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História Police History - E11X1: Esconde-Esconde


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 11 - E11X1: Esconde-Esconde


Naquela mesma noite.

Camus e Annie chegavam ao prédio onde a irmã do policial morava, estacionando.

—Não acredito que o Alessandros cometeu um erro tão idiota! –o detetive resmungou.

—Ele disse que iria até a casa do médico?

—Sim. –Camus bufou.

—Olha, não pode culpa-lo. –Annie comentou e Camus a olhou surpreso. –Estão trabalhando nesse caso direto, estão cansados. É compreensível cometerem um erro e...

—Errar nesse serviço pode significar que alguém pode morrer, Annie!

—Entendo. O que estamos fazendo aqui? -ela perguntou, estranhando.

—Vamos pegar suas coisas.

—Mas, meu gato?

—Minha irmã não vai se importar de cuidar de seu gato. E eu vou levá-la para algum lugar seguro.

—Lugar seguro?

—Sim. Prometi que não deixaria nada acontecer com você. Costumo cumprir minhas promessas. -ele a fitou e Annie sentiu seu pulso acelerar.

—Eu... eu sei disso.

—Annie... Sobre o beijo... digo, os beijos... porque foram mais de um, eu... -começou a falar meio sem jeito.

—Se arrepende?

—Não! –foi sincero e enfático em responder. -Nem um pouco.

—Nem eu.

—Annie...

—Sim?

Annie o fitou e no momento seguinte percebeu que Camus ia beija-la novamente. E, que queria muito que isso acontecesse. Lábios se tocaram exigentes, ele a segurou pela nuca, puxando-a mais para perto de si.

Batidas na janela do carro fizeram os dois se afastarem rapidamente. Camus olhou furioso para quem o interrompia e se surpreendeu por ser seu pai, que acenava para ambos com um sorriso nos lábios.

—Ora, desculpe incomodar, filho. –o senhor acenou para Annie, que estava corada. –Encontrou a fugitiva! Desculpe se atrapalhei algo.

—Pai! –Camus saiu do carro e puxou o pai para longe. –O que aconteceu?

—Bom, depois que a senhorita Raccos fugiu, eu fui revirar minhas coisas no escritório, sabe... mexer em fotografias e tal. E achei isso. -ele mostrou a Camus fotografias de um churrasco de família, um ano antes de Liz falecer.

—O que é? –Camus parecia não entender.

—Olhe direito nas fotos, filho! Geralmente uma garota não conseguiria mexer com sua cabeça a ponto de atrapalhar seu raciocínio de detetive. –Jean-Louis sorriu e apontou para uma figura magra na foto. –Está vendo aqui? Ele aparece em todas as fotos, nos observando. E nessa aqui. –colocando uma foto em que Camus estava disputando com Celeste uma taça de sorvete e ao fundo Liz conversava meio escondida com o rapaz.

—Gustav? –Camus estreitou o olhar.

—Provavelmente. Apesar de um reconhecimento facial ser difícil assim a olho nu. –notou Camus inquieto. –Diga o que te aborrece!

—Era irmão dela. Por que não me disse antes? E por que não contou que mantinha contato com ele?

—Eu não sei. Talvez ela tenha percebido que ele não era um rapaz bem intencionado e só quisesse proteger nossa família.

—Eu não sei o que pensar mais.

—Desculpe. –Annie apareceu ao lado deles. –Não pude deixar de escutar. Mas pararam para pensar que seu pai talvez tenha razão?

—Como assim? -Camus a olhou em entender.

—Talvez ela quisesse proteger sua família dele. –ela apontou para a figura desfocada de Gustav na foto.

—Vou pedir ao Shaka que procure tudo sobre a família de Liz antes de ir para um orfanato. –Camus comentou, pegando o celular. –Talvez isso possa responder algumas perguntas.

