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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O ataque dos Rockets


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Voltei com mais um capitulo pessoal.
Esse é ultimo capitulo que se passara na cidade de Cerulean, então aproveitem.
Ficou bem compridinho esse cap, o maior até agora.
Boa leitura, espero que gostem.

Capítulo 16 - O ataque dos Rockets


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O ataque dos Rockets

< Por Blue >

Meu corpo tremia muito, não sabia se de ansiedade ou medo. Green havia me contado tudo sobre o encontro dele com essas pessoas no Monte Lua, mas não esperava encontrá-los assim, ainda mais atrás de uma vingança. O Carvalho iria precisar da minha ajuda.

Ao lado de Alex havia um gato que devia ter cerca de um metro de altura, era magro e de cor clara. O tamanho dele não era tão intimidador assim, mas seus olhos eram vermelhos e olhavam para nós com sede de sangue, seu rabo balançando de um lado para o outro, parecia estar prestes a pular em nós. Já do lado de Amy havia uma cobra naja roxa, que era enorme, em pé ficava duas vezes maior que sua treinadora. Peguei minha Pokédex e apontei para os Pokémons.

“Persian, o Pokémon Gato. É a forma evoluída do Meowth quando este atinge o nível. 28. Ele tem um temperamento vicioso. Cuidado se ele levanta a cauda, pois é um sinal de que ele está prestes a atacar e morder. Embora seu pêlo tenha muitos admiradores, é difícil criá-lo como um animal de estimação por causa de sua mesquinhez.”

“Arbok, o Pokémon Cobra. É a forma evoluída do Ekans quando este atinge o nível. 22. As marcas no pescoço de Arbok podem ser diferentes de região para região. Elas indicam o quão venenoso este Pokémon é. Ele também pode sufocar suas vítimas enrolando-se em torno delas."

— Vocês... – Amy começou a falar com desprezo. – O tempo todo brincando de mestres Pokémon, andando por aí com essas suas tecnologias baratas e com seus sonhos idiotas na cabeça, isso me irrita profundamente. Não estamos aqui para brincar. Arbok use o Agarrar.

A imensa cobra roxa saltou em direção a Green e eu. Fiquei paralisada olhando ela se aproximar, Green foi o único que pensou rápido, pegou qualquer uma de suas Pokébolas e a atirou, mas era tarde demais, Arbok se enrolou na gente com seu imenso corpo e começou a nos apertar cada vez mais, era incrível a sua força.

Comecei a me debater tentando me soltar daquele “abraço” mortal que Arbok estava nos dando, Green que estava com o corpo espremido contra o meu, tentava fazer o mesmo.

— Eu não me mexeria muito se eu fosse vocês... – Amy falou, chamando nossa atenção. – Quanto mais vocês se mexem, mais o corpo de Arbok desliza e mais apertado vai ficar. Se continuarem desse jeito não vai demorar muito para vocês começarem a ouvir seus próprios ossos quebrando, um por um, assim fica mais fácil para ela digerir vocês, sabe? Ela não almoçou ainda.

A cobra abriu a boca e se aproximou da minha cabeça, seu hálito era horrível, seus dentes afiados estavam apontados para mim, a saliva dela escorria e caia na minha roupa.

— Ainda não Arbok, vamos torturá-los um pouco antes – Amy sorria. A cobra recuou obedecendo a sua dona, mas apertou ainda mais a gente. Eu já não sabia o que era meu corpo e o que era o de Green, ambos estávamos lutando para respirar.

— E o que temos aqui? – Alex falou olhando para o chão.

Só então eu notei que o Pokémon que o Green havia chamado para fora era o Nidoran.

— Persian, sabe o que fazer – Alex falou.

— NIDORAN FUJA! – Green gritou, mas o pequeno roedor se recusou a seguir a ordem de seu treinador. – ELES SÃO MUITO FORTES NIDORAN! – Green continuou a gritar. – Queria ter chamado o Charmeleon, achei que ele poderia ter uma chance melhor de vencer ...– ele falou para mim.

