História Hogwarts - Uma História Pokémon - Livro Um - Capítulo 04 - Você é um treinador Pokemon.

Assustado, com um salto Harry se pôs de pé e escondeu-se atrás de uma coluna. Duda acordou gritando:

— SOCORRO MAMÃE! – a calça do pijama ia se molhando enquanto ele corria em direção da escada que levava ao segundo andar, da qual desciam Petúnia e Valter em suas roupas de dormir. Tio Valter com uma espingarda na mão. 

A porta levou mais uma pancada. Outra. E na terceira desmoronou no chão.

Harry fez o sinal da cruz, gelado de medo. Espiou pelo canto da coluna com medo de ser visto e o que viu fez seu coração saltar.

Um gigante.

Ou ao menos parecia uma gigante. A silhueta da pessoa que derrubou a porta era maior até mesmo que o vão que a porta deixou. Ele precisou se curvar para adentrar o cômodo.Era um homem enorme, com cabelos desgrenhados que chegavam até os ombros. A barba caia negra sobre o peito. Ele usava um casaco marrom de viagem, que de tão gasto não devia ser tirado nunca. Cada uma das botas eram da largura das duas pernas do Harry juntas. Trazia uma caixa nas mãos. 

— Q-quem é você? – tio Valter perguntou, e Harry admirou até coragem do tio ao se dirigir ao homem enorme. O tio apontou a espingarda para o homem.

— Cale a boca Dursley. – em três passos o homem alcançou a escada e segurou o cano da espingarda, que parecia um canudo em suas mãos, dobrando-a ao meio. Os Dursley ficaram imóveis. – Vim buscar o Harry. Os pokémons voadores da escola informaram que você não o deixou receber as cartas. Então o diretor Dumbledor pediu que eu viesse entregar pessoalmente. – Ele encarou Duda por um momento. – Feliz aniversário Harry. Eu lhe trouxe uma coisa. – e ofereceu a caixa a Duda.

Duda recuou um pouco, sem palavras. Harry engoliu em seco e saiu de trás da coluna. 

— Eu sou...sou o Harry senhor.

O homem pareceu surpreso por um momento, mas logo deu de ombros virando - se dessa vez para Harry. 

— Então isso é para você. Feliz aniversário. – e ofereceu a caixa para Harry dessa vez, que a pegou, colocou no sofá e abriu-a. Ficou muito contente ao ver ali seu primeiro presente e primeiro bolo de aniversário. 

— MUITO OBRIGADO. – Disse sorrindo. – Mas...que é o senhor? Desculpe.

— Ah é. Esqueci de me apresentar. Meu nome é Hagrid. Guardião das chaves dos portões de Hogwarts. A escola de pesquisadores e treinadores pokémons. Claro que você sabe tudo sobre a escola.

— Desculpe. Nunca ouvi falar. O que são poké...poké...poké o que mesmo?

As grossas sobrancelhas de Hagrid se curvaram em fúria. 

— VOCÊS NUNCA DISSERAM A ELE QUEM ELE É? E a carta que deixamos? Ele não sabe de nada?

Enquanto a discussão rolava Duda seguia com sua gula em direção ao bolo.

— Claro que não falamos nada. – Petúnia respondeu. – Imagina minha surpresa quando eu acordei numa bela manhã e havia o meu sobrinho na porta, um bebê que a minha irmã morta por algum animal maligno e estranho matou.

— ANIMAL MALIGNO?  MAS ELES MORRERAM EM UM ACIDENTE DE CARRO. – Harry explodiu.

— Acidente de carro? – Hagrid se espantou. – Lilian e Tiago Potter nunca precisaram de carro. Eles eram treinadores Harry. Estudaram na mesma escola que você vai estudar e se tornaram um dos melhores treinadores de pokemon que já existiram. E se der tudo certo, Dumbledor ajudará você a se tornar um treinador igual.

— NÃO VOU TER NENHUM TREINADOR DE ABERRAÇÕES NA MINHA CASA. ELE NÃO VAI. E NÃO PRECISA APRENDER NADA COM UM VELHO MALUCO. – gritou tio Valter. 

Hagrid avançou e colocou seu enorme rosto, duas vezes maior que o do tio Valter, bem próximo do bigode do tio.

— Nunca insulte Alvo Dumbledor na minha frente. E se Harry quiser ir comigo não há nada que um trouxa como você possa fazer. 

— Trouxa? – Harry indagou. 

— É como chamamos aqueles que não conhecem nada sobre o mundo Pokémon. – Hagrid se afastou de Valter e viu Duda acabando de comer o bolo que trouxe para Harry. – Aliás Harry, veja. Isto é um Pokémon. – A mão de Hagrid entrou em um dos bolsos do casaco e voltou segurando uma esfera vermelha em cima e branca em baixo, com um botão bem no centro. – Saia Feraligatr, e use seu jato d'agua pra terminar de molhar o pijama do gorducho que se mijou de medo de mim. 

A esfera emitiu uma linha de luz vermelha, da qual se materializou o que parecia ser um enorme crocodilo capaz de ficar em pé sobre as patas traseiras. Ele era azul, com uma barriga bege e uns espinhos vermelhos que pareciam até um cabelo moicano. Os Dursley gritaram de medo e correram para se colocar ao lado de Duda enquanto da boca de Feraligatr saia um jato de água que deixou os três ensopados. Hagrid ergueu a esfera e o pokemon voltou para dentro dela.

— Isso foi porque você é um gordo guloso. – Hagrid disse olhando pra Duda e Harry não pode deixar de rir. O homem enorme olhou pra Harry e disse – E então? Vamos? – e saiu para fora da casa.

Harry hesitou por um momento olhando os Dursley ali, com olhares temerosos para ele.

— Conversamos por cartas então. Até logo. – e correu atrás do gigante.

* * *

Do lado de fora Hagrid contemplava a água do mar e Harry não pode evitar fazer uma pergunta. 

— Como vamos chegar do outro lado e deixar o bote para os Dursley voltarem?

— Ah, você veio? Por um momento achei que preferisse ficar. Enfim, vamos usar o Surf.

— Mas Hagrid, eu não sei surfar.

— Não seja tonto Harry, é uma habilidade de um pokemon. Ainda bem que eu trouxe um grande o suficiente para nós dois. 

Dizendo isso ele puxou outra esfera.

— A propósito, o nome disso é pokébola Harry. Wailord, eu escolho você. A luz vermelha emitida pela pokébola iluminou uma grande área do mar de onde surgiu uma enorme baleia azul de aproximadamente 15 metros. Harry ficou sem fôlego e encantado, quase não notou quando Hagrid foi em direção a ela dizendo. 

— Wailord, use surf e nos leve até a outra margem. – Hagrid subiu na baleia e chamou. – Venha logo Harry, ou vai ficar pra trás.

E logo os dois estavam a caminho da outra margem,  Harry havia caído no sono durante a travessia e Hagrid desceu na outra margem deixando o garoto que passou por muitas surpresas descansar um pouco nas costas de Wailord. Era noite, estava escuro e não havia ninguém no píer. Não havia muito risco de algum trouxa ver a pokemon baleia.

Harry despertou e ficou sem saber onde estava. Até que se lembrou. Ainda estava escuro mas o dia estava prestes a amanhecer.

— Hagrid, para onde vamos agora? 

— Para um lugar chamado Beco Diagonal. Vamos comprar as suas coisas para a escola. O que me lembra que você não leu sua carta ainda. Tome. 

Harry pegou a carta. Finalmente iria ler o que a tal escola tinha a dizer a ele. Nunca esteve tão feliz.