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História Polaroid - Fireworks and Wine


Escrita por: Swimmer

Notas do Autor


Ora, ora, parece que temos um milagre de Natal!
Nem vou me desculpar pela falta de atualizações. Juro que quando comecei a escrever esse capítulo pensei que não ia dar pra postar no Natal porque ainda tava longe... mas só consegui terminar hoje mesmo.

E se parecer que a relação de amizade deles mudou demais lembrem-se que se passaram meses.

E se parecer que a relação de amizade deles mudou demais lembrem-se que se passaram meses desde o acidente.
Feliz Natal, bolinhos ♥

Capítulo 21 - Fireworks and Wine


Percy
 

Percy corria pelo quarto colocando as últimas roupas na mala. Sally o olhava da cama, com um olhar de reprovação disfarçando um sorriso. Ele decidira deixar para arrumar a mala às quatro da manhã do dia da viagem. O avião para Suíça deles sairia às sete.

Agora eram seis horas e ele estava correndo com Dorothy para terminar de arrumar tudo. O celular da mãe tocou e ela começou a falar o sr. Wang. Ele era o dono de uma empresa, que por acaso fazia a manutenção de aviões. Ele e Paul tinham feito faculdade juntos, só por isso eles tinham concordado com a viagem.

-Não acredito que meus filhinhos vão passar o Natal longe de casa – Sally disse depois de desligar o celular.

-Já terminou? – Alec perguntou e entrou no quarto.

-Quase – Percy gritou, enrolou o carregador e jogou na mala.

-Jackson, eu não acredito que você ainda não terminou as malas – a voz de Annabeth surgiu na porta.

Percy se virou e olhou naquela direção. A garota vestia uma saia listrada por cima de uma meia calça de lã e uma blusa preta. E só trazia uma mala, ao contrário de Percy que lutava para fechar sua segunda.

-Terminei sim – ele jogou uma touca na mala e atravessou o quarto para abraçá-la. – Você não está adiantada?

-São seis e vinte – ela sorriu e soltou o abraço para cumprimentar os outros.

Annabeth foi com Alec pegar as malas dele e Percy desceu com as dele e a de Annabeth. Ele estava animado com a viagem, afinal tinha prometido para Alec que iriam até onde os doces favoritos dele eram feitos.

 

Percy dormiu durante pelo menos 99% da viagem. Ele acordou com Annabeth cutucando o braço dele, sorrindo.

-Você baba enquanto dorme - ela riu e ajudou Alec a soltar o cinto. - Chegamos.

Dez minutos depois eles conseguiram um táxi. O inglês do motorista era praticamente nulo e as aulas online de alemão que Annabeth tinha feito não ajudaram muito, o que fez eles perderem mais uns cinco minutos tentando explicar aonde queriam ir. Por fim, Annabeth procurou o endereço no Google e mostrou para o homem.

O chalé que Percy tinha alugado ficava a quatro quilômetros de qualquer outro ser humano. Vivo, pelo menos.

-Chegamos - Percy sorriu, abrindo a porta do chalé.

No térreo ficava a sala de estar, uma cozinha, um banheiro e uma sala de jogos. No andar de cima estavam os quatros e hidromassagem aquecida. Percy desistira de se perguntar por que aquilo ficava lá.

-Quer tirar uma soneca, Alec? - Annabeth perguntou.

-Não estou cansado - ele balançou a cabeça.

A garota tirou o casaco e as botas e ficou só com as meias no chão de madeira. Ela caminhou até Alec e o ajudou a tirar o casaco.

-Ótimo, então vamos cozinhar - ela anunciou e olhou para Percy, uma pergunta implícita na expressão.

O garoto assentiu. Quando ele dissera que pediria para a dona do chalé comprar suprimentos, Annabeth lhe dera uma lista de ingredientes, que ele também enviara.

Os três deixaram as malas nos quartos. Annabeth e Alec foram checar se tinham tudo que precisavam enquanto Percy ajustava o aquecedor. Ele encontrou os dois na cozinha e ajudou a pegar as coisas do armário.

-Posso quebrar os ovos? - Alec perguntou.

-Pode - Percy respondeu e passou a caixa para o irmão.

-Vamos fazer os melhores cookies que esse país já viu - Annabeth anunciou.

