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História Poker - Defensor Particular


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! ^-^
Olha quem voltou mais cedo pra comemorar o niver do nosso amado TaeTae~ *-*
Já já vou responder os comentários anteriores :3
Boa leitura! *-*

Capítulo 26 - Defensor Particular


Fanfic / Fanfiction Poker - Defensor Particular

 

Taehyung sentou-se na cadeira do lado oposto ao que se encontrava seu adversário. Sorriu de relance, vendo-o lançar um olhar desejoso em sua direção. 

— Esqueci meu baralho aqui da última vez que saí, voc... 

— Podemos jogar com o meu — respondeu o sujeito, rapidamente.

Taehyung observou-o retirar um maço de cartas do bolso interno na parte superior do terno que trajava. Entregou-o à Taehyung, que logo tratou de pegá-lo e embaralhar as cartas com facilidade.

Enquanto Taehyung focava-se em distribuir o baralho de forma igual para ambos, o homem permitiu-se observá-lo.

Lembrava-se como se fosse ontem de ter perdido. Podia ser apenas um jogo, mas o final que a partida tivera não lhe agradou. 

Estava acostumado a ganhar todas as apostas quando entrava em uma. Logo, perder não era e nem seria aceitável. O gosto amargo da perda o deixara ainda mais decidido à batalhar pela vitória.

Ganharia aquele prêmio, fosse do jeito fácil ou do jeito difícil.

Taehyung remexeu-se desconfortável sobre a cadeira. Não que tudo aquilo fosse apenas por causa do jogo, mas ele estava com um mal pressentimento. 

Seu estômago revirava-se em ansiedade, e ele sentia uma fina camada de suor formando-se nas têmporas de seu rosto. 

O sujeito ao qual não sabia o nome — e sequer se interessava em descobrir — lançou o primeiro conjunto de cartas sobre a mesa; um Par simples. 

Logo, Taehyung passou a expôr suas cartas por meio de jogadas estratégicas, sendo acompanhado pelo outro. 

A multidão que tanto apreciava o modo de jogo do Kim aglomerou-se em torno dos dois, deixando no ar uma competitividade sem igual. Taehyung não queria perder por motivos óbvios, e seu adversário não parecia nada feliz com a possibilidade de voltar a ser humilhado publicamente.

Quando as cartas começaram a acabar, Taehyung conteve um sorriso. O Royal Straight Flush é a jogada mais forte do poker. E, para sua imensa alegria e conforto, as cartas que lhe restavam eram imponentes constituintes desta.

Exalou o ar calmamente, aguardando pela jogada de seu adversário. O homem estendeu um dos braços e expôs um largo sorriso maldoso, atirando sua última jogada sobre a mesa: uma Quadra.

Taehyung não esboçou reação ao lançar sua jogada final — esta sendo, sem dúvida alguma, muito mais forte, garantindo sua vitória sem mais problemas. 

Taehyung apoiou os cotovelos sobre a mesa e ergueu o olhar até topar com o de seu oponente.

Estremeceu.

Mesmo com a derrota, o homem não desmanchara o sorriso luxurioso que, naquele momento, assustava Taehyung.

Havia algo de errado com aquele sujeito, portanto, trataria de pegar o dinheiro e dar o fora dali. O homem retirou do mesmo bolso de onde havia pegado as cartas anteriormente, algumas notas de valores diversos.

Taehyung franziu o cenho ao contá-las e constatar que ali havia a quantia exata. Exatos trezentos reais em notas sortidas, nem um centavo a menos.

Ele sabia que iria perder?

Ainda estranhando a situação, levantou-se e guardou-as no bolso de trás de sua calça.

Só então se deu conta de que, durante a partida, não haviam trocado uma única palavra sequer. Bom, era melhor assim, realmente. 

Em movimentos de velocidade calculada (para não aparentar de forma tão óbvia sua alegria em sair dali com o dinheiro), Taehyung empurrou a cadeira para próximo da mesa e se afastou.

Despediu-se com um menear de cabeça e caminhou a passos ágeis para longe dali, embrenhando-se na multidão sem dar satisfações. 

Ao contrário de quando ainda não havia entrado no cassino, ele queria — e muito — ir para casa.

O olhar predador do homem ao qual havia desafiado pela segunda vez lhe causava arrepios desagradáveis. Ele não aparentava ser um bom sujeito. Mas, se havia algo do qual Taehyung tinha certeza era que, naquele lugar, ele não encontraria alguém confiável.

Conhecer Jungkook fora apenas um acaso.

E lá estava Taehyung tendo seus pensamentos desviados, novamente, para o Jeon. 

Apressou-se ao ouvir passos acompanhando os seus pela calçada, fazendo com que ecoassem em conjunto pela penumbra da noite. Riu soprado, achando-se completamente paranoico por estar fugindo de passos. Aquela rua era pública, era de seu total consentimento que haveriam mais pessoas caminhando pelo local.

