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História Pokémon Adventures 1: Unova - Interativa - Especial 1: A Garota e O Professor


Escrita por: HarleenJax

Notas do Autor


Olá! Bem, venho até vocês nesta madrugada com este especial para vocês, como todas as sugestões pareciam muito boas, eu resolvi escolher duas delas, por isso este especial irá contar um fato curioso que aconteceu exatamente dois anos antes do início da fanfic, então, não esperem que as coisas sejam exatamente iguais ao que são atualmente. Sem mais delongas, espero que gostem!

Capítulo 11 - Especial 1: A Garota e O Professor


"- Eu gostaria que cuidasse dela para mim, Professor. - O garoto disse, após tomar a difícil decisão.

- E para qual lugar você gostaria que eu a levasse? - Perguntou o homem, encarando o menino. Ele se sentia muito mal separando uma família daquela forma, mas sabia tanto quanto o garoto que era preciso.

- Para qualquer lugar em que ele não possa encontrá-la, não importa onde seja. Eu... Apenas quero que ela fique segura. - Sua postura falhou e o garoto começou a derramar lágrimas, fazer aquilo era difícil demais para que ele pudesse aguentar.

O Professor abraçou o garoto e os dois ficaram ali, de pé, encarando a situação difícil com a qual teriam de lidar durante muito tempo, até que o menino não tivesse mais lágrimas para chorar."

[Semanas Depois]

O Professor Cherey apenas ficou parado na proa do barco olhando o casco do gigante navio cortar a água, aumentando também a distância entre a garota e seu irmão. Ele não queria fazer isso, não queria mesmo, mas qual outra escolha ele tinha? Se ela ficasse, ele iria atrás dela e a mataria, com certeza. "É melhor assim, ela tem de compreender", o Professor tentou se enganar, mas sabia que estava sendo muito pior para a garota. A final de contas, ele estava separando uma garotinha de doze anos da única família que ela tinha. O Professor Cherey olhou para o lado, vendo sua assistente Saden sentada em um banco de metal grudado ao chão de madeira do barco ao lado da garota, ajudando-a a limpar as lágrimas usando um lenço de pano. Ele decidiu ir até ela, tentar ajudá-la a compreender o que estava acontecendo. Ele foi até onde as duas estavam e se ajoelhou, apoiando as mãos no banco e ficando da mesma altura que ela.

- Escute, Atha, eu sei que está sendo muito difícil para você, mas acredite em mim, é melhor assim. - Ele estava não tinha nenhuma experiência com crianças, mas dizer aquilo podia a fazer se sentir melhor de alguma forma - Se você ficasse, seu pai iria... - Ele foi interrompido.

- Que pai?! Isto é o que eu venho perguntando há horas! Meu irmão sempre me disse que meu pai estava morto, mas agora ele se levantou do túmulo e quer me matar?! - Atha começou a chorar mais - É que... Tudo está tão confuso... Eu só queria que isso acabasse.

- Eu sei que tudo está muito confuso, também sei que você não queria ir para longe de Unova, mas acredite em mim, a pessoa que vai cuidar de você agora, o Professor da região de Alola, é um cara bacana, você vai gostar dele. Alola é uma região muito interessante, também estou certo de que irá gostar das pessoas de lá. - O Professor disse.

- Mas eu não quero ir para Alola... - Ela disse, tentando se livrar do homem.

- Será apenas por algum tempo, Atha. Somente até as coisas se acalmarem. Até que eu e o seu irmão possamos acabar de vez com a Team Raven. Quando tudo isso acabar, eu prometo que eu e seu irmão iremos para Alola, para te buscar. - O Professor disse por fim, se afastando.

