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História Poker - Os Porquês dos Seus Talvez


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! *-*
Sim, a postagem da fanfic está atrasada, eu sei ;-; desculpem, mas vou começar a atrasar de novo, porque com o final de ano se aproximando, as minhas aulas estão quase terminando e eu estou sobrecarregada de trabalhos escolares de final de bimestre para fazer ;-; mas assim que essa correria acabar eu volto ao normal u.u
Boa leitura! ^-^

Capítulo 14 - Os Porquês dos Seus Talvez


Fanfic / Fanfiction Poker - Os Porquês dos Seus Talvez

 

Seu olhar alternava entre o vidro frontal do carro e a tela do celular, onde se esforçava para discar o número dos bombeiros com apenas uma das mãos, enquanto a outra segurava firmemente o volante. 

Não podia perder tempo parando o carro para ligar. Não fazia ideia de o que ou a quem Taehyung estivera se referindo na ligação, mas uma coisa era certa: parecia desesperado.

Após finalizar a chamada (onde forneceu à atendente as informações que havia recebido e o local), atirou o celular sobre o banco do carona e continuou o percurso, apressado.

Ao chegar na rua indicada pelo mais velho, levou cerca de dois minutos até encontrar a casa descrita por ele. Parou o carro e saiu, sendo recebido por Taehyung, que estava em prantos e com uma expressão completamente assustada.

— A ambulância já está vindo — disse Jungkook, aproximando-se do Kim.

Recebeu-o de braços abertos, abraçando o corpo esguio. Sentia as mãos de Taehyung em suas costas, agarrando-se com certa força ao tecido de algodão de sua blusa.

Parecia sentir-se com medo de cair. Era como se precisasse de alguém em quem se segurar e Jungkook era o único ali para ocupar tal papel.

— Vamos colocá-la no seu carro e ir para o hospital, por favor. 

— Eles já estão chegando... 

— Não, eles não estão! — Exaltou-se. — Por favor, Jungkook — choramingou, enxugando as lágrimas com as costas da mão. — Temos que fazer isso.

O moreno exalou o ar pesadamente, antes de romper o abraço e assentir. 

Taehyung segurou sua mão e o puxou para dentro da casa. Jungkook o acompanhou até que estivessem na sala, onde o corpo de uma mulher de meia-idade repousava sobre o sofá. A figura feminina tinha olhos de traços compridos e finos. Foi impossível para Jungkook não reconhecer como sendo semelhantes aos do jovem Kim.

Com um pouco de esforço, Jungkook deslizou os braços para debaixo do corpo desacordado e o ergueu. Taehyung se aproximou para ajudar, mas o mais novo gesticulou para que se afastasse e pediu que abrisse a porta do carro.

Após instantes, o corpo feminino com poucas curvas já repousava sobre os bancos traseiros do veículo, tão logo quanto os dois rapazes ocuparam os bancos de motorista e passageiro.

Taehyung estendeu a Jungkook o celular que estava no banco que ocupara, mas o dono do aparelho apenas pediu para que o pusesse no porta-luvas.

Jungkook deu a partida no carro, ouvindo de relance os soluços baixos do garoto ao seu lado.

— O que aconteceu? — Questionou Jungkook, mantendo o olhar voltado para a estrada. 

Ainda que estivesse com os olhos vidrados no cenário à frente, estava ciente de que o Kim lhe fitava com uma expressão desolada.

— Eu deveria ter voltado para casa. É culpa minha.

O mais velho calou-se após dizer a frase. Os soluços haviam cessado, mas as lágrimas ainda desciam aos montes por seu rosto.

Jungkook não sabia o que realmente ocorrera antes de sua chegada, mas tinha certeza de que a culpa não era de Taehyung.

De qualquer modo, Taehyung deixara evidente que não estava em condições de respondê-lo, então Jungkook contentou-se em continuar o percurso em silêncio. 

Nenhum dos dois ousou quebrar a quietude instaurada dentro daquele carro, nem o manto de incômodo que pairava sobre ambos sempre que se lembravam — ainda que fosse impossível esquecer — que havia uma mulher desmaiada no banco traseiro.

Quando avistou o prédio do hospital, Taehyung se remexeu, ansioso. Bastou que Jungkook estacionasse o carro em uma vaga de estacionamento próxima à porta do hospital, para o mais velho saltar para fora do veículo, com o Jeon em seu encalço. 

Os dois garotos ergueram com cuidado a mulher, e não mais tardaram em adentrar o hospital carregando-a nos braços. Foram necessários meros segundos para que os médicos e funcionários do local se dessem conta do que estava acontecendo e viessem ajudá-los.

Após todo o procedimento de internação da mulher, Taehyung e Jungkook sentaram-se em bancos de espera, do lado de fora do consultório. O Kim deitou a cabeça sobre o ombro de Jungkook, buscando consolo.

— Obrigado por vir — Taehyung se pronunciou, atraindo a atenção do mais novo. — Eu só não sei como consegui seu número... — Pausou a fala, ao notar o sorriso travesso que brotou de repente nos lábios do Jeon. — Acho que já sei. Bem, também acho que te devo explicações. 

Jungkook queria responder claramente um "sim", mas contentou-se em permanecer em silêncio, esperando-o prosseguir.

