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História Ponte para Terabítia - o retorno de Leslie - Capítulo 1


Escrita por: ElisabethSwan

Capítulo 2 - Capítulo 1


POV Leslie
Eu não queria dar importância para o que meu pai resmungava logo depois de ter murmurado o nome do Jess, mas eu tinha que dar, por mais que isso me machucava eu tinha que aceitar de uma vez por todas que me aproximar do Jess seria arriscado demais, e tanto a minha vida quanto a dele estaria correndo perigo.
Assim que meu pai desligou o carro pela segunda vez, e quando já estávamos discutindo, deixou claro que manter distância do Jess era a melhor coisa que eu tinha que fazer, se o Mestre das Sombras soubesse que o rei e a rainha de Terabítia se unissem novamente para então governarem seu reino, ele faria de tudo para conquistá-la. Inclusive me matar. Ele não iria falhar dessa vez, e se não fosse eu, seria o Jess a morrer no meu lugar.
Já é muito difícil ficar dois anos distante dele e imaginá-lo morto me machucava imensamente.
Mas se tem algo que eu não compreendia era que se Terabítia já não havia rei e rainha que o governasse, afinal o Mestre das Sombras poderia muito bem tê-la para si. Tanto que se tornaria rei de Terabítia. Porque então minha união com o Jess seria um obstáculo? E se meu pai tem consciência do perigo, porque estamos voltando? A cada segundo naquele carro, o medo e a saudade de ver o Jess aumentavam de forma indescritível.
Mal posso imaginar que depois de tanto tempo, eu o veria outra vez.
Apesar de estar muito ansiosa, não posso negar que também estou nervosa. São tantas emoções misturadas que nem eu mesma sei dizer o que realmente sinto, por um lado estou muito feliz por saber que irei revê-lo, por outro estou assustada e confusa; assustada por saber que corro perigo e confusa por não saber o verdadeiro motivo dessa mudança repentina.
Tudo o que eu mais quero é abraçar o Jess e dizer o quanto sinto sua falta, mas eu não posso. Porque meu pai não abria o jogo de uma vez? Porque não me explica o verdadeiro motivo do retorno á nossa antiga casa? E porque eu e Jess corríamos perigo? Pensar em tudo isso só aumentava mais e mais a saudade que carregava dentro de mim, era ainda inacreditável saber que daqui há minutos eu o veria!
Como se pudesse ler meus pensamentos, meu pai desvencilhou um pouco seu olhar da estrada para me encarar.
- Com calma eu irei te explicar tudo, querida – disse exibindo um sorriso torto.
Esperei um tempo até me recuperar dos meus devaneios.
- Minha mente está uma bagunça – murmurei. Olhei para o vidro e abri um sorriso ao reconhecer as árvores que ficavam a poucos metros de distância da minha antiga casa, mas assim que lembrei o que viria a seguir, fiz com que o sorriso desaparecesse do meu rosto.
- Na hora certa tudo será esclarecido, eu prometo – disse seriamente.
- Na hora certa? Pai, estamos praticamente voltando para um lugar em que pessoas acham que eu estou morta e você quer esclarecer “na hora certa”? – retruquei.
- Pode ser que eles ainda nem morem mais lá – falou calmamente, mas o nervosismo em sua voz era bem notável.
- Pois isso eu duvido muito – suspirei pesadamente, eu sabia que Jess não se mudaria de lá.
- Olha, sei que está confusa...
- Pai porque estamos voltamos? – fui logo ao ponto – Porque tudo isso agora?
Ele apertou firmemente as mãos no volante, seguindo de um longo suspiro. Levou alguns minutos até que ele respondesse.
- Na hora certa – repetiu com a voz falha.
- Você é impossível – gritei.
- Olha o tom mocinha – disse bruscamente – Sei que tenho todos os motivos do mundo agora para estar irritada comigo, mas isso não é motivo para falta de educação.
- Você me deve uma explicação – falei no mesmo tom, ignorando-o completamente.
- Eu sei – disse quase num sussurro tentando conter sua raiva – Só... Por favor tenha paciência, Leslie.
- É difícil.
- Você consegue...
- Não, eu não consigo pai – retruquei com a voz trêmula.
- Consegue sim – falou sincero.
Olhei novamente para o vidro, já ultrapassamos as árvores, á frente só havia a estrada de terra e nos dois lados tinham um gramado plano.
- Eu estou muito confusa – me afundei no banco – Tantas coisas acontecendo tão rapidamente.
Nesse momento  senti as lágrimas se formando, mas me esforcei para contê-las.
- Vai ser muito difícil ver o Jess, sem nem ao menos me aproximar dele e... – não aguentei e deixei as lágrimas tomarem conta de mim.
Meu pai esticou o braço até ele alcançar o topo da minha cabeça e acariciá-lo.
- Você vai precisar ser forte querida, e eu sei que você é  – falou enquanto acariciava minha cabeça com uma das mãos e dirigia com a outra.
- Eu só queria compreender – murmurei enxugando as lágrimas.
- Eu sei – suspirou.
Ele esticou seu braço para de volta do volante em completo silêncio. 
Me debrucei no vidro, voltando toda a minha atenção para a paisagem de fora, ainda havia o gramado plano, e quando me ajeitei para sentar de uma maneira mais confortável, quase saltei do carro quando avistei de longe a casa do Jess.
- Pai... – falei quase sem ar.
- Eu sei – respondeu severo.
Ele freiou o carro mais uma vez virando seu corpo de modo que ficasse de frente para mim, mas nem sequer dei o mínimo de encará-lo, eu só tinha olhos para a pequena casa que havia ali.
Muitos pensamentos rodeavam em minha cabeça, a saudade que eu tinha do Jess era grande demais para ser descrita em palavras, nada importava mais para mim, eu só queria sair do carro e correr nos braços do Jess. Mas eu não podia. Só de imaginar nele bem na minha frente e eu não poder fazer absolutamente nada, perfurava meu coração. Eu saí de casa esperando realizar uma grande viagem e de repente cá estou eu, á pequenas milhas de distância dele.
Eu não conseguia acreditar que há poucos metros dali estava o Jess, o Jess!
- Leslie! – meu pai exclamou.
- Ah... Oi? – respondi tentando me recuperar dos meus devaneios. Não consegui disfarçar o entusiasmo em minha voz, e infelizmente, o meu pai também.
- Leslie, preste muita atenção – falava seriamente – Você não pode cumprimentar o Jess assim que chegarmos lá, pois ele está bem ali.
Ele apontou para a casa e rapidamente segui a sua direção. O meu coração acelerou loucamente assim que vi o perfil de um garoto em frente á pequena casa, o reconheci no mesmo instante, e era mesmo o Jess. Provavelmente teria saído agora á pouco de lá.
- E tem mais uma coisa... Eu irei dizer á ele que você recentemente perdeu a memória, então você irá agir a partir de agora como se não lembrasse mais dele.
Aquelas palavras me atingiram como um soco.
- Como é que é? – perguntei transtornada, segurando mais uma vez as lágrimas que lutavam para sair.
Ele hesitou, tentando encontrar as palavras certas para dizer.
- Leslie, você a partir de agora não viu, não conhece e não sabe quem é Jess Aarons.

 

 


Notas Finais


Continua...


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