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História Pokémon Story: A vida de Marc. - Temporada de anime.


Escrita por: T_Shaman

Notas do Autor


Olá abiiiigs.
Dessa vez o capitulo vieo sem grandes atrasos, vamos torcer para que todos sejam assim.

Esse capitulo é o complemento do ultimo, mas podem esperar ação sinistra nos próximos. x)
ESpero que gostem, tmj. :)

Capítulo 25 - Temporada de anime.


Fanfic / Fanfiction Pokémon Story: A vida de Marc. - Temporada de anime.

Depois da cansativa conversa na casa de Bill, eu e Oliver fomos capengando até a pousada pensando silenciosamente sobre tudo que tinha acontecido. Quer dizer, silenciosamente por que eu insisti que precisava de um pouco de descanso e que contaria minha parte da estória a meu amigo assim que chegasse no quarto e tomasse um banho.

Ah sim, que falta de educação minha, fiquei sem falar com vocês por um tempo e volto a narrar minha vida assim sem mais nem menos. Foi mal, é que com tudo que aconteceu ficou difícil me concentrar em vocês. De qualquer jeito, aproveito e conto tudo quando estiver conversando com Oliver.

Antes de qualquer coisa. Meu ovo rachou! Put$ que pariu, finalmente!

É até difícil de descrever como foi à cena, por que a ligação hipnótica me pegou muito mais forte do que das outras vezes. Tudo bem que foi um pouco diferente, mas definitivamente foi muito mais sólida e entendível dessa vez. Sinto que algo está mudando em mim, e não é de agora. Um processo que se iniciou desde a fragmentação mental que eu senti lá no ataque da arbok, que tem se desenvolvido e começou a fazer mais sentido quando encarei Aria nos olhos.

Aliás, eu botei o nome da minha recém-nascida sneasel de Aria. Meio bizarro? Eu também achei, mas não pensei muito na hora. Meh, espero que eu nunca tenha que explicar isso pra ela.

Bill sem duvidas é um sujeito peculiar, mas estranhamente, esse é um dos poucos velhos que eu gostei de cara na vida. Tem algo no jeito maluco e sem rédeas dele que me faz ficar a vontade. Passamos o dia todo naquele quarto conversando sobre minha condição de sombrio, sobre psíquicos e muitas outras coisas. Ta curioso? Calma, conto quando chegar na pousada.

Falando nela, finalmente cruzamos o velho portão de madeira e entramos na casa. A velha estava assistindo televisão e agradecendo a noticia de que o líder Brock viveria para contar a história.

“Ai meu arceus, muito obrigado!” Ela exclamava, como se realmente pudesse ser ouvida. Depois que notou nossa entrada fez o gesto normal indicando que tinha comida na mesa.

Mikaol estava sentado do lado dela e saiu correndo para nos interceptar. “Ai! Vocês voltaram finalmente! Eu não estava me aguentando de curiosidade, me contem como foi o ginásio e a casa do Bill!”

Suspirei fundo e tentei ser gentil dessa vez. Depois da batalha não estava com a mesma predileção a maltratar Mikaol como antes. “Deixa de ser chato. A gente te conta isso amanha.” Falhei miseravelmente, claro.

Deixamos o primeiro andar e fomos até nosso quarto depois de uma chuva de protestos e insistências de Mikaol, mas estávamos cansados demais para ligar, então simplesmente ignoramos até que ele desistisse. Uma vez lá, tomei um banho demorado – e nem venham fazer piada com isso – refletindo sobre nossas novas perspectivas e conjecturando como explicaria certas coisas para Oliver. Depois foi a vez de Oliver tomar banho, e enquanto eu esperava, fiquei me torturando pensando na minha sneasel que eu tive que deixar na residência de Bill. Aquele malditinho sabia jogar muito bem com os próprios interesses.

“Então...” Oliver deu a deixa para que eu me explicasse, depois de sair do banho e pular na própria cama.

“Bom, acho que faz sentido eu começar contando como isso aconteceu...” E expliquei a ele como fui lutar contra Mikaol durante a manha e como um cara bizarro de olhos fechados veio se apresentar como Bill. “Eu fiquei impressionado por que um cara tão importante queria fazer uma proposta a mim, então nem pensei direito e aceitei ouvir o que ele tinha a dizer.”

