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História Poker - Longe da Realidade


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! *-*
GENTE DEIXA EU ME EXPLICAR: eu postei o capítulo sem ter terminado de digitar alguns parágrafos, e por isso o excluí e estou repostando agora ;-; só esclarecendo caso tenha chegado uma notificação e vocês não tenham conseguido ler ;-; e caso tenham conseguido abrir o capítulo antes dele ser excluído, aviso que este aqui tem algumas modificações ksks
E CHEGAMOS AOS 100 FAVORITOS, OBRIGADA!!! *-* vlw gente, de verdade :') <3
Boa leitura! :3

Capítulo 6 - Longe da Realidade


Fanfic / Fanfiction Poker - Longe da Realidade

 

Entre um passo e outro que dava em seu sonho, Taehyung acordou. Sentia o corpo entorpecido pelo sono e uma sensação de relaxamento em seus músculos. 

Franziu o cenho ao olhar em volta e não conseguir reconhecer seu quarto, mas, ao que parece, sua memória resolveu colaborar consigo (já que, como a maioria das pessoas, costumava ter o raciocínio lento pela manhã) e as lembranças da noite passada vieram para si como uma onda se quebrando na areia.

Mas... O que diabos ainda estava fazendo ali?

Deveria ter ido embora enquanto o outro dormia, como costumava fazer sempre que perdia e era obrigado a permitir que o vencedor o levasse para casa — ou para a cama, por assim dizer.

Não se importava em ser visto como um prêmio. Isso o fazia sentir-se desejado. Ver pessoas disputando partidas de poker consigo, noite após noite, apenas para terem uma chance de levarem-no para a cama, fazia-o se sentir alguém de grande valor e estima.

As pessoas às vezes dão mais valor para objetos.

Taehyung tentou se desvencilhar dos braços fortes de Jungkook, mas não teve tanto êxito como imaginara. O Jeon lhe prendia em um verdadeiro abraço de urso. Era quentinho e de certa forma carinhoso, e, se Taehyung não estivesse na atual situação em que estava (sentindo a necessidade de sair dali o quão rápido possível) não reclamaria de permanecer mais algumas horas apreciando o contato tão diferente dos habituais.

Por alguns instantes, aquietou-se. Não havia reparado que os cobertores tinham cheiro de lavanda mesclado ao perfume de Jungkook. Inspirou profundamente.

Estava tão quentinho ali, e Taehyung sabia que as ruas estariam frias e sendo varridas pela brisa típica do outono.

Era bom estar ali.

Talvez tais pensamentos o fizessem parecer carente, mas quem liga para julgamentos quando se está abrigado em um abraço tão confortável como aquele? 

Ainda assim, precisava ir.

Suspirou. Como faria para sair dali?

Se remexeu. Sabia que o mais novo era mais forte, mas perder para ele enquanto este estava dormindo? Era o cúmulo.

Todavia, verdade seja dita: Taehyung não fazia o devido esforço para retirar-se dali porque não queria acordá-lo, já que não fazia ideia de como iria se despedir.

Deveria agradecer? Ou apenas sair? Nunca havia estado na casa de alguém com quem passara a noite por tanto tempo.

— Acordou há muito tempo?

Taehyung dirigiu o olhar rapidamente a Jungkook, ao ouvir a voz rouca e sonolenta dele pronunciar-se.

Meneou a cabeça em negação como resposta à pergunta. Estava estático. Assim que o Jeon o soltou do abraço, Taehyung ergueu-se sem saber ao certo o que fazer.

A simples ideia de dar "bom dia" parecia difícil demais para o Kim, tamanha era sua confusão. Jungkook, ao notar seu desconforto, tentou pensar em algo que pudesse diluir um pouco a ansiedade repentina do mais velho.

— Quer tomar café? — perguntou Jungkook, enquanto se espreguiçava.

Certo que não era a melhor pergunta de todas — ao menos não a mais convencional —, mas talvez funcionasse.

