1. Spirit Fanfics >
  2. Police History >
  3. E01X1: Parceiros... só que não.

História Police History - E01X1: Parceiros... só que não.


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Fic reeditada (remake mesmo) e repostada.
A ideia de fazer um fic UA com um contexto ligado às histórias policiais era antiga. Há muito tempo queria fazer um fic que unisse ação, mistérios, romances e comédia com dois personagens de Saint Seiya que possuem legiões de fãs no mundo inteiro: Camus e Milo.
Sem dúvida alguma, eles formam uma dupla explosiva, e ficava imaginando os dois como policiais, envolvidos em casos complicados e perigosos. Embora eles sejam os principais protagonistas dessa série de casos policiais, muitos personagens queridos e também fãs, participarão. A escolha do cenário para as histórias é a cidade de Nova Iorque, e não foi ao acaso. É uma cidade com um sério problema de criminalidade, uma grande metrópole que reúne pessoas do mundo inteiro em suas ruas. Com histórias e cenários que poderão compor infindáveis temas para muitas aventuras. História inspirada nos seriados policiais de sucesso: Lei e Ordem, Criminal Minds, CSI entre outros. E nos filmes do gênero. Não estranhe certas situações, considerem "liberdade poética" de uma escritora. Boa leitura!

Capítulo 1 - E01X1: Parceiros... só que não.


O carro modelo Prada de cor azul entrou no enorme galpão localizado no porto de Nova Iorque. Saíram dele dois homens vestidos de terno e gravata. O primeiro era muito jovem, e parecia nervoso com alguma coisa, possuía cabelos loiros curtos e olhos castanhos. O segundo já aparentava calma, um ar maduro, os olhos escondidos por um par de óculos escuros e os longos cabelos verde petróleo presos por um rabo de cavalo.

Eles avistam outros três homens se aproximando. Um deles um senhor com talvez quarenta anos, acompanhado de dois fortes guarda-costas. O homem de cabelos azuis antes de caminhar até o trio, retira da mão sua aliança e a guarda no bolso da calça.

—Vamos. -disse ao seu parceiro.

—Ah, senhor DuPont! -disse o homem. -Sei que é francês, mas sua pontualidade é britânica, Camus!

—Costumo levar meus negócios a sério, monsieur Lomax. -respondeu-lhe retirando os óculos e guardando no paletó.

Com esse movimento os seguranças de Lomax fizeram questão de sacarem as armas. Camus fez um gesto de paz levantando a mão livre.

—Não confia em mim, Lomax?

—Nem em meu cachorro eu confio, DuPont. -ele faz um gesto. –Uma vez minha própria mãe me entregou pra polícia. Eu tinha só quinze anos e fiquei preso por três anos.

—Deve ter ficado magoado com sua mãe.

—Eu fiquei. Por isso a matei quando saí. E eu a amava. -ele riu. -Permita pegar sua arma? E a de seu amigo?

—Certamente. -ele levanta as mãos e um dos seguranças o desarma, fazendo o mesmo com o outro rapaz. -Mas devo dizer que isso me ofende, mon ami.

—Desculpe-me, mas foi assim que cheguei até onde estou. -ele estende a mão para apertar a de Camus. -Sem ressentimentos?

—Sem ressentimentos. -ele aceita o cumprimento. -Tomy, traga a sacola.

O rapaz trouxe uma mochila escolar e entregou a Camus, e este por vez passou a Lomax, que a abriu avidamente, olhando com cobiça para o dinheiro lá dentro.

—Onde está a droga? -Camus perguntou.

—Hehehehehe, isso ai. -ele faz um gesto e entrega a mochila a um dos seguranças. -Rapazes, levem Tomy para beber algo no meu escritório enquanto converso com DuPont.

O rapaz olha para Camus que faz um gesto com a cabeça concordando, depois que ele entra na sala com os seguranças, Lomax se aproxima de Camus.

—Me diz, DuPont. Há quanto tempo trabalha com esse garoto? -conduzindo-o devagar até a sala.

