1. Spirit Fanfics >
  2. Polaroid >
  3. Kyle - 06h48

História Polaroid - Kyle - 06h48


Escrita por: caulaty

Capítulo 8 - Kyle - 06h48


A Gata sobe no balcão e vem caminhando até o pratinho com fatias cortadas de presunto. Ela mexe os bigodinhos e aproxima o nariz rosado para cheirar, demonstrando interesse, remexendo seu rabo fino, de pelos descabelados. É impressionante como os felinos conseguem se movimentar sobre uma superfície tão bagunçada; há um pouco de tudo sobre essa bancada, incluindo cinzeiros cheios – sim, mais de um – e revistas sobre carros de corrida.

Casualmente, Kenny a pega pela região das costelas e a afasta do prato, o que leva a Gata a soltar um miado fino e insatisfeito. Essa gata tem uma personalidade muito semelhante à do Kenny. Ela é muito vira-lata, está sempre passeando pela parte de fora do prédio, nas pequenas marquises, invadindo as sacadas de apartamentos vizinhos. Eles reclamam, exigem que Kenny coloque redes nas janelas, o que seria muito inteligente da parte dele para evitar que ela caia. De novo. A Gata já caiu da janela duas vezes e quebrou as patinhas da frente, mas hoje está 100% recuperada. Ela tem a pontinha do rabo torto por conta de um dos acidentes. Na verdade, é um cachorro em corpo de gato. Adora entrar em latas de lixo, mas apesar de ser independente e malandrinha, ela é muito carente. Se esfrega nas pernas de qualquer um que entre nesse apartamento.

-Não é pra você, Gata. - Kenny explica a ela com tanto carinho, fazendo-lhe um cafuné na cabecinha, logo atrás da orelha. Ela ronrona contente e desiste do presunto, contenta-se com o pires cheio de comida de gato que há perto da geladeira.

-Então… - Eu digo, apoiando os braços no balcão. Kenny continua do outro lado, esfregando seus olhos cansados, vermelhos. Acho que ele ainda está um pouco chapado; tanto que, quando nossos olhares se cruzam, ele solta um risinho tímido de quem foi pego fazendo alguma coisa errada. E eu também sorrio. É difícil pegá-lo em um momento que transpareça timidez, é isso que me causa uma certa alegria. - Não aconteceu nada?

Na última meia hora, nós terminamos, cada um, uma xícara de café enquanto ele me contava sobre a noite anterior. Em detalhes sórdidos, diga-se de passagem. Eu me lembro vagamente da briga com Stan e de entrar no carro com Kenny, de estar puto com alguma coisa. Também me lembro de um flash muito específico de Kenny saindo do banheiro, o cheiro gostoso de shampoo ou sabonete. E me lembro de querer muito beijá-lo.

-Eu não chamaria aquilo de “nada”. Assim você me magoa. - Ele me diz com um daqueles seus sorrisos irresistíveis, coçando a parte de trás da cabeça.

-Você entendeu.

Ele pressiona a língua por dentro da bochecha e começa a guardar na geladeira as coisas que estão dispostas sobre a bancada; o requeijão que está quase no fim (que ele precisou raspar com uma colher, mas ainda se recusa a jogar fora), o leite, o queijo e o presunto. Ele fez um sanduíche enquanto me contava tudo e comeu em um minuto, ainda de pé. Me ofereceu, mas eu recusei. Nem consigo imaginar colocar algo no estômago agora.

Meu Deus, como eu odeio ressaca.

-Eu achei melhor te contar porque eu não me dei conta de que você tinha dormido na hora. - Ele fecha a geladeira. - Mas eu parei assim que você começou a roncar.

Como sempre, ele traz um tom de brincadeira para disfarçar o constrangimento, a culpa que tempera a sua voz.

-Eu não ronco, seu imbecil!

