Jessie, James e Meowth estavam de pé no meio do escritório de Giovanni, no QG da Equipe Rocket. Sua cadeira estava vazia e além deles a única pessoa na sala era sua secretária, que estava postada ao lado da mesa com um tablet na mão.
- Ele já está chegando. – ela anunciou – Estamos tendo dificuldades com a contenção de Zygarde. Ele tem dado um jeito de resistir ao controle mental e o chefe decidiu ir em pessoa para pará-lo.
- Nós iremos esperar. – James falou e se sentou.
Os outros dois seguiram o exemplo e ela se retirou da sala.
- O que será que ele quer com a gente? – Jessie perguntou.
- Nos parabenizar talvez? – Meowth falou – Fomos muito úteis em Kalos, a Froslass e o Malamar deram um ótimo apoio ao Red Gyarados do chefe.
- Eu acho que nós va... – James começou a falar, mas se calou quando Persian passou pela porta.
Ele andou até estar no centro da sala e então olhou fixamente para os três durante alguns segundos, depois se virou e deitou ao lado da cadeira de Giovanni, que entrou logo em seguida. Ele se sentou e os três se puseram de pé.
- Senhor! – eles disseram ao mesmo tempo batendo continência.
Giovanni olhou alguns papéis que estavam em sua mesa e também o conteúdo de um aparelho holográfico, igual ao que eles estavam usando em Kalos.
- Eu acho que o certo é agradecer, não é mesmo? – ele disse por fim – Afinal de contas, mesmo com todos os fracassos, vocês localizaram Zygarde e me ajudaram a colocá-lo sobre meu controle. Por causa dessa repentina... utilidade de vocês, – ele pronunciou aquilo como se fosse algo estranho – eu vou recompensá-los!
Os três arregalaram os olhos.
- Você James, tem em posse somente Malamar, eu estou certo?
- Sim senhor. – ele respondeu.
- Já Jessie, tem Wobbuffet, Gourgeist e Meowth?
- Sim senhor. – ela falou.
- Muito bem. Eu estarei lhe dando a Froslass que você pegou com a unidade de Sinnoh, eles já disseram que não irá fazer muita diferença.
- Muito obrigada chefe! – Jessie quase gritou de alegria.
- Quanto a você James, só ter um Pokemon te torna o elo fraco dessa equipe. Eu vou lhe dar mais três Pokemon por causa de sua excelente participação na captura de Zygarde. – Giovanni entregou um aparelho para James que tinha uma lista completa de todos os Pokemon encontrados em Kanto – Se arrastar para os lados poderá ver as listas de outras regiões. Qualquer Pokemon, de Kanto até Unova!
James balançou a cabeça.
- São tantas opções...
- Não se apresse, tem até o final da semana para escolher, que é quando receberão sua nova missão.
- Nova? Mas já? – Meowth perguntou.
- Como vocês devem saber, a unidade de Unova libertou Colress e alguns membros da Equipe Plasma e os convenceram a trabalhar para nós. – ele parou de falar para que os outros pudessem entender.
- Ficamos sabendo. – Jessie respondeu não muito animada.
Nenhum dos três gostava do Colress.
- Com suas pesquisas nós conseguimos controlar um Magmar e manda-lo atacar o laboratório do professor Carvalho, um cientista que oferece ajuda ao pirralho que tanto atrapalha nossos planos. Tenho certeza de que sabem quem ele é. – os três concordaram com a cabeça – Acontece que esse professor não era nosso alvo, o maior problema na Equipe Rocket até hoje foi Ash. E nós conhecemos a fraqueza dele! Os Pokemon! Se ele vê algum Pokemon sofrendo ele tem a necessidade de ajudar!
- Então quer dizer que com isso nós podemos nos livrar do pirralho? – James perguntou.
- Exato! A missão de vocês será capturar o máximo de Pokemon possível para que possamos chamar a atenção do pirralho e usá-los contra ele. E tem uma outra coisa que eu acredito que vocês vão gostar de saber... – ele apontou para a porta atrás deles.
Eles olharam na direção enquanto ela se abria e quase caíram para trás.
- I... isso é im... impossível! – James gaguejou.
- Nós vimos você cair de cima do Megalith! – Jessie deu vários passos para trás e bateu com as costas na parede.
- Qual é o problema? Parece que viram um fantasma! – Lysandre deu uma gargalhada.
