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História Poker - Encontro-me Perdido


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! *-*
E no meio de muito lemon, surge um fluffy :3 ksksks espero que gostem ^-^

Capítulo 12 - Encontro-me Perdido


Fanfic / Fanfiction Poker - Encontro-me Perdido

 

Após cerca de uma hora, Taehyung permanecia acordado e sem um mísero rastro de sono. Sua mente estava barulhenta demais para lhe deixar apreciar o silêncio da noite. 

Seu pensamento vagava de modo aleatório, sem ligação ou nexo algum, repassando ideias desconexas que o perturbavam e problemas do dia-a-dia que roubavam-lhe o sono.

Pensava em como sua mãe regiria ao ver que ele não retornara para casa pelo segundo dia consecutivo, e se ela ainda estaria no sofá lhe aguardando chegar. 

Sabia que, assim que chegou em casa na primeira manhã depois da noite que passou com Jungkook, ela estava deitada no sofá e provavelmente passara a noite lá.

Por mais rude que fosse com o filho, ela o esperava voltar, noite após noite.

Todavia, o que mais preocupava o jovem Kim, era o fato de que a mãe sequer havia tomado os remédios, e, para piorar, tinha voltado a beber.

Taehyung se julgava como sendo culpado pela recaída da progenitora. Culpava-se completamente.

Sentia-se mal só de pensar que sua mãe lhe esperava voltar todas as noites, mesmo que ela lhe dirigisse ameaças e palavras ofensivas sempre que se viam. E, se sentia ainda pior por saber que ela se importava consigo, mesmo que de uma forma quase escassa.

Se culpava por ela ainda lhe amar, mas sentia medo do dia que ela cansasse de esperá-lo chegar sem vê-lo retornar para casa.

Era um pensamento egoísta, ele sabia. Sentia-se péssimo por isso também.

Haviam coisas demais pesando sobre suas costas. Lembranças demais, pensamentos demais, sentimentos demais. Tudo parecia ter se acumulado, como uma pilha de objetos prestes a desabar sobre e dentro de sua cabeça.

Taehyung gostaria de dizer que não havia pensado direito quando escolheu ceder a vitória a Jungkook, e que fora o calor do momento o responsável por sua escolha.

Mas, não conseguia acreditar na própria mentira de maneira alguma, justamente por saber que estivera plenamente ciente das consequências e, ainda assim, escolheu ir junto de Jungkook.

A pergunta que dirigia a si próprio era: por quê?

Talvez por estar buscando apenas sexo, como faziam todos os que lhe procuravam para uma partida. Ou quem sabe por gostar da forma que Jungkook lhe tocava e, talvez, só talvez, se sentisse no direito de ter prazer com uma relação.

Jungkook fora o único que conseguira lhe proporcionar tamanho êxtase durante todos os anos em que estivera jogando.

Alguns diriam que aquilo se devia ao fato de Taehyung ter dormido com outras pessoas meras quatro vezes antes de conhecer o moreno, um número irrelevante e baixo até demais para sua idade. Talvez ele apenas não houvesse tido sorte na escolha de seus parceiros de cama (se é que Taehyung tinha escolha, já que se via finado a dormir com o vencedor do jogo, independente de desejar ou não fazê-lo).

Mas uma coisa era certa: não havia tido prazer em suas noitadas com estranhos, apenas sexo. Sentira na pele a diferença notória entre ambos.

Mas os toques do Jeon eram quentes, as palavras possuíam um duplo sentido excitante e a voz era doce, tudo em perfeita harmonia com os olhos escuros e o cabelo de cor semelhante. Taehyung achava-o lindo, por dento e por fora.

Não que ele se julgasse íntimo de Jungkook a ponto de dizer conhecê-lo completamente, mas, pelo pouco que vira, o Jeon lhe parecia ser uma pessoa amável.

O Kim queria apenas uma chance de sentir tudo  aquilo novamente — e conseguiu. Lá estava ele afinal, deitado junto a Jungkook.

Mas, sem sombra de dúvida, o que mais havia instigado Taehyung a voltar ali,  foi o que ocorrera ao final da primeira noite, quando os braços de Jungkook o envolveram de uma forma tão íntima; acolhedora.

Talvez ele quisesse se sentir acolhido por alguém.

E, naquele exato momento, mesmo que perdido em pensamentos e sendo alvo da própria imaginação fértil (que o deixava angustiado, cogitando mil e uma possibilidades de sua mãe arranjar mais garrafas de bebida ou coisa pior), ele ainda estava com a cabeça em repouso sobre o antebraço do mais novo, sentindo a respiração fraca e ritmada do rapaz batendo em sua testa. 

Por que aquilo era tão confortável? Taehyung realmente gostaria de conseguir entender, mas ele não estava entendendo nem a si mesmo. Tudo lhe parecia confuso demais.

Provavelmente aquela confusão mental não passaria, ao menos não tão cedo, mas quem sabe diminuísse um pouco se ele se afastasse de todo aquele aconchego ao qual não estava acostumado.

Normalmente é isso que as pessoas fazem, elas fogem do que as assustam. Taehyung não estava assustado com a presença do Jeon, mas sim com a forma como seu corpo reagia a isso.

Estava com medo de ficar preso demais aos braços quentinhos e ao perfume que, mesmo agora fraco, ainda o seduzia. Tinha medo de ficar dependente daquilo e do jogo virar novamente.

Sua mãe era uma boa pessoa, a única que sempre esteve lá para consolá-lo e ajudá-lo sempre que ele precisasse de ajuda. Até o dia que ela adoeceu. Então ele se viu, pela primeira vez, sozinho.

