ele só se animava na hora de ir almoçar e nos jogos? Simon nunca ligou ele. -Rose jogou os ombros ao ver a expressão surpresa de Scorpius. -Então eu chamei ele um dia no corredor, nas trocas de aula, ele estava conversando com Henry Flint. 

  "Ele veio e eu contei que sabia sobre Simon, foi um tiro no escuro, mas acertei o alvo. Vincent ficou nervoso, toda aquela coisa, eu acalmei ele dizendo que eu precisava que ele ajudasse Simon com uma coisa. Ficamos escondidos no dia de chuva, perto do Salgueiro. Já conhecia Delphi, ela me ensinou como controlar o Salgueiro, então por sorte, estava tendo raios, isso não teria como ser planejado. Não era minha de início, Vincent não conhecia a Poção Polissuco, eu havia conseguido cabelos de Simon com ajudinha da capa de James. Vincent bebeu e se transformou em Simon, quando vocês passaram, eu estuporei Simon e Vincent foi acertado por um raio. Fiz o Salgueiro jogar Vincent para longe de nós, me escondi com o Simon estuporado. 

  "Por três dias fiquei escondendo Vincent na Ala Hospitalar, com poção polissuco do Simon que eu mantinha aqui desacordado, claro, eu já havia atacado o jogo durante esse tempo, mas consegui chegar na escola várias vezes. Passei dias em salinhas escondidas na escola. Quando Madame Pomfrey disse que tudo que podia fazer era esperar quando ele acordasse, eu voltei a trocar os Simon's, usei um feitiço que induzia a coma, e trouxe Vincent para cá, me disfarcei dele e segui conhecendo vocês cada vez mais. Foi interessante."

  Scorpius ouviu tudo horrorizado, estava tudo na frente deles e eles não percebiam. Ele tentou mexer as mãos, mas os pulsos doeram ao se apertar ao braço da cadeira. Parou ouvindo lá fora, estava tudo silêncioso, mas Rose não percebia. Ele quis sorrir, podia significar que seus amigos estavam bem, mas infelizmente podia significar que estavam muito mal. 

  -Como Madame Pomfrey não percebeu? -perguntou com a voz trêmula. Se ela também não lembrasse de por mais Amortencia no sangue de Albus, a coisa pudesse reverter. 

  -Acreditou que as poções dela haviam curado a queimadura do raio, oque realmente fez em Vincent, e como ele estava em um coma "natural", ela não poderia acorda-lo com um feitiço. Normas médicas, o feitiço de acordar só deve ser usado para acordar pessoas estuporadas ou petrificadas. Então ela nunca suspeitou que fosse tão simples como foi, assim como vocês. -ela pegou a varinha e olhou para Albus, se levantou e agitou a mão para uma porta que surgiu rasgando o papel de parede vermelho. 

  Scorpius teve dificuldade para ver oque estava acontecendo, dobrou o corpo para o lado e conseguiu ver a porta ranger até abrir, de lá saiu Vincent, mais magro que o normal, com a mesma cara de porco, mas seus olhos estavam vermelhos como os de Albus. 

  -Vincent. Esse é um amigo meu, Scorpius. -ela o apresentou com um sorriso e Vincent acenou como se realmente nunca houvesse o visto. -Chame Tessa, por favor. 

  Ele voltou pela porta e dessa vez Tessa quem saiu de lá, olhos vermelhos, cabelos desarrumados, com as vestes de Hogwarts ainda. Uma lágrima caiu pelo rosto de Scorpius, ela parecia ser a mesma, mas o olhava com o vazio brilhando nos seus olhos.

  -Scorpius Malfoy? O que faz aqui? -ela perguntou franzindo a testa confusa e Scorpius arregalou os olhos. -Rose, oque ele faz aqui? 

  -Nosso convidado, Tessa. Não se preocupe. -disse mais clara do que água. -Conseguimos capturar ele, vamos fazê-lo voltar a ser do bem. 

  -Bem? -perguntou impaciente, Rose estava influenciando Tessa e Vincent. -Como assim bem?! Tessa, você me conhece somos do time de quadribol. 

  -Você? Desde quando? -ela perguntou sorrindo desdenhosamente, assim como Rose. -Rose, está tudo bem lá fora? 

  -Alguns idiotas tentando entrar aqui, mas Rargan está cuidando deles. Se quiser volte para o seu quarto. 

  Tessa assentiu e voltou, ela parecia controlada, ou melhor, estava agindo como um robô, uma serva. Scorpius tentou mexer a cadeira, mas as correntes apertaram mais. 

  -O que pensa que está fazendo?! -gritou Scorpius. -Roubou a memória deles, para que?!

  -Estou ajudando Delphi, ela precisa dos Agouros! -respondeu Rose no mesmo tom.

  -Agouros?

  -Os seguidores dela, ela quer provar ao pai dela que dessa vez ela fará direito. Ou melhor, faremos. 