O Professor Cherey andou alguns metros em direção à parte traseira do barco e pôs a mão sobre a maçaneta de uma porta de metal enferrujado, que fez um rangido metálico agonizante ao ser forçada para frente. Finalmente o Professor conseguiu entrar no local. Não era uma das sete maravilhas do mundo, mas provávelmente iria servir como abrigo para ele até o final da viajem de barco. O espaço interior era um restaurante desorganizado, provávelmente porque ninguém usava aquele barco haviam séculos. Depois ele teria de agradecer Myata por emprestá-lo a eles. A madeira do chão rangia a cada vez que ele pisava sobre, então ele teve de tomar cuidado com os pontos mais frágeis. Haviam várias mesas em formato de retângulo e cadeiras, além de algumas estantes com comida enlatada estragada. Myata havia deixado uma grande caixa com sanduíches e Soda Pop para eles caso ficassem com sede em cima da mesa do centro, Cherey foi até a caixa e puxou um Soda Pop. Em seguida, ele foi até a parede, onde estava instalado um grande e velho Poké Gear Comunicador, ele queria falar com alguém, então decidiu concertar. Ele tirou uma das pokébolas do cinto e a jogou para cima, seu Tynamo saiu de dentro da mesma. Os dois abriram o painel empoeirado, tendo um vislumbre do terror que era o emaranhado de fios e placas que sustentavam o comunicador. Como aquilo era antiquado. Ele usou uma faca que encontrou na cozinha para cortas alguns fios e reconectá-los com outros, além de soldar algumas placas umas nas outras com a ajuda do calor da eletricidade de Tynamo, para que conseguissem se adequar ao modo de comunicação atual. Não era o seu melhor trabalho, mas iria servir. Tynamo entrou dentro do painel e começou a gerar eletricidade, a tela do Poké Gear antigo se acendeu, mostrando um comando de "Disque o Número". Ele conectou o seu Poké Gear comum e discou os números na tela, poucos momentos depois, o rosto do Professor Mahoe apareceu na tela, tinha pele bronzeada e barba loira por fazer, junto a seus curtos cabelos, escondidos por um chapéu de tecido marrom e bordas longas, um tipo de vestimenta incomum, considerando que ele vivia em uma região tropical.

- Alola, Cherey. Então, ela já aceitou melhor? - Perguntou Mahoe.

- Não. Arceus, crianças são muito complicadas. - O Professor afirmou, bebendo um gole de Soda Pop.

- Bem, é assim que funciona, o Siege é a única referência familiar que ela tem, então é natural que ela apenas ouça a ele, precisa ter um pouco de paciência quanto a isso. Além do mais, eu estou preparando uma surpresa para ela. Por que mesmo vocês decidiram vir para Alola de barco? Seria muito mais rápido se viessem de avião, por Unova não ser tão longe assim de Alola, seriam sete horas de vôo, eu suponho que sejam umas quinze ou vinte horas de barco. - Mahoe perguntou, curioso.

- Nós não queremos correr o risco de sermos atacados de surpresa pela Team Raven, se fôssemos de avião, eles poderiam facilmente nos detectar, e já que Myata tinha um barco velho sem registro, achamos melhor usá-lo, já que ninguém poderia prever sua rota. - Cherey se explicou - Bem, de qualquer forma, acho melhor mudar de assunto.

- Deixe-me ver... Como vai sua pesquisa? - perguntou o Professor Mahoe.

- Começamos nossas buscas por pessoas que possam usar o Battle Connection, mas mesmo assim só encontramos duas pessoas, ambas de Unova: O irmão da garota, Siege, e minha assistente, Saden. Além disso, o garoto nos disse que uma amiga dele que trabalha na Polícia Internacional pode usar o Battle Connection também, mas já que ainda não a encontramos, não podemos dizer com cem por cento de certeza que ela também é uma dos usuários. Bem, não acho que eu possa esperar muitos resultados, já que começamos nossas pesquisas há apenas dois meses. - Cherey terminou seu relatório.

- Isso mesmo, é como eles dizem, devagar e sempre. - Ele o incentivou de forma animada, como se sua auto estima fluísse através da tela empoeirada.

Um grande tremor atingiu todo o navio, assustando os dois Professores, que se olharam sérios. Se a causa do tremor fosse realmente o que eles pensavam que fosse, aquilo não teria nenhuma chance de acabar bem. Cherey ouviu um grito vindo do lado de fora do barco, seguido pelo som reverberante de algo atingindo a parede que separava o restaurante velho do lado de fora. Mahoe o olhou de forma séria.

- Você quer que eu vá até aí? Eu só preciso ir até o meu segundo laboratório, vou demorar algumas horas, vocês apenas terão de segurá-los por... - Mahoe disse, mas foi interrompido.