Annie observava em silêncio ele telefonar a um amigo e pedir que intensificasse uma investigação. Não teceu comentários, pois a situação em si já era muito desagradável para ela. Aparentemente o fantasma de Liz ainda assombrava Camus.

—O que vai fazer, filho? –o policial aposentado perguntou, quebrando a tensão.

—Irei visitar o orfanato onde Liz cresceu. -respondeu olhando Annie. –Vou deixá-la em um esconderijo da polícia, onde ficará segura e...

—Não.

—Não é bem um pedido!

—Eu não vou ficar escondida! –a advogada foi enfática.

—ANNIE! –Camus elevou a voz, assustando-a. –Não posso ter o luxo de ficar me preocupando com você enquanto procuramos o suspeito!

—Então me leve com você! –Jean-Louis escondeu o riso. –Quem melhor que você para me proteger?

—Mas...

—E eu te ajudei com a investigação ao descobrir a relação do médico com o seu suspeito. –ela apontou o dedo para Camus. –Posso ser útil!

—Filho, talvez ela tenha razão.

—Pai, não a encoraje!

—Ela vai estar melhor protegida com você! –enfatizou.

—Tudo bem. –Camus concordou, resignado, mas nada satisfeito. –Preciso saber apenas o nome do tal orfanato. Não era algo que os Evans ou Liz conversava abertamente com as pessoas.

—Saint James. –disse o velho policial para a surpresa de ambos. –O pai de Liz uma vez comentou comigo.

—O que mais ele comentou com você sobre a adoção de Liz, pai? Vocês eram amigos, ele pode ter te contado algo que pode nos ajudar. –inquiriu Camus, olhando fixamente para o pai.

—Faz muitos anos isso, filho. –o homem fechou os olhos, buscando nas lembranças qualquer coisa. –Espera. Ele chegou a me falar de um menino que a Joan queria ter adotado junto com Liz, sim... mas ele a fez mudar de ideia.

—E por que? –Annie perguntou. –Quer dizer, seria normal adotarem os irmãos.

—Para a esposa alegou não terem condições de terem mais uma criança, na verdade ele me disse algo que na época eu achei que era bobagem dele, mas... –parou para pensar. –Mark talvez tivesse razão de ter dito aquilo para mim sobre o menino.

—O que ele lhe disse, pai?

—Que o garoto tinha um olhar estranho, que isso o assustava. E assustava a menina também. –o homem balançou a cabeça negativamente.

 

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Milo chegou ao apartamento modesto que pertencia ao doutor Hernandez, acompanhado pelo síndico que mesmo a contragosto o ajudava a entrar no local com sua chave mestra.

Observou que o local estava vazio e não estava em desordem. O único sinal de que o médico esteve presente era o terno jogado de modo displicente em uma poltrona.

—Eu vi ele chegando. –disse o síndico.

—Mas não o viu sair?

—Não. Eu fui tomar meu banho logo depois. –explicava o senhor. –E se ele saiu, não vi.

Milo olhou ao redor, e um gato amarelo apareceu correndo de um quarto. O animal parecia agitado e miava esperando atenção. Milo o seguiu a cozinha e reparou uma pequena mancha vermelha no carpete. Retirando do bolso um par de luvas de látex tocou na mancha seca.

—O que é isso? –o síndico perguntou curioso.

—Sangue.

Milo respondeu, se recriminando em pensamento. Se o médico fora levada pelo suspeito, se estava ferido ou pior, sentia que a culpa era sua naquele momento. Pegou o celular para chamar a perícia para o local, rezando que na pressa o suspeito tenha sido imprudente e permitido deixar pistas de sua localização.

Uma mancha causada por um tipo de terra na porta que levava a cozinha o fez dar um sorriso de lado. Imaginou que aquele assassino não era uma pessoa tão cuidadosa assim.

 

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Saga estacionou seu Porshe Carrera preto em frente ao apartamento onde a senhorita Chevalier residia. Como estava ansioso demais para vê-la e não queria dar outra péssima impressão, acabou chegando cedo demais. Subiu até o apartamento vinte minutos antes, tocou a campainha e para a sua surpresa, ela o atendera usando ainda um roupão.

