História Mestres Pokémon - Fugindo de Casa

Capítulo 1

Fugindo de casa

Era uma noite como qualquer outra. Onde eu, minha mãe e meus Pokémon (Minun e Plusle) estávamos em casa assistindo televisão e meu padrasto no cassino jogando, é obvio.

Todos nós estavamos dormindo aquela hora da noite, mas de repente eu senti um leve tremor. Em seguida mais um, depois outro e outro... Mas afinal de contas, o que estava acontecendo? Como a boa enxerida que sou fui investigar!

Tirei o cobertor de cima de mim as pressas, levantei da cama e fui correndo até a janela onde senti uma rajada de vento refrescante passar por meu corpo (acho que camiseta de seda branca e um mini shorts azuis com bolinhas brancas são uma excelente roupa para se dormir a noite) enquanto olhava para o pequena cidade onde morava ser invadida centenas de grunts da Equipe Aqua marchando por toda a cidade, desde o Centro Pokémon até o Salão de Concursos e até mesmo na praia (onde havia maior concentração deles)! Eles também estavam nas portas das casas... EM DIREÇÃO A MINHA CASA!!! A MINHA JANELA, A JANELA DO MEU QUARTO! Saí dela completamente desesperada. Tirei o meu short, coloquei o primeiro jeans que vi (amo jeans), calçei um par de tênis de cano longo preto com a sola branca, peguei a minha bolsa carteiro com estampa camuflada azul escuro, voltei meus Minun e Plusle (os unicos Pokémon que tenho) de volta para suas pokébolas, prendi meu cabelo loiro que ia até a cintura em uma unica trança nas costas, coloquei as pokébolas na bolsa e saí de casa.

Era o seguinte, iria até o cassino e pediria ao meu padrasto para que entrasse em contato com Steven Stone, o gatíssimo campeão da liga com qual eu sonhava, ele me admiraria pela minha coragem, acabariamos juntos com a Equipe Aqua, ele descobriria que era apaixonado por minha pessoa e viveríamos juntos pra sempre. Fácil.

Atrás da minha casa tinha uma espécie de penhasco e um oceano azul lindo e para a minha sorte tinha um Gyarados passando alí!

Não pensei 2 vezes e pulei em cima do coitado. Logo quando aterrisei percebi que não estava sozinha em cima dele.

Tinha um cara gordinho lá na frente, em cima da cabeça dele. "Ai, ai, ai, que isso?" pensei comigo mesma. De repente ele se virou pra mim. Ele era palido, ruivo, estava usando chinelos pretos, uma bermuda que ia ate o joelho cinza, uma camiseta branca (igual a minha só que larga), tinha olhos verdes, e foi aí que percebi que conhecia aquele cara. Era o meu vizinho, Ezra.

- Ezra, graças a Arceus é você! - Disse baixo, me aproximando dele. - O que você está fazendo?

- Fugindo, o que você acha? - Disse ele elevando o tom de voz. - Não me diga que você não viu esse bando de malucos da Equipe Aqua vindo da praia!

- Primeiro, eu vi sim Ezra. Dois, eles não estão vindo da praia, eu reparei nisso, mas sim da caverna...

- Que fica na costa da praia.

- CHEGA! - Gritei calando imediatamente a boca de Ezra e com certeza atraindo a atenção da Equipe Aqua. - Continuando...

- Ei! - Gritou uma voz de cima do penhasco. - Vocês ai!

- Cala a bo... - Disse ficando sem voz e me dando conta do que tinha acontecido. Um capanga da Equipe Aqua tinha nos visto.

- Ahn...

- Chefe! Corre aqui! - Gritou o capanga claramente chamando Matt, o administrador da Equipe Aqua, já que os líderes das equipes geralmente não aparecem com muita frequência.

- Voa Gyarados! - Gritamos eu e Ezra ao mesmo tempo. - Agora!

Gritado isso, Gyarados levantou vôo numa velocidade absurda, me jogando contra seu corpo, e também jogando Ezra em cima de mim, ai!

- Me leva para a cidade onde fica o cassino!

- Tá!

***

Depois de não sei quanto tempo voando, 1 hora e meia, talvez 2, chegamos a tal cidade do cassino e Ezra me perguntou:

- Precisa de ajuda?

- Não obrigada, você já fez o suficiente. Não quero abusar da sua boa vontade, valeu mesmo Ezra.

- Alison pelo amor de Arceus, o que você veio fazer aqui? Cassinos não são lugares para pessoas de 15 anos como nós, vamos embora!

- Tenho que fazer isso cara, você não entende. E você tem 14, não 15.