O sorriso de deboche que esboçava para si mesmo enquanto andava deixou seus lábios quando, após passar por um poste que iluminava a rua, viu sua sombra estampada na calçada, lhe acompanhando no trajeto.

Mas não fora essa a causa do medo que o deixou completamente alerta em uma fração de segundo.

Havia outra sombra desenhada na calçada, e estava mais próxima da sua do que deveria.

Percebeu que estava indo realmente rápido quando se deu conta de que não fazia nem três minutos que deixara o cassino e já estava quase em frente à casa de Jungkook.

De repente, ouviu os passos soarem estridentes, arranhados, como se quem quer que estivesse o seguindo esfregasse a sola dos sapatos na calçada para tentar deixá-lo ainda mais assustado.

Àquela altura, ele tinha certeza de que, quem quer que estivesse fazendo aquilo, não tinha como intenção arranjar novos amigos.

Alguém o seguia. Tentava assustá-lo. E estava perto demais.

Taehyung acelerou ainda mais, cravando o lábio inferior entre os dentes em uma tentativa de usufruir-se da dor como forma de distração.

Tirou seu celular de dentro da jaqueta da maneira mais discreta que pôde, clicando na opção descrita como chamada de emergência.

Lembrava-se de que era o número de Jungkook que exercia tal função, mas, com o medo correndo em suas veias e a respiração travando em sua garganta o fazendo engasgar-se e ter de tossir, o fato de estarem brigados era apenas um mero detalhe.

Seu coração deu um salto no peito ao sentir uma mão pesada em seu braço, segurando-o brutalmente. 

Gritou ao ser forçado a virar-se e ficar face à face com um homem desconhecido.

O olhar do sujeito era confiante e esbanjava um ar doentio, como se já tivesse executado tal ação outras vezes. 

Taehyung não saberia descrever como era a sensação de ter que olhar nos olhos do homem que estava o deixando apavorado, criando uma névoa de desespero em seus pensamentos. Seus olhos marejaram.

Francamente, não era discreto nem na hora do sexo, imagine em uma situação apavorante como a em que se metera.

Gritou em plenos pulmões, o que apenas fez com que o homem — que só então reconheceu como sendo o mesmo com o qual disputara a partida no cassino — cobrisse sua boca com uma das mãos, enquanto a outra se ocupava de segurá-lo firmemente contra seu peito. 

— Achou que terminaria assim? — O ar quente provindo da risada maldosa que acompanhou a frase se chocou contra a lateral do rosto de Taehyung, o perturbando a ponto de sentir a visão nublar em razão das lágrimas. — Pode ficar com o dinheiro, dou até o dobro a você se quiser, mas você irá pra casa comigo hoje, ouviu? — Ditou rente à orelha de Taehyung, deixando-o em estado de histeria.

O Kim passou a debater-se fortemente. Estava quase se desprendendo da espécie de abraço quando,  por algum milagre, o homem o soltou.

Taehyung caiu de joelhos sobre a calçada, sentindo as palmas de suas mãos arderem e seus joelhos latejarem.

Não que ele ligasse. A única coisa com a qual se preocupava era fugir, nada mais. 

Correr.

A única palavra que despertava em meio a seus sentidos.

Ele queria correr o quanto suas pernas aguentassem. 

Olhou para trás em instinto para ver se teria tempo de fugir. Arregalou os olhos ao ver que Jungkook segurava  aquele homem em uma chave de braço.

Taehyung sentiu um arrepio tornar a descer por seu corpo ao ver a cena. Achava o homem — agora visto por ele como um monstro —  que havia lhe atacado forte. Mas, ao ver a facilidade com que Jungkook o mantinha imobilizado, refez sua síntese.

Então Jungkook acertou um golpe de direita na bochecha deste. Os socos foram seguidos de outro e outro, deixando o sujeito com um dos olhos inchados e um dos lados do rosto vermelho e que, mais tarde, criaria hematomas.

Subitamente, o medo voltou a domar o corpo de Taehyung.

— Jungkook, para!

 Taehyung saiu do transe em que havia entrado e correu em direção aos dois. Por mais que repugnasse se aproximar de seu agressor — o qual estava perdendo feio para o Jeon —, o Kim abraçou Jungkook por trás em um pedido mudo para que parasse.

Se Jungkook continuasse no ritmo em que estava, logo não restaria muito do sujeito. A ideia não parecia ser de todo mal. Porém, Taehyung sabia que, caso isso acontecesse, o mais novo arranjaria um grande problema com as autoridades.

Os olhos de Jungkook pareciam flamejar em puro ódio.

— Jungkook! Já chega!

Mas de que adiantava gritar, se ele sabia que Jungkook estava com raiva demais para lhe ouvir.

Taehyung precisava arranjar uma forma de chamar sua atenção.