—Estou atrasada? -ela disse olhando o relógio. -Acabei de sair do banho!

—Não... eu me precipitei em chegar mais cedo. -desculpou-se, tentando olhar demais para o corpo que possivelmente estava nu por debaixo do roupão.

—Me troco logo. Sente-se e fique à vontade. -disse voltando ao quarto. –E ao contrário da lenda conhecida, eu não me demoro horas para me arrumar por ser mulher!

—Vou ficar inclinado a acreditar.

Como um cavalheiro, Saga procurou não espionar, mas de soslaio viu seu vulto, e isso foi o suficiente para deixá-lo tenso. Pedia a Deus que lhe desse forças para resistir à vontade de entrar naquele quarto e tomá-la nos braços, mas sabia que se fizesse isso, além de estar agindo como um cafajeste, Celeste provavelmente não o perdoaria. Com ela teria que ser um cavalheiro, ir devagar.

Ela não era como suas outras conquistas, aos quais acostumaram-se a jogar-se em sua cama ao primeiro sinal, ansiosas para “fisgar” um milionário. Podia ouvi-la no quarto, vestindo-se, e imaginava cada detalhe. Isso, porém, não contribuía em nada para aplacar o que ele sentia. Desejo...

Não suportou mais a tortura e voltou-se para espiar pelo vão da porta que estava entreaberta. Pode vê-la colocando alguns vestidos diante de si, escolhendo o que usaria. Não usava mais nada além da calcinha, e isso fez Saga engolir em seco.

Repreendeu-se por estar agindo como um adolescente com os hormônios em ebulição e voltou-se num rompante, no intuito de se afastar para nada mais ver. Bateu em uma mesinha com um vaso no corredor com o movimento brusco e Celeste perguntou, lá do quarto:

—O que foi isso?

—N-nada! Está tudo bem. -contudo, sentia-se um completo idiota.

No instante seguinte, viu a porta do quarto ser completamente fechada, como se ela soubesse que estava sendo espionada. Ótimo! Agora ela pensaria que ele era um pervertido! Poderia mandá-lo embora e com razão. Recriminava-se em pensamento.

Em minutos, ela aparecia, com um vestido vermelho de alças, justo até os joelhos... deslumbrante era a palavra que ele a descreveria no momento. Já a achava linda com as roupas simples comandando o bar, agora...

—Desculpe-me.

—Desculpar-se pelo o que? -ela indagou, mas pareceu entender do que se tratava sorriu sem graça. -Deveria ter fechado melhor a porta.

—Olhe, eu não pretendia espionar. Não costumo fazer esse tipo de coisas... eu olhei e você estava lá e... deve me achar um pervertido.

—Não fique assim, Saga. -ela pegou a bolsa e passou por ele. -Eu também olharia se fosse você se trocando.

Saga sorriu de leve.

—Bem... para você não me importaria de fazer um strip-tease.

—Isso é uma proposta?

—Sim.

—Lamento. -ela dá um beijo de leve no rosto dele. -Mas não vou a um show particular de strip-tease no primeiro encontro. No máximo jantar e cinema. Vamos?

—Tudo bem. Espero que esteja com fome.

—Faminta. -e sorriu. -Mas que fique claro uma coisa. Eu não beijo no primeiro encontro... a não ser que mereça isso.

—E como estou em seu conceito para saber se mereço?

—Hm... –ela fica pensativa. –Diria que está devendo pontos até o momento.

—Então, me esforçarei para melhorar.

Algum tempo depois, Celeste começou a achar que os planos de Saga não incluíam um restaurante, quando deixaram a área metropolitana e encaminharam em direção a Manhattan.

—Pensei que iríamos a um restaurante.

—Para que restaurante se o melhor chef da Europa cozinha para mim? -e sorriu.

