História Poliamor - Capítulo 2

Devo começar a minha história contando onde cresci, como foi minha vida, quem é minha família e como vim parar nessa cama em meio aos meus dois companheiros.

Nasci em uma família tradicional e religiosa, não éramos ricos e nem pobres, talvez classe media e vivíamos próximos a Seul. Morávamos minha omma, meu appa, eu e Minhyuk era o meu irmão mais novo. Estudávamos na mesma escola, e eu não era bem o tipo de garoto popular bem diferente do meu maknae, na verdade era bem excluido por quase todos, menos pelo meu único amigo da época Shownu.

Minhyuk tinha a diferença de três anos para com minha idade, era elétrico, sempre estava correndo pela casa, pela escola, gritando, rindo, abraçando, acho que ele roubou toda a empolgação do mundo para ele. E eu era o tipo de menino cdf, que vivia para estudar, ler e jogar video game, minha omma era dona do lar, cuidava da alimentação da família e mantinha a ordem na casa, já meu appa convivia muito pouco com todos nós, afinal ele trabalhava na companhia de energia da cidade, fazendo com que seus turnos fossem longos e cansativos, quando chegava em casa já estávamos dormindo. 

Shownu era um rapaz alto, que gostava de nadar, mas fora d'água era como uma tartaruga, de manhã era o horário mais difícil para conversar afinal ele sempre parecia um zumbi, sempre com os olhos quase fechados, parecia se arrastar para ir a aula, mas combinávamos em vários aspectos e por isso viramos amigos desde o primeiro dia de aula, visitávamos a casa um do outro, lanchávamos juntos, sentávamos juntos nas aulas e fazíamos os trabalhos juntos. Aos finais de semana jogávamos video game depois que eu voltava da igreja com minha família.

Quando completamos dezesseis anos fomos em nossa primeira festa, era do primo de Shownu e tivemos nossas primeiras experiências ali. A primeira foi o porre, bebemos tudo que víamos na frente, riamos como idiotas, dançávamos sem importar se estavam ou não rindo de nós dois e foi ali naquela festa que eu dei o meu primeiro beijo e diferente do que a bíblia falava, não foi com uma pessoa do sexo oposto.

‘ Shownu encontrava-se sentado no gramado de frente a casa onde a música tocava alta e as pessoas riam mais alto ainda. Entre tropeços consegui chegar e sentar ao seu lado, sentindo logo sua cabeça deitar em meu ombro.

- Faz tantos anos que somos amigos. - O mais alto comentou baixo.

- Sim faz muitos anos.

- Vamos prestar vestibular no final do ano, e cada um vai para uma faculdade.

- Mas vamos continuar sendo amigos, podemos conversar todos os dias por telefone e internet.- Respondi beijando sua testa antes do mesmo se afastar um pouco.

- Eu quero experimentar algo…

- O que? - Perguntei sentindo o mesmo se aproximar, e meu coração naquela hora estava acelerado.

Suspirei e meus olhos arregalaram quando o meu melhor amigo grudou seus lábios carnudos e macios contra os meus que no momento estavam secos. Ficamos por segundos, minutos ou anos naquela posição, até que aos poucos eu fechei meus olhos e abri a boca para que nossas línguas se encontrassem. Eu não tinha muita noção de como era beijar, mas foi graças ao meu amigo que descobri ao longo daquele ano o que eu gostava e o que eu não gostava em um beijo.’

Após aquele nosso primeiro beijo, ficamos dois dias sem nos falarmos não sei se era por vergonha, constrangimento. Mas eu não queria perder meu amigo e por isso eu fui o primeiro a procurar para nos entendermos, voltando ao normal exceto pelas vezes que escondíamos no banheiro para aprendermos um pouco mais a arte de beijar, ou quando íamos para a pracinha depois da aula para continuar aprendendo a beijar.

No final daquele ano Minhyuk ainda estava na escola tornando-se um dos mais populares, eu por outro lado estava ansioso pelo vestibular. Prestaria para ganhar uma vaga na faculdade de musica, meu pai achava desperdício, mas minha mãe gostava e o apoio dela é o que me importava. 

Meu melhor amigo no momento não iria prestar vestibular, afinal faltando dois meses para o tal evento, estávamos passeando pelo shopping e um olheiro de uma agencia de modelos o convidou para tirar algumas fotos, afinal Show era alto, magro, bonito. Agora meu melhor amigo estava seguindo a carreira de modelo, o que me deixava um pouco chateado, afinal ele não tinha muito tempo e nossos encontros estavam ficando cada vez mais escassos, então no final resolvemos que o lance que tinhamos não poderia durar mais e ficou apenas a amizade.

- Boa sorte meu filho.- Minha omma me desejou quando eu abri a porta de casa.

- Obrigado omma, vou me esforçar ao máximo.

Agradeci enquanto fechava a porta e caminhava em direção ao ponto de ônibus, batia minhas pernas de forma ansiosa, eu estava pronto para aquela prova, havia estudado bastante, praticado bastante voz e dança. Afinal o vestibular para música consistia em fazer teste de aptidão, isso incluía voz e dança, eu era bom na composição e em linhas de rap, mas dança eu sabia que era meu ponto fraco.

O local de prova estava lotado, o que me fazia sentir um tanto quanto desesperado e ansioso, meu coração batia acelerado enquanto caminhava ate a sala de pratica, em minha mente passava a música que eu havia composto, a batida, a letra, tudo parecia perfeito para que eu ganhasse uma boa nota e ganhasse a bolsa. Havia treinado bastante por longas semanas os passos para que nada tivesse errado na hora. 

- Lim Chankyung.- Uma senhorita de cabelos longos e escuros apareceu na porta onde eu e outros candidatos esperavam.

- Oh..Sou eu.- Rapidamente levantei e me curvei um pouco a sua frente.

- Por favor me acompanhe, está na hora do seu teste.

A morena respondeu soltando um pequeno sorriso em minha direção, apoiando a sua destra em meu ombro enquanto caminhávamos em um pequeno corredor daquele local ate chegarmos em frente a porta que levava ao estúdio. Respirei fundo quando ela me deixou sozinho avisando que eu poderia entrar, naquela sala acústica havia uma banca com três pessoas, possivelmente os professores da faculdade que eu almejava estudar. Me curvei com toda a educação que havia aprendido e herdado de minha família, me apresentei formalmente e logo me deram permissão para mostrar minha aptidão. Comecei pelo que eu sabia melhor fazer, minhas linhas de rap misturando o inglês fizeram com que todos ali me observassem com mais atenção, ficou bem obvio que aquela musica era de minha autoria e no final arrisquei os passos que havia criado e ensaiado com fervor.

Agradeceram pela minha presença e afirmaram que eu estava liberado, o resultado sairia apenas no final daquele mês, mas eu estava realizado, me sentia bem, sentia que havia mostrado o meu melhor, que havia dado tudo de mim naquela apresentação e eu ansiava receber logo a carta com o resultado.