“Mas como ele descobriu sobre o ovo e...”

“Calma, uma coisa de cada vez.” Interrompi a torrente frenética de Oliver. “Logo depois que eu aceitei ouvi-lo, ele perguntou sem rodeios se eu era sombrio e se sabia disso. Na verdade ele mais declarou que eu era sombrio, a pergunta real foi o quanto eu sabia sobre a própria condição.”

“E como ele sabia disso?”

“Lembra da psíquica fajuta do culto?” Oliver concordou. “Bom, ela não conseguiu sacar por que era muito fraca, mas geralmente um psíquico minimamente razoável consegue perceber muito fácil. Bill me explicou um pouco sobre como essas coisas funcionam.”

Oliver fez cara de quem estava aguardando eu repetir a explicação de Bill, mas eu sinceramente estava lutando contra minha mente para organizar as informações de um jeito razoável. Pedi a ele um pedaço de papel e caneta.

“Err... Bom, pra entender melhor isso, ele me explicou uma porrada de coisa sobre física que eu não saquei completamente, mas peguei os conceitos.” Então desenhei rudimentarmente um triangulo e um circulo. “Bill me explicou usando uma metáfora filosófica sobre a quarta dimensão.”

“Já ouvi falar sobre, mas não lembro direito.”

“Então... Ele me explicou que algumas correntes da física e filosofia teorizam sobre uma possível quarta dimensão que pessoas normais não conseguem perceber. “ Apontei o papel para ele. “Mas antes de falar da quarta, vou te mostrar uma metáfora com uma dimensão a menos... Imagina que esse papel é um mundo de duas dimensões. Nele, o triangulo e o quadrado vivem suas vidas normalmente. Sacou?” Eu realmente estava me esforçando pra tentar reproduzir os conceitos que Bill tinha me explicado. “Nesse mundo só existe largura e comprimento, mas não existe altura.” Completei mostrando o papel de vários ângulos para que ele entendesse.

“Sim, que tem?”

“Bom, agora imagine que um ser de três dimensões se aproxima desse mundo bidimensional.” E ao dizer isso, peguei a caneta e segurei ela em cima da folha, como se fosse um fantasma flutuando. “O quadrado e o triangulo não tem como perceber a caneta, por que ela está numa dimensão que não existe para eles.” Então aproximei a caneta da folha até furá-la. “Para que eles possam se comunicar, a caneta tem que entrar nessa dimensão do quadrado e o triangulo, sacou?”

“Sim, estou acompanhando... Eu acho.” Oliver se aproximou para ver melhor.

“Então... Só que o quadrado e o triangulo só conseguem perceber a parte da caneta que está tocando na folha.” E coloquei a folha de lado para mostrar que só uma pequena parte da caneta estava tocando de fato na folha. O resto do corpo da caneta estava ou acima ou abaixo da folha furada. “Logo, mesmo que o quadrado e o triangulo consigam ver uma parte da caneta, ainda vai ser muito difícil compreender direito esse fenômeno. Digamos que a caneta se mova para cima e para baixo...” E movi a caneta como disse dentro do furo, até que só a parte da ponta estava tocando a folha. “Vai parecer para o quadrado e o triangulo que ela fez coisas impossíveis, que ela mudou de forma ou coisas assim.”

Oliver me olhava atentamente, processando em sua cabeça as implicações daquela teoria. Eu sabia que ele tinha sacado mais rápido do que eu.

“Agora imagine que o quadrado fique assustado com isso e saia correndo para sua casa.” Tirei a caneta do furo que fiz no papel e desenhei um quadrado maior em volta do personagem quadrado. “Ele se tranca lá, cheio de medo e achando que está a salvo do ser misterioso ‘caneta’. Só que a caneta não está limitada a duas dimensões, e se ela quiser continuar perseguindo o quadrado, pode simplesmente fazer isso:” Peguei a caneta, coloquei sobre à casa do ‘quadrado’ e fiz outro furo no papel. “Para a caneta isso não foi nada demais, mas para o senhor quadrado o que isso vai parecer?”

