História Pokemon Indigo League - Volume I - De volta a Pallet. A investida da Equipe Rocket!

 

  Eles decidiram ficar em Pewter naquele dia. O grupo foi para a casa de Brock, comeram até passarem mal e foram dormir cedo para conseguirem partir o quanto antes para Pallet.

Quando o próximo dia amanheceu, eles se arrumaram correndo para sair.

- Eu queria lutar contra você antes de irmos, mas o professor disse que tem que ser entregue o quanto antes, então vamos ter que esperar... – Ash disse para Brock na porta da casa dele.

- Não se preocupa, só que... – Brock começou a falar, mas foi interrompido.

Misty, May, Clemont e Bonnie saíram da casa com uma expressão um pouco triste.

- O que foi? – Ash perguntou olhando para os quatro – Ah caramba, eu esqueci!

Ele abraçou May e a garota retribuiu com um beijo no rosto. A garota havia dito que só acompanharia eles até Pewter.

- Espero que a gente se veja logo! – Ash falou.

- Eu tenho certeza que vamos. – May falou animada.

Todos se despediram dela e a garota se pôs a andar. Antes que pudesse virar a esquina ela trombou com Leo, eles se cumprimentaram e ela voltou a andar para longe enquanto Leo se aproximava.

- Vocês vão voltar para Pallet então? – ele perguntou.

- É... – Ash respondeu.

- Você vai ficar por aqui né? – Misty perguntou.

- Sim, tenho algumas coisas para resolver. - ele respondeu.

- Sendo assim, nos vemos por aí! – Ash apertou a mão do garoto – Quero batalhar de novo contra você!

- Tenho certeza que em breve nós vamos voltar a nos enfrentar! - ele falou, acenou para os outros quatro e se pôs a andar na mesma direção que May havia ido.

Ash se despediu de Brock e o grupo agora com quatro pessoas começou a andar.

- Espera aí! – Brock gritou e todos pararam.

Eles olharam para trás, mas só viram Leo, agora longe. A porta da casa do Breeder se abriu e Brock saiu correndo com uma mochila nas costas e se juntou ao grupo. Ash sorriu e acenou com a cabeça para Leo denovo quando o garoto olhou para trás. O garoto retribuiu e todos voltaram a andar.

- O que você ia falar Brock? – Ash perguntou.

- Não lembro! Quando eu lembrar eu te falo.

- OK. - Ash deu de ombros, sem saber que era algo muito importante.

 

Em quatro dias eles estavam de volta a Viridian. Dessa vez eles não tinham feito tantas paradas na estrada por isso foram mais rápidos. Foram três dias inevitáveis na floresta e mais um na Rota 2.

Na entrada da cidade havia um prédio que sempre indicava o dia e a hora e quando eles entraram nela o prédio mostrava que eles estavam no dia vinte e nove de novembro.

- Brock, não tem uma coisa que fala que ginásios não funcionam em dezembro? – Misty perguntou para o amigo.

Brock deu um tapa na própria testa, reprimindo um palavrão.

- Era isso que eu queria te avisar já faz quatro dias e eu não lembro! – ele falou para Ash – Por favor me desculpa!

Ash gargalhou e fez um não com a mão.

- Não se preocupa! – ele falou – Seria péssimo eu pegar a primeira insígnia e depois ter que voltar para casa, não é mesmo Pikachu? – o Pokemon deu um gritinho – Vou aproveitar isso para treinar ainda mais!

- E nós vamos poder passar o natal na casa do Ash! – Bonnie falou.

Eles continuaram andando.

- Natal! – Ash exclamou de repente – Como eu gosto disso!

- Mas não é você que não gosta de festa de aniversário? – Clemont perguntou.

- Não gosto quando eu sou o aniversariante. – Ash murmurou – Chama o seu pai! Pergunta se ele vai poder passar o natal aqui em Kanto.

- Pode deixar. - Celmon respondeu.

- O que será que tem nessa caixa? – Misty perguntou mudando de assunto e olhando para a mochila de Ash onde estava o pacote.

