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História Poker - Conforto


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! *-*
Eu sei que dessa vez eu demorei, mas tenho explicação nas notas finais ;-; por favor leiam :3❤
Boa leitura! ^-^

Capítulo 34 - Conforto


Fanfic / Fanfiction Poker - Conforto

 

Ao destrancar a porta do apartamento, Taehyung sentiu o inconfundível aroma de café que provinha de dentro da morada.

Sorriu e, na ponta dos pés, caminhou da forma mais discreta que pôde até a cozinha.

Não foi preciso muito para que avistasse a silhueta de Jungkook em frente ao fogão. Continuou sua aproximação, vagarosamente.

Quando estava à poucos metros do garoto, notou que este murmurava uma canção bastante familiar para si; If You, uma de suas músicas favoritas por sinal.

O Jeon cantarolava baixinho, com o olhar focado na frigideira que segurava sobre a chama azulada provinda de uma das bocas do fogão. Taehyung não se preocupou em checar o que estava sendo preparado; sua atenção estava voltada à música e à voz doce e melodiosa de Jungkook. 

Tinha de admitir, o Jeon cantava bem. Claro, havia certa vantagem em Jungkook escolher justo aquela música para distrair-se, afinal Taehyung a adorava. Mas, ainda assim, era indiscutível que o garoto tinha uma voz boa de se ouvir.

E, por mais que tenha tentado, Taehyung não conseguiu resistir à vontade que estava pinicando-o de acompanhar o mais novo na canção, pondo-se a cantar ainda parado atrás dele.

Jungkook pareceu assustar-se. Seus ombros tencionaram-se e ele apertou o cabo da frigideira com certa força. Porém, tranquilizou-se ao ver se tratar de Taehyung. Não esperava que houvesse mais alguém ali consigo. 

Sorriu diminuto, mantendo o olhar ainda voltado para o omelete que começara a preparar poucos minutos antes da chegada do Kim. Distraiu-se com a voz grave de Taehyung cantarolando a música que tanto gostava e, por pouco lembrou-se de desligar o fogo antes que queimasse a refeição.

Taehyung tinha uma voz forte, ao mesmo tempo que um rosto de expressões tão leves que sequer parecia ser capaz de possuir uma voz como aquela. 

— If you — cantou Jungkook, aumentando o volume de sua voz para que se igualasse à do outro.

O Jeon distribuiu o omelete em dois pratos colocados em cima da mesa e deixou a frigideira sobre a pia. 

O mais novo riu ao ver Taehyung gesticulando com as mãos e de olhos fechados, "sentindo" a música enquanto cantava. Bom, sentindo não só a música como também uma leve ardência em uma das mãos, após esbarrar acidentalmente na mesa.

Jungkook resolveu entrar na brincadeira, executando gestos com suas mãos e até mesmo agachando-se enquanto cantava. Taehyung gargalhou, voltando a ajudar o Jeon com a letra. 

Quando deram por si, a música era praticamente gritada pelos dois, que subiam em cadeiras fazendo uma bagunça tremenda.

Por sorte, Jungkook tinha vizinhos que passavam mais tempo enfurnados em seus empregos do que em casa. Se esse não fosse o caso, tinha certeza de que receberia reclamações. Bom, não só pela cantoria mas também por outros sons, como os da noite anterior.

Para a dupla, colheres tornaram-se microfones, cadeiras eram um palco e a luz vinda da janela virara um holofote.

Taehyung já havia perdido a conta de quantas vezes a música fora repetida, enrolada ou reiniciada como uma maneira de evitar que a diversão terminasse, mas, em algum momento do show de vozes e sorrisos dos dois, aquilo tornara-se um dueto romântico. 

Não sabia ao certo se isso ocorrera por causa da aproximação repentina do Jeon, ou se era por estarem tentando — desastradamente — criar alguma coreografia juntos, mas, naquele exato momento, o rosto de Jungkook aproximara-se do seu e Taehyung se viu tentado a beijá-lo.

Bom, não havia motivos para que não o fizesse, visto a proximidade conquistada pelos dois. 

Os lábios Jungkook logo estavam sobre os seus, em um beijo nem tão suave. Estava mais para... intenso. 

Assim que as mãos do mais novo subiram pelas costas de Taehyung, o mais velho sentiu um aperto em seu estômago. Não havia tido tempo de jantar pelo feito da noite anterior, o que, segundo sua lógica, deixava-o com fome em dobro.