O gato se lançou sobre Nidoran o acertando com um poderoso Arranhão, o pequeno roedor tentou revidar com Agulha Venenosa, mas Persian era muito ágil e desviava facilmente dos ataques.

— Mordida – Persian abocanhou Nidoran e o lançou contra o chão com toda a força. – Ataque de Fúria – Alex dava as ordens com a voz mórbida e o gato o obedecia imediatamente. Começou a arranhar Nidoran sem parar, até que ele não conseguisse mais se manter em pé. Era visível a diferença de nível, Persian era muito mais rápido e muito mais forte.

Green tentava gritar ordens, mas parecia estar sufocando com o aperto de Arbok, tudo o que ele podia fazer era assistir seu Pokémon ser feito de saco de pancada.

— Agora, mate-o – Alex ordenou. Persian parecia feroz, como se fosse devorar o pobre Nidoran. Ele saltou com suas garras afiadas em direção ao pequeno roedor, que estava agora encolhido no chão. Green olhava a cena estático, tentando buscar forças para gritar alguma ordem, eu já sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Nidoran começou a gritar, não sabia se era de medo, ou se estava tentando dizer algo a alguém, mas Persian estava se aproximando dele. Foi quando eu comecei a sentir algo tremer no bolso da minha saia, um feixe de luz vermelho saiu do meio do corpo enrolado de Arbok e materializou bem entre Persian e Nidoran, o gato foi atingido com um poderoso Ataque de Chifre totalmente de surpresa.

< Por Green >

Achei que eu fosse ver meu Nidoran♂ ser morto na minha frente, mas a Nidoran♀ da Blue saiu de sua Pokébola e acertou Persian com seu chifre. O gato rolou pela grama, mas logo se pôs de pé novamente.

NHAM NHAM – gritava a pequena roedora como se estivesse dizendo aos bandidos que ficassem longe. Ela estava na frente do meu Nidoran♂ que jazia desacordado no chão.

— Ora, vejam só se não é aquela Nidoran♀ que nós encontramos ao sair do Monte Lua? – Amy começou a falar e olhou bem para a roedora. – É ela sim, as cicatrizes dela são as mesmas dos machucados que eu lhe fiz.

Eu não sabia do que ela estava falando.

— Você? – Blue perguntou. Sua voz saiu com um misto de choque e aversão. – Você fez aquilo com a Nidoran?

— Claro – Amy falou como se fosse à coisa mais normal do mundo. – Depois que saímos do Monte Lua com as Pedras da Lua, acabamos encontrando essa coisinha no meio do caminho. E adivinha? Ela evolui para o estágio final com a Pedra da Lua, assim é muito mais fácil de treinar. Tentei capturá-la, mas ela se recusava a ficar na Pokébola, mesmo depois de estar fraca demais para lutar. Então, eu decidi que se ela não queria servir a mim, ela não merecia mais viver. Comecei a atacar para matar, mas essa vermezinha conseguiu fugir. Achei que ela iria acabar morrendo por aí, pois estava muito machucada, mas você parece que a encontrou não é mesmo?

Eu sentia a Blue tremer ao meu lado, ela parecia estar chorando de raiva.

— Por quê? Por que você fez aquilo com ela? – Blue perguntou, encarando Amy.

— Ora, não é óbvio? Os Pokémons estão no mundo somente para servir aos humanos, se eles são fracos para isso ou se recusam a fazê-lo não merecem viver.

— CALA A BOCA! – Blue gritou. – VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE OS POKÉMONS – eu nunca tinha visto ela com tanta raiva em toda minha vida.

— Sei o suficiente para saber que essa discussão está se estendendo de mais. Meu irmão e eu não temos tempo a perder aqui. Alex mate o macho, deixe a fêmea viva, apenas a desmaie. Vamos levá-la conosco, estou muito estressada depois de perdermos de vista aquele Pokémon que destruiu a casa daqueles velhos gagás. Preciso de algo para torturar.

Irmãos? Eles eram irmãos?

— Então foram vocês que roubaram a casa daquele casal de idosos – afirmei.