Seu rosto era só uma sombra do que foi um dia, agora ele tinha várias cicatrizes e parte do lado esquerdo estava queimado. Ele não vestia mais seu terno habitual, mas sim um parecido com o de Giovanni e seu cabelo ruivo havia sido cortado muito curto, porque tinha falhas que com certeza não se concertariam, pois, a pele onde ele deveria nascer estava queimada e deformada.
- Eu acho que não posso falar que estão errados!
Serena ouviu um barulho de passos.
A garota se sentou na cama e tentou discernir alguma coisa em meio à escuridão do quarto de hóspedes. Uma sombra passou pela frente da porta, eram pés. Ela se levantou devagar e se aproximou dela. Ninguém estava parado ali. A garota abriu a porta e saiu para o corredor há tempo de ver a da frente se fechando.
- O que você está fazendo? – ela se perguntou e foi até a porta.
Não havia nenhum som lá fora. Ela abriu e saiu.
- Eu te acordei? – Ash perguntou sem olhar para ela.
- Ahh sim... – ela respondeu coçando os olhos – Mas não tem problema.
- Senta aqui. – ele bateu no chão ao seu lado – Gosto de ficar aqui na entrada de casa durante a noite.
- Por quê? – ela sentou e o abraçou.
Ele também fez e lhe deu um beijo na bochecha.
- Porque mesmo que pareça muito estranho, eu às vezes gosto da tranquilidade... às vezes!
Serena riu.
- É realmente muito estranho... mas isso te ajuda a pensar né?
- Sim, me ajuda a pensar em coisas que não tenham haver com Pokemon. – ele falou – Por exemplo, foi conversando com a Bonnie aqui que eu descobri que precisava de você.
- Isso é estranho! – Serena falou – Era para você ser fofo?
- Talvez...
Os dois deram risadas sonolentas e ficaram em silêncio durante um tempo. Por fim o relógio de Ash apitou “meia-noite”.
- Você tem certeza que não tem problema eu ficar aqui? – Serena perguntou – Eu posso ficar no laboratório sem problema nenhum.
- Eu faço questão que você fique aqui. E aliás, minha mãe está adorando sabia?
- Sério?
- Sim! Ela tenta parecer que não está ligando para a situação, mas por dentro ela está surtando de alegria.
- Ela é muito legal! – Serena falou – O dia que nossas mães se conhecerem nos dará ótimas risadas!
- Meu Arceus... que pesadelo! – Ash falou tentando imaginar as duas em uma conversa.
O rosto do garoto mudou de expressão duas vezes de uma forma muito rápida, como se algo tivesse ficado, subitamente, mais claro.
- Eu acho que é melhor entrarmos agora. – ele disse.
- Certo!
Os dois se levantaram e entraram. Serena entrou no quarto de hóspedes e Ash subiu a escada para ir para o seu.
Braixen estava sentada na cama olhando para ela. O quarto estava sendo iluminado pelas chamas de seu galho que ela estava mantendo flutuando no meio do quarto.
- Habilidade nova? – Serena perguntou para a amiga e se deitou na cama atrás dela.
- Xen! – Serena não soube dizer o que esperava que ela respondesse.
A Pokemon puxou o galho de volta para si e o apagou. Serena desejou que pudesse entender o que sua Pokemon falava assim como Ash e Leo.
- Talvez um dia. – ela se virou para a parede.
- Xen? – Braixen olhou para ela em dúvida.
- Nada demais... – ela falou e adormeceu.
Braixen se levantou e deitou em seu colchão que ela tinha conseguido graças a Greninja.
- Ei! Loira! Dá uma ajuda aqui! – Gary gritou para Astrid.
Ash estava sentado em cima de Torterra enquanto Salamence, Blastoise e Charizard tentavam empurrá-lo para o topo da colina do laboratório. Leo observava tudo de longe, rindo da brincadeira idiota.
- Certo! Vai Tyrantrum! – a garota jogou a pokeball e a enorme criatura surgiu – Empurre o Torterra para cima da colina!
Ele obedeceu e usou sua cabeça para empurrar o Pokemon. A força dele combinada com a dos outros foi o suficiente para arrastar o Pokemon até o lugar combinado.
- Uh-oh! – Ash exclamou caindo de cima de seu amigo – Isso doeu... – ele massageou a cabeça.
- Quem diria que um dia ele já foi um herói? – Leo perguntou rindo para a figura que se aproximava.
