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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O resgate da menina dourada


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Bom pessoal, de volta com o ultimo desse arco.
Eu gostei muito de escrever esse arco, a partir do que o Chander me mandou, eu tenho muita admiração por ele como escritor (uma inspiração pra mim) e foi um prazer ter como presente de aniversario uma trama escrita por ele sobre a minha fic. Vou deixar o link das fic dele nas notas finais, e por favor confiram! (A ideia para o titulo do cap é cortesia dele também, porque meus títulos são péssimos).
Eu amei esse capitulo, e já estou sentindo falta do arco, mas este arco acaba e novos estão chegando. Nosso herois passarão mais um tempinho em Celadon, vocês vão ver.
O capitulo tem muitas trocas de narrações e está enorme, então leiam com atenção.
Sem mais delongas, boa leitura e espero que gostem.

Capítulo 36 - O resgate da menina dourada


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O resgate da menina dourada

< Por Blue >

Eu havia escolhido ficar para trás novamente, igual em Lavender. Precisava ganhar tempo para Yellow, e ao mesmo tempo, queria mostrar que era capaz de me defender sozinha. Eu me sinto muito atrás nessa jornada, em comparação a Red, Green, Yellow e até Ingro. Sinto que cada um deles tem seu modo de batalha, características fortes e marcantes, e o que eu tenho afinal? Red me tratava o tempo todo como se eu fosse uma garotinha em perigo, sei que isso era a forma dele mostrar que se preocupava comigo, mas isso me tirava do sério, essa coisa de não querer me deixar sozinha e de não querer que eu viesse junto com ele. Queria mostrar que eu posso andar ao lado deles, que estou no mesmo nível que eles e não atrás! Não sou mais a menina que tinha medo de Rattatas, eu sou uma treinadora Pokémon e vencerei a batalha que for para ajudar a salvar minha amiga!

Peguei minha Pokédex e apontei para o Pokémon, que ondulava suas mãos como se fosse um dançarino de hula. Ele lembrava muito uma anta, só que era bípede e de cor amarelada, que ficava marrom da cintura pra baixo.

“Drowzee, o Pokémon Hipnose. Ele coloca seus oponentes para dormir com seus poderes hipnóticos e em seguida se alimenta de seus sonhos. Algumas vezes acaba ficando doente por comer pesadelos.”

— Wartortle, Arma d’ Água! – a tartaruga a minha frente expeliu um poderoso jato em direção a Drowzee.

— Confusão – falou o bartender, com um sorriso perverso no rosto. Os olhos do Pokémon anta brilharam de um azul bebê e tomaram controle do jato que Wartortle expelia, fazendo com o que o curso do ataque fosse mudado e atingisse o próprio atacante. A tartaruga fora lançada contra uma das maquinas caça-níquel. – Agora Raio Psíquico!

— EVASIVA COM GIRO RÁPIDO! – bradei, ao ver Drowzee colocando as mãos na testa e dela saindo um raio em espirais multicoloridos. Wartortle se recolheu para seu casco e saiu girando rapidamente, o raio terminou de destruir a máquina, ao qual a tartaruga se chocara.

— Continue tentando acerta-lo! – bradou o bartender, e Drowzee direcionou seu raio que seguia Wartortle para onde girasse. O local começou a ser totalmente destruído.

— Combine o Giro Rápido com o Jato d’ Água, como treinamos! – então a tartaruga começou a expelir água pelas cavidades de seu casco, enquanto girava rapidamente. A água o impulsionou e ele parecia que estava praticamente voando. O ataque encharcou todo o cassino e as maquinas começaram e entrar em curto, soltando faíscas e dando defeitos. – ACERTE-O AGORA!

Drowzee era lento, e acabou sendo atingido pelo ataque combinado. O Pokémon anta fora lançado contra uma das maquinas. Wartortle aterrissou com um sorriso de vitoria, ao qual eu compartilhava com ele. O bartender Rocket pareceria estar com raiva de tudo aquilo.

— NÃO ESTOU DERROTADO! – bradou ele. – Raio Psíquico de novo!

— Evasiva e me mostre o seu melhor Investida! - Wartortle foi rápido em desviar de mais um raio disparado por Drowzee e acertou o Pokémon anta com toda força, este fora lançado contra a parede do lugar e ficou no chão desacordado.

O bartender recolheu seu Pokémon com ira nos olhos.