Oliver ponderou um pouco e respondeu prontamente. “Que a caneta de alguma maneira atravessou a parede da casa dele. O Sr quadrado vai achar que aquilo é sobrenatural ou mágico.”

Sorri ao ouvir a resposta de meu amigo, sabia que ele entenderia rápido.

“Exatamente. Bill me explicou isso tudo de um jeito muito melhor do que eu reproduzi aqui, mas acho que deu pra entender.” Amassei o papel e joguei de lado. “Essa explicação filosófica serve pra gente imaginar que talvez exista uma ‘quarta dimensão’ que nós não podemos ver, mas que exista e se manifeste para nós de vez em quando.”

Oliver realmente parecia intrigado e interessado nessa nova informação. “Então certas coisas que as pessoas comuns classificariam como ‘magica’, ‘sobrenatural’, ‘amaldiçoado’ e muito mais, não passariam de um fenômeno físico não explicado.” Oliver murmurou para si mesmo. Confirmei com a cabeça. “Mas o que isso tem a ver com seus dons? Eu até estou imaginando o que isso tem a ver com psíquicos, mas me explique, por favor.”

“Bem, com psíquicos é fácil entender. Bill me contou que na verdade a mente de um psíquico tem uma configuração diferente, e por algum motivo que ninguém sabe eles conseguem acessar uma parte dessa quarta dimensão.” Apontei com dois dedos para a cabeça. “A chave está aqui. A maioria nem sabe disso, só usa os poderes sem entender muito bem o que estão fazendo.”

“Então na verdade quando um psíquico lê uma mente ou levita um objeto, ele só está acessando uma parte dessa dimensão física que nós não podemos ver.” Oliver declarou.

Meu amigo entendeu bem rápido, espero que vocês não sejam boçais e tenham entendido também.

“Exatamente.” Oliver continuou me encarando esperando mais, então me toquei que não tinha explicado tudo. “Ah sim... Bill me explicou também que Sombrios e Fantasmas nada mais são do que uma mutação diferente do tipo psíquico. De alguma forma nosso cérebro também tem uma configuração diferente que nos faz interagir com nossa dimensão e a quarta de outro modo. Mas ele me disse que por causa do preconceito e das lendas, muito menos ainda se sabe sobre nós.”

“Então pessoas ‘fantasma’ são reais também?” Oliver se surpreendeu.

“Segundo ele, sim, tão reais quanto eu.” E limpei a garganta. “Ele me disse que a hipótese dele sobre sombrios é o contrário. Do mesmo jeito que um psíquico tem a mente mais ‘aberta’ para a quarta dimensão, um sombrio tem alguma espécie de escudo contra ela.”

“Por isso que eles não conseguem ler sua mente nem nada disso.” Declarou, como uma criança que descobre uma coisa nova e empolgante.

“Exato. Bill descreveu tentar sentir um sombrio com os dons psíquicos algo totalmente impossível.” Então fiz o sinal de aspas com os dedos para indicar que estava citando-o. “Seria como tentar enxergar ar parado com seus olhos.”

Oliver levantou e começou a andar de um lado para o outro, tentando pensar nas implicações daquilo. “Mas o que explica aquela maluquice de hipnose que você sentiu com seu ovo?”

“Ah sim... Nem ele sabe muito bem, mas chutou que de alguma forma eu tenho certa ligação com o tipo sombrio, do mesmo modo que psíquicos interagem de um jeito especial com tipos psíquicos.” E hesitei por um segundo antes de adicionar minha própria teoria. “Talvez por sermos isolados de tudo mais... Não sei ao certo, mas sei que alguma coisa diferente tem acontecido comigo. Você viu como foi fácil ensinar Fúria e squirtle os ataques sombrios? Não foi coincidência, eu sabia de alguma maneira quais eram os sentimentos e os instintos necessários pra usar aqueles golpes.”

 

Oliver se largou na cama e fez um “wow” bem alto. Era realmente muita coisa para dois pobres garotos que há semanas atrás estavam tendo que racionar comida na estrada. “Podemos começar a teorizar seriamente que você trás azar agora?” Brincou.