—Thomas Sherman? Há uns quatro meses. Por que? -Camus ficou desconfiado.

—Sabe o que é. Ele vivia fazendo perguntas indelicadas aos meus rapazes, sobre o meu químico, aquele chinês que eu matei, sabe, enfim...perguntas demais.

—Então realmente matou o Chang? –Camus faz um movimento negativo com a cabeça. –Mas ele não era o seu melhor químico? Que fazia a droga mais pura?

—Sim, mas... ele começou a ficar muito ambicioso, me roubou pra comprar a vinda da família pra América. Eu não tive escolha.

—Que pena.

—Pois é, bem... voltando ao seu garoto. Mandei um dos meus associados segui-lo e adivinhe só. -ele abre a porta e mostra Tomy amarrado e amordaçado em uma cadeira. -Ele é um maldito tira!

Camus não disse nada.

—Então, pensei... -ele pega uma arma e aponta para a sua cabeça dele. -Será que você não seria um também?

—Estou tão surpreso quanto você, Lomax. -Camus não esboçou reação alguma. -Mas não se esqueça que foi você quem me procurou para tratarmos de negócios. Quer distribuir sua droga aqui em Nova Iorque e controlar o mercado como fez em Miami, e veio a mim.

—Verdade. -ele abaixa a arma e a entrega a Camus. -Mas só terei certeza se você provar que é leal. Estoure os miolos do tira e falaremos de negócios.

Camus pega a arma e olha diretamente para o assustado Thomas Sherman, que tremia e suava frio. Ele encosta a arma na têmpora dele, Thomas fecha os olhos e Camus aperta o gatilho.

Ouve-se um click, a arma estava descarregada. Lomax começa a rir e a bater palmas.

—Gosto do seu sangue frio. -ele disse, apontando uma mala com drogas. -Vamos aos negócios.

Ao dar as costas, um dos homens de Lomax coloca saco plástico na cabeça de Thomas e começa a apertar, tentando sufocá-lo.

—Mate o desgraçado e jogue o corpo no mar. -falou o bandido. –Desta vez não vou me sujar matando alguém com minhas mãos. Já basta o Chang!

—Como matou o chinês?

—Com aquele taco de baseball que tenho em meu escritório. –Lomax disse fazendo um gesto como se fosse um jogador de baseball profissional.

—Muito bom. Ah, um momento. -disse Camus. -Minha arma. Posso ter de volta?

—Claro. Somos parceiros!

Camus pega a arma, e no instante seguinte dispara contra o homem que tentava sufocar Thomas, atingindo seu peito. E tão rápido como um raio, dispara contra o outro atingindo o ombro deste desarmando-o. Antes que Lomax pudesse pegar sua arma, Camus a coloca em sua cabeça.

—Está preso pelo assassinato de Michael Chang e por porte e distribuição de drogas. -falou, mostrando um distintivo e um microfone escondido na roupa. -Sou também um maldito policial.

Algum instantes depois, o lugar foi tomado por várias viaturas policiais. Camus ajuda seu parceiro a se livrar das cordas, ele levanta-se nervoso, bufando de raiva.

—O que era aquilo, Chevalier?! -esbravejou. -Você poderia ter me matado! Apontou uma arma para a cabeça do seu parceiro!

—Mas não morreu, O’Brien. -respondeu friamente.

—Vo-você sabia que a arma estava descarregada, não é? -perguntou com receios. -Pelo peso dela, você sabia?

—Bem...poderia ter uma bala ainda. -Camus pega a arma e aponta para cima, aperta o gatilho e desta vez ela dispara.

—Seu Cajun filho da mãe! -ele gritou. -Você é louco!

Camus não deu atenção, e saiu do local deixando para os seus colegas o cuidado com o local do crime.

—Se não aguenta o trabalho. -respondeu. -Peça demissão. Não admito qualquer um na minha equipe.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Do outro lado da cidade.

Milo Alessandros desperta ao ouvir as batidas incessantes da porta da frente, ele abre os olhos e vê a bela loira deitada em cima dele. Sorri lembrando da noite anterior.