— Pode ter derrotado meu Pokémon, mas eu não terminei com você ainda! – então, sem que eu esperasse ele correu para cima de mim. Derrubou-me no chão com força, e se pôs a apertar minha garganta com ambas as mãos. Senti o ar faltar, e o desespero tomar conta do meu corpo. Olhei para o lado a tempo de ver Wartortle girando em alta velocidade, ele acertou o cara o fazendo sair de cima de mim. Comecei a respirar desesperadamente enquanto tossia, peguei uma de minhas Pokébolas ainda no chão e a lancei, sem dizer nada, pois falar ainda era difícil. O pequeno Pokémon planta apareceu na minha frente.

— Pó do Sono – falei com extrema dificuldade para Oddish, que começou a soltar um pó azulado de suas folhas colocando o bartender para dormir.

Levantei-me com dificuldade, ainda respirando pesadamente. Só então eu notei, tarde de mais, que as máquinas começaram a explodir. Uma delas explodiu bem ao meu lado, e eu fui lançada contra uma das paredes, batendo a cabeça com força e caindo de cara no chão. Minha visão se embaçou, e os sons ao meu lado começaram a morrer, eu estava perdendo a consciência. A ultima coisa que vi fora Oddish se debruçando sobre mim e tentando me acordar, enquanto Wartortle se colocava em minha frente afastando as chamas que começavam a crescer no local com seus jatos d’ água. Apaguei sabendo que a minha missão tinha sido comprida.

< Por Red >

BOOOOOOM!

Green, Erika e eu tivemos que nos segurar nas paredes da base subterrânea, por conta do tremor causado pela explosão que tínhamos acabado de ouvir. Na mesma hora meu coração apertou, eu me virei e fiz menção de correr de volta escada acima.

— BLUE! – bradei até sentir uma mão agarrar minha camiseta com força. – ME SOLTA GREEN! – me virei e o empurrei, mas ele continuou me segurando com força. – Temos que voltar, temos que ajuda-la e...

— VOCÊ VAI JOGAR FORA O SACRIFÍCIO DA BLUE? – Green gritou, me segurando com ambas as mãos e me sacudindo, parecia estar com raiva. – BLUE NÃO É UMA GAROTINHA INDEFESA, RED, ELA DA CONTA! SEI QUE SE PREOCUPA COM ELA, E EU TAMBÉM ME PREOCUPO, COMO ACHA QUE ESTOU ME SENTINDO SABENDO QUE ELA ESTÁ LÁ EM CIMA SOZINHA? – podia ver que os olhos do Green estavam um pouco marejados. – MAS PRECISAMOS PROSSEGUIR, PRECISAMOS SALVAR A YELLOW! A BLUE DÁ CONTA, EU SEI QUE DÁ! – Erika olhava nossa discussão sem interferir. Ele me soltou, quando viu que eu estava sem reação.

Senti uma falta de ar, e me sentei no chão de azulejo cinza do lugar. Era possível sentir um cheiro de fumaça que descia pelas escadas. O que fiz? Arrastei meus amigos para a morte! Antes de Yellow, Blue era a pessoa com que eu mais me preocupava no mundo, e se eu a perdesse depois de hoje? Valeria sacrificar Blue para salvar Yellow? Eu nunca quis que ela viesse comigo, nunca quis que nenhum deles viesse, mas eu sabia que sozinho eu não conseguiria.

— Vamos Red – Green falou sério, me pegando pelo braço e me levantando, continuando a me puxar pelo longo corredor.

— Como você pode ser tão frio? – perguntei-lhe, me desvencilhando do aperto dele.

— Blue que me pediu e eu confio no potencial dela, diferente de você – ele respondeu, me encarando. – Não me olhe assim, está sendo tão difícil para mim quanto pra você, mas eu consigo controlar minhas emoções para fazer o que é certo. Precisa fazer isso agora, se quiser salvar a Yellow.

Eu engoli em seco e assenti, por mais que eu odiasse admitir isso, Green tinha razão.

Nós três nos pusemos a correr novamente pelo longo corredor, até que fora possível avistar uma abertura a direita, sendo que o corredor prosseguia adiante. Eu não tinha parado para pensar que aquela base subterrânea podia ser enorme, quanto tempo levaríamos para achar Yellow? Erika que estava correndo na frente, se encostou na parede rapidamente, logo quando olhou para o corredor que se abria a direta. Ela colocou o dedo nos lábios, fazendo sinal de silencio para Green e eu que vínhamos logo atrás dela, seu fiel Weepinbell postado aos seus pés, pronto para qualquer coisa.