- Pelo que eu entendi você veio atrás do canalha do seu padrasto que bebe e é viciado em jogatina e trair sua mãe pelas costas com várias mulheres. O que você quer aqui?

- Olha, Ezra...

- Já sei, você quer acabar com a Equipe Aqua sozinha não é? E você acha que só porque seu pai é líder de ginásio você tem esse poder? Mas Alison, ninguém tem. Nem eu, você ou até mesmo o Steven...

- CALA A BOCA!!! NÃO OUSE FALAR DO MEU STEVEN!!!

- Seu Steven? Ah, claro, você esta apaixonada por ele! Como todas as outras.

- Cala a boca! Você não sabe de nada. - Antes lacrimejava, agora chorava - E daí se eu gosto dele? Isso é problema meu! Por que você teria algum problema com isso?

- Porque.. Alison, eu...

- Acho melhor ir embora já que você não me quer por perto.

- Alison para com isso!

- Quem sabe o Steven me faça mais feliz ou melhor, me faça feliz já que você não soube fazer isso! Tchau. - Disse pondo fim a conversa.

Pulei de cima do Gyarados e segui em direção ao cassino sem mesmo olhar pra trás.

Quando cheguei ao Cassino de Mauville percorri o olhar por toda a extensão do lugar que não era nada mais nada menos do que um retângulo de paredes vermelhas, teto dourado e chão verde no mesmo tom que as mesas de sinuca.

Tinha 4 mesas, uma de sinuca, uma com uma daquelas mesas de apostas com uma roleta dourada no meio num canto, no lugar de uma mesa, 4 máquinas Caça-Níqueis, e no outro canto uma mesa preta, retangular, com pernas finas e também retangulares (qual a fixação desses caras com retângulos?).

Também tinha uma cortina preta cobrindo uma área em uma das paredes, mas era meio transparente por isso via quase tudo lá dentro do lado de fora da cortina, na área onde eu estava.

Do outro lado do retângulo havia 2 balcões. Com uma mulher em cada um deles. Elas pareciam infelizes como se estivessem aprisionadas, mas de repente elas se entreolharam e olharam pra mim um olhar de suplica, de... Socorro. Fui até um dos balcões fingindo comprar tickets e quando olhei por cima do balcão vi algo que me deixou apavorada. Ela estava acorrentada! Com certeza a outra também deveria estar. Aí tive uma ideia.

- Já volto. - Disse baixinho para a moça do balcão.

E em seguida fui em direção a cortina preta e dei uma rápida olhada pra trás. A moça sacudia a cabeça em sinal de negação mas só pisquei pra ela e segui em frente. Afinal, ela ia fazer o que? Correr atrás de mim? Acho que não.

Quando atravessei a cortina, a primeira coisa que vi foi algo que nunca pensei que veria na vida: Meu padrasto beijando outra mulher!

Ezra estava certo.

Mas antes que eu sequer pensasse em sair dali e fugir ele me viu e me olhou assustado e começou a dizer:

- A-Allie! O que você está fazendo aqui?!

Eu não podia, não conseguia ficar alí. Tinha que cair fora o mais rápido o possível.

Eu achava que era só jogatina, não sabia das traições, bem que o Ezra me avisou! Ai droga! Eu tinha brigado com o Ezra, e pior, eu tinha brigado com o Ezra por um cara que nem sabia da minha existência!

Eu devo perdão ao Ezra por tudo que fiz e disse de errado. Eu saí do cassino em direção ao local de onde tinha vindo e... Charam! Eles tinham sumido!

Ai meu Arceus, as mulheres que tinha de salvar! Tinha que voltar, não podia deixá-las na mão. Dei meia volta e entrei novamente no cassino e Charam! Norman estava na minha frente.

Ah não! Que droga, eu não devia ter levantado da cama hoje.

-Allie, me escuta por favor! Deixe-me explicar... Eu... Eu...

Ele se curvou e vomitou na minha frente. Quase no meu pé para falar a verdade. Graças a Arceus eu dei uns passinhos para trás.

- Socorro. - Ele pediu com a voz esganiçada. - Allie me ajuda.

Mais vômito, droga eu não posso ve-lo assim, não posso! Tenho que sair, mas antes...

- Vai minun, vai Plusle! Acertem aquelas paredes com o Choque do Trovão e a Bola de Energia! - Gritei apontando para as paredes atrás dos balcões onde estavam as minhas futuras amigas!

Deixe-me explicar o meu plano. Se eles atingirem as paredes elas caem deixando assim as duas livres já que as correntes estão soldadas nas paredes entendeu?