Era uma caixa de dez por dez centímetros e sete de altura, feita de papelão e lacrada com fita. Ninguém sugeriu abrir ela, mas todos queriam.

- Podemos pedir para que ele nos mostre. Duvido que ele fale não depois de levarmos até lá. – Brock falou.

O grupo balançou a cabeça concordando, mas não largou o assunto.

- Será que é um novo tipo de pokeball? – Clemont perguntou.

- Poderia ser um ovo! – Misty exclamou.

- Eu acho que não caberia nessa caixa. – Ash falou –Talvez seja uma nova PokeDéx!

Todos tentavam adivinhar o que estava naquele pacote que eles carregavam e depois de um tempo chegaram na fronteira da cidade com a Rota 1. Eles pararam de andar.

- Mais dois dias de caminhada e aí nós descobrimos o que é! – Ash falou e eles entraram na estrada.

 

Greninja e Geleca pousaram em solo firme e puderam descansar de forma decente depois de sete dias voando e andando de Kalos até Johto. Geleca carregava Greninja nas costas durante o voo e depois durante a caminhada os papéis se invertiam. Eles já tinham parado em Unova para que o lendário descansasse e depois em um arquipélago chamado Sevii Islands, pelo mesmo motivo. Entre esse arquipélago e Johto eram nove horas de viajem voando. Greninja ficou espantado ao descobrir que iam pessoas de Kanto para lá usando barco em menos de duas horas e ia sugerir que fossem em um desses, mas mudou de ideia depois que viu um Ponyta desembarcar com seu fogo todo apagado.

- De qualquer jeito nós não temos tickets. – Geleca falou.

Greninja concordou com a cabeça e seguiu para uma casinha, onde havia um senhor que cuidava de Pokemon selvagens e de outros treinadores. Eles ficaram lá durante algumas horas e então seguiram para Johto.

Já de noite, quando chegaram na próxima região, Greninja sentiu algo estranho. Ele se concentrou um pouco e descobriu que por algum motivo seu treinador estava voltando para Pallet. Seja qualquer que fosse o motivo, ele esperava que Ash ficasse por lá, porque seria muito mais fácil de eles se encontrarem.

Os dois subiram em uma árvore e sentaram em um dos galhos. Geleca fechou os olhos e deixou um pouco de sua energia fluir, criando um outro Greninja ao lado deles. Ele também se sentou.

- Vocês já estão em Johto? – o Herói perguntou surpreso – Deveriam ter levado o dobro do tempo devido ao poder reduzido do Geleca!

- Nós demos um jeito quanto à isso. - Greninja falou.

Geleca estava usando a conexão que os dois Greninja tinham para criar uma espécie de ligação com o Herói que estava em Kalos, agora muito distante dos dois.

- O trajeto voando não era muito extenso. Tinham várias ilhas no caminho que usamos para descansar. O problema mesmo seria o trajeto a pé, – Greninja falou – mas nós decidimos que eu o faria, carregando Geleca nas costas.

O outro assentiu. Ele olhou para trás, para algo que os dois não podiam ver, e então olhou de volta para eles.

- Eu acho melhor vocês voarem para Kanto agora mesmo. – o outro falou.

- Geleca não pode mais voar, ele está muito exausto para isso e eu também não estou mais aguentando andar por muito tempo. - Greninja falou.

- Isso é ruim. Quanto tempo vocês acham que vão levar para chegar?

- Talvez o mês inteiro. – Geleca respondeu – Se você pudesse despertar Zygarde durante algumas horas só, eu poderia voar com Greninja até Kanto.

- Isso está fora de cogitação! – o herói falou firme – Ele não pode acordar antes que Greninja domine o AURA CUT!

- Então provavelmente só vamos chegar em Kanto depois do Natal... – Greninja falou desanimado.

- Vocês vão ter que fazer em menos tempo!

- Por quê? - Geleca perguntou – Eu achei que Zygarde estaria em segurança enquanto estivesse em hibernação.