-Hum... gente? - Alec chamou, soando confuso.

-Sim? - eles responderam juntos.

-Como se quebra um ovo?

Os dois mais velhos riram e Annabeth se prontificou a ajudá-lo.

Percy media a farinha distraído, observando a cena. Annabeth segurou a mão de Alex e explicou o que ele precisava fazer. Percy adorava isso nela, a paciência que tinha para ensinar os outros. A janela da cozinha estava aberta - e tinha uma bela vista - e a luz do sol se pondo atingiu o rosto da menina, deixando sua expressão ainda mais bonita.

Ali estava ele, Percy Jackson, que até o semestre anterior era conhecido como a pessoa menos confiável para se ter um relacionamento em toda a cidade, o segundo garoto mais “galinha” da escola – perdendo apenas para Jason - reparando nos efeitos da luz no rosto de Annabeth. Mas ele não se importou com o quão bobo e cliché isso soava. Ele pensou que gostar de alguém deveria ser isso, reparar em detalhes bobos e achá-los lindos, sem ter vergonha alguma de assumir o quão fascinante aquilo era.

-O que foi, Percy? - Annabeth riu, tirando-o de seu devaneio. - Você tá me encarando.

-Acho que coloquei um pouco de farinha a mais - ele sorriu, bobo, para variar, mesmo que a farinha estivesse na quantidade certa.

Annabeth deve ter acreditado, porque olhou para o recipiente e deu de ombros.

-Não colocou, não. Tá bom assim - disse e voltou a medir o açúcar.

Antes de misturar os ingredientes todos, Percy pegou o ingrediente final e colocou na mesa.

-Tcharam!

-Corante? - Annabeth franziu as sobrancelhas.

-Corante azul - ele corrigiu, colocou algumas gotas e mexeu.

Cerca de uma hora depois eles tiraram os cookies azuis com gotas de chocolate suíço do forno.

-Isso tá muito bom – Alec falou e pegou mais um cookie do prato.

O cookie que Percy estava comendo acabou e ele bocejou. Pegou o controle e aumentou o volume da TV em que viam um filme e mandou uma foto dos cookies para a mãe.

Feliz véspera da véspera de Natal” ele escreveu na legenda.

Devido ao fuso horário, eles foram dormir muito tarde, mesmo com o cansaço. Alec caiu no sono for volta das cinco ou seis da manhã e Percy e Annabeth ficaram conversando baixinho até caírem no sono no sofá da sala.

 

Na véspera de natal, os três foram de táxi até a fábrica do Fleischer Schokolade, o lugar que fazia os cookies que Alec gostava e – para a alegria de Annabeth – vários chocolates e outros doces.

Fazer com que eles abrissem a fábrica só para os três antes do Natal não foi barato, mas Percy  não queria esperar as férias de verão. Eles saíram de lá entupidos de chocolate e felizes. Alec tinha “ganhado” uma sacola com todos os cookies que escolheu. Sally ficaria louca se visse aquilo.

-Vocês não me pegam! – Alec gritou e saiu correndo.

Eles tinham acabado de descer do táxi, uns vinte metros longe do chalé. Percy e Annabeth se entreolharam e correram atrás dele.

Percy deixou as sacolas na varanda e foi atrás do irmão que gritava de trás do chalé, dando voltas ao redor dele com Annabeth vindo atrás. O garoto correu até a ponta da parede e decidiu esperar para assustar o irmão na curva. Fazia muito tempo desde que brincara assim. Ele ouviu passos se aproximando e se preparou, Alec surgiu ali e Percy saltou, mas Alec desviou e saiu correndo. Percy caiu, mas para sua sorte havia algo macio para aliviar o impacto.

Ele olhou para baixo e se deparou com uma Annabeth de cara feia.

-Confortável aí, Percy? – ela perguntou.

Ele abriu e um sorriso e se levantou. Ganhou um belo tapa da garota, e voltaram a correr.
 

* * *
 

-Boa noite, parceiro – Percy cobriu o irmão e saiu do quarto.

Com as luzes apagadas, ele ligou a lanterna do celular e caminhou até o quarto, puxou a mala que estava guardada no closet e pegou as garrafas de bebidas que tinha guardado no minibar, escondido estrategicamente ali atrás.