Mais algum tempo e eles chegaram a um elegante edifício de apartamentos, que Celeste deduzira que só os bem ricos e famosos residiam ali.

—Mora aqui?

—Cobertura. -e acrescentou. -A vista da cidade do alto é magnífica!

—A intenção é me impressionar?

—Estou conseguindo?

Ela observou a mão estendida, convidativa e a aceitou. Só esperava não estar cometendo nenhum erro do qual se arrependeria depois.

—Ainda é cedo para responder isso. –disse a ruiva, acompanhando-o.

 

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Em um ponto escondido da cidade.

—Acorda... vamos, acorda.

A voz de seu sequestrador, e os leves tapas que levava em seu rosto o despertara, mas uma luz colocada diretamente sobre o seu rosto o impedia de ver o rosto de quem o atacara. Sua cabeça doía, as mãos e pernas presas em uma cadeira de aço por fitas isolantes, apertadas, que impediam de fazer qualquer movimento.

—Quem é você? -perguntou. –O que quer? Dinheiro? Sequestrou o cara errado, não sou rico. Meu pai que é e aquele filho da puta não daria um centavo por mim.

—Nem tudo é movido pelo dinheiro, sabia? –o sequestrador respondeu, ainda mantendo o rosto oculto graças a forte luz que era direcionada ao rosto de Shura.

—Quem é você?

—Quem sou eu? Desculpe-me doutor Hernandez, onde estão meus modos? - deu uma risada e deu uma volta parando atrás dele e sussurra em seu ouvido. –Posso ser seu anjo da morte, se quiser.

—Quem é você, maluco?

—Doutor... -o médico olha com terror os objetos de tortura que seu captor exibia. -O show está apenas começando e não se preocupe, não é isso que escolhi para você. –ele aponta para os objetos e em seguida liga o rádio colocando uma música dos Rolling Stones.

Shura respirou fundo, tentando se controlar e olhou ao redor na vã esperança de descobrir onde estaria. Percebeu que estava em um tipo de galpão antigo, talvez uma fábrica abandonada.

—O que quer comigo?

—Logo saberá o que quero. –disse o rapaz, sorrindo. –Agora, vou buscar os outros partícipes do maior espetáculo que essa cidade maravilhosa jamais verá novamente!

—O QUE QUER COMIGO?

Shura gritou, tentando se soltar em vão, sendo ignorado pelo seu sequestrador que saiu em seguida, mantendo-o trancado tendo apenas a música como companhia.

 

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Algum tempo depois, no apartamento de Shura Hernandez, os técnicos forenses examinavam cada canto do apartamento procurando qualquer evidência que os levassem a ter uma pista sobre o paradeiro do médico sequestrado. Milo acompanhava os trabalhos de todos, ajudando no que podia, olhando ao redor do prédio de apartamentos com cuidado.

Do lado de fora, jogado atrás de uma lixeira, o policial avistou um taco de baseball jogado. Com cuidado pegou o objeto, evitando de deixar suas próprias digitais nele com a ajuda de uma luva, notando a presença de sangue seco no objeto.

—Acho que foi usado contra o médico? –um policial que o acompanhava perguntou.

—Talvez. –Milo faz um gesto para que o policial pegue um saco plástico com um dos peritos e ele o faz rapidamente. –Faz um favor, leve isso para a perícia?

—Sim, detetive!

—Sinto que estamos perdendo tempo.

Milo resmungou, suspirando fundo em seguida, notando a presença de uma rosa vermelha jogada mais adiante. Foi até ela e olhou ao redor e percebeu um grupo de crianças brincando de basquete próximo dali. Chegou até elas, cumprimentando e mostrando o distintivo, com um sorriso.

—Aí, meninos! Não deveriam estar em casa dormindo?

—A rua é nossa, a gente não dorme cedo! –respondeu um dos garotos, que deveria ter uns doze anos.

—Vizinhança legal! Posso perguntar uma coisa a vocês?