- Mesmo com esse jeito atrapalhado dele, eu tenho certeza de que é a pessoa certa. – Geleca falou parando ao lado dele.
Ele parecia exausto, e Leo sabia que era porque ele ainda estava tentando acessar alguma outra forma, sem sucesso em nenhuma das vezes. O garoto sentiu algo estranho saindo do lendário. Era medo. Ele estava assustado e nem Leo e nem ninguém podia culpa-lo.
- Eu não duvido que seja mesmo ele, mas eu não sei se está pronto para isso...
- Vocês tiveram mais tempo na última vez. – o lendário olhou na direção de Ash e seus amigos – Como é possível que você se lembre de tudo e os três nem ao menos tenham tido uma visão?
- Aura... – Leo apontou para os próprios olhos – Me ensinaram muito cedo a usá-la, deu errado de várias maneiras... meus olhos, por exemplo, vão ficar assim para sempre, mas teve duas coisas que foram proveitosas disso tudo. A primeira, foi que eu aprendi a fazer com Chesnaught tudo o que eu fazia antes, só que muito mais cedo. Assim eu vou ter a chance de me aprimorar muito mais do que consegui daquela vez. E a segunda...
- E a segunda foram as suas lembranças? – Geleca perguntou.
- Sim. – ele riu – É engraçado chamar isso de lembrança. Afinal de contas, eu não vivi isso...
Ele olhou para seus amigos. Astrid estava começando uma batalha contra Gary.
- Vai Umbreon! – Gary chamou seu parceiro para a luta.
- Certo! – ela pegou uma pokeball no cinto – Se ele vai de Umbreon, eu vou com meu novo amigo, Vivillon, por favor!
Ela jogou o item e um tipo inseto surgiu a partir de uma luz azul-prateada.
- Umbreon use DARK PULSE! – Gary começou.
- Vivillon evasiva e BUG BUZZ! – Astrid reagiu.
O inseto desviou agilmente do ataque de seu rival e lançou uma onda de energia contra ele, deixando-o zonzo.
- ACROBATICS agora! – Astrid comandou.
Seu Pokemon girou no ar e então avançou contra Umbreon, acertando-o no meio do corpo e fazendo ele voar pelo campo.
- Eu acho que alguém vai perder! – Trip provocou.
- Cala a boca Trip, pelo que eu me lembro, o seu Serperior perdeu para o Blastoise! – Gary gritou de volta.
Leo desviou o olhar da batalha para Geleca.
- Faz uma coisa por mim? – ele pediu – Quando for a hora certa, você conta para eles a verdade?
- É claro... eu acho que estou te devendo uma ou duas coisas mesmo! – Geleca respondeu.
- Podemos dizer então que assim ficamos quites? – Leo olhou para o Pokemon que concordou com a cabeça.
Geleca baixou a cabeça e tremeu. Algo de errado tinha acontecido.
- Zygarde? Está tudo bem? – Leo perguntou assustado.
Geleca caiu deitado e o garoto se levantou para pegá-lo.
- Ei! Amigo? – ele aninhou o Pokemon em seus braços e olhou em volta procurando por Ash.
O garoto, que estava mais longe, viu a movimentação estanho dele e começou a correr em sua direção. Leo olhou para Zygarde preocupado. Sua Aura estava diminuindo muito. Era como se ele estivesse morrendo.
- O que aconteceu? – Ash perguntou ao parar do seu lado.
- Eu não sei! – Leo respondeu.
- Geleca? – Bonnie correu até eles – O que aconteceu com ele?
- Eu não sei! – o garoto voltou a responder.
O lendário abriu seu olho com muita dificuldade.
- O espírito do... Greninja original... adormeceu. – ele disse.
- O que isso quer dizer? – Bonnie perguntou.
- Quer dizer que ele falhou em libertar Zygarde... – Leo murmurou sentindo seu peito se apertar.
- Do que você está falando? – Ash perguntou.
- Ele decidiu tentar libertar Zygarde sozinho. – Geleca explicou – Funcionou de começo, Zygarde explodiu uns três laboratórios da Equipe Rocket e mandou vários cientistas e soldados deles para a enfermaria. Alguns nem chegaram a passar por ela. Mas ele já está sob o controle de Giovanni de novo.
- Ele deveria ter esperado... – Leo falou – Como esse Greninja vai ficar agora?