— Não era nossa intenção perder tempo com aquela casa velha, mas o Pokémon que estávamos perseguindo acabou atravessando a casa e sumiu de vista. Então aproveitamos para levar algumas coisas de valor – Alex me respondeu. – Chega de conversa, Persian, acabe com essa coisinha desprezível – ele ordenou que Persian atacasse a Nidoran de Blue.

Cada golpe que o gato deferia na pequena roedora fazia com que Blue desse um suspiro pesado de horror. Ela estava chorando ao ver sua Pokémon ser espancada sem dó nem piedade, Nidoran♀ caiu ao lado do meu Nidoran♂ que ainda estava desacordado. Ela se arrastou até ele, e encostou sua cabeça em seu corpo, como de estivesse dizendo “a deus”.

Alex deu sua última ordem para que Persian matasse o macho e desacordasse a fêmea. Parecia que era o fim, eu fechei meus olhos, não conseguia ver aquela cena, Blue não conseguia dar ordem a sua Nidoran, ela estava totalmente sem chão. Parecia ser o fim.

— AGULHA VENENOSA AGORA! – eu ouvi uma voz conhecida gritar, mas por causa de Arbok eu não conseguia me virar para ver quem era.

Um Beedrill surgiu voando a toda velocidade e acertou Persian com seu ferrão bem no estômago. O gato foi jogado e caiu sobre um dos ramos de arbustos que cercavam toda a rota. Um garoto usando um chapéu de palha apareceu no meu campo de visão correndo e se pôs entre os bandidos e os Nidorans, Beedrill voava ao seu lado.

— DEIXEM OS MEUS AMIGOS EM PAZ – gritou Ingro.

— Vocês crianças são como vermes que surgem de todos os lugares. Chega dessa palhaçada, chega de ser boazinha. Arbok mate-os ago... – mas ela foi interrompida por outro grito.

— ALEX, AMY, TEMOS QUE SAIR DAQUI! OS TIRAS ESTÃO VINDO, ESTÃO DE MOTO E SÃO MUITOS! – um rapaz que vestia o mesmo uniforme que eles, mas de cor branca, apareceu. Estava ofegante.

— Droga – bradou Amy. – Se ao menos estivéssemos com mais membros aqui poderíamos acabar com eles facilmente. Ok, vamos voltar para Saffron e vemos o que fazemos a seguir. Arbok volte – ela estendeu a mão com a Pokébola chamando a imensa cobra de volta que desapareceu em um raio vermelho.

Eu caí de joelhos no chão junto com a Blue, tentávamos respirar o máximo que podíamos. Percebi que Blue estava segurando seu braço esquerdo com uma das mãos, seu braço estava com uma marca roxa um pouco acima do cotovelo.

— Isso não acaba aqui, vocês tiveram sorte. Nossos caminhos vão se cruzar novamente e quando isso acontecer teremos a cabeça de cada um de vocês em uma bandeja. – Alex falou friamente – Vamos Persian. – e então eles começaram a correr em direção a próxima cidade.

— Blue, você está bem? O que aconteceu? – perguntei me aproximando dela.

— Meu braço – ela suspirou. – Não consigo sentir o meu braço. Arbok apertou muito, prendeu a circulação.

— Vamos ao Centro Pokémon, a Enfermeira Joy deve saber o que fazer – comecei a levantá-la.

— Não Green, pode ir para Vermilion, eu volto sozinha, está tudo bem. Não quero te atrasar.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Ingro se aproximou de nós, estava com os dois Nidorans no colo.

— Pode deixar, cara – ele falou. – Eu levo ela com segurança até Centro de Cerulean. Você precisa cuidar do seu Nidoran agora, se for até Vermilion sozinho vai chegar mais rápido, ele precisa de socorros urgentes – então Ingro estendeu meu Nidoran que ainda estava desmaiado, ele respirava pesadamente e seu corpo estava coberto de arranhões e marcas de mordidas.

— Tudo bem – peguei meu Nidoran com todo cuidado.

Ouvi uma sirene vindo ao longe, várias motos de polícia passaram por nós direto para a cidade de Saffron. A oficial Jenny foi a única que parou e desceu da moto para falar com a gente. Começou a fazer diversas perguntas.