Encostei-me ao lado dela na parede, e me inclinei para ver o corredor. Havia dois Rockets de uniforme preto, conversando.

— É melhor passarmos por eles sem chamar a atenção – sussurrou Erika para Green e eu. – Assim teremos mais tempo para procurar a garota, até sermos notados.

— Mas só Arceus sabe o tamanho desse lugar. Quantos corredores e salas pode haver? Não temos tempo para isso, precisamos que um deles nos diga onde Yellow está! – falei em sussurro exaltado. Eles me encararam, e Green já estava pronto para me repreender, quando sai de trás da parede e me pus no corredor, acenando para ambos os agentes. Erika e Green ficaram loucos com a minha atitude.

— Mas que idiota! – exclamou Green, saindo de trás da parede também, já que os Rockets já tinham me visto. – Vai acabar sendo morto assim, sabia? – perguntou irritado se pondo ao meu lado, pronto para lutar, do mesmo jeito que os Rockets.

— DIGA-NOS, ONDE ESTÁ A YELLOW? – gritei para os dois.

— Yellow? Quem é Yellow? – um dos agentes perguntou confuso.

— Não tem ninguém aqui com esse nome! – respondeu o outro, tirando uma Pokébola do bolso da calça.

— Ora, não se façam de idiotas, eu... – comecei a dizer, andando em direção a eles, mas Green me barrou com o seu braço.

— Como sempre Red, um inconsequente de primeira! Continue pelo corredor, eu cuido dos dois.

— Mas Green... – comecei a dizer já irritado, quem ele pensa que é para me dar ordens?

— Mas nada! Você viu que eles não irão nos dizer nada! Não temos tempo a perder Red, estamos aqui para salvar a Yellow, ela precisa de você, então vá! – Green me empurrou em direção ao próximo corredor, eu já estava pronto para voltar a me por ao  lado dele novamente, quando Erika me agarrou pela gola do meu colete e começou a me puxar.

Um dos Rockets chamou um Raticate e o outro um Graveler, enquanto Green chamou seu Machop.

— Raticate, não os deixe escapar! – bradou o Rocket com a pele escura. – Hiper Presa! – a grande ratazana começou a correr em direção a Erika e eu com suas presas envoltas de energia.

— Intercepte Raticate com o Chute Baixo, Machop! – bradou Green.

Antes que a ratazana pudesse nos alcançar, o pequeno lutador passou uma rasteira nela, fazendo o Pokémon tropeçar a cair de cara no chão. Isso fora tempo suficiente para Erika e eu sumirmos da vista deles ao adentramos o longo corredor.

< Por Green >

— Graveler, Giro Bola! – ordenou o Rocket loiro. O Pokémon feito de rocha pura veio girando na horizontal em direção a Machop.

— Afaste-o com o Esmagamento de Rocha! – Machop pulou e acertou um golpe com seu punho brilhante bem no centro da bola giratória. Graveler foi lançado aos pés de seu treinador com um grande estrondo, ao cair sobre o chão, pareceu sentir bem o ataque. Consegui ganhar um tempo e apontei minha Pokédex para aquele Pokémon.

“Graveler, o Pokémon Rocha. É a forma evoluída do Geodude quando este atinge o nível 25. Ele caminha muito devagar, de modo que se locomove a maior parte do tempo girando, não parando para prestar atenção em nenhum objeto que esteja em seu caminho. Com uma natureza livre e indiferente, ele não se importa com os danos que pode causar ao ambiente, aos outros e até a si mesmo enquanto gira.”

— Raticate, mordida! – ordenou o outro Rocket, o rato se levantou e avançou em direção a Machop.

— Deixe que ele te morda! – então Machop apenas esperou.

— Garoto burro – falou o agente com um sorriso divertido nos lábios.

A ratazana cravou os dentes no braço direto de Machop, que parecia estar sentindo um dor excruciante.

— GOLPE DE KARATÊ! – então ele acertou seu punho com toda a força, bem na cabeça de Raticate, o que fora suficiente para desmaia-lo. – LANCE-O! – Machop agarrou a cauda da ratazana e a lançou contra Graveler com um movimento giratório. O Pokémon rocha desviou com um comando de seu treinador, mas Raticate atingiu o outro Rocket com tudo, este fora lançado na parede juntamente com seu Pokémon e acabou perdendo a consciência.