O garoto desceu até a cozinha sem fazer barulho, pegou duas taças, subiu novamente, andou até fim do corredor dos quartos e procurou a escadinha que levava até o sótão. Annabeth tinha descoberto essa parte do chalé depois que chegaram da fábrica. Percy subiu as escadas que ficavam dentro de um armário com produtos de limpeza.

Assim que pisou lá em cima, sentiu a brisa gelada. O aquecedor não funcionava tão bem ali e devia ter vento vindo de alguma abertura. Annabeth tinha colocado um cobertor e vários travesseiros no chão, onde estava sentada, embaixo de umas três mantas. O rosto da garota iluminado pela luz da tela do celular. Uma pilha de mantas dobradas estava do lado dela, esperando por ele.

-Ei – ele sussurrou.

Annabeth levantou o rosto rápido e colocou o celular do lado.

-Colocou ele pra dormir? – perguntou ela, também sussurrando.

-Tava falando com quem? – ele se sentou ao lado dela e mostrou as duas garrafas.

-Com o Leo, ele é muito idiota – ele revirou os olhos.

-Será que é mesmo?

Percy soltou as duas garrafas na mão dela e se esticou para pegar o celular do outro lado.

Annabeth imediatamente se jogou em cima dele, tentando pegar o aparelho de volta, um movimento arriscado para quem tinha vidro nas mãos. Percy desbloqueou e procurou a conversa.

"Quando vocês voltam?" Leo - 22:44.

"Na quinta" 22:44.

"Não fique grávida, gata ;)" Leo - 22:45.

"Tchau, Valdez..." 22:45.

-Realmente ele é meio idiota - Percy devolveu o celular dela.

-Leo pode até ser, mas você é mais - ela pegou a garrafa de vinho e leu o rótulo.

-E, admita, você adora - ele sorriu malicioso.

A garota virou o rosto e o encarou por alguns segundos mas não disse nada.

-Vinho tinto? - falou.

-Sim. E vodca - Percy pegou as duas taças, abriu a garrafa de vinho e encheu até a metade, depois pegou a outra garrafa e colocou mais um pouco.

-Essa é sua ideia de Natal? Ficar bêbado num sótão? - Annabeth riu.

Percy colocou sua taça de um lado e entregou a outra para ela. Ele desdobrou as mantas e se cobriu.

-Ficar bêbado com a Annabeth em um sótão incrivelmente limpo e com uma vista linda. Isso aí - ele levantou a taça e bebeu um gole.

De fato, no lugar de uma parede normal, havia uma parede de vidro... bom, estava mais para uma janela bem grande, os primeiros cinquenta centímetros a partir do chão e as bordas eram de madeira. De onde estavam sentados dava para ver a cidade ao longe, vários pontinhos de luz.

-Além disso já tivemos o Natal normal - Percy acrescentou.

Mais cedo eles tinham comido com Alec. Haviam preparado tanta comida que daria para alimentar dez cães famintos e o Frank. Quando Alec começou a bocejar sem parar, Percy subiu com ele e Annabeth terminou de guardar as sobras, já a louça eles dariam um jeito no dia seguinte.

E eles beberam e conversaram por mais de uma hora.

-Qual sua primeira memória, a primeira coisa que se lembra? - Annabeth perguntou.

Percy pensou um pouco.

-Estar brincando no prédio em que morava com a minha mãe e meu pai - ele disse. - Eu devia ter uns dois anos e meu pai me empurrava no balanço enquanto minha mãe estava na minha frente pra ter certeza de que eu não voaria alto demais. E a sua?

-Muito fofo, a primeira coisa que me lembro é... - ela se acomodou nas almofadas e deitou a cabeça no ombro de Percy. O garoto sentiu o coração errar uma batida mas não demonstrou, pediu para ela contar logo. - Já sei! Um dia meu pai me levou pra conhecer o Empire State Building, fomos até o último andar e, quando eu olhei pra baixo, vomitei na blusa dele - ela terminou.

Percy engasgou com a bebida e tossiu. Ele começou a rir sem parar.

-É sério? - ele sussurrou, não queria acordar o irmão.

Ele sentiu ela assentir com a cabeça.

Annabeth se mexeu e pegou a garrafa de vinho.

-Opa - ela disse.