- Ele estará em segurança enquanto estiver comigo! - o Herói falou – E logo isso não vai mais ser possível...

- Do que você está falando? - Greninja perguntou assutado.

- Eu estou há muito tempo nessa dimensão! Logo vou ter que voltar para o Alpha World... se não fizer isso poderei desaparecer para sempre...

Greninja sentiu um aperto no peito. Isso queria dizer que ele ficaria sem o mestre.

- Eu... eu não quero que nada te aconteça! - ele falou – Não quero que sofra! Se você perceber que não vai ser possível continuar aqui, não hesite em voltar para sua casa!

A imagem tremelusente do Herói da Vila Ninja sorriu.

- Você é inexperiente, impulsivo e ainda tem muito poder para desenvolver, mas só com isso você se mostrou um ser muito melhor do que eu fui... - ele ficou de pé e olhou para trás novamente – Eu preciso ir agora. Tem alguns Pokemon curiosos entrando na caverna... até mais meus amigos!

 

May chegou em Hoenn pocuo tempo depois de se separar dos amigos. Ela teve que ir até Vermillion usando um Pokemon transporte e isso quase não levou uma hora.

- Isso é muito comum na região de Alola, quando o Illima veio para cá ele trouxe alguns costumes deles. – o guia explicou enquanto carregava ela em um Charizard.

Lá na cidade ela pegou um barco que a levou para Hoenn e quatro dias depois ela estava na região natal.

Ela desceu do barco e começou a olhar ao redor para ver se alguém tinha aparecido para buscá-la.

- Maaaaay! – Serena já esperava a amiga no porto.

Ela veio correndo na direção de May e as duas se abraçaram. A mãe dela e Max se aproximaram e a abraçaram também.

- A Dawn apareceu lá em casa esses dias! - Serena falou.

- Ótimo! - May respondeu – Vai ser muito melhor nós treinarmos com ela!

 

No dia seguinte, enquanto esperavam Dawn chegar, Serena decidiu contar sobre uma mudança que havia ocorrido enquanto ela estava fora.

- May, você lembra do baile que vai ter agora em dezembro? – Serena perguntou.

- Huhum. – May respondeu enquanto mexia no computador.

- Foi dito que todas as Coordenadoras terão que ir nele para ganhar uma vaga no próximo Contest... – Serena não parecia muito animada com aquilo.

- O que foi? – May desviou sua atenção do computador para a amiga.

- É que eu não queria ir no baile porque não espero arrumar alguém para ir comigo nele, agora então que todos vão estar desesperados para achar um par eu tenho certeza que vou ficar de lado e não vou achar ninguém...

May de um sorriso de lado.

- Eu vou achar alguém legal para ir com você. Eu prometo! – ela falou.

Serena não se animou muito com aquilo, mas agradeceu e encerrou o assunto.

- Veon! – Sylveon se aproximou e cutucou a treinadora.

- O que foi? Está com fome?

 

- O que é isso? – James exclamou – Jessie corre aqui, Inkay está evoluindo!

Jessie saiu do meio das árvores com Gourgeist, Meowth, Wobbuffet e Froslass. Todos deixaram o queixo cair ao ver Inkay brilhando e crescendo enquanto ele evoluía.

- Malamar! – o Pokemon grunhiu orgulhoso dele mesmo.

- Isso é perfeito, agora nós poderemos derrotar o Zygarde e o Greninja do pirralho brincando! – Meowth falou.

- Froslass, está pronta? – Jessie perguntou.

- Lass!

- Malamar o que me diz? – James olhou para seu Pokemon.

- Malamar! – o grito ecoou por toda a floresta.

- Agora só temos que chegar na Caverna Terminus. – Meowth falou deixando todos instantaneamente desanimados – Só ignorando o detalhe que estamos logo atrás de Lumiose...

O Herói os observava de perto, apoiado no galho de uma árvore.