— Lançamento de Rocha! – bradou o Rocket para Graveler, um tanto desesperado ao ver seu parceiro desmaiar. O Pokémon rocha invocou poderosas pedras, as lançando em direção ao Machop.

— CUIDADO! – gritei, mas uma das pedras acertou o rosto do pequeno lutador, e este caiu aos meus pés.

— Use o Rolo Compressor e esmague-o! – Graveler começou a girar rapidamente, mas diferente do primeiro ataque, dessa vez ele girava na vertical.

— Foco de Energia! – Machop de levantou, enquanto seu corpo era envolto de uma aura avermelhada. Graveler veio rodando com tudo para cima de nós, eu desviei por pouco juntamente com o Machop. O Pokémon bateu na parede, a rachando por completo tamanha era à força de seu ataque. Ele pareceu totalmente desnorteado. – Agora, vamos mostrar a eles como se faz... Lançamento Sísmico! – Machop correu até Graveler que ainda estava caído por conta do impacto contra a parede, agarrou o tornozelo da enorme rocha e o lançou com o chão, com toda a força e logo em seguida lançou o Pokémon desmaiado em cima de seu mestre, que com mais de 100 kg do Pokémon, ficou imóvel no chão. – Incrível! – me abaixei e acariciei a cabeça do pequeno lutador. – Dar conta de dois Pokémons de uma vez não é pra qualquer um.

— Chop! – ele assentiu e logo em seguida começar a brilhar intensamente. Levantei-me e me afastei dele surpreso. Ele começou a mudar de forma e a crescer enquanto brilhava, e quando o brilho se dissipou era possível ver um novo Pokémon em seu lugar. – MACHOKE! – bradou ele, levantando seus braços para o alto e exibindo seus músculos.

— Nossa... – puxei minha Pokédex.

“Machoke, o Pokémon Super Forte. É a forma evoluída do Machop quando este atinge o nível 28. O poder ilimitado de Machoke pode ser muito perigoso, por isso ele usa um cinto que suprime sua energia. Sua força pode ser usada para auxiliar as pessoas em trabalhos pesados, de modo que ele é muito procurado por pedreiros e engenheiro.”

— Parabéns Machoke – lhe dei um sorriso. – Agora volte – o recolhi para a Pokébola. Eu me virei, e comecei a correr de volta para o corredor à procura dos outros.

< Por Yellow >

Eu e os outros fomos conduzidos pelos longos corredores daquela base subterrânea. Éramos conduzidos por três agentes, mais Jessie e James. Um dos agentes trazia um saco em suas mãos com as minhas Pokébolas e as de Bruno, elas foram tiradas de nós e depositadas lá dentro.

Eu olhava para os lados enquanto eles me empurravam, esperando encontrar alguma brecha ou algum modo de escapar, mas temia tomar um tiro ao tentar qualquer coisa. Havia portas e mais portas ao longo dos corredores... o quão grande esse lugar poderia ser? Só conseguia pensar nisso, e no meu chapéu que fora deixado para trás.

Longos minutos depois, nós paramos de frente a um elevador. Jessie o chamou e quando ele chegou, os agentes nos empurraram lá para dentro. Novamente, ela apertou o botão, dessa vez selecionando o terceiro andar. Engoli em seco. Para onde diabos estávamos indo?

Saímos em um corredor muito semelhante aos outros, mas esse levava a uma única porta dupla. Eles nos conduziram até ela, e quando fora aberta o vento frio da noite lambeu meu rosto e soprou meus cabelos.

A porta dava para o terraço do cassino, que era amplo e bem iluminado. Havia um heliporto ali, onde um helicóptero preto, com um imenso R vermelho estampado estava pousado. Fomos empurrados em direção a ele e forçados a entrar, nos sentamos nos bancos de couro e um dos agentes nos prendeu a ele pelos cintos de segurança. Como nós quatro já estávamos algemados não tínhamos como sair dali. Kevin voltou a chorar novamente, dizendo que não queria voar. O saco com nossos Pokémons fora posto dentro do helicóptero.

— Carregue o helicóptero com suprimentos extras, a nossa base secreta principal está precisando. Depois podem decolar – Jessie explicava para dois dos agentes que tinham ajudado a nos conduzir. – James e eu temos que ficar por aqui, ainda a serviços a serem feitos aqui e em Saffron. Digam a Alex e Amy que qualquer coisa que precisarem é só ligar.