Percy apertou os olhos para enxergar no escuro. A garrafa estava praticamente vazia, só um pouquinho de vinho lá no fundo. Ele sorriu e procurou a outra garrafa. Eles tinham bebido mais da metade dessa sem nem perceber.

-Opa de novo - ele riu.

Um barulho chamou a atenção dos dois e eles se viraram para a janela de vidro. Ao longe, fogos de artifício iluminavam o céu com diversas cores. Annabeth pegou o celular e mostrou para o garoto, era meia-noite.

-Feliz Natal, Percy - ela disse com um enorme sorriso.

-Annabeth? - ele chamou baixinho.

-Que foi?

-Acho que gosto mesmo de você.

Eles se encararam por alguns segundos. Percy esperou, mas ela não disse nada. Ele levantou a mão até alcançar o rosto dela, se aproximou e a beijou. Percy não sabia como ela reagiria, se ficaria feliz em saber, se diria que não gostava dele ou exigiria ir embora naquele momento. Com todo aquele álcool que tinha tomado, ele esperava se lembrar do exato segundo em que ela correspondeu ao beijo, dessa vez, sincero. Sentiu as mãos dela atrás de seu pescoço e moveu a mão que não estava no rosto dela para baixo da manta que a aquecia até a cintura dela, depois desceu a outra mão e a puxou para mais perto, até que estivesse sobre ele.

Annabeth separou o beijou e virou o rosto, deixando a boca quase encostar na orelha dele.

-Por mais que eu odeie admitir, acho que gosto de você também - sussurrou.

Algo se acendeu dentro dele e ele voltou a beijá-la. As mãos do garoto foram subindo pelas costas dela, dessa vez trazendo junto o tecido do suéter da garota.

 

Annabeth
 

Um sol desbotado entrava pela enorme janela do sótão, clareando o espaço todo. Annabeth se arrependeu de ter aberto os olhos e desejou que o barulho irritante parasse. Ela percebeu que o barulho irritante era seu celular. Ela tateou o chão até encontrar o aparelho.

-Eu já ligo de volta - ela falou, sem nem olhar quem era, e desligou.

Do lado dela, Percy dormia como um bebê, enrolado nas mantas que ela encontrara num armário. Annabeth lembrou da noite anterior e abriu um sorrisinho. Ela vestiu a camiseta, a meia-calça e a saia, pegou uma das mantas, as sapatilhas e o celular e desceu do sótão até a cozinha.

Ela abriu o armário e procurou algo pra comer. Pegou um pacote de bolachas e uma caixinha de suco na geladeira e se sentou na mesa, enrolada na manta que trouxera consigo. Quem tinha ligado era Connor Stoll, ela ligou de volta e esperou.

-Por que você desligou na minha cara? - ele atendeu.

-Você me acordou - ela revirou os olhos e mordeu uma bolacha.

-Por que você tava dormindo? - ele perguntou.

-Fuso horário, Connor. Por que você ligou?

-Ah, é, isso. Primeiro quero deixar claro que cem pratas são muito pouco para invadir o sistema de um banco. Mas eu consegui. Pausa para as palmas.

-Anda logo - ela reclamou.

-Você é muito chata. A conta que transferiu o dinheiro pra pagar o hospital pra sua mãe não tem relação nenhuma com a empresa dela, eu chequei duas vezes, e está no nome de Poseidon Alton.

-Por que eu tenho a sensação de que já ouvi esse nome?

-Talvez tenha sido com o seu ex-meio-que-namorado, ninguém nunca entendeu a relação de vocês... Poseidon é o pai dele - Connor terminou.

Annabeth engasgou com o suco. Passos silenciosos mas rápidos foram ouvidos do corredor e Alec apareceu.

-Bom dia. Feliz Natal, Annie - ele correu até ela e a abraçou.

-Preciso ir - ela disse para Connor e desligou.


Notas Finais


Opaaaa... espero que tenham gostado, sintam-se livres para surtar nos comentários, para avisar sobre qualquer erro também.

Se quiserem ficar bravos com alguém, fiquem com o Connor :3 mas se for pela demora podem culpar o fim do semestre.
Não sei quando voltarei aqui, então feliz natal e um ano maravilhoso pra vocês, obrigada por estarem comigo durante essa coisa louca que foi 2016.
Bjss ♥


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