- Ele me disse antes de fazer isso, que o Greninja de Ash está quase pronto e que o que ele tiver de dúvida ou dificuldade pode ser resolvido por mim ou por você.
- Por mim? – Leo exclamou – Ele espera que eu ensine o Ash?
- É o que parece...
- Vamos discutir sobre isso depois! – Ash disse confuso – Eu vou passar em casa para buscar comida para ele.
- Eu posso viver de luz, você sabe disso! – Geleca disse.
- Olhe para sua situação! – Ash disse – Só o sol não vai ser o suficiente! Bonnie, você vem comigo?
- Sim! – ela respondeu.
- Certo, eu vou esperar dentro do laboratório. – Leo falou e começou a correr para a construção, enquanto os outros corriam no sentido oposto.
- Eu esperava ter te visto na Liga de Kalos. – Sycamore falou para Leo enquanto calibrava uma máquina – Por que não foi?
- Eu tinha outras coisas para fazer. A Liga ainda não é minha prioridade e eu não estou com meu time perfeito.
- Perfeito? – Sycamore estranhou o termo – Você capturou bastante Pokemon em Kalos, mas eu nunca vi você trocar eles por algum da sua equipe. Achei que ela já fosse perfeita.
- É quase... – Leo parou de falar e olhou para Geleca, seus níveis de Aura tinham parado de cair, mas ainda era perigoso tentar transferir um pouco para ele – Mas ainda falta uma coisa... eu não vou trocar os Pokemon da minha equipe, só melhorar eles!
- E o que falta neles? – o professor se virou na direção dele e cruzou os braços com curiosidade.
- Conhecimento! Um conhecimento que nem eu tenho por enquanto!
O homem arregalou os olhos, subitamente entendendo onde o garoto estava tentando chegar.
- Você vai procurar por aquele lendário? – Sycamore perguntou sem conseguir formular uma frase melhor – É só uma lenda!
- Eu sei, mas agora é a melhor chance que eu tenho! – ele disse – Se não tiver nada no topo da montanha eu não vou ter perdido tempo, pois vou ter treinado para chegar ali. E se tiver vai ser como se eu tivesse treinado ainda mais.
- É cada criança maluca que eu conheço... – o homem balançou a cabeça rindo – Espero que tenha sorte em sua busca!
- Obrigado... – ele falou voltando a olhar para Geleca.
- Ele vai ficar bem, não se preocupe. – o professor falou percebendo a angustia do garoto.
- Eu sei... é só que...
- Leo, cheguei! –Ash entrou correndo junto de Gary carregando um saco de cinco quilos de ração. Bonnie vinha logo atrás.
- Eu duvido que o Geleca vai comer isso tudo... – o outro falou espantado.
- Eu aposto! – Gary exclamou.
- Cinco, dez, quinze, vinte! – Leo entregou as notas de dinheiro na mão do outro.
O enorme saco de ração estava vazio e Geleca ainda parecia com fome.
- Eu acho que agora você se sustenta com o sol! –Ash falou rindo – Bonnie, fica com ele lá fora?
- Pode deixar! – a garota pegou o Pokemon e saiu correndo do laboratório.
Os quatro se entreolharam, sem saber o que fazer a respeito daquilo quando o computador apitou.
- Vamos ver o que é agora... – Sycamore caminhou até ele.
O homem se virou sem cor e os três perceberam que tinha algo errado.
- Bom... era o Looker... ele entrou em contato porquê... – o professor engoliu em seco – Aconteceu algo na prisão de Kalos.
- Não! – Ash bateu na mesa – Soltaram os membros da Equipe Flare?
- Infelizmente sim... o Xerosic continuou em sua cela. – ele colocou no tablet uma foto de um jornal de Kalos que estava falando sobre aquilo – Aparentemente ele se recusou a ir junto com quem tentou tira-lo de lá e isso irritou eles um pouco.
- Controle mental... eles vão fazer experimentos com outros Pokemon, eles já devem ter o Colress os ajudando. – Ash cerrou os punhos.
Um barulho muito alto começou do lado de fora. Eles ignoraram.
- Então temos que agradecer que Xerosic preferiu ficar preso! – Leo falou brincando com uma pokeball.
Os quatro ficaram em silêncio. Ash se lembrou da batalha em Hoenn e de como os Pokemon lá não pareciam querer fazer o que estavam fazendo.