O agente assentiu, e ele com ajuda dos outros dois, começaram a trazer caixas de suprimentos e colocar no helicóptero. Engoli em seco. Não me sobrava muito tempo agora. Se o helicóptero decolasse talvez eu nunca mais fosse encontrada por ninguém, todo esse tempo e ninguém sabia da existência dessa base deles, quem dirá da base principal. Eu olhava para a porta cinza dupla, de onde os agentes entravam e saiam com caixas, torcendo para ouvir uma voz familiar gritar e um garoto de cabelos pretos e boné, super impulsivo e determinado surgir por ela e sorrir a me ver. Imaginar a cena fez meu coração se apertar, você estaria mesmo vindo me salvar Red?

< Por Red >

O último agente entregava um Key Card nas mãos de Erika, sem resistir, pois estava sobre o efeito do Doce Aroma. Erika era jovem, e muito fofa de aparência, de modo que nem aparentava ser tão feroz como realmente era. Eu olhei para trás e vi o mar de agentes desmaiados que ela derrotou apenas com seu Weepinbell. Realmente... eu nunca conseguiria chegar até aqui sem a ajuda dela. O cartão dado pelo Rocket fora usado para abrir diversas portas automáticas, de várias salas. A cada porta aberta eu esperava ver belos olhos dourados me olhando com alegria, tal visão fez meu estômago dar voltas. Nunca estive tão ansioso para ver alguém, como eu estava para encontrar Yellow são e salva.

Chegamos ao que parecia ser a ultima porta do longo corredor que havíamos percorrido. Eu estava ofegante de tanto correr. Erika se aproximou da porta e encostou o cartão no sensor, que destrancou a porta com um clique. Mais uma vez adentrei na sala com a esperança de encontrar um rosto magro e olhos dourados pousando sobre mim, e mais uma vez me decepcionei. A sala ampla, com caixas e com quatro cadeiras espalhadas estava vazia. Estreitei meus olhos e notei que haviam cordas caídas no chão em volta das cadeiras. Acendi a luz do lugar e só então vi um imenso chapéu de palha muito familiar, caído sob o chão de ladrilhos cinza. Abaixei-me e o peguei rapidamente, engolindo em seco. Eu só via Yellow sem chapéu quando ela o tirava para tomar banho, ou para dormir, sempre soltando seu longo cabelo loiro em seguida. Ela nunca o tirava no dia-a-dia.

— É o chapéu dela – falei para Erika. – Ela esteve aqui!

— Devem tê-la levado para outro lugar – respondeu séria.

— É... mas pra onde? Vasculhamos tudo, Erika! Só tem uma saída daqui, e eles teriam que passar por nós para chegar até lá. Por onde iriam?

Erika estreitou os olhos e parecia pensar.

— O Cassino tem um heliporto no terraço – falou como se estivesse tendo um insight. – Vi um elevador quando estávamos correndo para cá. Esse seria o melhor jeito de locomover pessoas daqui, sem que ninguém suspeitasse de nada: através de um helicóptero.

Nem respondi, comecei a correr de volta pelo caminho que viemos, com Erika logo atrás. Eu segurava o chapéu da Yellow firme em minhas mãos, viramos o corredor a esquerda e paramos de frente ao elevador, Erika apertou o botão para chama-lo. Alguns minutos depois ele chegou, suas portas se dividiram abrindo passagem, eu entrei e aguardei Erika entrar, mas antes que ela pudesse por um pé lá dentro, dois Rockets surgiram agarrando cada um de seus braços.

Ela deu uma cotovelada na barriga de um, fazendo ele a soltar e enfiou a mão livre dentro do elevador apertando o botão do ultimo andar.

— ERIKA, NÃO! – bradei fazendo menção de sair do elevador, ao qual as portas começavam a se fechar.

— VÁ RED! – exclamou ela para mim. – EU CUIDO DISSO, SALVE A GAROTA! VILEPLUME! WEEPINBELL! – foi tudo o que tive tempo de ouvir, antes que as portas se fechassem por completo.

