História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Red vs. Surge

< Por Yellow >

Red decidiu que seria melhor passar no Centro Pokémon antes de irmos ao ginásio, para que a Enfermeira Joy desse uma geral nos seus Pokémons e para que pudéssemos almoçar. As portas de vidro com sensor deslizaram com a nossa aproximação e vimos Brenda vindo em nossa direção.

— Brenda, você já vai? – perguntei.

— Vou sim, já que tenho as três insígnias e já treinei um pouco pela manhã com a sua ajuda, decidi prosseguir a jornada hoje mesmo – ela respondeu enquanto olhava de mim para Red. – Já estão servindo o almoço, tem lasanha e tá uma delícia. Enfim, a gente se vê. Boa sorte no ginásio – então ela foi andando pelo caminho que Red e eu tínhamos vindo.

— Até qualquer dia – falei, enquanto ela se afastava.

Red e eu adentramos o centro, ele deixou seus Pokémons com uma Chancey no balcão, já que a Joy estava muito ocupada cuidando dos outros pacientes. Fomos almoçar e a lasanha realmente estava ótima, Red comia depressa, era nítida sua ansiedade para a batalha. Depois dele receber seus Pokémons de volta, com a Chancey dizendo que estava tudo bem com eles, saímos do centro rumo ao ginásio, mas na porta acabamos encontrando com a Brenda de novo.

— Ué? Já voltou? – Red perguntou com cara de confuso. Pensei que ela poderia ter esquecido alguma coisa no quarto, ou algo assim.

— É, pelo visto vou ter que tomar outro caminho. Eu pretendia ir para Fuchsia para ganhar minha próxima insígnia e de lá iria alugar uma bicicleta e subir a ciclovia para a cidade de Celadon e ganhar minha quinta Insígnia, mas parece que alguns idiotas derrubaram a ponte de madeira que leva para a cidade – Brenda falou ligeiramente irritada.

Troquei um olhar apreensivo com o Red e ambos concordamos, em silêncio, que seria melhor não falarmos que fomos nós que derrubamos a ponte acidentalmente.

— Agora o caminho mais rápido seria ir para Lavander e de lá pegar a passagem subterrânea para Celadon, já que Saffron continua inacessível, mas a parte da ponte que levava para Lavander também desabou. Alguns operários já estão no local para consertar a ponte, mas falaram que vão levar alguns dias até terminarem a obra. Não estou muito a fim de esperar, então vou ter que tomar outro caminho, o mais longo que eu queria evitar a qualquer custo.

— E que caminho seria esse? – perguntei, tentando disfarçar ao máximo meu nervosismo por estar omitindo o fato de termos derrubado a ponte.

— Vou voltar para Cerulean e pegar a rota à direita da cidade, terei que atravessar o Túnel de Pedra para então chegar a Lavander – ela respondeu.

— Túnel de Pedra? – Red perguntou.

— Na verdade é uma caverna muito maior do que o Monte Lua e muito mais escura. É cheia de Onix selvagens, bem perigosa por sinal.

— E você vai pra lá sozinha? Não quer ir com a gente? Pode ser muito arriscado – falei preocupada. Sei que eu mal conhecia a Brenda, mas já me preocupava com ela. Ela era uma ótima treinadora.

— Não precisam se preocupar. Tem um Centro Pokémon ao lado da entrada do túnel, e além do mais – ela retirou uma Pokébola da calça jeans que usava. – Tenho um plano para atravessar a caverna sem problemas – então a Pokébola se abriu na palma da sua mão revelando um Pokémon bem estranho.

Era uma gosma rosa com olhos e boca. Peguei minha Pokédex.

“Ditto, o Pokémon Transformação. Tem a capacidade de reconstituir sua estrutura celular para se transformar em qualquer coisa que esteja vendo, seja Pokémons, pessoas e até mesmo objetos. Se tentar se transformar em algo se baseando no que tem na memória acaba errando vários detalhes.”

— Uau! – Red exclamou surpreso. – Eu já tinha ouvido falar desse Pokémons na TV, mas nunca tinha visto um.