Taehyung interrompeu o contato com um sorriso, antes que as coisas evoluíssem e ele não pudesse mais evitar que terminassem, novamente, sobre os lençóis da cama do Jeon. Não que a ideia não o atraísse. 

— Gukkie, estou com fome — resmungou risonho, enquanto sentia o mais novo desferindo selares leves sobre a junção de seu ombro e pescoço. 

Jungkook ergueu o olhar, roubando um selar dos lábios finos do Kim antes de se afastar. 

— Depois de todo esse tempo, acho que já deve estar frio — disse Jungkook, repuxando os lábios ao olhar para o omelete que havia preparado. 

— O que importa é a intenção — replicou Taehyung, dando de ombros. 

— Ei! — Protestou, ouvindo uma risada do Kim. 

— Estou brincando, Guk — explicou-se, achando graça do cenho franzido de Jungkook. — Tenho certeza de que está bom.

Ambos sentaram-se à mesa.

— Depois ainda diz que não sabe cozinhar — Taehyung brincou, após levar à boca algumas garfadas. 

Jungkook ergueu o olhar com um sorriso em resposta.

— Que bom que gostou. Eu iria comprar algo mas, alguém me trancou dentro da minha casa — comentou, fingindo estar distraído. 

Taehyung enrubesceu, rindo baixinho. 

— Então preciso te trancar mais vezes, tipo na hora do almoço, do lanche, da janta... 

O Jeon riu, cobrindo a boca com uma das mãos. 

Após alguns instantes em silêncio, ouvindo apenas o som de talheres raspando no fundo do prato, Jungkook arriscou-se a perguntar:

— Como está sua mãe?

Taehyung abaixou o olhar para o prato. 

— Bem. — Respondeu breve, tentando soar casual. — Às vezes — continuou, incerto — eu penso que ela gosta que eu esteja longe — confessou.

Jungkook terminou de comer, deitando os talheres sobre o prato vazio. Taehyung parecia, de repente, tão retraído. 

— O que ela falou para você estar assim? — Perguntou Jungkook, cuidadosamente. Aquele era um assunto delicado demais para sair dando alfinetadas em troca de respostas. 

— Ela parece melhor depois que comecei a passar um tempo aqui. Até me perguntou como eu estava, se estava comendo direito e onde estava dormindo. Ela nunca esteve bem o bastante para se preocupar com algo enquanto eu estava lá — a comida até então saborosa para Taehyung, ganhou uma textura arenosa e ele teve de fazer certo esforço para engoli-la. — Ela parece melhor sem mim.

Jungkook esticou a mão sobre a mesa até alcançar a de Taehyung. O Kim teve a súbita vontade de chorar com tudo que passava por sua cabeça. Aquilo era muito confuso até para ele entender.

Antes, não tinha outra escolha senão erguer-se e continuar. Mas, agora ele tinha Jungkook. E, ao mesmo tempo em que era bom poder contar com alguém, doía mexer nas lembranças que ele normalmente deixaria para trás.

 Respirou fundo, com o olhar pousado sobre sua mão e a de Jungkook juntas. 

— Eu queria poder bancar o dramático e dizer "bom saber que não faço falta", mas é pior do que isso. Não é questão de não fazer falta, mas de estragar tudo quando está presente. 

Jungkook apertou a mão de Taehyung, tentando confortá-lo. Queria interromper o outro e dizer o quanto este era importante para si, mas sabia que Taehyung precisava desabafar.

O olhar do mais velho era tão distante quanto fitar a linha do horizonte de alguma praia.

— Já se sentiu um estorvo para alguém?

A respiração do Jeon falhou com a pergunta de Taehyung, e seu olhar tornou-se vazio.

Ah, ele sabia.

Por mais que lhe dissessem que não era sua culpa, no fundo ele sempre acreditara que seus pais haviam o deixado justamente por isso. Eles tinham um futuro com a gerência de uma empresa, e ele era apenas um estorvo. 

Taehyung pensava que a mãe estava mil vezes melhor sem ele; Jungkook acreditava que os pais haviam alcançado bem mais do que poderiam ter com uma criança os atrapalhando. 

Apertou novamente a mão do Kim, desta vez não para confortá-lo, mas sim buscando confortar a si mesmo.

Porque ele entendia Taehyung, e sabia o quanto doía.

Dói pensar que você não só não faria falta, como também é a causa dos problemas de alguém.

Saber que não estar ali seria melhor, já que não há motivo algum para que esteja. 

— Se você chorar eu bato com a frigideira na sua cabeça — falou Taehyung, soluçando baixinho. 