Comecei a perder o ar novamente, e me sentei no chão do elevador, enquanto este subia os diversos andares. Blue, Green e Erika... quantas vidas eu sacrificaria para salvar uma? Sei que havia grandes chances deles ficarem bem, mas saber que eu os estava colocando em risco fazia eu me sentir um monstro. Aqueles andares pareciam ser muito maiores do que realmente eram, tamanha era a minha ansiedade para chegar ao meu destino. A cada andar que se passava, eu tinha uma lembrança com a Yellow... nossa primeira batalha; ela me revelando ser uma garota; seus olhos dourados iluminados pela luz quente da fogueira... e cada uma dessas lembranças vinha a mim como um motivo do porquê eu não poderia desistir de salvá-la

O elevador chegou ao seu destino e eu me levantei determinado, iria fazer o sacrifico dos meus amigos valer a pena e principalmente iria trazer Yellow de volta, nem que fosse a ultima coisa que eu fizesse. Prendi o chapéu dela no cinto da minha calça e sai para o corredor, avistei uma larga porta dupla, corri até ela e a escancarei. Me vi no terraço, com um heliporto, exatamente como Erika dissera. Lá estava pousado um imenso helicóptero preto, com um R vermelho estampado. Este tinha a porta lateral aberta, e parecia pronto para decolar. Pela janela eu pude ver um rosto, que me seria familiar em qualquer lugar. Quando nossos olhos se encontraram vi os lábios dela se moverem, estava gritando meu nome, apesar de eu não conseguir ouvir sua voz por causa do barulho que o helicóptero fazia.

— YEEEELOWWWWWWW! – gritei, começando a correr até o helicóptero que começava a levantar voo, pronto para pegar altitude e leva-la para longe de mim. Peguei uma de minhas Pokébolas. – IVYSAUR, CHICOTE DE VINHA! – o sapo surgiu na minha frente, lançou seus chicotes no ar e estes se enrolaram firmemente na base de metal que servia de apoio para a aterrissagem. Eu segurei no corpo de Ivysaur bem a tempo, logo nós dois estávamos suspensos no ar. – AAAAAAAAAHHHHHHHHH! – comecei a gritar em desespero.

Era possível ver todo o interior de Celadon, muito bem iluminado com sua vida noturna agitada. Mais a frente, eu via a imensa rota que descia para a cidade de Fuschia, mas eu não tinha tempo de admirar a paisagem. Precisava deter aquele helicóptero antes que fosse tarde de mais.

— Ivysaur, nos puxe para cima! – o sapo grunhiu em resposta, e começou a reter suas vinhas nos içando para cima automaticamente. Pendurei-me na beirada do helicóptero e com um impulso, consegui subir. Coloquei-me de pé, Ivysaur entrou juntamente comigo. Além de Yellow, havia uma senhora de idade, um garotinho e um homem extramente musculoso, ambos estavam amarrados e não podiam se mexer. O piloto não havia me notado ainda, mas seu passageiro se levantou assustado.

— O QUE FAZ AQUI? COMO ENTROU AQUI? – gritou ele, já puxando o revolver do cinto.

— Ivysaur! – o sapo enrolou seus chicotes nas mãos do Rocket, antes que esse pudesse disparar contra nós. Ele foi lançado para fora do helicóptero, pelo movimento das vinhas do sapo, que havia tirado o revolver das mãos dele e me entregou. Eu destravei a arma, e apontei para a cabeça do piloto. Não sabia se estava fazendo isso certo, mas fiz o que já havia visto nos filmes.

— POUSE O HELICÓPTERO AGORA! – gritei.

— NUNCA! – bradou. Esses Rockets preferiam morrer a trair sua organização?

— RED, AS CHAVES PARA A ALGEMA ESTÃO ALI! – gritou Yellow gesticulando para um saco.

— IVYSAUR ENTREGUE AS CHAVES A ELA E CORTE OS CINTOS COM AS FOLHAS NAVALHAS! – então ele o fez, cortou os cintos que prendiam os prisioneiros aos bancos. O piloto fez menção de se levantar. – MOVA UM MÚSCULO E MATO VOCÊ! SE NÃO VAI POUSAR ESTA MERDA, A MANTENHA NO AR! – a adrenalina tomava conta do meu corpo, eu jamais teria coragem de atirar na cabeça de alguém, mas fazer pose era suficiente para aquela situação e de qualquer modo eu não podia atirar nele, se não estaríamos todos condenados.

Yellow se levantou e se virou, Ivysaur pousou as chaves em suas mãos algemadas em suas costas. Ela habilmente começou a mover suas mãos magras e conseguiu abrir a algema com uma das chaves, soltando os outros prisioneiros em seguida.  Ela pegou o saco e tirou de lá Pokébolas, guardando algumas em seu bolso e entregando outras para homem musculoso.

— Seus Pokémons, Bruno – falou para ele.