— Pois é. Ditto pode ser considerado um tanto quanto raro. Não se sabia nada sobre ele, até que alguns começaram a aparecer aos arredores da Ilha Cinnabar sem nenhuma explicação. Eles estavam se reproduzindo muito rápido, pois podem cruzar com qualquer Pokémon. Então alguns foram trazidos para o porto dessa cidade, com ajuda do S.S Anne e foram soltos na natureza, já existe um número considerável deles por aí e se reproduzem cada vez mais. Muitos pesquisadores ainda estão estudando sobre ele e sua origem – Brenda explicou.

— E como exatamente você vai usar o Ditto para passar da caverna em segurança? – perguntei.

— Ah... isso é bem óbvio. Ditto pode se transformar em qualquer Pokémons que esteja vendo, inclusive aprende seus ataques enquanto estiver transformado no mesmo. Assim que adentrarmos na caverna e avistarmos um Onix, vou pedir para o Ditto se transformar nele, subirei em suas costas e assim vamos atravessar de boas. Sabe, está na época de reprodução dos Onix e eles ficam extremamente irritados com a presença de outros Pokémons ou humanos no seu local de reprodução, mas outros Onix podem passar tranquilamente. Como a caverna é escura provável que não me notem nas costas de Ditto, vou ir iluminando o caminho com uma lanterna e se avistarmos um Onix eu a desligo até passarmos por ele.

— Nossa, é um bom plano – falei – Desse modo você não deve ter problemas.

— Sim. Então, já vou indo, não quero atrasar mais minha jornada, a gente se vê por aí. Vamos Ditto – ela estendeu o braço e a pequena gosma rosa foi se enrolando e subindo até o seu ombro. Ela acenou, se virou e começou a rumar para Cerulean.

— Acho que também vamos ter que passar pelo Túnel de Pedra – falei com receio.

— Sim, não devíamos ter derrubado a ponte – Red coçou a cabeça sem graça.

— Foi só um acidente. Até lá bolamos um plano para passarmos ilesos, afinal somos os melhores em executar planos doidos – sorri para ele.

— Pois é – ele me sorriu de volta. – Agora vamos desafiar Surge de uma vez – Red começou a rumar em direção ao ginásio.

O ginásio era muito semelhante com o ginásio de Cerulean, exceto pela cores. Em vez de azul claro e branco, as paredes eram pintadas de amarelo e tinham detalhes em laranja. As portas eram de ferro e foram bem pesadas de mover para que pudéssemos entrar.

Já demos de cara com o campo de batalha, a quadra era toda cercada por mini postes de energia. Fiquei me perguntando para o que seria aquilo, quando um rapaz se aproximou de nós. Ele vestia roupas do exército.

— Vim desafiar Surge – Red falou para o rapaz.

— É Sargento Surge pra você garoto – o rapaz o repreendeu. – Espere aqui que eu vou chamá-lo.

Então ele atravessou o campo e entrou em uma porta ao fundo do ginásio, que também era feita de ferro. Alguns minutos se passaram e o mesmo rapaz voltou pela porta, seguido por um cara de meter medo.

Ele era alto, e quando eu digo alto quero dizer muito alto. Devia ter mais de dois metros de altura, eu que não tinha nem 1,60 me senti ainda menor ao ver ele se aproximando de Red e eu. Era muito musculoso, seus braços eram enormes e seus músculos do peito e da barriga eram visíveis por baixo de uma regata verde que usava, estava usando calça e botas do exército, junto com um óculos escuro. Um colar com duas plaquinhas, que eram usadas para identificar os corpos dos soldados quando estes morriam em campo de batalha, balançavam de um lado para o outro em seu pescoço. Tinha a pele branca, o cabelo era loiro e espetado para cima.

— Então, quem de vocês quer me desafiar? – ele falou com uma voz grave, enquanto retirava seus óculos escuros revelando seus olhos verdes.

— Eu! – Red deu um passo à frente. Sua cabeça não chegava a bater nem no peitoral de Surge. – Sou Red da Cidade de Pallet e te desafio para uma batalha.