As batidas na porta aumentam.

—Carol! -alguém gritou e voltou a esmurrar a porta.

A mulher levanta a cabeça assustada, tentando se cobrir com o cobertor.

—Meu marido!

—Seu marido? -Milo senta na cama confuso. -Você é casada?

—Estávamos nos separando. -ela tentou explicar. -Disse a ele na cadeia que queria o divórcio.

—Cadeia? Ele esteve preso? -Milo apontou para a porta que voltou a vibrar com alguém tentando derrubá-la.

—Foi preso por agredir um rapaz que mexeu comigo na rua. -ela suspirou. -Mark é tão ciumento.

—Carol! Abre essa porta! Eu sei que tem um homem aí! -o outro berrou. -Vou matar o desgraçado e lavar minha honra com sangue!

—Vai embora, Mark! -disse a outra.

Milo levanta tentando encontrar as roupas, como não achava, pegou um lençol e se enrolou nele. A porta ameaçou cair com outro baque. Ele encontrou as calças, e quando pretendia vesti-las, a porta foi arrombada.

—Pela janela. -Carol apontou.

—Estamos no oitavo andar! -Milo disse, mas ao ver o marido da loira aparecer tratou logo de pular a janela, ainda enrolado no lençol, enquanto Carol tentava distrair o marido traído.

—Cadê o desgraçado?

Mark, por que voltou?

—Carol...eu te amo. -ele começa a chorar. -Não vivo sem você. Me perdoe.

—Oh, Mark... -e eles se abraçam emocionados, ela faz Mark ficar de costas para a janela e mulher faz um gesto para Milo sair dali rápido.

Com agilidade, Milo se segura e anda com cuidado pelo lado de fora do prédio até o apartamento do lado, entrando por uma janela aberta, assustando duas velhinhas que assistiam TV na sala.

—Hã...Bom dia. -disse meio acanhado. -Já tô de saída.

—Alto lá, punk! -mandou um velho, aparecendo com um rifle. -Mãos ao alto, Marge chame a polícia.

Milo obedece e levanta as mãos suspirando, deixando o lençol cair, revelando sua nudez. Uma das senhoras perde os sentidos, e a outra se abana pelo calor que começou a sentir, piscando para Milo.

Completamente constrangido, o rapaz imagina se o dia pudesse piorar.

E piorou...Mais tarde, quando ele chega ao trabalho, no 12° DP da cidade de Nova Iorque, foi o alvo das piadas dos colegas no vestiário, enquanto chegava para pegar seu uniforme.

—Ei, Alessandros. Tem um ônibus cheio de velhinhas carentes te esperando lá fora.

—Há há...estou morrendo de rir. -resmungou. -Droga, aquele cornudo tinha que aparecer!

—Corta o cabelo, Alessandros! –mais um gritou e ele fez um sinal com o dedo médio.

Abriu a porta do seu armário e viu várias fotos de senhoras de idade em trajes íntimos. Bufando pegou as fotos e as jogou no lixo, ignorando as risadinhas. Suspirou, pegando seu uniforme e imaginando por quanto tempo trabalharia daquele jeito. Até que o sargento do seu departamento entrou com um envelope na mão.

—Policial Alessandros!

—Sargento! –respondeu, fazendo sentido.

O homem de meia idade entrega a ele o envelope com um sorriso de lado.

—Fez as avaliações para detetive, não é?

—Como o senhor recomendou... fiz sim. –erguendo uma sobrancelha, pegando o envelope.

—Ao menos não terei mais problemas com a sua atitude. Terei que arrumar um novo parceiro pro Thombs nas ruas agora. –o homem saia. –É pra se apresentar amanhã, tire o dia para ajeitar sua transferência para o outro distrito. Boa sorte como Detetive da Homicídios, seu grego encrenqueiro.

Milo piscou várias vezes antes de abrir o envelope e o leu, depois deu um grito de alegria e pulou igual a um menino entre os bancos do vestiário, entre os colegas.