Então, nós lhes contamos tudo, sobre Alex e Amy no Monte Lua e que foram eles que haviam roubado a casa daquele casal de idosos e por fim dissemos que eles voltaram para Saffron. Quando a oficial Jenny ouviu o nome da cidade, seu rosto mudou ligeiramente. Parecia preocupada e pensativa.

— Tudo bem crianças, obrigada pelas informações. Tomem muito cuidado com esses caras, tentem não se meter em encrencas. Eu daria uma carona pra vocês até as cidades em que querem ir, mas preciso ir até a entrada da cidade de Saffron para ver o que está acontecendo. Se cuidem – então ela subiu na moto e sumiu da nossa vista.

Me despedi de Ingro e Blue, e comecei a correr para a passagem subterrânea que passava por baixo da cidade de Saffron e dava em Vermilion. Não conseguia parar de pensar no meu Nidoran e em se ele ficaria bem, mas ao mesmo tempo, não conseguia parar de pensar se Blue ficaria bem também.

< Por Yellow >

— Eu to com fome – Red estava dizendo isso a mais de uma hora. Nós estávamos sentados na recepção do Centro Pokémon, aguardando a Blue voltar. O cheiro que vinha do refeitório era maravilhoso.

— Falamos que iriamos esperar a Blue para almoçar e vamos esperar – resmunguei, mas confesso que eu também já estava começando a ficar com muita fome. Blue estava demorando muito para voltar, será que tinha acontecido algo? – Você não acha que Blue teria ido com o Green para Vermilion, não é?

— Sem ganhar a Insígnia de Cascata antes? Não – ele falou. – Mas ela também não deveria demorar tanto, estou morrendo de fome.

— Deve ter acontecido alguma coisa pra ela demorar, você não acha melhor irmos procurá-la?

— É acho que você tem razão – ele falou se levantando. Na mesma hora a porta do Centro Pokémon foi aberta, Blue apareceu ao lado de um garoto que estava carregando uma Nidoran em seus braços, ele estava usando um chapéu de palha, parecido com o meu, só que bem menor.

— Blue! – Red correu até ela, eu me levantei e fui atrás dele. – Você está bem? Por que demorou tanto? – seus olhos desceram do rosto dela até seu braço esquerdo ao qual ela estava segurando firmemente com a outra mão – Seu braço... o que aconteceu com ele?

— Eu estou bem Red, é uma longa história, depois eu te conto. Nidoran e eu precisamos ver a Enfermeira Joy antes – ela sorriu, meio que pra dizer que estava tudo bem. Ela e Ingro foram falar com a Enfermeira Joy no balcão e ela os acompanhou no corredor dos primeiros socorros. Red se jogou nas cadeiras da recepção com um longo suspiro, me sentei ao seu lado e fiquei encarando o teto, estava curiosa quanto ao que poderia ter acontecido.

Meia hora depois...

Blue voltou a aparecer pela ala dos primeiros socorros. Seu braço estava suspenso por um tipóia que era amarrada em seu pescoço, o garoto com o chapéu de palha ainda a acompanhava, mas já não carregava a Nidoran. Eles se sentaram e começaram a contar tudo para Red e eu.

O garoto, que se chamava Ingro, narrou o encontro dele e de Green no Monte Lua com os malfeitores da Equipe Rocket, e Blue contou como os encontrara enquanto estava com Green e o ataque que haviam sofrido, falou sobre o roubo e sobre Ingro ter intervindo na luta.

Eu fiquei um tanto assustada com essa história toda, não conseguia imaginar pessoas tão cruéis assim. Já Red tremia dos pés à cabeça.

— Se eu os encontrar, eles vão se arrepender de ter mexido com você – ele falou com raiva. – Olha o que eles fizeram com você! – ele gesticulou para o braço dela.