O mais velho sabia o que era ser dominado pela raiva; desligar-se do resto do mundo em uma busca desesperada por alívio. 

Taehyung estava, àquela altura, desesperado.

Abraçou de modo ainda mais forte a cintura do Jeon, escondendo o rosto na nuca do mais novo. 

— Para, amor, por favor! 

Taehyung comprimiu fortemente os olhos, com medo de que Jungkook se metesse em uma confusão por sua causa. Medo de descobrir que, mesmo que o homem fosse alguém merecedor de repúdio, morreria por sua causa.

Então o som do punho de Jungkook chocando-se contra o rosto alheio cessou.

Taehyung levou um tempo para entender. Mas, assim que compreendeu que o outro havia parado, sorriu contra a pele clara.

Jungkook estava acatando seu pedido.  

O mais novo ainda respirava pesadamente quando empurrou em direção ao chão o corpo do homem que atacara seu Taehyung, deixando que o sujeito caísse de joelhos sobre a calçada. 

Jungkook inspirou de modo profundo, exalando o ar ruidosamente.

O mais velho sentiu as mãos do Jeon segurarem as suas, afastando-as de seu corpo, desfazendo o abraço.

Jungkook virou-se de frente para Taehyung, estendendo uma das mãos na direção dele.

— Me empresta seu celular — ditou enquanto apertava as têmporas do rosto entre o polegar e o indicador, fazendo com que a palma de sua mão cobrisse seus olhos.

Para o mais novo, tudo estava confuso, embaçado.  Não sabia no que se focar. Não conseguia pensar direito. Seu único desejo era o de terminar o que havia começado, mas sabia que isso era errado e que Taehyung não o perdoaria se ele o fizesse.

Sua visão tremulava como a luz bruxuleante de uma vela acesa. A cabeça doía devido ao estresse.

Confuso, perdido e irritado.

Taehyung procurou o aparelho pelo bolso da jaqueta que usava e entregou-o a Jungkook.

— Deixei a porta aberta, sobe e entra no apartamento — ordenou Jungkook.

— O que você vai fazer? — Taehyung preocupou-se. 

Sabia que Jungkook era alguém bom e capaz de fazer distinção entre o certo e o errado, mas temia que, no estado em que ele estava — com os músculos tensionados, a respiração pesada e a mão livre ainda fechada em punho —, o moreno pudesse fazer alguma besteira da qual iria se arrepender mais tarde. 

— Vou ligar para a polícia — disse, fazendo com que o mais velho suspirasse em alívio. — Agora, vai. 

Taehyung sentiu-se estremecer com o modo com que a voz de Jungkook soava quando este lhe ordenava algo, mas aquela não era uma boa hora para pensar de forma maliciosa. 

Taehyung descumpriu o pedido e se aproximou de Jungkook, deixando um leve selar nos lábios deste como prêmio.

O descontrole de Jungkook cessou por segundos e seus olhos se arregalaram como se o ato fosse algo inusitado. 

— Obrigado — agradeceu Taehyung, sorrindo sincero.

Em um ato impensado, os lábios cheinhos de Jungkook tornaram a acariciar os de Taehyung, apenas em um selar casto.

Taehyung permitiu-se sorrir ao se afastarem.

Que os céus o perdoem, mas ele aceitaria passar por tudo aquilo novamente apenas para voltar a sentir a maciez daquele beijo.

— Taehyung... — repreendeu Jungkook.

— Já estou indo — replicou, pondo-se a andar em direção ao edifício. 

Após assegurar-se de que Taehyung já havia ido, Jungkook sorriu.

Mesmo que em meio ao desespero, Taehyung havia o chamado de amor.

Ele não iria esquecer tão cedo. Ah, disso tinha certeza. Também não esqueceria do selar amoroso trocado entre os dois.

Mal entendia o que se passava em sua própria cabeça naquele momento.

Voltou o rosto para o celular de Taehyung em suas mãos e discou o número da polícia local. Após explicar superficialmente a situação para a atendente e receber como resposta a notícia de que uma viatura estava se dirigindo até o local descrito por ele, desligou.

Jungkook olhou para o homem ainda ajoelhado à sua frente, tonto demais para se levantar. 

O sujeito resmungava e murmurava xingamentos por conta da dor enquanto tentava, sem sucesso, reunir forças para erguer-se do chão. O Jeon abriu um sorriso convencido.

— É bom mexer com alguém do seu tamanho, não é? — Falou Jungkook, em uma mescla de ironia e deboche.

 


Notas Finais


Obrigada por ler! ^-^
Guk sambando na cara dazinimiga u.u... tá parei :') sksks
Pra não acontecer uma das cenas clássicas em que a pessoa brota do chão magicamente pra salvar a outra, no próx capítulo vou explicar como Jungkook chegou ali, ok? :3


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