Taehyung empurrou o edredom para o lado e sentou-se na lateral da cama. Olhou por cima do ombro para o garoto ainda deitado, soltando uma risada baixa.

— É isso que ganho tentando ser gentil? — disse o mais novo com um revirar de olhos, mas ele sequer conseguiu conter o sorriso.

— Eu não disse nada — replicou Taehyung, com um sorrisinho amistoso surgindo nos lábios.

Sua pele se arrepiou instantaneamente quando as mãos do Jeon deslizaram por seus ombros desnudos, os massageando e intermediando os toques entre os ombros (já propriamente ditos) e as costas expostas. Nem mesmo o Kim poderia negar que era uma massagem boa de se receber. Jungkook tinha mãos macias e aplicava a força certa nos movimentos — e ele podia dizer o mesmo quanto ao sexo.

O mais velho mal se deu conta de que sua cabeça pendera para o lado conforme os lábios do outro raspavam-se pela lateral de seu pescoço, e não conseguiu conter um suspiro ao sentir selares manhosos sendo desferidos ali, seguido de um roçar de dentes por sua pele.

— Sensível? — O mais novo questionou próximo da orelha de Taehyung, sorrindo momentaneamente ao notar o menear de cabeça positivo do Kim. — Nós podíamos... você sabe... de novo.

O mais velho sorriu sapeca, desprendendo-se dos braços que já se enroscavam em sua cintura lhe abraçando por trás.

— A aposta era de uma noite, não mais que isso.

Apesar da resposta curta e sem agrados, Jungkook percebeu o sorriso discreto que o outro tentava esconder enquanto buscava por suas roupas espalhadas pelo chão.

— Procurando por isso?

Taehyung voltou seu olhar para Jungkook enquanto terminava de vestir a cueca. O mais novo esticou a mão e passou-a por debaixo da cama, tirando de lá nada menos que sua calça, fazendo Taehyung rir alto.

— Suponho que eu não possa sair na rua seminu, então, sim — replicou Taehyung, ainda risonho.

Jungkook atirou a peça de roupa ao Kim, que a segurou e pôs-se a vesti-la rapidamente.

O mais novo se levantou, pegou uma muda de roupas largas em seu guarda-roupa e as vestiu sob o olhar intenso do outro. Taehyung havia parado de vestir a própria blusa para observá-lo.

— Você poderia ao menos tentar ser mais discreto — disse Jungkook, e Taehyung sorriu.

— Obrigado pelo concelho, mas esteja ciente de que não pretendo segui-lo.

O Jeon assentiu com um pequeno sorriso.

Logo que já estavam devidamente vestidos, Jungkook acompanhou o mais velho até a porta de entrada, erguendo a mão em um aceno como despedida.

— Tae!

Taehyung ouviu o garoto lhe chamar e parou em meio ao trajeto até a calçada.

— O qu... — os lábios de Jungkook tocaram os seus lhe impedindo de terminar a frase. O contato foi rápido e superficial, apenas um selar, que acabou sendo encerrado com um sorriso de satisfação por parte de ambos.

Taehyung seguiu pela calçada, as mãos imersas nos bolsos da jaqueta e o rosto direcionado para baixo, fitando as pedras no chão. O silêncio das ruas naquele horário — mais especialmente um sábado de manhã — o deixava entediado, sem qualquer outra saída senão distrair-se com seus pensamentos e suas próprias lembranças.

Curvou os lábios em um sorriso discreto. Jungkook era de certa forma divertido, parecia ser uma pessoa legal apesar da personalidade resguardada. A imagem do garoto segurando suas calças, lhe perguntando se precisaria delas o fez rir.

— Idiota — xingou baixinho ao não conseguir mais conter uma risada.

As poucas pessoas à sua volta lhe lançavam olhares de curiosidade e estranhamento por vê-lo rindo sem motivo aparente. Mas Taehyung tinha um motivo. Os outros apenas não sabiam de sua razão para aquilo.

Com tantos pensamentos inquietos, sequer percebeu que já estava quase chegando ao seu destino.