—Saiu! Saiu minha admissão no Departamento de Homicídios! Sou um detetive agora!!! -ele vibrava. -Cara! Que demais!

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Seis horas da manhã. Chelsea, Nova Iorque.

O despertador toca e Camus se levanta imediatamente, ele pega um porta retrato na mesinha do criado mudo ao lado da cama e acaricia com o polegar a foto de uma jovem de cabelos loiros, depois suspira e a recoloca no lugar.

—Mais um dia, Liz. -ele murmura. -Estou vivendo um dia de cada vez, mas sem você está difícil.

Ele se levanta, liga o som. Ouvindo a estação de rádio local, ele começa sua sessão matinal de exercícios, uma hora depois estava no chuveiro.

Acabava-se de vestir um terno perto quando ouviu a porta da cozinha ser aberta, e uma voz de mulher cantarolando uma música antiga de Sinatra. Chegou na cozinha, ajeitando a gravata e sorriu ao ver uma senhora rechonchuda, de uns cinquenta anos, cabelos castanhos e curtos, preparando seu café da manhã.

—Minha irmã lhe fez vir aqui, Rosie? -perguntando e se servindo do café recém feito pela mulher.

—A senhorita Chevalier se preocupa com o irmão desnaturado dela. -ela disse. -E alguém tem que lavar sua roupa e colocar algo decente na sua geladeira. Sente-se aí que faço o seu café da manhã.

—Hoje não Rosie.  -ele dá um beijo na bochecha dela. -Tenho reunião hoje, não posso me atrasar ou o capitão me mata.

—Precisa comer algo, rapazinho! -falou brava.

—Não sou mais rapazinho, cherrie! -respondeu da porta, pegando uma maçã de uma sacola de compras. –Prometo comprar algo na rua para comer.

—E não me venha com esse seu sotaque francês achando que me derreto toda! -ela ralhava chegando na porta da casa. -Esqueceu que eu troquei suas fraldas e as da sua irmã? E não vá se esquecer que sua irmã fará um jantar de aniversário para você hoje!

—É hoje? -ele perguntou do carro. -Hoje é meu aniversário?

—Isso mesmo. E senão aparecer, ela te mata. -ela pôs as mãos na cintura. -E eu a ajudo nessa!

—Ligue para ela e diga que tem que me lembrar mais tarde. -ligou o carro e seguiu para o trabalho.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Seis e meia da manhã. Midtown Manhattan, Clinton (“Hell’s Kitchen”), em um pequeno apartamento.

O despertador toca. Milo o acerta com o travesseiro, jogando-o no chão, mas ele continuava a tocar. Milo tateia o chão, pega seu sapato e começa a bater no despertador até que ele parasse. Depois virou de lado e recomeçou a dormir.

Então, o telefone começa a tocar. Resmungando, Milo novamente tateia o chão e acha o fio do telefone e começa a puxá-lo, arrastando o aparelho até ele. O aparelho começa um percurso acidental entre roupas e sapatos jogados pelo chão, passando por uma caixa de pizzas, algumas de comida chinesa até alcançar a mão do rapaz.

—Alô...zzzzzzzz

—MILO ALESSANDROS ACOOOOOORDEEEEEEEEEEEEE! -gritou uma jovem do outro lado da linha.

—Themis! -ele se levanta num pulo, e olha o relógio. -Tá louca mulher? São seis da madrugada!

—Você me pediu que não o deixasse se atrasar e estou fazendo isso seu preguiçoso! –ela suspira do outro lado da linha. –Pra que servem as irmãs?

—Você está bem corajosa falando do outro lado do telefone, hein mocinha? -disse sarcástico, procurando uma camisa limpa em meio as jogadas pelo quarto.

—Não seja por isso. -uma jovem de cabelos lisos e escuros, presos em um rabo de cavalo e olhos castanhos escuros entra no quarto e desliga o celular. -Acorda, irmãozinho. Desviei do meu caminho pra Universidade para te acordar e não deixar que você chegue atrasado em seu primeiro dia de trabalho. A mamãe tá certa! Você não vive sem uma mulher Alessandros te ajudando.