Cubro o rosto com as duas mãos e esfrego a minha própria cara, que deve estar ridiculamente vermelha. Aperto os olhos, escorregando meus cotovelos pela superfície de mármore. Antes que eu me dê conta, Kenny dá a volta na bancada e se aproxima de mim com uma elegância felina, os pés leves, a mão mais leve ainda. Ele toca a parte inferior das minhas costas; o calor da sua palma contra a minha pele gelada gera um conforto estranho. Eu levanto a cabeça para encará-lo, as suas pupilas estão dilatadas devido à pouca luz. Agora o sol já nasceu. Há uma janela muito pequena logo acima da pia que é voltada para outro apartamento, um bloqueio direto da luz do sol, mas ela ainda tenta penetrar pela cortina fina da cozinha e ilumina nossos corpos. Sob essa luz baixa, Kenny deita a cabeça de lado e os cantos de seus lábios levantam levemente.

Kenny tem um sorriso gostoso de olhar, que é um pouquinho aberto mas não chega a mostrar os dentes tortos dos quais eu gosto tanto. Agora há algo na sua expressão que pede desculpa, olhos de cachorro culpado. Ele traz as costas da mão à minha bochecha e faz um carinho semelhante ao que ele fez na Gata.

-Acho que eu passei do limite contigo ontem.

Minhas sobrancelhas franzem de forma espontânea, sem que eu pense sobre a expressão confusa que estou fazendo. Sinto a palma grande e calejada dele descendo da minha bochecha pelo meu pescoço, tão carinhosa e pesada que me dá vontade de fechar os olhos. Levo minha mão ao braço dele, alisando seus pelos finos sob meus dedos.

-Do que você tá falando?

Ele encolhe só um ombro e desvia o olhar, passando a língua pelo lábio superior, parecendo pensativo. Há olheiras profundas sob seus olhos. Ele funga uma vez e solta o ar que segurava nos pulmões, como se fosse um suspiro de lamento.

-Eu fiquei muito puto com o que o Stan disse, mas você mal tava consciente quando eu te trouxe pra cá, eu não devia ter…

-Ei. - Interrompo, muito ciente de que há uma faísca nos meus olhos quando eu aperto seu braço em minha mão. - Para de falar merda. Você não fez nada de errado.

Kenny tira a mão do meu rosto e a leva para o topo da cabeça, passando os dedos por entre os cabelos loiros, virando de lado para apoiar as costas na parede estreita que separa a cozinha da sala. Então, cruza os braços e me encara com uma expressão não muito convencida, como quem não acredita muito no que ouve, e isso me dá uma vontade gigantesca de estapeá-lo. Não tenho coragem de atacar o rosto de um homem de ressaca (e sob efeito de erva), então fecho o punho e soco seu braço com a pouca força que eu tenho nesse momento.

-Ai! - Ele diz, mais por bondade do que qualquer outra coisa, porque o desgraçado tem um sorriso largo na cara. Mesmo que ele tente esconder. Segura a região que eu soquei com a mão oposta, me olhando como quem disse “doeu, porra”, mas não doeu de verdade.

Eu não sorrio.

-Eu não lembro de muita coisa do que aconteceu ontem, mas de uma coisa eu lembro com muita clareza. - Digo com muito mais agressividade do que planejava, erguendo o dedo indicador na cara dele. - Eu tava me sentindo um lixo. E aí você chegou e eu parei de me sentir um lixo. Eu não lembro direito do que você disse, mas eu sei como você disse. - Faço uma pequena pausa porque os olhos dele amaciam de uma forma que eu não esperava. Ele continua segurando o próprio braço, sugando o lábio inferior, com uma pequena ruga entre as sobrancelhas que revela fragilidade. - Você… Parece que você sempre sabe do que eu preciso. Sempre sabe como me tocar, como falar comigo. A minha noite teria sido uma grande merda se não fosse por você. - Eu apoio um braço sobre a bancada e sou atingido por uma lembrança terrivelmente vívida que me faz desviar o olhar para o sofá, a parede, o quadro, qualquer coisa que não sejam esses olhos azuis. Eu perco as palavras durante sólidos dez segundos. Consigo apenas balançar a cabeça. - Você fez carinho em mim enquanto eu vomitava. Você limpou a minha boca, segurou o meu cabelo, e depois de tudo isso… Você ainda me beijou. Você é esse tipo de pessoa.