— Obrigado – ele sorriu, guardando as Pokébolas no bolso. Então, ele veio até mim. – Eu cuido disso garoto – falou tomando a arma da minha mão. Achei que ele iria ameaçar o cara, ou algo assim, mas ele apenas deu uma coronhada na cabeça dele tão forte que este desmaiou. Empurrou o corpo do cara apagado para o lado e assumiu o controle do helicóptero.

— Sabe como pousar? – perguntei esperançoso.

— Não faço a menor ideia, posso tentar mantê-lo no ar e vocês vão ter que pular – arregalei meus olhos para ele. Encarei Yellow e a senhora que segurava o menininho pela mão.

Fui até a beirada da porta aberta e olhei para o chão, ele parecia extremamente distante. Bruno lutava para manter o helicóptero parado. Foi então que me ocorreu uma ideia.

— Ivysaur volte – recolhi o sapo, trocando sua Pokébola por outra. – SNORLAX! – gritei, lançando a Pokébola em direção ao chão. Eu quase nunca usava o Snorlax, porque chama-lo para uma batalha era como dar um tiro no escuro. Se ele estivesse acordado e disposto, era ótimo, pois ele é um dos meus Pokémons mais fortes em combate, mas se ele estivesse dormindo... Por sorte dessa vez eu precisava dele dormindo mesmo.

O imenso Pokémon surgiu deitado no chão, com a barriga para cima. Respirava pesadamente, e parecia estar no décimo sono.

— Muito bem – falei calmamente. – Vamos ter que pular um de cada vez.

— Você enlouqueceu? – perguntou a senhora com uma voz rouca.

— O helicóptero está praticamente parado, Snorlax é enorme e a chance de errar não é muito grande... primeiro você! – peguei a senhora pela mão, ela encarou o chão e Snorlax, e depois me encarou e por fim e suspirou.

— Não vou viver muito mais mesmo... – foi tudo o que disse antes de pular. Ela caiu bem no centro da fofa barriga de Snorlax, que nem se mexeu. Desceu de cima do enorme Pokémon dando espaço para o próximo.

— Agora você – peguei o menino pela mão, mas ele chorava fazendo um não com a cabeça.

— Deixem que eu vou com ele, vão vocês dois! – falou Bruno, de costas para nós que continuava a tentar controlar o helicóptero.

Encarei Yellow, e estendi minha mão para ela a qual ela segurou firmemente e assentiu para mim. Fomos até a borda e pulamos juntos, sem pensar muito. A barriga de Snorlax se remexeu com o nosso impacto, como uma cama elástica.

Vi Bruno surgir na porta aberta do helicóptero. Segurou o garoto com um braço, e na outra mão trazia uma Pokébola. Então ele pulou, e chamou um imenso Onix. Com a mão livre, ele se agarrou na antena de pedra que havia em cima da cabeça da cobra. O helicóptero foi perdendo altitude enquanto rodava no ar, e por sorte, caiu em uma área de mato com uma enorme explosão.

Finalmente eu pude respirar aliviado. Olhei para o lado e Yellow me encarava com um enorme sorriso, e seus olhos estavam marejados. Ainda estávamos de mãos dadas, o que fez com que eu corasse um pouco.

— Seu chapéu – falei com um sussurro, soltando o chapéu do meu cinto e o pousando na cabeça dela com minha mão livre, pois a outra ainda segurava a dela. Olhei para o céu e ele já estava salpicado de estrelas, suspirei novamente e a encarei sorrindo. – Essa foi à coisa mais emocionante que eu já fiz em toda a minha vida e... – comecei a falar normalmente, mas fui interrompido, pois Yellow se inclinou sobre mim e pousou seus lábios sobre os meus.

Se eu achava que o meu coração havia batido forte quando me pendurei no helicóptero juntamente com Ivysaur, nada se comparava a como ele estava batendo agora. Yellow estava me beijando levemente. Nossas mãos ainda estavam atadas sob a barriga de Snorlax, a mão livre dela fora parar na minha nuca e a minha outra mão... Bom... eu não sabia o que fazer direito com ela, então não fiz nada. Fechei meus olhos e me permiti curtir o momento.  Desde que eu tinha 11 anos eu me imaginava tendo meu primeiro beijo com a Blue, criava diversas situações na minha cabeça e fantasiava com elas. A sensação que eu imaginava que sentiria ao beijar Blue, não chegava nem aos pés dessa que eu estava sentindo agora ao beijar Yellow, porque esta era real. Um misto de sentimentos se formava dentro de mim, mas não havia um deles que fosse ruim.