- É melhor vocês dois serem rápidos. – ele falou para Greninja e Geleca mesmo sabendo que eles não podiam escuta-lo – Eu não vou poder fazer nada dessa vez...

 

Mesmo correndo eles levaram dois dias para fazer o percurso até Pallet. Quando eles começaram a caminhar no segundo dia faltava menos de dez quilômetros para chegar na cidade e eles conseguiram chegar nela antes do meio-dia. Todos estavam cheios de expectativa para descobrir o que tinha na caixa.

- Professor! – Ash gritou na porta do laboratório – Estou com sua caixa!

Eles notaram que a porta estava cheia de fagulhas e que havia muita fumaça dentro do laboratório, mas supuseram que foi algum experimento malsucedido e então esperaram até que a porta se abriu e um professor Sycamore exausto e com um jaleco cheio de fagulhas apareceu na entrada.

- Graças a Arceus vocês chegaram! – ele olhou para trás e se abaixou quando uma coluna de fogo passou onde, segundos antes, era sua cabeça – Um Magmar invadiu o laboratório e está colocando fogo em tudo. Totodile, Kingler e Buizel estão apagando as chamas e o atrasando, mas não conseguem pará-lo.

O lugar estava todo em chamas, o professor Carvalho estava preso no fundo da construção por causa de um monte de escombros e fogo.

- E os outros? – Ash perguntou preocupado.

- Estão presos para fora junto da Mairim. Ash nós precisamos de vocês! – Sycamore suplicou.

- Não se preocupe, eu vou dar um jeito nisso! Pikachu fique aqui. – ele puxou o professor para fora e entrou na construção – Totodile, Kingler WATER GUN para apagar esse fogo, Buizel AQUA JET no Magmar!

Os dois primeiros obedeceram e atiraram água nas mesas e prateleiras do laboratório enquanto Buizel investiu contra Magmar fazendo ele cair no chão.

- Minhas máquinas! – o professor Carvalho saiu do canto onde estava e correu até a saída passando por cima dos escombros agora que seu caminho não estava mais bloqueado por fogo – Ash, não jogue água nas minhas máquinas em hipótese alguma!

- Eu não sou idiota professor, fique tranquilo, eu não vou piorar as coisas! – Ash empurrou o homem mais velho para fora, onde ficaria protegido.

Magmar já estava de pé de novo e utilizava CROSS CHOP contra Buizel.

- Você acha que é forte? – Ash perguntou para o oponente virando o boné para trás – Vamos mostrar para ele o que é ser forte, Buizel use AQUA JET!

Magmar defendeu o golpe com THUNDER PUNCH fazendo com que o Pokemon tivesse que recuar.

- Zel! – ele gritou preocupado para o treinador.

- Não se preocupe, eu já sei o que fazer! – Ash respondeu olhando para depois de Magmar – Use ICE PUNCH!

Buizel investiu contra Magmar com seu punho brilhando e desferiu um poderoso soco, porém o adversário desviou segundos antes fazendo Buizel passar direto. Magmar olhou para Ash com desdém.

- Não estávamos mirando em você! - Ash falou.

O Pokemon olhou para trás ao ouvir o inconfundível barulho de madeira quebrando. Buizel havia arrebentado a porta dos fundos do laboratório e agora alguns Pokemon se amontoavam ali, encarando a criatura de fogo com profundo ódio.

- Ash! - Mairim gritou de felicidade ao ver o garoto.

- Não saia daí! - ele avisou – Eu já vou dar um jeito nisso!

Vários Pokemon tentavam entrar no laboratório, mas não conseguiam passar pelo fogo alto.

- SONIC BOOM para apagar as chamas! – Ash ordenou.

No momento em que Buizel foi comprir a ordem Magmar atacou, mas seu alvo era Ash. O garoto se jogou no chão para se desviar de um FLAMETHROWER e se levantou mais bravo do que machucado.

- Ash! – Misty colocou a mão na boca quase tendo um infarto.

Várias pessoas foram se aproximando deles e uma delas perguntou.

- O que aconteceu? Vovô está tudo bem? – era Gary.