Agora sim ele ri de forma tímida, sacudindo a cabeça como se não concordasse com nada do que eu digo, mas não consegue arrancar esse sorriso besta da cara. Ele coça atrás da orelha, mantendo um braço cruzado logo abaixo do peito, depois ajeita o próprio cabelo atrás da orelha. Não diz nada, pelo menos a princípio. Isso me deixa um pouco frustrado. Eu volto a diminuir a distância entre nós e toco o seu braço gentilmente, perguntando:

-Como você pode achar que tirou proveito de mim? Você tomou conta de mim a noite toda. Eu é que tinha que deveria pedir desculpas.

-Eu não pedi desculpas.

Como se precisasse, com essa cara.

Mas eu não digo isso, porque não quero que ele sinta vergonha dessa carinha de cachorro que quebrou alguma coisa. É uma gracinha, na verdade. Em vez de responder com palavras, eu seguro o pescoço dele com as duas mãos e o puxo para baixo, até que seu rosto esteja próximo o suficiente para que nossos lábios se encontrem. Chego a fechar os olhos antes do momento beijo ter início para não precisar encará-lo, a expressão surpresa que eu sei que ele faz. Ele descruza os braços imediatamente e, nos primeiros segundos, apenas se permite sentir a minha boca encaixando na sua, o meu calor se mesclando ao dele; sem pressa nenhuma, as nossas línguas se encontram e se reconhecem com a mesma familiaridade da noite anterior, de todas as outras vezes que nos beijamos. Eu quase posso sentir o momento em que ele também fecha os olhos. É muito próximo do momento em que ele traz as mãos para a minha cintura e, muito sutilmente, pressiona meu corpo contra o seu.

É um beijo preguiçoso, calmo, mas igualmente quente e intenso, úmido, com sono e intimidade. Beijo de gente que se beija há muito tempo. Beijo de duas pessoas que se conhecem desde a infância, que já se viram nos momentos piores, nos estados mais degradantes, que confiam cegamente uma na outra. Eu abraço seu pescoço e sorrio de leve em meio ao beijo, com os lábios ainda tocando os dele, sentindo a sua respiração em minha boca.

É engraçado.

Meu coração chega a apertar um pouquinho enquanto sinto o ar quente que sai das narinas e da boca dele. Senti-lo respirando perto de mim, por algum motivo, é delicioso. De uma forma que me deixa nervoso. Ele mantém os lábios entreabertos, seu hálito fresco de quem acabou de escovar os dentes, mas também acabou de comer, invade as minhas narinas. Sinto o peito nu dele subindo e descendo pertinho de mim. Essa sensação vem mesclada à barba rala dele fazendo cócegas na minha pele, suas mãos rudes e carinhosas subindo pelas minhas costas, sua língua escorregando pelos meus lábios, a testa dele que roça pela minha de vez em quando. Porque Kenny sabe fazer carinho até com o rosto (ele e a Gata também têm isso em comum). Ele dá um significado novo a sentir a respiração de outro ser humano. Tê-lo assim tão perto tranquila meu coração de uma maneira que eu sou incapaz de explicar.

E olha que eu adoro ter explicação pra tudo.

Quando o beijo termina – e é difícil dizer exatamente quando isso acontece, porque a gente continua pertinho, o nariz dele roçando pelo meu - Kenny afasta o rosto pra me olhar e é muito claro em sua expressão que ele já não se sente mais desconfortável com o que houve ontem. Seu polegar faz um carinho sutil no meu rosto e ele dá um risinho fraco, mais parecido com um bufo do que qualquer outra coisa.

Enquanto isso, a Gata ronrona e se esfrega nas nossas pernas. Eu olho para baixo com um sorriso largo e me abaixo para fazer carinho nela, alisando seu dorso até o início do rabo. Ela é tão linda.