- O que vocês vão fazer? – Sycamore perguntou.
- O que? – Ash foi retirado de seu devaneio.
- Quando vocês vão sair? A primeira semana de janeiro já foi e se todos forem sair juntos pode ser que demore mais para chegar em Pewter.
- É mesmo... – o garoto coçou a cabeça – Eu vou ver com eles, talvez amanhã mesmo a gente já saia.
- Certo. – o professor falou – E você Leo? O que vai fazer?
Ele pareceu pensar um pouco.
- Não tenho certeza ainda! Talvez eu saia em busca de alguns Pokemon poderosos.
- Já pensou em participar da liga? – Ash perguntou.
- Não. Ainda não e a minha maior preocupação. – ele respondeu – Quem sabe um dia?
A porta do laboratório se abriu e Serena entrou correndo. Ela pegou a mão de Ash e começou a puxá-lo.
- Rápido, você tem que ver isso! Vocês também! – ela puxou ele para fora da construção e os outros foram atrás.
O que Ash viu o fez recuar alguns passos e em seguida levar, instintivamente, uma mão ao seu cinto.
- Eu me esqueci de avisar sobre isso! – Sycamore gritou acima do barulho.
- O que exatamente é isso? – Ash perguntou.
Na parte mais baixa da colina, o Mega Charizard Y de Alan, o Mega Absol de Astrid e o Mega Sceptile de Sawyer lutavam contra dois Mega Stellix e todos eles faziam um barulho assustador.
- Alan capturou estes Mega Stellix em Hoenn. Aparentemente eles podem Mega Evoluir sozinhos. – Sycamore gritou ainda mais alto – Pedi para o professor soltá-los aqui na colina para podermos analisar um pouco do poder deles.
- Vai lá Ash! – Serena o chacoalhou – Pega o Greninja e acaba com esses dois!
- Não, obrigado! – as palavras soaram estranhas saindo da boca do garoto – Vamos deixar eles se divertirem um pouco!
O barulho diminuiu. Alguém se aproximou por trás e tocou o ombro de Ash.
- Eu ouvi errado ou você acabou de negar uma batalha contra DUAS Mega Evoluções? – Clemont perguntou para ele fazendo ênfase na palavra “duas”.
Ash riu.
- Eu já agi como um garoto de dez anos por tempo demais! – ele disse tirando o boné da cabeça e o encarando fixamente – Eu acho que está na hora de me tornar um pouco mais responsável...
- Ash, isso não significa que você não possa mais batalhar! – Serena brigou com ele.
Ele pegou a mão dela.
- Enquanto estávamos em Hoenn lutando contra Giovanni, eu senti medo! – ele falou – Eu senti muito medo. Algo irracional que eu só fui entender ontem à noite enquanto estávamos conversando. Eu tinha medo de perder vocês! Todos vocês, Misty, Brock, Clemont, Bonnie, você e até o Leo que eu mal conheço!
O garoto deu uma risada.
“É pior do que eu pensava...” – ele pensou em silêncio.
- Eu e Greninja fomos péssimos naquela batalha porque tinha uma coisa me fazendo hesitar. – ele apontou para a parte mais baixa da colina – Eram os Pokemon... eles estavam sofrendo e eu fiquei em dúvida entre acabar logo com Zygarde e salvar vocês todos ou então estender a luta até conseguir trazer todos os Pokemon de volta ao normal! E se Leo não estivesse lá eu teria feito isso!
Ele encostou na parede e deslizou até sentar no chão.
- Isso é um erro que eu nunca mais posso cometer! E se eu fizer de novo... posso acabar matando algum de vocês...
- Mas ninguém morreu! – Clemont agarrou os ombros dele – Ninguém morreu! Você não pode ficar fazendo isso com você!
“Isso não é uma atitude dele...” – Leo pensou olhando a situação.
- Você vai levantar agora! Vai descer lá e vai derrotar aqueles dois Stellix, mais o Alan, o Sawyer e a Astrid! – Serena gritou colocando ele de pé.
- O que? – Ash perguntou desnorteado.
- Presta atenção Ash! – Serena o chacoalhou de novo – Eu não sou a Misty, mas se eu quiser eu posso ser dez vezes pior! E se você perder essa liga por causa de uma frescura dessas EU ACABO COM VOCÊ! – ela gritou apontando um dedo para seu rosto.
- Ooooooook... – Ash recuou alguns passos.