- Tem um Magmar lá dentro. – Brock falou.

- E cadê o Ash? – Macey perguntou quase gritando.

- Me fala que ele não está dentro do laboratório em chamas... – Sawyer falou pensando em um jeito de matar o amigo se ele não morresse lá dentro.

- Onde está a Mairim? - Alan perguntou preocupado.

- Está presa do outro lado, mas não se preocupe, ela não está em perigo! - Sycamore explicou.

Buizel conseguiu apagar as chamas que separavam ele dos outros Pokemon.

Magmar olhou para Buizel e então para Ash. O garoto sentiu que tinha alguma coisa estranha com aquele Pokemon. Não era como se ele estivesse assustado, tentando se defender, seus olhos estava vidrados e seu rosto exalava fúria.

“Não vou deixar que machuque alguém! ” - ele pensou irritado – Buizel use AQUA JET... - o Pokemon obedeceu e disparou contra Magmar, que instântaneamente ergueu seu punho, pronto para acerta-lo com THUNDER PUNCH – Glalie acerto Buizel com ICE BEAM... AGORA!

Glalie o acertou com ICE BEAM, fazendo com que seu casulo congelasse. Magmar acertou o soco no ICE JET, mas não surtiu efeito nenhum no oponente, que continuou avançando e o lançou contra a parede. Magmar ainda tentou levantar foi finalizado com WATER GUN.

Ash voltou com a aba do boné para frente e sorriu satisfeito.

- Samurott HIDRO CANON! – Ash ouviu Cameron gritar.

Ele saiu correndo de dentro do laboratório e viu os seus rivais reunidos, apagando o fogo que tinha escapado de lá de dentro, mas ainda havia muito dentro da construção.

- Glalie, use ICY WIND para apagar o fogo. - ele pediu e o Pokemon soltou a gelada rajada sem hesitar.

 

- O que foi aquilo que você fez com o Buizel? – Trip perguntou olhando para o Magmar ainda desmaiado.

- A ideia era da Dawn, eu só fiz funcionar. Eu sabia que quando eu usasse o AQUA JET contra o Magmar ele iria defender com o THUNDER PUNCH então eu simplesmente dei um jeito de fazer o Buizel ficar imune ao ataque elétrico. – Ash respondeu.

Eles já tinham apagado todo o fogo e arrumado o que tinha sido possível recuperar das chamas, porém o Pokemon que havia causado tudo aquilo continuava no mesmo lugar, ele não tinha movido um único musculo desde o fim da batalha e Buizel tinha ficado o tempo inteiro ao lado dele para garantir que não houvesse outro ataque.

- Quando ele invadiu o laboratório, parecia que estava sentindo dor. – Sycamore falou – da mesma forma que o Garchomp...

O professor Carvalho estava com o braço direito em uma tipoia improvisada por Clemont devido a uma pancada que tinha recebido do Pokemon.

- Ele não atacou porque quis. – o professor falou – Meu braço só está assim porque eu achei que ele precisava de ajuda.

- Sentindo dor? – Ash indagou enquanto analisava o corpo do Pokemon – Ele não parece ter um colar, nem nada das coisas que a Equipe Rocket usa...

Ele percebeu um calo no pescoço do Pokemon e quando se aproximou para analisar mais de perto viu que havia um pequeno “R” estampado onde seria a traqueia humana.

- Esquece... - ele disse sentido uma onda de raiva invadi-lo – Clemont, dá uma olhada nisso! – ele falou e se afastou para que o outro pudesse olhar.

Ele olhou de perto, se afastou e pegou um óculos de tamanho exagerado na bolsa, o colocou e então voltou a olhar o Pokemon.

- Parece um tipo de microchip! – ele disse por fim – Veja só.

Ele entregou o óculos para Ash, o garoto o colocou e quando olhou para o Pokemon ele pode ver uma marca um pouco mais destacada no Pokemon. Ele não precisou de muito tempo para perceber que aquilo era o microchip.