Tendo essa questão resolvida, pelo menos um pouco, eu alcanço o celular no bolso novamente e abro o número de Stan. Kenny dá alguns passos pra trás como se quisesse me dar espaço e começa a se espreguiçar com os braços erguidos, as mãos unidas, gemendo baixo. É difícil manter os olhos na tela do celular com os músculos dessas costas no meu campo de visão, o colorido das tatuagens contrastando com a pele pálida dele. Como esse desgraçado é bonito.

O brilho da tela do celular ainda machuca meus olhos ressacados; minha dor de cabeça não passou, provavelmente não vai passar o dia inteiro. Enxergo bem o suficiente pra conseguir escrever uma mensagem.

 

“Eu não ignorei suas ligações, estava dormindo. Vamos conversar hoje à tarde. Me manda mensagem a hora que você acordar.

k.”

 

Pouco antes de apertar o botão de enviar, ouço a voz rouca de Kenny atrás de mim:

-Eu imagino que você tenha uma DR pra bater.

“DR” não é exatamente o nome que eu daria, mas sim, ele não tá errado. Não quero nem pensar nisso agora. Meu estômago continua conversando comigo, apesar do enjôo que o vômito de mais cedo me proporcionou. Ainda parece que eu tenho o que vomitar. Esfrego o rosto, suando frio, respirando fundo. Minha cabeça lateja, meus olhos ardem.

-Acho que tenho.

-Escuta, tá muito cedo. Vamo dormir mais um pouco. Eu prometo que não encosto em você. - Ele dá uns dois passos na minha direção e traz o dedo indicador aos meus lábios, mas acaba roçando no cantinho da minha boca, passando pela minha bochecha enquanto me olha todo cheio de carinho.

-Ah bom, tava com muito medo disso. - Eu respondo com sarcasmo óbvio, empurrando-o para que saia da minha frente, caminhando em direção ao quarto.

Passo um braço em torno da região do meu estômago e fecho os olhos por um instante. O problema não é tanto a vontade de vomitar agora; até porque não existe nada no meu estômago para sair além de água, mas mesmo assim, o mal estar e a dor de cabeça são latentes. Eu realmente quero me deitar. Essa foi a melhor ideia que Kenny já teve em toda a sua vida.

Ele me segue com astúcia, não deixa que eu me afaste muito dele. Eu ainda consigo sentir um ar preocupado quando nossos olhares se cruzam, provavelmente porque ele já me viu em um dos piores ataques diabéticos da minha vida depois de encher a cara, mas eu tinha dezoito anos e aquilo foi falta de cuidado da minha parte, uma idiotice. Kenny não é como Stan, não fica perguntando a cada cinco minutos se eu estou bem, mas continua me assistindo como um cão guarda.

A cama continua desfeita e parece muito atraente. Eu não costumo gostar nem um pouco de dormir fora de casa, e confesso que não há muito de confortável na cama de Kenny especificamente, mas ele se deita primeiro e isso torna esse colchão duro muito mais tentador. Ele se espreguiça cansado, esticando os braços, bocejando como um leão. Sacode a cabeça em seguida, puxando um travesseiro para passar o braço por baixo dele e se deita de lado. Eu me sento na beirada da cama e programo o despertador para o meio dia.

-Eu tenho que trabalhar hoje à tarde, você quer que eu te acorde quando for sair? - Ele me pergunta de repente, a voz mais mansa agora. - Pode ficar dormindo aí, eu te deixo com a chave.

-Você trabalha hoje? - Eu retruco com as sobrancelhas franzidas, embora seja uma pergunta idiota. Puxo o lençol para me ajeitar sob ele, dobrando o travesseiro antes de apoiar minha cabeça para dar um pouco mais de volume; deito de barriga pra cima, mas mantenho o rosto virado para ele. Estamos próximos o suficiente para que eu sinta o calor emanando da sua pele.

Kenny encolhe os ombros e assente com a cabeça, coçando o nariz. Não traz nenhuma justificativa porque trabalhar aos domingos é comum pra ele, provavelmente.