Seu pai não estava mais lá havia anos. Fugira com uma amante, deixando a mulher e o pequeno Kim para trás.

Sua mãe lhe tratava mal pois sabia que Taehyung conseguia dinheiro da mesma forma que ela fizera anos atrás. O pai de Taehyung era ninguém menos que um dos clientes da mulher que acabou a fisgando, para sumir alguns meses depois de engravidá-la.

Ela apenas não percebia que estava empurrando Taehyung para o mesmo caminho, e, chegaria uma hora que estender a mão não adiantaria mais para puxar o garoto de volta. Não via solução para si mesma, como poderia salvar o filho?

Taehyung não queria acabar como sua mãe, por isso não cometeria o mesmo erro que ela. Fora o abandono do marido que a derrubou. Ele precisava apenas não se apegar de fato a ninguém e assim, se manter racional.

As pessoas vão embora a todo tempo, sabia disso melhor do que ninguém. Muitos já o haviam deixado, e os que restaram, resolvera apenas apagar. Afinal é mais fácil deixar do que ser deixado. Doía menos.

Taehyung sentiu-se de repente sem escolha. Tinha que sair dali, voltar às noites comuns no cassino e a retornar para casa após o término dos jogos.

Mas a probabilidade de perder para outro que não fosse o Jeon o assustava, pois havia experimentado algo bom, e admitia sentir certo medo e receio de voltar a ter relações como as de antes.

Taehyung tinha em mãos um baralho feito de corpos que ansiavam por ele, mas queria apenas o Ás de olhar forte porém carinhoso.

Seu baralho diminuiu quando Jungkook começou a levar as cartas. 

Se remexeu, tentando desfazer-se do abraço. E, quando pensou que iria obter êxito, viu os olhos do outro pouco a pouco, se abrirem. Jungkook piscou algumas vezes, um piscar de olhos preguiçoso.

— O que foi? — Perguntou o mais novo, e em seguida sorriu. Um sorriso sonolento e que se Taehyung não estivesse evitando se sentir afetado, diria até que fora fofo. — Não consegue dormir?

Assentiu. Não iria dizer que pretendia fugir da casa de Jungkook em plena madrugada, isso definitivamente não soaria muito bem. 

— O que você costuma fazer quando não consegue dormir?

A pergunta feita por Jungkook o fez rir minimamente ao pensar na resposta que daria. 

— Fico acordado encarando a parede. 

— Isso é estranho. Normalmente as pessoas encaram o teto — Taehyung notou o tom brincalhão e sorriu. — Tem um jeito mais fácil — aguardou que o Jeon prosseguisse. — Feche os olhos.

O mais velho fez o que lhe fora pedido. Sentiu o outro se remexer debaixo das cobertas e, em seguida, algo tocou seu cabelo.

A mão de Jungkook passeou pelos fios castanhos, se perdendo entre as madeixas lisinhas, vez ou outra puxando sem querer alguma mecha devido ao cabelo estar desgrenhado e bagunçado. Não que Taehyung se importasse, estava concentrado demais na sensação como um todo.

E, céus, como aquilo era bom.

Era algo estranho, diferente. Não chegava a ser prazer, mas era bom, uma pseudo-forma de o fazer se sentir bem. A carícia o acalmou aos poucos.

A mão de Jungkook guiou-se até a parte de trás de sua cabeça, fazendo um cafuné que fez o braço de Taehyung arrepiar-se.

O mais velho não conseguia desviar a atenção da sensação gostosa dos dedos alheios deslizando por seu cabelo.

Não era como se nunca houvesse recebido carinho na vida, mas fazia realmente muito tempo desde a última vez que alguém se preocupou em o fazer. Desde o ensino fundamental, antes de sua mãe decair de um modo exorbitante.

Em questão de segundos, sua respiração se tornou lenta e ritmada. Os pensamentos que inibiam seu sono foram sendo inebriados pela mão que lhe acalentava.

E antes que pudesse pensar em contrariar, dormiu. Era a segunda vez que passava a noite nos braços de Jungkook, e a segunda vez que o garoto o fazia esquecer-se dos problemas.

Queria mais do que nunca esquecer o que prometeu a si mesmo quando começou a apostar o próprio corpo: prometeu não se apaixonar por ninguém que conhecesse nos jogos,  assim não teria que tornar a ver alguém ir embora.

 

 


Notas Finais


Obrigada por ler *-*
E antes que eu me esqueça, queria divulgar uma fic que eu adoro (com crossdressing e daddyKink e.e) link:
https://spiritfanfics.com/historia/youre-not-my-daddy-6139960 (vim do futuro para dizer que o Spirit excluiu essa fanfic do site, o que foi muito triste ;-;)
E gente, uma perguntinha aqui, alguém shippa Destiel? *-* tava pensando em fazer uma fic sobre Supernatural e Destiel é uma paixão minha ^-^ ksks
Ah e agora sim encaixei a sinopse à fic, já que ela cita essa única regra que o Tae estabeleceu à si mesmo. Deixa eu resumir aqui ksks a mãe do Tae também se envolvia com esses tipos de jogos, e foi num deles que ela conheceu o pai do Tae. Mas após um tempo juntos ele a deixou e fugiu com uma amante. Se o Tae ficar com o kook, ele vai estar seguindo exatamente o mesmo caminho que ela, e ele não quer acabar como ela. Ele é meio traumatizado, sabe? ;-;


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