O Professor Cherey abaixou o olhar, aquele homem estava ali para tirar dele a sua protegida. Nem aqui nem no inferno. Antes que Mahoe pudesse terminar de falar, o Professor deu um sinal a Tynamo para cortar o fornecimento de energia do antigo Poké Gear. Aquela seria uma luta dele, não queria botar a vida de mais ninguém em perigo. Ele colocou seu Pokémon de volta em sua pokébola e a trocou por outra, se pondo de frente à porta, exitando por um momento. "Não há tempo para isso" Ele pensou, enquanto empurrava a porta com toda a sua força. O lado de fora estava um caos, sua assistente Saden abraçava a garota, cinco membros da Team Raven estavam inconscientes aos pés das duas. Do outro lado, haviam mais sete membros da Team Raven, apenas esperando para atacar. O Professor lançou suas duas pokébolas no ar, pondo no campo de batalha seu Gallade e sua Gardevoir. Um homem surgiu dentre os membros da Team Raven, ele tinha cabelos azuis escuros e dois olhos cor de sangue, uma boa descrição para a única coisa a qual ele queria ver. Ele usava uma capa branca que cobria a maior parte de suas vestimentas, deixando apenas seus sapatos formais à mostra, junto aos seus braços, cobertos por uma longa manga preta, ele usava uma pulseira dourada grossa no pulso esquerdo, no centro da mesma, estava encravada uma pedra colorida com tons de arco-íris. Aquele seria seu oponente.

- Saden, tire a garota daqui. - O Professor disse, em um tom sério.

- De jeito nenhum, Professor! Eu não vou te deixar aqui com esse... Esse lunático! - Saden exclamou.

- Eu mandei tirar ela daqui. - Ele reforçou, desta vez com um tom ameaçador - Por acaso iria importar ele ser lunático ou não se vocês duas morressem? - Ele fez uma pergunta retórica.

- Fique bem. - Saden disse, após alguns momentos pensando.

Sua ajudante e Atha correram pela fileira formada entre o metal enferrujado da casca do barco e as paredes, desaparecendo em uma passagem estreita entre escombros de mesas e material antigo. Ele suspirou, ao menos as duas estariam bem. O Professor se virou para o homem, seu oponente.

- Olá, Cherey. É sempre um prazer encontrar você, ainda mais quando você especialmente veio ver o funeral da garota. - O homem disse.

- Cale a boca, Marshal. Você ainda acha que irá conseguir a garota, mesmo estando apenas com o lixo que restou da sua organização? Só por cima do meu cadáver. - O Professor exclamou, se preparando para a luta.

- A Campeã da região não está mais entre nós, não há mais nada que entre em meu caminho. Pois bem, se é por cima de você que terei de passar, assim será feito. Ataquem. - O homem ordenou a seus subordinados.

Os sete homens vestidos com o uniforme da Team Raven avançaram contra ele e seus Pokémon, o Professor rapidamente deu a ordem:

- Gardevoir, tire eles do caminho.

Os olhos de Gardevoir começaram a brilhar e todos os seis que estavam a caminho do Professor foram envolvidos por uma aura esbranquiçada, sendo lançados em direção ao mar logo em seguida. O último que conseguiu passar por Gardevoir foi nocauteado com um soco no rosto do Professor, caindo no chão. Ele sentia que era agora que aquilo começaria. O homem puxou uma pokébola de dentro da capa e a lançou, um grande Swampert se pôs em batalha. Um grande brilho começou a emanar da pedra cravada na pulseira do homem, assim como da pedra que estava presa ao peito de Swampert por um colete, um grande feixe de pura energia se estendeu da pedra do homem até Swampert, e sua forma começou a mudar. Seu físico ficou várias vezes mais robusto, e sua enorme altura apenas aumentou, alcançando os dois metros, se não mais. O Mega Swampert emitiu um rugido, mostrando estar pronto para a batalha. O Professor retirou o grande colar que usava de dentro da camisa e o levantou, mostrando seus dois Mega Rings, as Mega Pedras ligadas a Gallade e Gardevoir começaram a reagir ao gesto do Professor, uma grande linha se estendeu do peito do Professor e se dividiu em duas, se ligando a Gallade e Gardevoir. Sua grande transformação se completou, Mega Evoluindo seus dois Pokémon. O Professor se ajoelhou no chão por um momento, com a respiração ofegante. Poucas pessoas podiam Mega Evoluir dois Pokémon ao mesmo tempo, e mesmo assim, aquilo sugava energia demais.

- Swampert, Hydro Cannon! - O homem ordenou.

Em frente a Swampert um grande acúmulo de água se formou, se concentrando em uma pequena esfera entre suas duas mãos. Em seguida, a pequena esfera se expandiu imensamente, liberando toda a água concentrada em um canhão, indo em uma velocidade extrema e devastadora em direção aos dois Pokémon. O Professor começou a revidar:

- Gardevoir, Protect! Gallade, Focus Blast!