— HAHAHA – ele deu uma risada alta, que fez Red tremer de raiva. – Tive garotinhos metidos a treinadores como você o dia inteiro hoje. Sabe onde eles estão agora garoto? – Surge colocou suas mãos no joelho se curvando sobre Red. – Estão todos no Centro Pokémons chorando igual garotinhas pelos seus Pokémons feridos.

Senti meu corpo estremecer. Chorando igual GAROTINHAS? Quem esse cara pensa que é? Dei um passo à frente, ficando entre Red e ele.

— E quem é essa coisinha? – perguntou a Red se referindo a mim. – Seu bichinho de estimação?

— Não sou propriedade de ninguém Surge! – gritei para ele. – Toma cuidado com o que fala! Afinal de contas, uma garota te derrotou hoje não é? Brenda? Não banque o invencível.

Ele estreitou os olhos para mim, mas manteve o sorriso no rosto.

— RÁ! Aquela garota teve sorte, só isso. Admito que ela era forte, talvez a mais forte que me enfrentou esse mês. O resto de vocês é só uma pura perda de tempo.

— Chega de falar e vamos batalhar! – Red pegou uma de suas Pokébolas.

— Tudo bem – Surge assentiu. – Meu ajudante aqui será o juiz – ele se posicionou na extremidade do campo que ficava perto da porta de onde veio. Já Red ficou na extremidade de frente a porta de entrada do ginásio. Eu me sentei em um banco que havia encostado na parede. – Pode ligar o campo – Surge falou para o rapaz que seria o juiz, ele tirou um pequeno controle do bolso e apertou o botão.

Fiquei me perguntando o que ele estava querendo dizer com “ligar o campo”, quando com um estalo uma corrente elétrica surgiu e perpassou por todos os pequenos postes de energia, de modo que a quadra ficou envolta por uma “cerca elétrica”. Red, Surge e o juiz, ficaram de fora desse campo elétrico, mas os Pokémons teriam que lutar dentro dele. Red olhava para aquilo surpreso.

— Interessante, não é? – Surge perguntou a ele da outra extremidade do campo. – Esse é o grande diferencial desse ginásio. Nossos Pokémons irão lutar envoltos de uma cerca de energia, se encostarem nela levaram um pequeno choque que irá os enfraquecer consideravelmente. Preciso ressaltar que meus Pokémons elétricos são treinados para aguentar esse tipo de coisa, então não sofrerão quase nenhum dano. Fica esperto garoto.

Red estava nervoso, aquilo era realmente uma surpresa e tanto.

— Vamos lá então – Surge retirou uma Pokébola do bolso de sua calça, Red já estava com a sua na mão.

— Essa é uma partida de ginásio, oficial da Liga Pokémon. Do lado direito temos o desafiante Red da cidade de Pallet, do lado esquerdo temos o líder do ginásio da cidade de Vermilion e especialista em Pokémons do Tipo Elétrico: Sargento Surge Matis. Será uma batalha 3x3, sem limite de tempo, onde só o desafiante poderá fazer substituições. Prontos? – os dois assentiram. – Comecem!

< Por Red >

— Saia – Surge falou lançando sua Pokébola, revelando um Pokémon feito de metal com imãs ao lado de seu corpo. Peguei minha Pokédex e apontei para ele.

“Magnemite, o Pokémon Ímã. Ele usa ondas eletromagnéticas para flutuar, porém isso não impede que ele receba um enorme dano de golpes terrestres. Alimenta-se de eletricidade.”

— Então, ele é do tipo Elétrico/Metal – falei para mim mesmo, conferindo a tipagem dele na Pokédex. – Não esperava por um tipo duplo...

— Eu não tenho o dia todo moleque, vamos logo com isso – Surge chamou minha atenção.

— Ivysaur, eu escolho você – o sapo com sua mais nova flor nas costas surgiu no campo de batalha pronto para lutar. – Ivysaur, está vendo essa corrente elétrica que cerca o campo de batalha? Não encoste nisso, vai te dar choques e te enfraquecer. Tente batalhar sem sair do meio do campo – expliquei para ele.

— Saur Ivysaur – ele olhou para mim concordando com a cabeça.