 

Terminei explicando para Oliver que durante a conversa, Bill reparou meu interesse exagerado no ovo que estava carregando, então supôs que era de uma espécie sombria, me inquiriu sobre como tinha conseguido aquilo e me explicou toda a história de como ele estava tendo problemas com o culto nos últimos dias. Expliquei também que ele estava avidamente interessado em me ajudar a desenvolver minhas capacidades como pessoa sombria. “Eu acabei explicando tudo pra ele, desculpa cara, mas achei que ele era confiável e que odiava o culto tanto quanto a gente.”

“De boa cara, acho que a gente não tinha como comprar essa briga sozinhos mesmo. Temos que agradecer que alguém tão fod# está do nosso lado.” Oliver concordou, mas ainda bem calado.

“Está pensando nas coisas de hoje?”

“Sim. Eu sei que fiquei muito quieto enquanto estava ouvindo vocês conversando lá, mas minha mente agora esta fervilhando de teorias e de conspirações.” Oliver suspirou. “Eu não consegui nem pensar direito de tão nervoso que estava. Como você consegue ficar tão de boa na frente dessa gente importante toda?”

Refleti por um momento na pergunta, mas sinceramente qualquer criança de orfanato saberia a resposta. “Quando você cresce num orfanato, fica mais do que acostumado a todo adulto olhar para você como se fosse uma coisa menor, indefesa, suja ou digna de pena. Depois de um tempo todo mundo aprender a não ligar mais... Ou isso ou fica maluco. No final, eles são apenas pessoas desprezíveis iguais a todo mundo, não tem por que ficar nervoso com o que eles pensam de você.”

Oliver absorveu isso e ficou calado olhando para o teto. Eu me rendi e deitei na cama também, olhando as tabuas e me distraindo com as manchas aleatórias de idade na madeira. Minha mente flutuava entre os planos malignos do culto, meus dons sombrios, meu novo sneasel e na menina que eu gostaria de ver de novo. Ficamos mais um tempo em silêncio, mas com a quantidade de coisas a serem digeridas, é claro que não ia durar muito.

“Então...” Oliver começou.

“O que?”

“O que você acha, devemos aceitar o trabalho?”

 Vocês devem estar se questionando por que eu ainda tenho duvidas, já que a primeira vista parece uma oportunidade de ouro. Trabalhar com uma lenda viva, desenvolver minhas capacidades sombrias, estar melhor preparado contra o culto e outras vantagens, com a pífia desvantagem de ter que trabalhar ao lado de um boçal que eu odeio.

“Eu não sei cara... Me parece uma ideia boa, mas algo em mim ainda me faz hesitar.” Fui sincero.

“Pensa bem cara, não vamos ter oportunidade melhor do que essa.” Oliver salientou. “Quer dizer... Treinar no ginásio talvez até fosse melhor, mas com o Bill não tem nenhuma das desvantagens.”

“Sim, é verdade.” Concordei. “Eu não sei bem por que eu continuo desconfiado. Talvez seja só neura.” Oliver ia falar, mas antes disso ainda adicionei. “Você não acha que se aceitarmos o trabalho, vamos mergulhar de vez nessa maluquice de culto e tudo mais? Quer dizer... Eu duvido muito que tenha volta uma vez que entrarmos nisso.”

Oliver não me respondeu de imediato, o que me fez virar a cabeça para olhar sua reação. Meu amigo respirava profundamente, claramente ponderando as implicações do que falei. Claro que ele também já tinha pensado nisso, mas colocar para discussão tornava mais real.

“É verdade...” Respondeu soturnamente, colocou as mãos atrás da nuca e continuou. “Certamente nós vamos nos envolver até o pescoço com gente maluca e perigosa. Gente que chega à absurdos de querer invocar de alguma maneira os próprios deuses...” E fez outra pausa. “Quando enfrentamos aqueles dois cultistas, você questionou se eu achava que minha grande aspiração de matar os deuses não seria mil vezes mais perigosa do que aquilo...”

“Eu lembro, mas...”