O Hydro Cannon, pouco antes de atingir os dois Pokémon, foi contido por um grande campo de força formado com a energia de Gardevoir, que com dificuldade conseguiu conter a enorme força do ataque de Swampert. Gallade saltou por cima do campo de força de Gardevoir e juntou as mãos, concentrando toda a sua energia e formando uma esfera brilhante, que aos poucos foi crescendo até atingir metade do tamanho do gigante Swampert. Gallade liberou a esfera, a lançando em direção a Swampert, que por falta de espaço e por conta de seu enorme tamanho, não conseguiu desviar, sendo atingido em cheio pelo forte ataque de Gallade e recuando para trás. O homem sorriu, logo em seguida dando sua ordem:

- Swampert, Mirror Coat.

Com um gesto de Swampert, uma superfície brilhante se formou em frente a si mesmo, a superfície mostrava a esfera do Focus Blast de Gallade, de repente a superfície se expandiu e a mesma esfera do ataque lançado contra Swampert saiu de lá, desta vez tendo o dobro do tamanho de Gallade. Ela foi lançada pelo grande Pokémon em direção a Gallade, que não teve tempo de reagir e foi atingido com tudo, caindo no chão, desmaiado. O Professor lamentou a perda de seu Pokémon silenciosamente e o pôs de volta em sua pokébola. Agora restava apenas Gardevoir.

- Gardevoir, Magical Leaf! - O Professor brandiu.

- Contra ataque com Muddy Water! - O homem disse.

De baixo do grande e pomposo vestido branco de Gardevoir brotaram grandes e afiadas folhas, que foram erguidas com energia psíquica até a altura de sua cabeça, em seguida a horda de folhas se lançou em direção a Swampert, que inflou o peito por um momento e cuspiu uma grande quantidade de água marrom e lamaçenta, que confrontou as folhas, que ficaram sujas e pesadas, caindo no chão e perdendo o confronto. A água foi em direção a Gardevoir e a atingiu, a sujando considerávelmente e espalhando água lamacenta por todo o chão do velho barco.

- Dazzling Gleam! - O Professor exclamou, ele sabia que aquela batalha estava sendo exaustiva para sua Pokémon, mas ele não tinha nenhuma outra opção a não ser continuar.

Gardevoir começou a emanar um brilho ofuscante, obrigando os dois treinadores a tampar os olhos, o brilho aos poucos se transformou em várias lanças pontudas e rosadas, que Gardevoir lançou contra Swampert, que por estar momentaneamente cego pelo brilho, não pôde fazer nada e foi acertado em cheio pelas lanças, sendo forçado a recuar. O homem, vendo onde esta batalha ia acabar, resolveu dar seu golpe final:

- Swampert, Hammer Arm, acabe com isso agora! - Ele disse.

O grande e musculoso braço direito do Mega Swampert emitiu um brilho alaranjado e ele investiu contra Gardevoir, tentando acertá-la usando seu poderoso golpe, Gardevoir desviou do ataque do Pokémon adversário e recuou, assim como fez com as três tentativas seguintes, ela estava ficando muito cansada, se aquilo se prolongasse, Cherey seria o perdedor. Swampert tentou acertá-la novamente, Gardevoir desviou-se para o lado e olhou para trás, ela estava a centímetros do Professor, se ele usasse mais um golpe, seria o fim dos dois. Ela se virou para trás e usou seu forte poder psíquico para fazer o Professor flutuar alguns metros para trás, mas quando pôde olhar para a frente de novo, o grande braço de Swampert estava sobre ela, aquela era a conclusão da batalha. O braço desceu com a enorme força do Hammer Arm em cima de Gardevoir, mas quando estava prestes a acertá-la, o Professor se jogou sobre ela com força, fazendo ambos rolarem no chão em direção à borda do barco. O Professor tentou se levantar, mas foi quando percebeu: Sua perna ficou presa em um buraco no convés. Gardevoir não tinha condições de defendê-lo, Gallade estava desmaiado e Tynamo não havia sido treinado para batalhar, assim como Swampert avançava lentamente em direção a eles. Era o fim. O homem andou calmamente até se pôr de pé ao lado de Cherey, observando o gigante Pokémon se aproximar.

- Sabe Cherey, eu realmente tentei, tentei mesmo. Eu te convidei para nos ajudar, mas você negou, disse que não trabalharia para alguém como eu nem que isso significasse sua morte. Você privou a si mesmo do novo mundo. Agora, é tarde demais para você, e sua hora chegou, a garota nunca conseguirá fugir de mim e sua querida Unova nunca mais o verá. - O homem disse.