Encaro a janela durante alguns segundos, a cortina xadrez que continua fechada bloqueando um pouco da luz do sol. O prédio de Kenny é cheio de marquises sem propósito do lado de fora, espaços de concreto que não são propriamente sacadas, que não têm acesso ou grade de proteção, mas há espaço suficiente para você andar ali fora. Eu sei disso porque Kenny gosta de pular a janela e se sentar ali para fumar; tem uma visão bonita das montanhas de South Park desse lado do apartamento, ao contrário da janela da cozinha. Sorrio de leve ao me lembrar de todas as vezes que pulei essa janela com ele e nós dividimos um cigarro, um baseado ou uma garrafa de vinho. Ou coisa nenhuma. Às vezes só ele fumava, sentado com as costas apoiadas na parede, olhando o sol se pôr, e eu gostava de observá-lo nessas horas mais do que gostava de observar a cidade.

Pensando bem, eu poderia ter me dado conta muito antes de que gosto dele. Gosto muito, muito mesmo dele.

Enquanto estou mergulhado nesse pensamento, como se ele pudesse ler mentes, apoia o braço na minha barriga e alisa a lateral do meu tronco com a mão, o que me provoca cócegas. Ele chega bem pertinho de mim, chega a roçar os lábios e o nariz pelo meu ombro, mas não chegamos a dividir o mesmo travesseiro. Seu pé faz carinho pela minha perna algumas vezes antes de se enroscar em mim.

Como que por instinto, a minha mão passeia pelo topo da cabeça dele, sentindo a textura dos cabelos com as pontas dos dedos antes de passá-los por dentro dos fios, o que acaba se tornando um cafuné de verdade.

-Achei que… - Ele começa, agora sua voz não passando de um sussurro. Sua mão desliza pela minha barriga e seu polegar acaricia logo abaixo do meu umbigo. Eu viro o rosto para olhá-lo, mas com a proximidade, é difícil. E eu não quero me afastar. - Achei que você fosse acordar puto comigo.

Eu demoro alguns segundos pra reagir.

-Por quê, tem algo que você não me contou? - Pergunto, mais num tom de brincadeira do que propriamente sério.

-Tem. - Ele responde com um sorrisão idiota de quem absolutamente não fala sério. - Eu matei o Cartman e te obriguei a picar ele. Ele tá na geladeira, naquele pote verde.

-Se você tivesse dito que eu matei o Cartman, era capaz de eu acreditar.

Ele ri.

-É que eu fico muito puto quando mexem contigo, sabe como é. - Agora tem alguma coisa de mais concreta em sua voz, uma nuance de confissão real. Não é muito explícito; é sutil, na verdade, mas presente o bastante para que eu afaste um pouco o rosto e o encare nos olhos. Com uma expressão de quem se sente encurralado, ele puxa o ar e solta aos poucos pela boca. - Ah. Até eu acordei um pouco puto comigo. Não devia ter partido pra ignorância com o Stan, foi bosta.

-Foi. - Assinto com a cabeça suavemente, fechando meus olhos pesados. Não tenho intenção alguma de absolvê-lo disso, mas também não sinto raiva dele.

-Ele comeria o próprio pé por você. - Ele responde de forma que me parece completamente aleatória, mas quando eu observo seu rosto, fica muito claro que ele está imerso numa linha de pensamento própria.

Viro de costas pra ele, ainda enroscado em seu braço, e ele entende que é pra colar o corpo ao meu e afundar o rosto na minha nuca, abraçando meu corpo com força primeiro, mas depois o seu toque suaviza pouco a pouco. É só deitar que o sono já começa a pesar novamente.

-Eu também comeria meu próprio pé por ele. - É a melhor resposta que eu posso dar.

Eu me lembro o motivo da nossa discussão e fico me perguntando se Kenny sabe. Por algum motivo, eu acho que não. Talvez eu tenha contado. Espero que não tenha; se Kenny soubesse que Stan logo vai embora, isso o deixaria profundamente chateado. Também sinto um pequeno aperto no coração, não sei se pela briga, por ter ficado com raiva dele no dia do seu aniversário ou por pensar que, logo, ele não vai mais estar por perto para eu poder brigar com ele por razões imbecis.

Mais tarde eu penso nisso.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...