—Só com meu advogado! –disse um deles, com no máximo sete anos, com traços mexicanos e olhar bravo.

—Que gracinha! Aposto que aprendeu essa com seu pai. –Milo o pegou no colo e o colocou sentado no capô de um ford estacionado. –Escuta, parceirinhos! Conhecem o médico que mora ali? Doutor Shura Hernandez?

—Sim. –disseram os meninos.

—Ele é legal! –disse outro menino. –Joga basquete com a gente de vez em quando.

—Mamãe acha ele gostoso. –disse o mesmo menino de sete anos e Milo o olha assustado.

—Tá legal! Primeiro! –apontando para o pequeno. –Pára de ouvir o que os adultos ficam falando. Segundo! Não repita as bobeiras que seus pais ficam falando, tá? E terceiro! Viram algo suspeito? Alguém diferente?

—Talvez. –disse o menor, cruzando os braços, e não dizendo mais nada.

—E? não vai falar o que é? –Milo insistiu e o menino ficou calado. –Entendi. Se eu te der cinco pratas, vai falar o que viu?

—Talvez. Posso lembrar por cinquenta pratas!

—QUE? –Milo o fitou incrédulo e os outros meninos riram. –Seu... projeto de ... dez dólares!

—Cinquenta e cinco!

—Ei! Não é assim que funciona! Você tem que baixar seu preço para negociarmos seus serviços!

—Talvez. –disse o menino, olhando-o de lado. –Sessenta.

—O que?

—Meus serviços são caros!

—Vem cá! Seus pais são chefes do crime organizado daqui? É com eles que aprendeu a extorquir as pessoas assim?

—Talvez.

—Filho da... –Milo sente vontade de esganar o menino, mas limita a abrir a carteira e retira de lá algumas notas, contando até dar sessenta dólares, faz menção de entregar ao menino mas recua. –Primeiro quero ver se suas informações valem o preço, garoto!

O menino faz um gesto para o colega que pega um celular e mostra uma foto rapidamente para Milo, onde é possível ver alguém carregando um inconsciente Shura até um automóvel no terreno ao lado do prédio. Antes que pudesse ver melhor a foto, o garoto guarda o celular.

—EI! –Milo protesta.

—Primeiro paga. Depois pode levar o celular. –disse o garoto.

—Você tem futuro no mundo do crime ou na política, garoto! –entrega o dinheiro e pega o celular do outro menino. –De quem vocês roubaram isso? Vocês roubaram esse celular né?

—Talvez. –o menino sorri e desce do carro correndo, sendo seguido pelos demais.

—Hei! Ainda vou te prender projeto de mafioso! Vai rindo! Eu vou rir quando te ver num reformatório! –Milo procura pela foto no celular e sorri com a imagem nítida do suspeito e do veículo onde o médico era colocado. –Peguei você, filho da mãe!

 

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Após o delicioso jantar na cobertura de luxo de Saga, Celeste agradeceu ao chef Albert, elogiando-o. Depois, o grego a conduziu até a varanda, com uma visão privilegiada da cidade de Nova Iorque ao longe.

—Gosta de morar assim? Sozinho? -perguntou quebrando o silêncio.

—Você também mora sozinha.

—Meu irmão vive me visitando. Vejo meu pai todos os dias. Nunca me senti sozinha.

—E por que acha que eu me sinto só? -aproximou-se, oferecendo vinho a ela.

—Pela decoração da casa. Tudo muito branco, e não vi fotografias de familiares.

—Realmente é irmã e filha de policiais. -ele riu. -Este é meu refúgio. Onde fujo da minha família e de suas loucuras. Meu irmão sempre se envolve em confusões e sou eu a salvar seu pescoço, meu pai é autoritário e não conhece bem o significado da palavra “privacidade”. Minha mãe é... como direi... uma mãe normal. Do tipo que faz tudo pelos filhos, marido e seus quatro corgis premiados. -Ela riu do comentário. -Acha a decoração...