- “R”... – Misty refletiu – Será possível que é a...

- Equipe Rocket! – Ash fechou a mão em um punho, sua cabeça doía de ódio e ele não conseguiu organizar seus pensamentos.

Ele deu um soco na parede fazendo todos se assustarem.

- Aqueles... aqueles... se eu tivesse... – ele travou de raiva e não conseguiu terminar a frase.

- Ash se acalma, você não pode se culpar por isso! – Angie tentou segurar a mão do garoto, mas ele deu um solavanco e saiu do laboratório dando passos pesados.

- Charizard, vamos sair daqui! – ele gritou do lado de fora.

Todos escutaram o barulho das asas do Pokemon baterem e ele levantar voo.

- Pika pi. – o Pokemon grunhiu tristemente.

- Ele vai ficar bem. Daqui a pouco ele está de volta. – Misty pegou o Pokemon no colo.

- Deixe ele! – Délia segurou a mão de Alan que estava prestes a sair correndo atrás do garoto – Ele precisa pensar um pouco...

- Ele precisa da Serena... – Bonnie sussurrou para que ninguém ouvisse.

Mas Misty ouviu e quase que imediatamente sentiu algumas lágrimas brotarem em seus olhos.

“Eu fui a primeira a estar presente na jornada dele... por que ela é mais importante? ” - ela se perguntou.

 

Eles esperaram dentro do laboratório durante horas até Ash voltar.

- Por que ele se culpou daquele jeito? - Casey perguntou.

- Porque sempre que a Equipe Rocket aparece é para roubar o Pikachu... – Clemont falou.

- Pika pii – o Pokemon coçou a cabeça.

- Isso não pareceu coisa do James e da Jessie. – Misty falou – Pareceu mais algo feito pelo Butch e pela Cassidy.

- Ela tem razão. – Brock concordou – Os ataques daqueles dois eram muito mais coordenados que os da Jessie e do James. Mas nós derrotamos eles...

- Só existe aqueles dois da Equipe Rocket? – Alan perguntou.

- Não, existem muitos. - Carvalho falou.

A porta queimada do laboratorio rangeu e Ash entrou igual uma tempestade.

- Eu sei quem foi que fez isso! – seu rosto ainda expressava fúria – Foi Colress!

Pikachu estremeceu.

- Mas ele foi... – Trip começou a falar.

- Derrotado por mim e preso pelo Looker, eu sei. – Ash o interrompeu – Mas se Giovanni decidiu expandir para Unova ele deve ter entrado em contato com ele.

- Como assim expandir para Unova? – Angie perguntou.

- Eu ainda falo com o Looker de vez em quando. – ele disse – Nesse tempo que eu estava fora eu falei com ele e adivinhem só...

- Ele relatou ataques lá? – Clemont arriscou.

- Exato! E não só lá, ele disse que a polícia internacional parou ataques em Johto, Hoenn e Sinnoh também.

- E o que faz você pensar que o responsável foi esse tal de Colress? – Brock perguntou.

- Porque quando eu estava em Unova ele estava desenvolvendo uma máquina de controle mental. Isso, – Ash apontou para o Magmar – pode ser uma atualização que ele fez no projeto.

- Eu odeio aquele cara. - Cameron falou

- Ash, não podemos fazer nada agora... – Misty segurou a mão do garoto – Eu acho melhor esperarmos mais alguma coisa.

O garoto olhou para ela como se pensasse que fosse maluca.

- Eu não estou falando para esperarmos outra coisa assim! – Misty se apressou em dizer – Mas esperarmos alguma outra coisa estranha, como, como o Absol talvez!

Ash balançou a cabeça em concordância.

- Está certo. – ele tirou a mochila das costas e a entregou para o professor – Seu pacote.

O professor se assutou com a mudança repentina de assunto.

Ele pegou a caixa e a abriu. Dentro da caixa haviam quatro coisas, um boné preto com listras douradas que tinha um bilhete colado escrito “uma lembrança”, um aparelho vermelho que Ash reconheceu como um modelo de PokeDéx que ele havia usado a muito tempo em Johto, uma pokeball e outro bilhete colado nela. O professor o leu em voz alta.