Só sei que do mesmo jeito que ela iniciou o beijo, ela o parou. Eu senti meu rosto queimar, e ela também estava extremamente corada. Ela olhou para mim e sorriu, se lançando sobre mim novamente, dessa vez enrolando seus braços em volta do meu pescoço.

— Você me salvou Red, obrigada. Eu sabia que você viria, sabia... – ela falou ao pé do meu ouvido. Eu me desequilibrei com o peso dela, e nós dois caímos de cima da barriga de Snorlax na grama fofa. Ela caiu por cima de mim e rolou para o lado, ficamos deitados encarando as estrelas enquanto riamos.

— Eu nunca deixaria que te levassem Yellow! Nunca – falei. Ela voltou a sorrir, e voltou a encarar as estrelas e eu fiz o mesmo, ela pousou sua mão sobre a minha na grama novamente. Aquele pesadelo havia acabado, e eu consegui trazê-la de volta e nunca mais a deixaria partir.

< Por Blue >

Acordei ao sentir o ar frio da noite em meu rosto. Abri meus olhos lentamente, tentando me lembrar do que tinha acontecido. Alguém estava me carregando no colo, olhei para cima e a pessoa olhou para baixo, belos olhos verdes se encontraram com os meus.

— Green? – sussurrei. – Mas... você voltou? Onde estão os outros? – perguntei olhando para os lados. Vi que Wartortle e Oddish seguiam Green lado a lado, ambos olhavam para cima e pareciam preocupados comigo. Eu sentia uma dor de cabeça forte, e tossia um pouco por conta da fumaça que havia inalado, mas fora isso, tudo parecia estar nos eixos.

— Eu me perdi dos outros lá em baixo, então voltei para o cassino. Encontrei você caída, o lugar todo estava em chamas. Por sorte seus Pokémons lhe mantiveram a salvo – falou ele, me pousando na grama. Olhei para trás e vi que o cassino realmente estava todo em chamas. – Suponho que os outros já devem ter encontrado Yellow uma hora dessas.

Assenti devagar, e acariciei ambos meus Pokémons os agradecendo. Chamei-os de volta para a Pokébola. Green se sentou ao meu lado na grama e ficou em silencio. Peguei meu Pokégear e chamei os bombeiros.

Meia hora depois...

O cassino estava rodeado de bombeiros e policiais, Green e eu contamos o que sabíamos a policia e agora eu estava sentada em uma ambulância, com Green ao meu lado. Eu tinha recebido primeiros socorros, e já havia sido liberada. Fiquei olhando para os bombeiros que lutavam contra as chamas, alguns policiais entravam no cassino e saiam alguns minutos depois trazendo Rockets algemados, não demorou para Erika sair de lá, acompanhada por um policial. Ela se juntou a nós e nos contou o que tinha acontecido. Fiquei olhando para o horizonte, enquanto pensava, até que cinco figuras surgiram, vindo em nossa direção. Duas delas eu reconheci de imediato, Red e Yellow caminhavam calmamente de mãos dadas, ao lado de uma senhora de idade, um homem musculoso e um menininho. O homem se despediu deles e prosseguiu, evitando todo o aglomerado que se formava em volta do cassino. Parecia estar indo sentido a rota que levava a cidade de Fuschia, estava com pressa.

Saltei da ambulância e corri na direção dos meus amigos. Abracei Red e Yellow ao mesmo tempo, agradecendo a Arceus por eles estarem a salvo. Green se aproximou de nós três, que ainda estávamos abraçados e ficou nos observando. Soltei-me deles, e ele apenas acenou com a cabeça para Yellow e para Red. Olhei para os três e não pude deixar de sorrir, tudo tinha acabado bem no final das contas, mas algo me dizia que isso que enfrentamos hoje era só o começo. Olhei para o céu estrelado, eu sabia que iríamos enfrentar a Equipe Rocket novamente e isso que passamos hoje não era nem metade do que eles realmente podiam fazer, mas algo me dizia que nós quatro juntos poderíamos derrotar qualquer coisa.


Notas Finais


Links da fic do Chander:
- Another Destination: https://spiritfanfics.com/historia/another-destination-3883181
- Masters Of Tipes:https://spiritfanfics.com/historia/masters-of-types-3736512
Então, o que acharam do capitulo e do final do arco? Não deixem de comentar pessoal, por favor, é muito importante pra mim. Opiniões, sugestões, criticas e elogios, tudo tá valendo <3
Muito obrigada por lerem até aqui, e até o próximo capitulo.


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