Logo após dar as ordens aos meus Pokémon as paredes caíram levantando muita poeira.

- Venham, corram meninas, vamos sair daqui agora!!

Elas me deram as mãos e meus Pokémon subiram em meus ombros e assim deixamos o cassino. Apavoradas, unidas e em direção a noite escura.

***

Quando chegamos na cidade de Slateport eu reparei em um homem e uma mulher conversando atrás do Centro Pokémon de maneira muito suspeita. Mas devido as circunstâncias não pude dar muita atenção.

Fomos direto ao seu interior e pedimos asilo lá por uma noite (por sorte a enfermeira Joy não tinha visto as correntes nos pés das minhas "amigas"), e em seguida ela levou-as para o quarto que nos dividiria-mos essa noite e em seguida voltou e curou os meus Pokémon, aí eu fui para o quarto.

Quando cheguei lá elas já tinham tirado as correntes (não sei como) e estavam conversando, cada uma em sua cama.

O quatro era bem bonitinho, as paredes eram de um rosa claro reconfortante, o chão era de madeira e estava encerado, o teto era branco e o quarto era um cubo gigante praticamente. Na parede oposta a porta havia 3 camas e 2 criados mudos entre elas, acima da cama do meio tinha uma janela grande em outro canto um grande guarda-roupa.

- Meninas? - Disse baixinho abrindo a porta levemente - Tudo bem por aqui? Vocês já estão melhores?

- Sim, claro! - Disse a ruiva - Estamos ótimas.

- Pois é - disse a garota de cabelo castanho - Depois que você nos salvou ficamos bem.

- Não foi nada, eu não podia ter feito diferente.

- Foi sim. - disse a ruiva - Podia estar morta agora.

-Né? Tipo isso! - falou a garota de cabelos castanhos. - Qual seu nome?

- Alison. E o de vocês?

- Spencer. - disse a ruiva. - Spencer Sakamoto.

- Tomoyo.

- Prazer.

- Prazer - Disseram as 2 em uníssono.

-Ahn... - Disse sem saber o que fazer. - Gente eu vou dormir, esse dia foi cheio!

- Está bem. - Disseram as duas em uníssono de novo - Boa noite!

- Boa noite.

Logo apos esses uníssonos estranhos das duas deitei na cama com meus Pokémon e tentei dormir, mas demorei a pegar no sono pois estava preocupada com minha mãe, com Ezra, com meu padastro...

O que será que tinha acontecido? Para onde ele tinha ido? E também tinha aquela dúvida: Quem era aquele cara e aquela mulher que eu vi conversando atrás do Centro Pokémon? Eram da Equipe Aqua com certeza. Eu conhecia aquele homem, mas de onde? Ainda por cima tinha aquela gritaria infernal vindo do andar de baixo.

Resolvi ir lá ver o que estava acontecendo. Não devia ter feito isso.

Quando cheguei no topo da escada vi as duas pessoas que estavam conversando atrás do Centro Pokémon: Eram Shelly e Matt, os administradores da Equipe Aqua! Puta merda! Eles estavam fazendo as pessoas como reféns e estavam com armas na mão!

- Parem, parem! Por favor! - Gritou a enfermeira Joy de trás do balcão onde curamos nossos Pokémon - Eu curo os pokémon de vocês e vocês vão embora, está bom assim? Só não façam mal a ninguém por favor!

Ela estava chorando e tremendo enquanto implorava para aqueles merdas não matarem ninguém... Se eu tivesse com meus Pokémon aqui...

- Está bem então. - Disse Shelly.

- Anda logo. - Completou Matt, de modo extremamente grosseiro. - Estamos com pressa!

Como podiam tratar alguém tão bom desse jeito? Malditos... Pelo menos estavam indo embora.

Saíram pouco tempo depois.

- Senhorita Joy, está tudo bem?! - Perguntei depois de descer as escadas - Fizeram alguma coisa com você?

- Sim, sim, está tudo bem! Não fizeram nada comigo nem com ninguém graças a Arceus!

- Pare de chorar, eles já foram embora! Não chore, por favor, senhorita Joy! Eu posso ajuda-la em alguma coisa? Qualquer coisa...

Demorei para perceber que meu rosto também estava coberto de lágrimas.

- Minhas assistentes me ajudarão com tudo, vá para o seu quatro, quero ficar sozinha.

- ...

Não dava mais para ela me ouvir pois ela já havia saído correndo e estava fora do meu campo de visão, então voltei para o meu quarto e me cobri com o Edredom florido que estava em cima da minha cama como a ela havia me recomendado. Parece que o sono não vai chegar esta noite.