— Muito bem, o primeiro movimento é teu – ele falou com um sorriso sarcástico.

— Tudo bem... Ivysaur comece com a Folha Navalha – ordenei. Folhas afiadas saíram de trás de sua flor em direção a Magnemite, que foi atingido em cheio, mas não pareceu sofrer muitos danos.

— Você não vai conseguir fazer nem um arranhão no corpo de metal dele com ataques assim – Surge gargalhou. – Explosão Sônica – uma onda sonora veio em direção a Ivysaur e o acertou.

— Queda de Corpo – o pequeno sapo começou a correr em direção ao Pokémon imã e saltou por cima dele. Magnemite tentou desviar, mas foi pego pelo corpo de Ivysaur que caiu por cima dele.

— Tire ele daí com Faísca – Surge ordenou com calma. Faíscas tomaram conta de Ivysaur, Magnemite não era visível por baixo dele, mas era claro que ele estava atacando. O Pokémon ímã descarregou sua energia no sapo, que foi afastado, mas sem sofrer grandes danos.

Ataques físicos e de Planta não vão surtir muito efeito no Magnemite, ao mesmo tempo em que os ataques elétricos dele não afetam muito o Ivysaur, mas ele tem outra saída com seus ataques de Metal, seus ataques físicos e sonoros. Preciso encontrar uma saída para mim também.

— Semente Sangue Suga – uma pequena semente saiu de dentro da flor de Ivysaur e foi em direção a Magnemite, ao entrar em contato com o corpo dele a semente soltou vinhas que o enrolaram por completo e começaram a sugar sua energia. Apesar disso o Pokémon Ímã se manteve firme, flutuando como se aquilo não fosse nada, ele era muito bem treinado.

— Acha mesmo que isso vai funcionar? Bomba Magnética – ordenou Surge, Magnemite começou a invocar uma energia magnética acinzentada que lançou sobre Ivysaur.

— Evasiva – o sapo tentou saltar, mas o ataque de Magnemite entrou em contato com o solo e gerou uma forte explosão que lançou Ivysaur longe, ele caiu muito perto da cerca elétrica e se levantou com dificuldade. Percebi que a Semente Sangue Suga continuava a sugar as energias do Pokémon de metal. – Use o Chicote de Cipó e amarre um em cada ímã dele – os chicotes que saíram da flor de Ivysaur foram ágeis e laçaram Magnemite.

— Faço ele te largar com o Choque do Trovão – disse Surge. O Pokémon imã soltou um raio, que foi conduzido pelos cipós de Ivyaur e começou a dar um forte choque no sapo.

— Ivysaur, não desista! – bradei. – Balance ele com seus cipós, bata o no chão com toda força e depois o lance na cerca elétrica.

— IVYSSAAAAAAAUUURR – ele fez uma tremenda força, mas conseguiu mover Magnemite. Ele o bateu no chão várias vezes com toda a força e depois fez um movimento em círculo o lançando na corrente elétrica. Aquilo fora o suficiente para deixá-lo desacordado.

— Magnemite está fora de combate. Ivysaur vence – anunciou o juiz, balançando a bandeira para o meu lado do campo.

Surge recolheu Magnemite com desgosto, mas um sorriso ainda estava em seus lábios, ele me olhou e disse:

— Esse é fácil de vencer, não passa de um teste inicial para quem me desafia. Não vá cantando vitória e nem fique tão esperançoso moleque. Saia já – ele lançou sua próxima Pokébola, que para a minha surpresa tinha outra Pokébola dentro, mas essa tinha olhos. Aquilo seria mesmo um Pokémon?

“Voltorb, o Pokémon Bola. Normalmente encontrados em usinas de energia. Muitas vezes é confundido com uma Pokébola e acaba dando choque em pessoas que tentam pegá-lo. Ele pode até explodir caso se sinta ameaçado.”

— Vamos acabar com ele também. Ivysaur, Folha Navalha – novamente as folhas surgiram por trás da flor em suas costas, indo em direção a Voltorb.