— Aquela é minha mãe. Ela... toma alguns remédios. Mas, às vezes é meio complicado convencê-la a tomá-los — suspirou, deprimido. — Eu deveria ter ido para casa ontem — ouviu-o resmungar a última frase, como se pensasse em voz alta.

— Entendo. Espero que ela fique bem — replicou, sem saber ao certo o que deveria dizer em uma situação delicada como a que se encontravam.

Sentia em seu âmago que parte da culpa era sua, já que, realmente, era. Afinal fora ele quem havia dado início à conversa com Taehyung quando estavam no cassino.

 — O médico me conhece há alguns anos. Ele me encarregou de cuidar dela. Acho que não cumpri a tarefa — prosseguiu Taehyung. O tom de sua voz era amargo, carregado de um humor irônico.

Jungkook sentia-se tentado a dizer ao mais velho que ele não deveria culpar-se por um deslize comum, mas com que direito o faria? Não podia sair distribuindo consolos sem ao menos saber a raiz do problema. Não seria agradável se, por uma tentativa sua de amenizar a tensão, Taehyung pensasse que ele estava fazendo pouco caso de tudo aquilo.

— O que ela têm? — Perguntou Jungkook, curioso. Taehyung o fitou. — Sabe, os remédios. São para o quê?

— Um monte de coisa, às vezes até eu esqueço. Mas o verdadeiro problema é o que ela faz quando fica sem tomá-los. Minha mãe é ex-dependente química — Jungkook meneou a cabeça em afirmação; não fazia ideia do que dizer diante de uma descoberta impactante como aquela. — Ela fica meio... impulsiva quando não os toma.

— Como assim?

— Eles servem para diminuir os sintomas da abstinência. Mas, toda vez que ela deixa de tomá-los, ela dá um jeito de, sabe, arranjar algo pra se saciar. Para dizer bem a verdade, os remédios a deixam dopada na maior parte do dia. Ela precisa deles para agir de um jeito normal — o mais novo assentiu, em resposta à explicação dada por Taehyung. — Uma vez eu demorei demais para voltar e ela fez uma coisa de propósito apenas para me dar uma lição. Naquele dia acabamos indo parar no hospital. Não acho que o que aconteceu hoje seja diferente. 

— Kim Taehyung? 

Ambos olharam em direção à voz que chamara por Taehyung, vinda de um dos lados do corredor. Um médico aproximava-se dos dois, analisando alguns papéis que tinha em mãos.

— Sim?

 O Jeon podia ver o brilho de expectativa nos olhos do mais velho. Por instantes, comparou-o à uma criança contemplando uma vitrine repleta de doces. Torceu para que nada de ruim tivesse acontecido à progenitora do Kim. Temia que algo estragasse a feição esperançosa que via no rosto de Taehyung, e que este se culpasse ainda mais pela falha em voltar para casa.

— Sua mãe está em observação, mas não corre risco. Gostaríamos de deixá-la internada por mais um tempo até termos certeza de que está tudo bem — Taehyung assentiu, aliviado. — E como ficou aquilo que combinamos? Você me disse que iria ficar de olho nela.

— Eu estava, mas saí ontem à noite, e, quando voltei já não dava mais tempo. Desculpe. 

O médico fitou Taehyung pelo canto do olho, repreendendo-o. Porém, após poucos segundos, sorriu. Ele afagou os cabelos castanhos de Taehyung e os bagunçou, como se fossem familiares.

— Eu sei que ela não é uma pessoa fácil de lidar. Só tome mais cuidado, ok? — Taehyung assentiu, abaixando o rosto. — E quem é esse? — Perguntou, olhando de esguelha para Jungkook.

— Um amigo — replicou Taehyung.

O mais novo sorriu formalmente, levantando-se para cumprimentar o homem de jaleco branco.

Após se despedirem do médico (que Jungkook supôs ser um conhecido de Taehyung), seguiram até o carro.

Taehyung haveria de voltar para casa, mas saíra tão depressa que sequer lembrara-se de trazer dinheiro para pagar um táxi ou pegar um ônibus. Sendo assim, Jungkook e seu carro pareciam ser a única opção viável.

— Ele é meu tio — proferiu Taehyung, após acomodarem-se nos bancos da frente. — O médico que nos atendeu. Não costumo ser tão próximo de outros médicos. Eles costumam detestar a minha mãe, e digamos que isso é mútuo — comentou, risonho.

Ficara claramente aliviado após receber a notícia de que a mãe pasava bem.

— Então, como você disse a ele, somos amigos?

 O Kim sorriu, parecendo, por alguns milésimos de segundo, envergonhado.

— Amigos não transam, Jungkook — o moreno deixou uma risada alta escapar.

— Ok, para você nós somos o quê? 

— Eu sou só o cara com quem você dormiu. 

— Então, de acordo com esse título, não vai interferir em nada o fato de eu querer repetir aquela noite, certo? 

Taehyung tinha todos os motivos possíveis para recusar, uma lista de maneiras irônicas de dispensar Jungkook, e uma pilha de ideias de como dar uma rasteira no garoto de língua afiada. E ele simplesmente jogou todos os motivos, listas e pilhas de não’s pelos ares com uma resposta breve:

— Talvez. 

Porque, assim como a resposta que dera, Taehyung talvez tivesse a certeza de que, mesmo que não devesse, sentiria falta dos toques, da voz e da presença marcante de Jungkook.

 


Notas Finais


"— Talvez." ... e.e ksksksk
Obrigada por ler! :3


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