—Como entrou? -perguntou espantado.

—Mamãe me deu as cópias das suas chaves. -ela respondeu naturalmente, depois lhe dá um copo de café e rosquinhas. -Com fome? Capuccino como você gosta de manhã.

—Nossa mãe te deu cópias das minhas chaves? Ela tem cópias das minhas chaves? -ele pegou o capuccino.

—Ela tem cópias das chaves das casas de todos os nossos irmãos. –ela sorriu. -Sabe como são as mães gregas. Nunca acham que seus filhos são crescidos o suficiente para tomarem suas próprias decisões.

—Ainda chateada por que querem te empurrar um noivo grego? -perguntava rindo, enquanto ia ao banheiro e ligando o chuveiro. –Nossos pais são umas figuras.

—Eles ainda acham que estamos na Grécia dos anos 60. Ela sabe que nós, seus filhos, somos cidadãos norte-americanos? -ela desabafou e pensou em sentar em uma cadeira, mas a pizza jogada nela a fez mudar de ideia. –Tem que me ajudar a fazê-los mudar de ideia. Ou vou ter que ser dura com o suposto “noivo”. Sabia que ela quer te arrumar uma noiva grega também?

—Vamos pensar juntos em algo, Themis.  -ele aparece na porta, cabelos úmidos. -Está namorando alguém, irmãzinha?

—Eu? Lógico que não! Minha vida são os estudos! Só porque não quero conhecer esse cara grego não quer dizer que estou namorando outra pessoa. -ela pega a bolsa vai saindo. -Anda logo ou se atrasa. Não pega bem se atrasar no primeiro dia! E eu... –olhando o relógio. -Ah! Vou também me atrasar. Tenho que pegar o metrô! Bye!

—Tá. Tchauzinho!

—Milo, qual é o distrito que vai trabalhar agora? Disse-me, mas esqueci.

—O 29º no Centro de Nova Iorque. –respondeu antes de vestir uma camisa que pegou numa cadeira, não antes de cheirá-la para ver se estava limpa. –Por que?

—Ah, vai amar quem trabalha lá. –o sorriso maligno da morena o assustou. –Ele era tão chegado em você na escola.

—Quem?

Themis fecha a porta e sai antes de responder.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Oito horas da manhã. No prédio do 29º Distrito Policial do Centro da Cidade de Nova Iorque, especializado em Homicídios.

Camus entra apressado e cumprimenta com um aceno os detetives que ali estavam. Mas antes que sequer chegasse em sua mesa, o chamaram:

—CHEVALIER!!! -gritou o capitão. -VENHA AQUI AGORA MESMO!

—Ele não está feliz. -comentou uma jovem ruiva se aproximando. Ela vestia um blazer verde, olhando para a porta.

—Me diga um dia que o Capitão Wong esteja feliz, Marin. -ele falou com ironia.

—O Dohko feliz? Hum...Século passado? Toma. -ela estende uma pasta. -Relatório da autópsia do corpo encontrado em Hell’s Kitchen. Esconda se quiser saber mais.

—Aquele da mulher encontrada sem a pele? -ele o pegou imediatamente. –O Caso não era seu e do seu parceiro?

—Era, mas fomos designados para outro caso.

—Entendo.

—CHEVALIER! -chamou o chefe mais uma vez.

—Vou encarar a fera agora. -Camus faz uma careta e segue para a sala do chefe.

—Ah, tenente. -ela o chama, fazendo-o se virar. -Feliz aniversário.

Camus acena com a cabeça e segue seu caminho. Ele chega na sala e entra. O capitão, era de família chinesa, cabelos castanhos, lia com interesse as fichas sobre a sua mesa, sufocando uma risada.

—Entra e sente aí, Camus. Estou esperando mais alguém. -o capitão Dohko indica uma cadeira e volta a ler as fichas e riu.

—Não parece mais zangado.

—Se acha que ainda estou zangado por ter feito mais um detetive pedir transferência daqui. Não estou não. –rindo com o que lia. -Isso é incrível!