Ele colocou o boné na cabeça novamente e correu colina abaixo.
- Isso foi certo? – Sycamore perguntou.
- Não! E eu estou me sentindo péssima agora... – Serena falou olhando para o garoto.
- Não importa! – Gary falou – Aquilo não era uma atitude do Ash... ele mereceu!
- Vejam! – Clemont apontou para o garoto.
Greninja já estava em Synchro e lutando contra Sceptile. Charizard estava Mega Evoluído e lutando contra o de Alan enquanto Pikachu disparava fortes raio contra Absol e Infernape e Sceptile lutavam contra os Stellix. Uma coluna de fogo subiu, saindo de Infernape e fez Serena e Clemont pularem de susto.
- Isso... isso foi BLAZE? – Clemont arrumou os óculos boquiaberto.
O fim da tarde foi muito mais calmo que o começo. Eles todos aproveitaram ela fazendo um piquenique. Eles comiam, riam e brincavam com seus Pokemon. Ash e Serena não desgrudavam um do outro, mas ninguém parecia se incomodar com aquilo, exceto Gary que ficava o tempo inteiro fazendo piadas sem graça para o Ash.
- Muito bem galera! – ele se pôs de pé – Já estamos parados há uma semana e eu acho que está na hora de começarmos nossa jornada! Eu estava pensando que talvez pudéssemos deixar Pallet juntos, talvez ir até Pewter assim e a partir de lá nós mudamos nossos caminhos. Quem concorda?
Todos concordaram aos gritos e quase o deixaram surdo.
- Ótimo, ótimo! – ele falou pedindo que se acalmassem.
De noite, Serena decidiu andar um pouco na rua. Ela saiu sozinha e fez grande parte do caminho desse jeito também.
Ela entrou em uma rua e viu o restaurante de Délia, ele estava fechado e não tinha ninguém por perto.
- Mesmo em uma cidade pacata como Pallet, andar sozinha à noite pode ser perigoso! – Gary saiu de um beco e se juntou a ela.
- À quanto tempo você estava esperando ali? – ela perguntou para ele e então balançou a cabeça – Eu acho que não quero saber... e eu não estou sozinha, tenho a Braixen!
- Eu só quero conversar com você! – Gary falou – Você está me evitando a uns três dias já.
- Você conseguiu ser o cara mais idiota que eu já conheci na minha vida em apenas doze horas de convivência! – ela disse com raiva.
- O que? Por causa da explosão da máquina do Clemont? Eu já falei que não foi culpa minha! – ele se referiu a uma invenção do Clemont para ajudar na pesquisa das Mega Evoluções que explodiu mesmo depois de ser ajustada pelos dois professores, Gary estava perto da máquina e começou a rir quando aconteceu, Serena concluiu na hora que a culpa era dele – Mas você tem que admitir que a explosão foi linda!
Ela cruzou os braços e virou o rosto. E então começou a rir.
- Você tem razão! – ela soltou os braços ao lado do corpo – De todas as explosões que as máquinas do Clemont fizeram, aquela foi de longe a melhor!
- Você é familiar para mim! – o garoto falou – Eu não sei por que, mas você é muito familiar!
- Eu e o Ash nos conhecemos em um acampamento do seu avô. – ela falou – Talvez nós tenhamos nos visto lá...
- Eu lembro de uma garota de cabelo castanho, ela gostava de abraçar o Ash como se fosse um Pokedoll. – ele falou – Não era você não né?
- Não... não cheguei a esse ponto.
- O nome dela começava com B eu acho... – ele coçou o queixo – Enfim! Se não é ela, eu acho que não me lembro de você lá... Como se encontraram em Kalos?
- O Ash apareceu na televisão. Ele subiu em uma torre para ajudar um Garchomp e depois pulou lá de cima quando o Pikachu caiu. – ela falou se lembrando do pânico que passou vendo aquela cena pela televisão – Quando eu reconheci ele eu decidi ir atrás. Demorou um pouco, ele é cabeça dura, mas estamos aqui! Namorando...
- Ele é um cara legal! – Gary falou.
- Eu sei! É só que... ele agiu muito estranho hoje. Como se algo nele tivesse mudado!
- Ele é um cara estranho!
Serena riu e deu um soco no braço dele.
- Você é muito sem noção, mas eu estou começando a gostar de você! – ela falou – Você e Ash eram amigos?