- Caro Prof. Carvalho, aqui está a PokeDéx que me entregou, completa, como eu prometi, também estou te devolvendo o Pokemon que me emprestou, não é o mesmo, digamos que é filho dele e eu posso dizer que é um pouco melhor do que o que você está comigo. Espero que tudo isso te ajude em suas pesquisas. Assinado... – quando ele estava prestes a ler o nome, Magmar se levantou.

E então caiu de novo após ser atingido por um WATER GUN enviado por Buizel.

Clemont pegou a PokeDéx e começou a olhar seu conteúdo.

- Fantástico! Ele conseguiu dados completos de todos os Pokemon de Johto e Kanto! – Clemont exclamou.

- Estava demorando tanto que eu achei que ele havia desistido... – o professor falou pegando a pokeball – Agora, o que eu vou fazer com ele?

Ele a jogou e um Totodile surgiu no meio do laboratório.

- Eu já tenho o seu para fazer os estudos, então não preciso desse... – ele disse olhando para Ash.

O garoto pensou um pouco e então cochichou algo na orelha do professor e este concordou.

- Bonnie, pega. – o professor jogou a pokeball para ela.

- O que? – a garota perguntou surpresa.

- Não tem o porquê eu ficar com ele. Se quiser treiná-lo eu não vejo problema nenhum!

A garota sorriu e abraçou o professor agradecendo e depois abraçou Ash também.

- Sei que a ideia foi sua! – ela cochichou para ele.

O garoto sorriu e sentiu sua raiva diminuir um pouco.

 

Todos foram para o restaurante de Délia e se serviram. Ninguém precisaria pagar, era por conta da casa.

- Algum de vocês conseguiram a primeira insígnia já? – Ash perguntou.

Agora que ele estava comendo, toda sua raiva havia ido embora.

- Não. – todos responderam.

- Tínhamos algumas coisas para fazer, para poder preparar nosso time e quando fomos partir de Viridian para Pewter fomos avisados que os ginásios não funcionam em dezembro. – Barry falou.

- Então todos vocês estavam em Viridian? – Clemont perguntou e Casey balançou a cabeça concordando – Como não nos vimos lá?

- Não paramos para fazer um passeio. – Misty falou – Só fomos ver o Trial e o que sobrou do ginásio. Viridian é uma cidade grande, não estou surpresa.

Ash bateu com o prato vazio na mesa e se levantou para pegar mais.

- Assim você vai explodir, já é o quarto prato... – Bonnie falou.

Ash ignorou.

- O que vocês vão fazer agora? – o garoto se sentou com outra montanha de comida.

- Vamos ficar aqui em Pallet mesmo. – Barry falou.

- Nós poderiamos fazer uma festa de natal! – Sawyer disse.

- Você não acha que está muito cedo para pensarmos sobre isso? – Paul perguntou.

- Levando em consideração o estado do laboratório vamos precisar de umas duas semanas para preparar tudo – Sycamore falou – Alias, Alan eu já terminei de estudar aqueles Stellix. Parece que a Mega Evolução deles é causada pelo contato entre os dois.

- Contato? – Ash perguntou engolindo a comida – Eles não precisam de uma Mega Pedra?

- Ao que parece, não! Eu vou continuar estudando isso direito, mas eu acredito que é uma descoberta que muda tudo!

- Infelizmente você vai ter que esperar um pouco para poder continuar a pesquisa. – Carvalho falou.

- É verdade! – Sycamore coçou a cabeça.

- Então está certo! – Ash se levantou erguendo seu copo – Vamos terminar aqui e começar a arrumar o laboratório! Se todos nós ajudarmos poderemos terminar isso em pouco tempo!

- Certo! – todos responderam.

Agora a única coisa audível era o tilintar dos talheres batendo no fundo do prato.

 

 

E a jornada continua...