Adentrou o portão de sua casa (localizada em uma área não muito longe do cassino, o que facilitava sua ida diária ao lugar). 

Assim que trancou a porta, ouviu resmungos vindos da sala. Suspirou. Seguiu sem ânimo algum até o local de origem da voz. Era como se sua alegria se esvaísse, sendo substituída por uma sensação de receio e angústia, algo ruim capaz de arrancar à força o sorriso radiante de poucos segundos atrás.

Era incrível como o clima pesado daquela casa o deixava desconfortável.

— Taehyung, é você? — A voz feminina ecoou pelo corredor.

— Já vou — gritou para que a mulher pudesse lhe ouvir do lugar onde estava.

Seguiu até a sala e encontrou-a com o corpo repousando sobre o sofá. As duas garrafas de uísque ao lado do móvel estavam parcialmente vazias e o cheiro de cigarro era forte por estarem em um local fechado.

— Onde estava?

— O médico falou para você não beber — replicou, cansado.

— Cale a boca e responda.

A voz rouca e tediosa lhe alfinetou como uma droga forte. Um remédio, lhe trazendo de volta à realidade que, por algumas horas enquanto esteve fora, conseguira esquecer.

— Trabalhando.

— Você? Desde quando tem um emprego? Ah, espere, está falando do cassino? — A mulher meneou a cabeça em desprezo. — Não quero saber o que faz lá, nem por quanto está se vendendo, mas saiba que não quero nenhuma vadia por aqui — deu-lhe um sorriso amarelo antes de prosseguir. — Já me basta ter que te ter aqui.

— A senhora tomou os remédios?

— Se estivesse aqui ontem à noite talvez eu os tivesse tomado — Taehyung suspirou, tossindo por conta do cheiro impregnado no cômodo.

Dirigiu-se à uma das janelas. Abriu-a para arejar a sala, vendo a fumaça branca pairar pelo ar e sair aos poucos com a ajuda da brisa, mesclando-se ao céu azul do lado de fora. Quem dera que aquilo fossem apenas nuvens e não a fumaça da droga que tinha que aturar sempre que chegava em casa.

Ajuntou as garrafas de bebida e seguiu até a cozinha.

Depositou as garrafas sobre a pia e abriu o armário. Vasculhou entre as cartelas de remédio guardadas em uma caixa, até encontrar os comprimidos corretos.

Retornou à sala com três comprimidos na palma de uma de suas mãos e um copo de água na outra. Se agachou e entregou os medicamentos à mulher, que os levou até a boca seguidos por um gole d'água, que desceu por sua garganta junto dos comprimidos.

Notou as olheiras profundas e escuras nos olhos arredondados e a expressão cansada no rosto feminino.

Levou uma das mãos até uma mecha de cabelo que caía sobre os olhos da mulher e a ajeitou suavemente.

O cabelo dela era seco e já quase sem cor, o preto sendo substituído pelo cinza por conta da idade e dos diversos remédios consumidos e substâncias prejudiciais ingeridas ao longo dos anos.

Ela estava se destruindo cada vez mais.

Taehyung viu os olhos escuros lhe fitarem. Sorriu fraco e ergueu-se, levando consigo o copo de água já vazio.

Comprimiu os lábios em uma linha tênue enquanto pensava. Era certo que sua vida ao lado daquela mulher era um inferno, mas nem sempre fora assim. Havia momentos, raros momentos em que ela sorria para si, e que lhe causavam uma sensação de alegria enaltecedora. Como poderia pensar em abandonar a pessoa que lhe cuidara desde criança?

Até que ponto a raiva pode superar a gratidão?

Não era uma tarefa fácil vê-la ruir daquela forma, murchando como uma flor sem terra, mas o que mais poderia fazer? 

Não podia abandonar sua mãe quando a progenitora mais precisava de sua ajuda.

 


Notas Finais


Obrigada por ler! *-*
Postei uma OneShot bem curtinha, caso queiram conferir, agradeço desde já :3
https://spiritfanfics.com/historia/quando-o-sol-se-poe-6636786


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