  A porta que estava coberta pela parede, a mesma pela qual Scorpius entrara, se escancarou rasgando papel de parede e fazendo vários tijolos velhos se quebrarem soltando uma poeira vermelha. Rose ficou em choque, alcançou alguma coisa na mesa e correu até Vincent, Scorpius a seguiu com o olhar e viu ela por a faca sob a garganta de Vincent, mas ele continuou parado, sem nenhuma reação. Pelo buraco da porta Simon, Susan, Kevin e Rick entraram, os quatro apontando a varinha para Rose. Um fio de sangue começava a fluir de onde ela pressionava a faca, Scorpius tentou se mexer de novo e não conseguiu, estava ficando já frustrado com isso. 

  -Fiquem longe. -ela avisou. O Saoen começou a sair da parede atrás dela. Ainda em seu formato de tigre, mal parecia ter lutado do lado de fora, claramente suas sombras não podiam ser machucadas. -Simon, que bom vê-lo acordado. 

  -Não digo o mesmo. -respondeu Simon, sua mão tremia um pouco. -Solte ele. 

  -Vão embora. 

  -Sem Scorpius, Albus, Tessa e Vincent, não vamos embora. -Rick disse, ele era oque estava mais próximo de Scorpius e se aproximava mais discretamente. -Estamos lhe dando a chance de ir embora, Rose, o ministério já enviou...

  -O Ministério? -ela riu. -Não tenho medo da minha mãe, Rick. Que venham, cinquenta, cem deles. Eles não conseguiram segurar nem Delphi atrás das grades, imagine eu. -Rose afastou a faca de Vincent, seus olhos marejaram e contemplou todos no quarto, parando os olhos em Albus por mais algum tempo e depois em Scorpius. -Acorde ele, Scorpius, não estarei aqui para presenciar sua decepção, mas será um começo. 

  -Vá embora. -Scorpius não queria chorar, mas era Albus. 

  -Nos encontraremos de novo, creio que todos nós. MACUSA me espera. Bem, todos nos reencontraremos, menos você. -o tempo pareceu de adiantar várias vezes na frente de Scorpius, ele não conseguiu pensar em nada, nem mesmo os outros que estavam livres de correntes. A faca foi fincada no peito de Vincent, o sangue manchou a camisa branca, ele pôs as mãos sobre o corte e caiu no chão de joelhos. O Saoen pulou sobre Rose a envolvendo de sombras e sumindo através da parede. 

  -X-

  Scorpius só se viu livre das correntes após muitos feitiços lançados nelas, umas que até marcaram as costas do seu pulso de tão quente que ficaram. Após libertarem Scorpius, Simon  levou Vincent com Rick para Hogwarts com as vassouras, e Susan ficou cuidando de Tessa com Kevin, e Scorpius seguiu para o lado da maca de Albus. Segurou seu rosto entre as mãos, o choro lhe subia a garganta, trêmulo ele pegou a varinha no bolso e sussurrou para ela. Os olhos de Albus se abriram lentamente, vermelhos como sangue. Scorpius deixou um soluço escapar, ele abraçou Albus e o outro demorou um pouco a corresponder.

  -Scorpius?  -ele chamou e o outro não o soltou, afinal, ele não havia esquecido por completo. -Ei, desde quando você cresceu? -Scorpius chorou mais e afundou o rosto no ombro de Albus. -Scorpius onde estamos? 

  Ele se afastou e sentou na beira da maca, fungou um pouco e ficou encarando as mãos, ver os olhos de Albus o faria chorar mais. 

  -É muita coisa para explicar, Albus. -sua voz travou várias vezes, ele respirou fundo e continuou. -... Em que ano estamos? 

  -Dois mil e... dezoito? Sério, oque foi? -Scorpius escondeu o rosto nas mãos e chorou. -Scorpius!

  -Estamos em dois mil e vinte, Albus. Dois mil e vinte. -ele o olhou, não conseguia ver o Albus antigo, nem o da manhã, o de agora parecia uma combinação terrível de sonho e pesadelo. 

  -...Não...

  -Te explicamos quando formos para o castelo, ok? -ele arrancou agulha do braço nem sem delicadezas, automaticamente ia puxa-lo pela mão, mas então lembrou, aquele não era o seu Albus. E se ele nunca voltasse a ser o de antes, e se Rose tivesse o envenenado para sempre? 

  Eles seguiram para o castelo, com Albus olhando confuso para si mesmo, Scorpius seguiu em frente sem olha-lo, doía mais a cada segundo. Seria difícil explicar oque acontecera com Albus, como ele havia esquecido de tudo desses dois anos, sua preocupação maior era se comentassem com ele sobre o relacionamento deles, que a essa hora estava perdido. Seus olhos encheram de lágrimas, pois não era apenas uma briga, que poderiam resolver como sempre. Scorpius teria que achar um jeito de faze-lo lembrar, ou fazer tudo de novo. 


Notas Finais


Lembrando que Albus e Scorpius entram em Hogwarts esse ano... lembrem dessa história em 2020.

Relaxem, vai ter 2° temporada e... acho que eu devia dá Spoiler... um pouquinho?

Não, melhor nao.
!


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