“Nesse tempo todo em que eu fiquei deprimido por causa do encontro com o deus da geada, eu pensei todos os dias se minha ambição não era um sonho de criança... Se eu era inocente de imaginar que um moleque pobre sem nada especial conseguiria o que os campões nem chegaram perto...” Me interrompeu. “Eu não sei a resposta ainda, mas aprendi com você que se eu ficar me perguntando essas idiotices, eu nunca vou conseguir porr$ nenhuma. Se eu vou conseguir matar os deuses? Não sei. Mas sei que vou tentar, e sendo assim, não posso ter medo de enfrentar um bando de malucos de merd$.”

Eu me levantei um pouco para prestar mais atenção a conversa, quis falar alguma coisa, mas não consegui.

“A um tempo atrás eu te perguntei que tipo de treinador você queria ser... Você disse que não sabia, que não tinha um grande objetivo igual a mim. Mas pra falar a verdade, nem parece que o indeciso é você.” Oliver estava claramente fazendo uma catarse, falando até um pouco alto demais. “Até agora você sempre foi decidido e agiu rápido quando queria alguma coisa, sem pensar duas vezes, sem ter medo. Eu duvidei de mim mesmo tempo demais... Na casa do Bill eu podia ter contribuído muito mais para a discussão... Não vai acontecer de novo.”

Ouvi tudo pacientemente, apreciando esse momento de revolta e auto critica de meu amigo. Era bom ver que finalmente ele tinha se recuperado do choque que o tinha debilitado de uma vez por todas. “Você parece muito decidido.” E sorri.

“Eu acho que deveríamos aceitar o trabalho, evoluir como treinador e destruir esse bando de imbecil fantasiado.” Pontuou com voz de ferro.

Soltei ar pelas narinas como costumava fazer quando achava algo divertido. “Bom... No final das contas eu sei muito bem que Bill vai usar minha sneasel de refém para que eu queira aceitar o trabalho. Eu odiaria ficar longe dela.” E virei de lado, pronto para dormir.

“Eu pensei algumas coisas sobre as teorias que discutimos lá no Bill e...”

“Amanha ce me fala, preciso dormir.” Resmunguei com a cara enfiada no travesseiro, já me rendendo ao sono.

“Eu também consegui umas informações privilegiadas do torneio com o Kami e...”

“Amanha!” Gritei e atirei meu travesseiro contra Oliver, o que o fez rir e jogar o travesseiro de volta.

Virei de lado para dormir, mas na verdade eu só queria ter um tempo para pensar calado e falar com vocês. Pode ser que eu esteja enganado, mas tomar essa decisão hoje provavelmente vai ser tão importante para o meu futuro quanto ter visto os deuses da tempestade naquele fatídico dia. Já se deram conta que a partir de hoje vou ter que cooperar com aquele idiota que provavelmente seria meu rival se isso aqui fosse um anime mal escrito? Pior, parece até que eu estou num daqueles arcos bost4s em que o personagem principal acha o mestre que vai ensiná-lo a usar seu poder misterioso. Bom, pelo menos em breve nós vamos entrar no torneio da ponte, e todo mundo sabe que todo arco de torneio em anime são os mais legais. Ri sozinho pensando nisso. Acho que se minha vida fosse um anime, certamente eu estaria me encaminhando para uma nova temporada bem louca.

Quando eu já estava quase dormindo pensando nessas coisas idiotas, Oliver resmungou sonolento.


“Cara...”

Eu já ia reclamar e manda-lo dormir, mas pelo tom de voz resolvi ouvir.

 

“Err... Eu queria propor uma coisa.” Oliver saiu do torpor, tímido. “Muita maluquice tem acontecido com a gente. O ginásio me requisitando, Bill tendo simpatia por você e querendo treinar seus poderes sombrios e tudo mais... É um pouco assustador, mas eu queria que a gente prometesse que essas coisas não vão nos separar. Eu gosto de você como um irmão mais velho que nunca tive e...”

Saltei da cama, percebendo que Oliver estava emocionado e que era difícil falar tudo aquilo. Parei perto da cama dele e estendi o braço sem gesso. “Prometo.” Cuspi na mão do mesmo jeito que fiz lá no primeiro dia de nossa aventura. Ele sorriu, levantou da cama e sacudiu meu braço estendido, então se aproximou mais de mim e me deu um abraço meio desajeitado. Fiquei um pouco sem jeito e depois me desvencilhei dele. Pulei na minha cama de novo.