—Como capitão? -Camus ergue a sobrancelha intrigado.

—Como você e esse tal de Alessandros possam ter fichas tão parecidas? -ele riu. –Quando li isso, meu humor melhorou. Nunca vi nada parecido. Olha só.

Camus remexeu na cadeira.

—Vocês tem cinco anos de serviço como policiais. Você como detetive e ele como policial nas ruas. Em cinco anos, você efetuou 174 prisões com 170 condenações, ele efetuou 74 prisões com 59 condenações. Ambos tiveram sete condecorações por serviços prestados, foram suspensos várias vezes cada um por desobedecerem a ordens de seus superiores e levaram tiros em serviço! Incrível! Ele também não consegue manter seus parceiros como você!

—Alessandros? -como se lembrasse do nome, Camus exaltou. –Não pode ser!

A imagem do recruta que tentou entrar para a Homicídios três vezes veio a sua mente. O rapaz sempre tirava notas máximas nas provas escritas, mas nas práticas suas atitudes impensadas e tagarelice fizeram ser reprovado todas as vezes.

—Eu pedi que o aprovassem! -respondeu o capitão. -O garoto é bom! Só precisa de um pouco de ordem. Os responsáveis pela avaliação concordaram com a última prova que ele amadureceu.

—Ele é um perigo! -retrucou Camus.

—Claro que ele ter impedido o sequestro da sogra do prefeito ajudou. –ele riu. –A mulher dele praticamente exigiu que o marido dela lhe desse uma chance.

—O que uma coisa tem a ver com outra? Foi coincidência ele estar lá cuidando do trânsito!

—Ele tem bons instintos. Pelo relatório dele aqui, percebeu a movimentação suspeita dos sequestradores antes dos outros.

—Sabe que ele estava rebaixado ao trânsito porque atirou no último parceiro sem querer?

—Ele vai ser seu novo parceiro! -respondeu o capitão tranquilamente.

—O QUÊ?!

A porta se abre e a secretária do capitão avisa.

—O tenente Alessandros está aqui.

—Mande-o entrar. -pediu o capitão.

Milo entra na sala, sorri sedutoramente para a secretária.

—Café no fim da tarde? -ele pergunta.

—Sim... -ela responde corada e se retira.

—Tenente Camus Chevalier. Esse é o novo membro da sua equipe e seu parceiro, o tenente Milo Alessandros. -o capitão fez as apresentações. -Agora, vão trabalhar.

—Mas capitão! Esse cara não é confiável! -Camus ainda não aceitava. -Ele não obedece ordens e poderá pôr a equipe em perigo!

—Ele é o um grande detetive e um atirador de primeira. Ele fica!

—Ele é um péssimo policial!

—Ei, eu tô aqui! -Milo diz levantando a mão. -Não falem como seu eu não estivesse presente.

—Ele fica! -o capitão determina e depois sorri com sarcasmo. -Agora, você e seu parceiro saiam! Tem um caso novo em sua mesa, Chevalier. Um corpo que apareceu no Central Park.

—Eu quero o caso do Hell’s Kitchen! –disse Camus.

—Não quer não. –suspirou. –O FBI pegou o caso, acham que é algum psicopata que estão atrás a algum tempo e isso é da alçada deles.

—Mas...

—Corpos no Central Park? -Milo fez uma careta. -Qual é a novidade?

—Ele foi desmembrado, mutilado e pendurado em uma árvore como se fosse um animal em um abatedouro. -disse o capitão pegando outra pasta na mesa. -A perícia está esperando vocês no local do crime. Agora, vão!

Ambos saem da sala do capitão, em silêncio. Milo foi o primeiro a quebrá-lo:

—E aí? -ele estende a mão. -Não vamos começar com o pé errado, não é?

Camus apenas olhou para a mão estendida e depois para o rapaz. Deu-lhe as costas e seguiu para fora do prédio.

—Sou eu ou o ar ficou gelado de repente? -Milo perguntou antes de segui-lo.

 

Continua....



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...