O Professor negou com a cabeça. Não acreditaria que aquilo estava acontecendo, não depois de tanto esforço pela parte deles para poder manter a garota a salvo. Ele tentou mais uma vez retirar sua perna de dentro do buraco, mas realmente não conseguia, ele sentia que se forçasse mais, acabaria fazendo um estrago grande em si mesmo. Quando o Mega Swampert se pôs a centímetros de Gardevoir e dele, Cherey se lembrou de uma conversa curiosa que teve com Siege antes de o barco partir.

"- Proteja ela, Professor.

- Protegê-la de o quê exatamente, Siege?

- Dela mesma. Foi um erro eu ter dado um Pokémon a ela, agora o fenômeno começou a acontecer, e a conexão não pode mais ser rompida. Adeus, Professor, tenham uma boa viagem."

As palavras ecoaram na cabeça de Cherey quando viu algo se lançar contra Swampert em extrema velocidade, um estrondo foi ouvido, indicando que algo havia sido quebrado, e neste mesmo momento, o Mega Swampert caiu desmaiado no chão, derrotado por apenas um golpe. Atrás dele estava Atha, seu corpo inteiro emitia um brilho verde, assim como... Siege. Um Sewaddle subiu pelas costas da garota e se aninhou em seu ombro, esfregando seu rosto no dela em sinal de carinho, compartilhando o mesmo brilho com a garota. Atha e seu Pokémon podiam fazer o Battle Connection. O homem que antes ameaçava Cherey recuou um passo, estando indefeso contra a menina, fúria era emanava dos olhos de Atha. Ela foi até ele e o segurou pelo pescoço, o levantando no ar, seu brilho se tornando mais forte.

- Você... Você é o meu pai, não é? - Atha perguntou.

- C-claro que não! Me solte sua peste! - O homem gritou, tentando desesperadamente se soltar dela.

- Não, é claro que não é. Você é apenas o demônio que me separou da minha única família, seu... Seu desgraçado! - A menina de doze anos brandiu, claramente raivosa.

O homem se debatia sem poder fazer nada perante a grande força da garota, seu rosto começava a tomar uma tonalidade mais roxa, ele estava começando a sufocar de verdade. O Professor não sabia o que havia dado nele, mas ele não queria que Marshal morresse. O Professor puxou sua perna com a maior quantidade de força que conseguia, tentando se soltar e livrando alguns centímetros do membro, teria que servir. Ele se jogou no chão, esticando-se com todas as energias que tinha, até que seu braço estendido pudesse finalmente alcançar o tornozelo da garota, Cherey puxou a perna de Atha e a mesma escorregou, derrubando o homem no chão e sendo arrancada de seu centro de gravidade, sendo puxada pelo Professor.

- O que você está... Fazendo? - Atha disse, tentando se livrar dele, mas algo de estranho parecia estar acontecendo, ela parecia enfraquecer de alguma forma.

O homem, agora solto no chão, se arrastou até a parede, tossindo e tentando forçar o ar rarefeito da região pela qual passavam a entrar em seus pulmões, alguns segundos a mais e ele estaria morto pela própria filha. Atha encarou-o com desgosto, ela havia presenciado o combate pelo destino de Unova, sabia das coisas que aquele homem havia feito, sabia quem ele havia assassinado. Ela tentou se levantar, mas assim que o fez, ambos os olhos dela e de seu Pokémon se fecharam automaticamente e ela voltou ao chão, o brilho que envolvia Sewaddle e ela se esvanecendo aos poucos. Parece que havia usado força demais para sua primeira vez. Marshal retirou sua pokébola do cinto e colocou seu Swampert, agora de volta ao normal, de volta dentro de sua bola. Ele se levantou e passou pelos dois, parecendo ter de alguma forma perdido o interesse na garota. Ele retirou de dentro de um bolso uma pequena cápsula preta de metal em formato de pílula, com a sigla "T.C" escrita em grandes letras brancas no meio. Marshal então disse:

- Cherey, quando puxou o tornozelo da garota, você selou o destino desta batalha. Você me fez te dever um favor, e eu sempre pago meus favores. Pode ficar com a garota por enquanto, não sei onde estão indo e não tenho o menor interesse. Adeus, e que nossa dívida seja paga com isso.

- Seu... Ela não é uma garota, ela é a sua filha! - Cherey insistiu, mesmo estando acabado.