— Eu estou bem agora Red, a Enfermeira Joy cuidou bem do meu braço, ela não é especialista na Medicina Humana, mas fez o que pode. Disse que foi uma contusão e que o aperto de Arbok foi tanto que fez meu braço inchar. Ela falou que só tenho que ficar com ele na tipóia, sem fazer movimentos bruscos e tomar o anti-inflamatório que ela me receitou e tudo ficará bem – ela começou a sorrir, mas depois ficou séria. – Mas, não acho que essa vai ser a última vez que vamos topar com eles. Não são só os dois, a mais membros e uma equipe grande assim... deve ter algo por trás disso tudo, algum objetivo cruel imagino. Precisamos estar preparados para a próxima vez.

— Certo – concordei séria. Ingro e Red assentiram.

Depois nós quatro fomos almoçar, dividimos a mesma mesa. A comida estava ótima, Blue precisou da minha ajuda para cortar a carne dela por causa de seu braço.

— Você conseguiu ganhar a Insígnia de Vermilion, Ingro? – Red começou a puxar conversa enquanto tomava um gole de suco.

— Bem... não. Eu perdi – Ingro respondeu meio sem graça. Red se engasgou com o suco.

— Como assim perdeu? – ele voltou a perguntar exaltado enxugando a boca com o guardanapo. Até Blue parecia muito surpresa.

— Acho que o Sargento Surge está muito acima do meu nível – Ingro estava comendo o macarrão tranquilamente. – Por isso decidi voltar e tentar ganhar a Insígnia de Cascata primeiro e treinar mais um pouco, até estar forte o suficiente para derrotá-lo.

— Sargento Surge? – Red perguntou.

— É o líder do ginásio da cidade de Vermilion, ele usa Pokémons tipo Elétrico – Ingro explicou.

Depois daquilo Red ficou muito pensativo, notei que ele pareceu ficar calado o resto do almoço inteiro. Assim que terminamos de comer, Red quis ir desafiar a Misty, Ingro e eu dissemos que iríamos assistir a batalha dele. Blue falou que estava se sentindo muito cansada e com muito sono, efeito colateral do anti-inflamatório que ela estava tomando. Ela falou que iria se deitar e tentar dormir um pouco, desejou boa sorte para Red na batalha e subiu para o quarto.

Nós três saímos do centro em direção ao Ginásio, Red parecia diferente. Algo em seu olhar havia mudado, parecia inseguro.

< Por Blue >

Acordei com uma dor de cabeça bem forte, acho que por conta do remédio, mas ao menos o meu braço já não estava doendo tanto. Me levantei e vi pela janela do quarto que já estava totalmente escuro lá fora.

— Eu dormi tanto tempo assim? – perguntei e mim mesma, colocando a mão na cabeça que estava latejando um pouco.

Fui até o banheiro e tomei um longo banho quente, eu estava precisando. Voltei para o quarto enrolada na toalha. Estava me perguntando onde estaria todo mundo. Vi que as outras camas estavam arrumadas e que as coisas de Red e Yellow tinham sumido, só as de Ingro estavam lá. Foi quando eu vi um pequeno pedaço de papel em cima da mesa de cabeceira, que ficava ao lado da minha cama. Voltei a me sentar na cama e peguei o papel.

“Blue, Yellow e eu já ganhamos a Insígnia de Cascata, voltamos ao quarto e você ainda estava dormindo. Não queríamos te acordar, você passou por muita coisa hoje e merece um descanso, então fomos para Vermilion sem nos despedir. Fiquei meio preocupado em te deixar sozinha, mas Ingro disse que ficaria de olho em você e vocês poderiam vir pra Vermilion juntos depois de ganharem suas Insígnias. Melhoras pra você, de seu amigo Red.”

Então Ingro deveria estar jantando, pensei, vendo a hora no relógio que havia na parede do quarto. Me vesti, sai do quarto e desci para a recepção do centro. Decidi que iria ligar para minha mãe, fazia tempo que eu não falava com ela. Caminhei até os interfones que haviam a um canto na parede, daqueles com vídeo chamada. Acho que ela ficaria feliz, não só em me ouvir, mas em me ver também. Disquei o número de casa e esperei. Poucos minutos depois alguém atendeu, a imagem de minha mãe apareceu na tela.

Ela estava usando um avental sujo de terra e seu cabelo encaracolado estava preso em um coque.