O mais novo mal havia notado que seus olhos também estavam brilhantes de lágrimas, assim como os de Taehyung. 

— Você também está quase chorando — murmurou, rindo baixinho da situação. 

Taehyung riu soprado, com a visão turva pelas lágrimas que estava segurando.

— Se vamos chorar tem que ser com estilo. Precisamos de dois potes de sorvete e um filme triste.

O moreno riu, concordando. Taehyung esfregou as costas da mão nos olhos, enxugando-os.

De repente, Jungkook ergueu-se da cadeira e deu a volta em torno da mesa, parando ao lado de Taehyung. O mais velho pôs-se de pé e foi recebido em um abraço apertado, o qual retribuiu com gosto.

Porque se para eles, a pior sensação que havia era a de sentir-se um estorvo, haveria de ter um oposto.

O modo com que se abraçavam, demonstrando que precisavam um do outro os fazia sentir esse contraste. Importantes, úteis, necessários.

O mais novo emitiu um risinho — que Taehyung julgou como algo gostoso de se ouvir — e se afastou o suficiente para que pudesse fitar os olhos castanhos.

— A ideia do sorvete é boa, mas ainda temos de ir à delegacia, lembra? — Falou Jungkook, deslizando a ponta dos dedos pelos cabelos curtos da nuca de Taehyung. 

O mais velho resmungou baixinho, mas não tardou em abrir um sorriso sapeca. 

— Eu sei. Só estava em dúvida sobre se levo você comigo ou te tranco aqui de novo — Jungkook arqueou as sobrancelhas, fingindo estar indignado. — Alguém precisa fazer o almoço — explicou convicto, como se estivesse citando alguma lei da física.

— Nesse caso, acho que não tenho escolha... 

O Tom dramático usado pelo garoto fez Taehyung rir. 

— ...Vou ter que chegar lá primeiro. 

Ao término da frase, o moreno desprendeu suas mãos do corpo esguio do outro e correu porta à fora. 

— Gukkie! — Chamou Taehyung, formando um bico nos lábios. — Não está falando sério, né? — Taehyung gritou devido à distância, mas o garoto já havia deixado o apartamento. — Aish! Me espere, ainda tenho que trancar a porta! — Completou, pondo-se a correr atrás do outro. 

Ao sair, Taehyung trancou a porta e desceu as escadas com uma rapidez invejável, mas ainda assim não via sinal algum do Jeon. Decerto Jungkook já estava bem à frente. 

Sorriu competitivo e acelerou o passo, visto que estava perto da saída do prédio. 

Todavia, ao passar pela porta de entrada do edifício, ficara perdido no ambiente ao sentir braços envolvendo seu corpo com firmeza, o parando. Sorriu ao ouvir a risada de Jungkook atrás de si, em uma diversão incontestável. 

— Pensei que fosse ir sem mim — resmungou Taehyung, manhoso. 

— Pensei que fosse me trancar dentro de casa — rebateu Jungkook, de queixo erguido. 

O Kim riu, e sua vontade de argumentar evaporou como água em uma chaleira ao sentir o toque delicado da mão do mais novo segurando a sua.

 


Notas Finais


Obrigada por ler! ^-^
Motivo da minha demora para atualizar: eu juro que eu 'tava tentando ;-; ksks mas, sabe quando você está lendo uma fic muito boa, mas com o passar dos capítulos a história fica chata e você até desiste de ler? Então, isso acontece quando o autor perde as rédeas da fanfic, e eu tava com muito medo de que isso acontecesse aqui ksks então eu tirei um tempo e reli a fic toda, e fiquei muito feliz porque ainda ta tudo certinho, pelo menos do jeito que eu planejei ksks bom, voltei *-* e vou responder os comentários do capítulo passado logo, porque eu não to muito bem agora ;-; vamos chamar de problemas pessoais, senão isso aqui vai virar um desabafo ksks
Mas... QUE SAUDADE DE VOCÊS, SÉRIO KK ❤ Não, sério, eu tava mesmo com saudade de atualizar só pra falar com vocês nos coments ;-; só não respondo eles hoje porque tenho medo de não responder direito, porque não to muito legal ;-;
E... GENTE EU SOU A PESSOA QUE CHOROU QUANDO GANHOU 15 FAVORITOS NA PRIMEIRA FANFIC, E AGORA POKER PASSOU DOS 400 FAVS??? ❤ vcs têm noção de como eu berrei? ;-; ❤ ksksks obrigada mesmo!!! *-----* ❤❤❤❤


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