— Evasiva com o Rolo Compressor – o Pokémon bola, começou a rolar rapidamente e desviou das folhas vindo em direção a Ivysaur e o acertando com um forte ataque que o fez rolar alguns metros pelo campo, Voltorb fez uma curva e começou a ir novamente em direção ao sapo que se levantava com dificuldades. – Esse ataque aumenta sua força com o tempo, quanto mais o Voltorb rola, mais forte o impacto fica.

— Ivysaur, use o Chicote de Cipó no chão para desviar do ataque – ordenei. Ele me obedeceu, usando seu ataque no chão. Os dois chicotes fizeram Ivysaur subir alguns metros e desviar do ataque de Voltorb.

— Raio de Carga – gritou Surge. O Pokémon bola parou bem em baixo de Ivysaur e começou a carregar um ataque, disparando um raio elétrico que saiu dele como um fio, acertando Ivysaur que ainda estava no ar. O dano foi forte, o sapo caiu no chão com um baque, estava desmaiado.

— Ivysaur está fora de combate. Voltorb vence – anunciou o juiz balançando a bandeira para o campo do Surge. Recolhi o Ivysaur de cabeça baixa.

— Você foi incrível, parabéns – sussurrei para a Pokébola, guardando-a no meu bolso e pegando outro. – Pikachu, vá!

O pequeno rato elétrico parecia pronto para a batalha. Surge começou a gargalhar.

— Qual é a graça? – perguntei a ele.

— Olha pra essa coisinha, acha que pode me vencer com isso? Corta essa moleque.

— Vamos mostrar pra ele! Pikachu, Choque do Trovão! – o pequeno rato carregou seu choque que estava indo em direção a Voltorb.

— Mesma tática de antes – Voltorb começou a rolar novamente desviando do ataque e vindo em direção a Pikachu.

— Desvie com o Ataque Rápido – Pikachu se esquivou de Voltorb, se posicionando atrás dele. – Esfera Elétrica – carregou uma pequena esfera de energia em sua cauda e a atirou contra o Pokémon bola, que ainda rolava e não pode se defender, ele parou de rolar e parecia um pouco tonto. – Acerte-o com o Ataque Rápido – o rato amarelo correu até o Pokémon bola e o atingiu com força.

— Explosão Sônica – Surge mandou. A pequena bola começou a soltar ondas sônicas que atingiram Pikachu, mas ele não pareceu ter se abalado muito. – Rolo Compressor de novo – e novamente Voltorb começou a rolar.

— Fique onde está Pikachu! – ele aguardou no lugar onde estava. Voltorb se aproximava cada vez mais, esperei ele chegar perto o suficiente. – Pule e use o Choque do Trovão – Pikachu me obedeceu bem na hora, usando seu ataque logo em seguida, atingindo Voltorb que estava bem abaixo dele. – AGORA DESÇA USANDO O ATAQUE RÁPIDO! – o pequeno rato amarelo mergulhou no ar a uma velocidade extrema, Surge gritava ordens a Voltorb, mas ele tinha ficado paralisado e não se movia. Pikachu o atingiu em cheio com o ataque com o dobro de poder, por causa da velocidade que havia pego, aquilo fora demais para Voltorb e ele desmaiou.

— Voltorb está fora de combate, Pikachu vence – anunciou o juiz.

Surge recolheu seu Pokémon, mas não tirou o sorriso perverso do rosto.

— Muito bem garoto, admito, você não é qualquer treinadorzinho não, mas mesmo assim... – falou retirando uma Pokébola da calça. – Foram poucos que conseguiram vencer esse aqui... – lançou a Pokébola com um movimento brusco.

Um Pokémon rato elétrico apareceu em campo, ele lembrava muito o Pikachu, mas tinha o dobro do tamanho e sua cor era laranja, fora outros detalhes que eram diferentes.

— A evolução do Pikachu? – perguntei a mim mesmo pegando a Pokédex.

 “Raichu, o Pokémon rato. É a forma evoluída do Pikachu quando este é exposto a uma Pedra do Trovão, Pode tornar-se agressivo caso acumule muita eletricidade no corpo, podendo dar choques de até dez mil volts. Ele mantém o seu longo rabo no solo para controlar seus raios elétricos.”