—Muito... branco. –ela riu. –Falta cores aqui, talvez um cachorro ou gato.

—Cachorro ou gato?

—É, daria mais alegria à sua vida, sabia?

Saga observou. Confessou a si mesmo que achou o gosto da decoradora da sua mãe duvidoso, mas não quis magoá-la, e aceitou as mudanças.

—Não vi um bichinho em seu apartamento.

—Eu estou hospedando um gato. –ele riu, lembrando do animal no bar. –Mas eu tinha um cachorro, mas ele não está mais aqui.

—Lamento. –ele dá uma olhada ao redor do apartamento. -E o que mudaria aqui e agora? Claro, tirando a ideia de um animal.

—Algumas almofadas coloridas ajudariam. -indicou o sofá.

—Vou anotar isso. -sorriu, pegando em sua mão e levando-a ao mesmo sofá que ela indicara, fazendo-a sentar. -Estou fazendo por merecer?

—O que?

—O beijo no primeiro encontro. -aproximando-se mais.

—Este encontro não acabou, Saga. -falou quase num sussurro, com a proximidade.

—Repita isso.

—O que?

—Meu nome...

—Saga...

Saga entreabriu os lábios, chegando perto de seu pescoço, dando leves beijos na pele acetinada, fazendo-a gemer em resposta.

—Diga...

—Saga...

Ele sorriu e tomou-lhe a boca com delicadeza, que depois se tornou intenso a medida que as bocas e línguas se exploravam mutuamente. Saga deslizou a mão até a cintura de Celeste, puxando-a para mais perto de seu corpo, fazendo-a deitar-se no sofá e ser comprimida pelo peso do corpo dele.

Então, o celular de Celeste começa a tocar e a jovem tateia o sofá em busca da pequena bolsa de mão onde o colocara.

—Não atenda. –ele pediu, beijando seu pescoço.

—Eu... –ela olha o número e vê um nome conhecido, mas ignora o número.

—Bom... –o grego sorri com malícia.

Logo em seguida, uma mensagem de texto chega ao celular da jovem, que mesmo sendo beijada no pescoço pelo grego, passa os olhos sobre o que está escrito e arregala aos olhos com a mensagem recebida.

—Essa não.

—O que? –beijando agora sua orelha.

—Tenho que ir! –diz num rompante, se afastando de Saga que praticamente cai com o rosto em uma almofada branca.

Incrédulo, ele a vê ajeitar o vestido e os cabelos, pegando a bolsa e o casaco que estava sobre um criado e saiu a passos apressados do apartamento.

—Desculpe, Saga. Tenho que ir ao bar.

—Como assim? –sem entender, levantando-se para acompanhá-la.

—Algo com meu pai. Um rapaz que trabalha para mim mandou uma mensagem falando que ele não está bem. -Parou em frente ao elevador, e assim que o chamou, uma mão forte a segurou pelo braço.

—Espera! Eu a levarei.  Não deixarei que vá de táxi a essa hora! –entrou no elevador com ela.

—Desculpe. É meu pai e nem sei onde está meu irmão e...

Ele segurou com delicadeza seu queixo, fazendo-a encará-lo, e a beijou com paixão. Um beijo cheio de luxúria que só cessou por causa da pura necessidade de respirarem.

—Tudo bem. É sua família. –ele lhe diz, tocando com o polegar o lábio inferior dela. –Vamos?

 

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Nesse momento, alguém desligava um celular e sorri oculto nas sombras, observando do outro lado da rua o Bar La Luna, agora fechado, colocando as mãos nos bolsos do casaco.

—Camus, Camus... como vai se sentir perdendo alguém tão amado como sua querida irmã? Sua dor será igual ou maior que a minha? –ele ri, caminhando calmamente na direção do beco que levava aos fundos do bar, esperando a próxima estrela de sua obra chegar.

 

Continua...



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