— Você trabalhou o dia inteiro não é? – perguntei para ela sorrindo.

— Blue, querida como é bom ver você – ela sorria de orelha a orelha. – Ah sim, eu estava trabalhando no jardim dos pais de Red.

Minha mãe era jardineira, botânica, paisagista, herbologista, tudo o que era possível se associar com vegetação, flores, frutas e ervas ela sabia. Qualquer coisa que vinha da terra era sua especialidade. Na maior parte do tempo, ela cuidava do jardim dos outros, mas era requisitada para fazer os melhores arranjos para museus, mansões e até hospitais. Ela sabia bem quais flores combinavam melhor com tal ambiente, quais davam alergia e quais não. Ela entendia tudo de ervas medicinais e fazia seus próprios remédios em casa, aos quais vendia ao Centro Pokémon da cidade Viridian, quando este ficava sem medicamentos. Muitas vezes ela tinha que viajar longas distâncias, pois era requisitada em outras cidades, na maior parte do tempo ela me levava junto quando eu era pequena, mas quando sabia que ia demorar mais de um dia para voltar, ela me deixava sobre os cuidados dos pais do Red, eu ficava na casa deles até ela voltar. Fora por causa desse trabalho que ela conheceu o meu pai.

— O que houve com seu braço? – só então ela havia notado o meu braço na tipóia.

— Ah isso... eu... eu caí por cima dele quando estava correndo atrás de um Pokémon – menti. Ela surtaria se soubesse que eu fora atacada por alguém, provavelmente me faria voltar pra casa. Não queria deixá-la preocupada.

— Ah sim... você tem que tomar mais cuidado querida, mas ao menos pegou o Pokémon?

— Peguei sim – respondi sorrindo. Eu não gostava de saber que estava mentindo pra ela.

— Tan Tangela – um Tangela apareceu na tela.

— Ah, oi pra você também Tangela – sorri para o pequeno Pokémon coberto de vinhas que parecia bem animado em me ver.

Tangela era o Pokémon da minha mãe. Ela o havia encontrado doente enquanto trabalhava em um jardim, por ter cuidado dele, Tangela decidiu vir com a minha mãe e ele agora morava no jardim de casa.

— Nós estamos com saudade de você, volte logo pra casa – ela falou, enquanto acariciava Tangela.

— Pode deixar mãe.

— Já ganhou mais uma Insígnia?

— Ah... ainda não – abaixei um pouco a cabeça.

— Está tudo bem mesmo amor? Parece preocupada.

— Está sim, é que todos os outros já ganharam duas Insígnias, só falta eu e fico meio pra baixo com isso. Não é nada demais.

— Você vai ganhar a sua logo, você vai ver – ela me confortou daquele jeito que só as mães fazem.

— Sei que vou – concordei. – Agora eu preciso desligar mãe, está na hora da janta aqui no Centro.

— Tudo bem querida, durma bem e se cuide. Tchau.

— Você também, tchau mãe, tchau Tangela.

— Tan Taan – e então a chamada foi desligada.

Fui até o pronto socorro ver como estava Nidoran, Joy disse que ela só precisava ficar mais uma noite em observação e estaria tudo bem com ela pela manhã. Eu me sentia um pouco mal pela Nidoran, era a segunda vez que ela tinha que ficar internada e tudo por causa das mesmas pessoas. Tentei não ficar com raiva, foi em vão. Fui até o refeitório e peguei Ingro terminando de comer, ele disse que iria para fora treinar um pouco pelo resto da noite e depois subiria para o quarto.

Assim que eu terminei de jantar, eu tomei mais uma dose do remédio e não demorou muito para eu começar a me sentir cansada de novo. Voltei a subir para o quarto, coloquei meu pijama e escovei os dentes. Cai na cama e apaguei novamente.


Notas Finais


Será que os Rocket conseguiram destruir os nossos heróis? E Blue ficara muito para trás em sua jornada? Seria Sargento Surge um líder de Ginásio tão durão assim? Vejam no próximo capitulo.
Gostaram pessoal? Comentem, a opinião de vocês é importante.


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