— Piiikaa – Pikachu encarava Raichu com uma cara nada boa.

— Se não evoluir seu Pikachu ele nunca conseguirá alcançar sua força máxima – Surge debochou. – Vou mostrar a vocês como um verdadeiro rato elétrico batalha.

— Pikachu vamos mostrar pra ele, use o Ataque Rápido –  o pequeno rato amarelo começou a correr em direção a Raichu.

— Raio de Trovão – ordenou surge. Raichu carregou e soltou um raio que era muito mais forte do que os que o Pikachu soltava. O raio atingiu o ratinho amarelo, fazendo-o parar de correr e o deixando muito machucado. – Agora mostre pra ele como é um verdadeiro Ataque Rápido – ele correu em direção a Pikachu que ainda estava tentando se levantar o acertou, o lançando a alguns metros.

— Pikachu volte – tentei chamá-lo de volta, não queria ver ele passando por aquilo sendo que eu ainda tinha um Pokémon que eu poderia usar, mas ele se recusou a voltar para a Pokébola. Seu orgulho era muito grande para desistir.

— Ora garoto, seu Pokémon mal obedece você, como quer ser um treinador? – caçoou Surge.

— Se você quer continuar a lutar...Tudo bem – suspirei. – Esfera Elétrica – Pikachu carregou uma pequena bola de energia em sua cauda e a atirou em direção a Raichu.

— Revide com o mesmo ataque – Surge falou. Raichu carregou outra esfera elétrica, fazendo com que as duas colidissem no ar, levantando muita fumaça. – Queda de Corpo – para minha surpresa, Raichu surgiu do meio da fumaça e caiu sobre Pikachu, fazendo-o se deitar no chão e lá ele ficou, parecendo cansado demais para continuar. – Acerte-o com a sua cauda, agora! – Raichu começou a desferir golpes em Pikachu, usando sua cauda como um chicote. – Agora lance-o na cerca elétrica.

— NÃO! – gritei ao ver Raichu bater com sua cauda em Pikachu o lançando no ar em direção à corrente de energia. Sem pensar duas vezes eu atravessei a corrente, para impedir que Pikachu a atravessasse primeiro. Senti uma dor horrível no meu corpo ao atravessar a barreira elétrica, comecei a tremer e eu perdi o controle dos meus movimentos. Consegui pegar Pikachu que ainda estava no ar, cai de cara no chão com ele em meus braços. Não conseguia me mexer e não conseguia me levantar.

— Como você é idiota garoto. Não precisava ter feito isso – falou Surge.

Consegui levantar minha cabeça um pouco para olhá-lo.

— O único idiota aqui é você – falei com dificuldade. – Não precisava ter feito isso com ele – olhei para Pikachu que tinha acordado em meus braços, ele me encarava com um olhar triste. – Ele já estava fora de combate! – me pus de joelho e senti meus olhos marejarem, não sabia se estava chorando pela dor ou pela raiva que estava sentindo. – Me desculpe – falei para o pequeno rato em meus braços deixando uma lagrima cair.

— Pi pikachu – ele se esticou para lamber a lágrima que rolava pelo meu rosto.

— Que cena patética – falou Surge com desprezo. – Homem que é homem não chora. Ele é só um Pokémon, pare de fazer drama.

— ELE É MEU AMIGO! – gritei para Surge deixando mais lágrimas rolarem. – E NÃO TEM NADA DE ERRADO EM CHORAR PELA DOR DE SEUS AMIGOS! – com muita dificuldade consegui me levantar, ainda tremendo um pouco.

— Blá blá blá... Tá bom moleque, vamos continuar batalhando, eu não tenho o dia inteiro – falou irritado. – Vou ser bonzinho e mandar desligar a cerca elétrica para você poder voltar ao seu lugar – então o juiz desligou a cerca elétrica e eu fui andando de volta para o meu lugar, assim que passei pelos postes ela foi ligada de novo. Recolhi Pikachu ainda cabisbaixo e peguei minha última Pokébola.

— Sei que te capturei recentemente, mas você é minha única chance – sussurrei lançando a Pokébola, sem saber o que esperar desse último round.