- Os piores inimigos! – ele falou – Desde o começo, eu tratei ele como se não fosse um bom treinador. No fim ele me venceu na Liga de Johto e eu tive que admitir que ele era melhor do que eu. Tentei treinar para poder ultrapassa-lo, mas com esse Greninja vai ficar um pouco difícil...
- Tente dar a melhor batalha que você puder para o Ash nessa Liga!
- É o que eu vou fazer! – ele falou piscando para ela.
Uma pokeball no cinto de cada um começou a tremer e então caíram no chão. Eles se viraram para pegar, mas os Pokemon saíram antes que eles completassem a ação. Eram Sylveon e Umbreon. Eles se olharam e então correram juntos para um lado. Gary olhou para Serena. Ela concordou com a cabeça e os dois os seguiram.
Eles foram parar em um beco sem saída que deveria ser muito sombrio e assustador à noite, mas ele tinha um brilho muito forte no meio. Serena entrou para ver o que era, ignorando Gary, que tentava agarrar seu ombro para que ela parasse.
- Arceus! – ela gritou colocando as mãos na boca.
Gary parou do lado dela e fez uma cara tão surpresa quanto.
- Um ovo? – ele tentou se aproximar, mas Serena o empurrou fazendo ele cair sentado no chão – Ei!
- Não toque! – ela o repreendeu – Não sabemos se está prestes a rachar ou não.
Gary concordou e se levantou. Serena se aproximou muito devagar e analisou o ovo.
- Eu não tenho ideia de que Pokemon ele possa ser! – ela falou. Sylveon e Umbreon se aproximaram e cheiraram o ovo.
A tipo fada envolveu o ovo com suas fitas e olhou para a treinadora com urgência.
- O ovo precisa ser chocado logo! – ela gritou.
- Por quê? – Gary não entendeu.
- Porque o Pokemon que está ali dentro não consegue sair! E se o ovo quebrar de fora para dentro ele pode morrer, então seja útil e nos guie até o laboratório!
- Por quê? – ele voltou a perguntar.
- Por causa do Talonflame! Ele tem FLAME BODY, pode esquentar o ovo!
- Certo! – Gary gritou e se pôs a correr.
Umbreon foi iluminando o caminho enquanto Gary os guiava, Serena carregava o ovo e Sylveon garantia que ele não quebrasse.
Eles seguiram direto para o cercado dos Pokemon do Ash e viram Talonflame voando em círculos, exercitando as asas. Serena o chamou e ele pousou na sua frente quase que imediatamente.
- Preciso que aqueça esse ovo! – ela o esticou para ele.
Ash abriu a porta de trás do laboratório e correu até eles com quase todo mundo atrás. Serena percebeu que muitos estavam com pokeball nas mãos. Eles temiam que fossem invasores.
O relógio de Ash apitou. Era nove da noite.
- O que está acontecendo? – ele perguntou.
- Shh! – Serena pôs um dedo nos lábios.
Talonflame estava brilhando. O ar a sua volta estava esquentando e Serena sentiu dificuldade em respirar. Ele envolvia o ovo com suas asas e em breve ele racharia. Sylveon e Umbreon aguardavam ansiosos.
De repente o brilho aumentou. O ovo estava rachando. Talonflame se afastou e eles ficaram observando a natureza fazer sua parte.
- Aí... meu... ARCEUS! – Serena gritou.
- É um Eevee! – Misty exclamou – Ele é uma belezinha!
Todos se aproximaram cautelosamente para ver o novo amigo que eles tinham feito.
- Parabéns Serena, você acaba de ser mãe! – Gary falou e então percebeu que o novo Pokemon estava recebendo cuidados de Sylveon – Ou então avó!
Não só Sylveon, mas Umbreon também estava cuidando da nova Eevee.
- Eu mereço... – Ash disse vendo a cena - Quando é que ser pai virou uma qualidade sua ou de seus Pokemon?
- Eu sempre fui um ótimo treinador! – Gary falou orgulhoso.
- Socorro! – Serena gritou tentando não surtar.
Todos riram alto.
- Quem vai ficar com ele? – Barry perguntou.
- É ela. – Serena falou – Você faz questão Gary?
- Não. Mas o Umbreon vai querer cuidar dela, eu tenho certeza.
- Isso não é um problema! – a garota falou fazendo carinho na cabeça do novo Pokemon.
E a jornada continua...
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