- Não é, eu tenho apenas um filho, que está morto. Não espero que entenda nada disso, Cherey. Adeus. - Por fim, Marshal disse.

Ele lançou a cápsula no chão e uma névoa espessa começou a se formar, a substância no ar com certeza não era apenas ar, havia mais algo, ele podia sentir a diferença. Antes que pudesse adivinhar o que aquilo fosse, a utilidade da substância já a denunciou, pondo o Professor em estado dormente, o fazendo adormecer ali no chão.

[Algumas Horas Depois]

O Professor observava a menina Atha de um ponto do convés onde ele supunha que ela não poderia o ver, desde que a garota havia manifestado o Battle Connection, ele não conseguia tirar os olhos da mesma, era quase hipnotizante. Cherey deu um pulo de susto quando uma mão gelada descansou sobre seu ombro, ele se virou e viu Saden. Seus longos cabelos platinados recaindo sobre as costas, seu rosto pálido e delicado, junto a seus olhos azuis. Sua ajudante deu um sorriso travesso e se apoiou na parede para poder ficar da mesma altura que ele, a pesar de os dois não terem mais que quatro anos de diferença, Saden tinha uma estatura abaixo do normal.

- Então Cherryzinho, impressionado com o que ela fez, aposto. - Saden começou.

- Bem, talvez. O poder da Battle Connection só pode ser acessado se ambos o Pokémon e o Treinador tenham uma grande conexão e tenham força o bastante para acessar este novo campo de poder, o que é um fenômeno bem específico, além da descendência da pessoa, teoricamente, ter de ser da região de Unova. - Cherey disse, pensando.

- Por que está repetindo tudo isso para mim? Eu sou sua assistente, sei de tudo sobre sua pesquisa e um pouco mais. - Saden o questionou, curiosa.

- Estou dizendo... Não é suspeito que tudo isso bata perfeitamente, além do mais, como Siege poderia prever que o Sewaddle que ele daria a ela teria este poder escondido? A chance de encontrar um Pokémon com este poder aleatóriamente seria... - Cherey dizia, mas foi interrompido por Saden.

- Porque o Sewaddle dela é da mesma ninhada que a Leavanny dele. - Ela afirmou, observando Atha.

- Como? - Ele questionou.

- Eu ouvi boatos de uma amiga minha, ela estava lá quando aquilo aconteceu. - Saden afirmou, ainda se esforçando para ficar na mesma altura que ele.

- Bem, então isso muda muita coisa. Assim que voltarmos para casa, Saden, quero que entre naquela loja de ovos e compre todos, iremos começar uma nova fase da pesquisa: A influência da energia da Battle Connection em Pokémon ainda não nascidos. Após isso... - Cherey começou, mas foi interrompido por si mesmo quando olhou para Atha.

Atha estava apoiada na ponta dos pés, se segurando à grade da borda do velho barco e se inclinando para a frente, para poder ver mais. Sua face expressava extrema felicidade, seus olhos maravilhados brilhavam como estrelas, o que quer que ela estivesse a ver, provávelmente mudara sua opinião sobre Alola. Os dois saíram de seu ponto escondido do convés e se juntaram à garota, para poderem ver do que se tratava. Eles estavam chegando em Alola, mais específicamente, em Melemele Island, na praia logo à frente, onde a areia brilhava com o sol quente, estava o Professor Mahoe, que acenava alegremente para eles. Ao seu lado estava o ponto de interesse da garota, haviam vários Pokémon da região de Alola, de um Grubbin a um Alolan Exeggutor, nenhum faltava, Mahoe havia reunido todos ali. O Professor agradeceu mentalmente a Mahoe, aquilo havia salvo sua viagem. Cherey olhou com um sorriso largo para Atha, que ainda admirava os vários Pokémon, a garota tinha algumas semelhanças com Siege, mas a maior parte era da mãe... Bem, não importava com quem ela se parecesse, parecia que a região de Alola se tornaria um lar para ela mais facilmente agora.


Notas Finais


E isso finaliza o nosso primeiro especial, a cada dez capítulos da fanfic eu irei lançar um, então não se preocupe, pois ainda há vários outros mistérios para serem resolvidos, peças encaixadas e personagens desvendados. Bem, eu posso apenas dizer que o próximo capítulo será bastante... Molhado. Bem, espero que tenham gostado, comentem o que acharam por favor, pois isso ajuda muito na hora de escrever. Adeus!


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