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A situação era familiar, mas dessa vez o contexto outro. Na minha frente Matt estava sentado ao lado de Ryan, os dois prestando bastante atenção em meu amigo, que estava sentado ao meu lado e prestes a falar. Os quatro numa das mesas da casa de trocas, dessa vez com as pessoas lançando olhares e sussurros. O rumor que um moleque sombrio frequentava o lugar ainda estava vivo, aparentemente.

“Senhores.” Oliver chamou atenção, limpou a garganta e ensaiou começar a conversa. “Chamei vocês aqui por dois motivos: o primeiro é adicionar algumas coisas à teoria sobre o objetivo do culto; o segundo é passar algumas informações privilegiadas sobre o torneio.”

Se antes eles já estavam atentos, agora Oliver tinha o interesse deles.

“O primeiro assunto é mais delicado e menos urgente, então vou falar logo sobre do segundo.” E dito isso, puxou um cronograma com algumas datas que ele tinha anotado a mão. Passou para Ryan. “No papel vocês podem ver as datas das três fazes. Percebam que a primeira é já daqui a duas semanas.”

Todos ficaram surpresos, inclusive eu que não tinha tido essa conversa com ele antes de sair de casa. “É pouquíssimo tempo. A sneasel não vai estar pronta pra lutar até lá e duvido muito que consigamos evoluir todos os pokemons nesse prazo.”

“Sim. Imagino que isso seja verdade para vocês também.” Oliver concordou comigo e inquiriu Ryan e Matt. Os dois murmuraram concordância. “Hanna vai voltar a aceitar desafios semana que vem. Imagino que ninguém aqui esteja interessado em tentar derrotá-la antes do torneio. Certo?” Todos balançaram a cabeça afirmativamente. “Perfeito, é bom saber que todos tem noção de que ganhar o torneio e o ginásio é uma coisa um pouco complicada para nós quatro do jeito que estamos.”

“Aonde você quer chegar?” Matt interrompeu, apressando-o.

Achei que Oliver ficaria nervoso com essa interrupção, mas ele simplesmente elevou um pouco o tom e continuou sua explicação. “A primeira fase do torneio vai ser uma espécie de caça as bandeiras. Grupos de três vão receber uma base remota em algum lugar ao norte de Cerulean. O objetivo vai ser caçar o máximo de bandeiras possíveis de outros grupos enquanto protegem a sua. Ah sim... Cada treinador só poderá usar um pokemon.”

“Como você sabe disso?” Matt novamente. Eu já estava começando a ficar irritado.

“Usar um pokemon só é uma merd#. Nosso time com certeza ficaria defasado.” Ryan resmungou sozinho, mas acabou chamando atenção de Matt.

“E imagino que vocês dois não tenham um terceiro integrante confiável que pudesse completar a estratégia, correto?” Os dois confirmaram a contra gosto. “Nós também não.”

Nós tínhamos Mikaol, mas ele não era confiável nem tampouco adicionava uma vantagem estratégica valiosa ao que eu e Oliver tínhamos no nosso arsenal.

“Então qual o objetivo dessa conversa?” Matt rosnou.

Eu estava prestes a responder uma grosseria, mas senti um leve tapa da mão direita de Oliver na minha perna. Tomei um susto com isso e olhei para o lado tentando entender, mas ele nem virou a cara. Em vez disso, respondeu.

“Eu vim aqui propor um plano.” E ao dizer essas palavras, sorriu maliciosamente e abriu os braços teatralmente. O tipo de sorriso familiar que eu costumava mostrar quando pensava em fazer merd$. “Estou propondo que nós burlemos as regras, mas sem burlar as regras...”

Matt e Ryan cerraram os olhos, esse moleque me surpreende a cada dia.
 


Notas Finais


Como sempre, espero que gostem muito. Tenho certeza que eu ia explicar alguma coisa aqui na sessão de falar com a galera, mas esqueci completamente. Whatever x)

Até a prox, meeeeeh



EDIT: acabei de lembrar! Se alguém não entender os conceitos de quarta dimensão que falei na fic, pode procurar no youtube "carl sagan 4th dimension" que vai ter um cara muito mais foda que eu pra explicar. Abraços!


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