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História Popsicles - Together


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Oi, gente. Um perdão bem grande pela demora absurda, mas a verdade é que eu meio que travei porque queria um entregar um capítulo bem maior. Mas vi, finalmente, que não ia rolar.
Mesmo assim acho que consegui passar aqui tudo o que eu queria. Espero que vocês gostem <3

Capítulo 10 - Together


Então tudo tinha se resolvido.

O que prometia ser uma vida bagunçada mais cheia de baixos do que altos, tinha provado a Daryl que o lado bom também podia existir. Ele havia chegado até ali aos trancos e barrancos, mas, o que importava, era que havia chegado. Mesmo que já tivesse pensado aquilo mil vezes, ele ainda se sentia agradecido por ter Cassie em sua vida. Antes, tudo era um dia difícil atrás do outro que ele não sabia como conseguia leva-los; agora, era como se toda a força que lhe faltava viesse da ideia da filha. Ele precisava protege-la, estar lá por ela e dar o seu melhor para que ela tivesse a vida mais tranquila possível e que, acima de tudo, se sentisse amada. E todas as férias que ela ia para longe visitar a tia do outro lado do mundo, eram nada menos que uma contagem regressiva para a ter perto outra vez.

Carol era outra pessoa que havia chegado de repente em sua vida. De uma maneira tão abrupta que ele tinha custado algum tempo até perceber que ela realmente deveria fazer parte dela. Daryl não sabia o dia de amanhã, mas se Beth havia sido seu primeiro grande amor, ele esperava que a Peletier fosse o último. Não sabia por quantos dias, meses ou anos iria dura a história dos dois, mas ele tentava se esforçar para que fosse o máximo possível. Tentava evitar os erros que tinha cometido outrora e as vezes isso lhe significava algumas discussões perdidas, mas a verdade era que preferia não ser um teimoso. A boa parte era no fim do dia pegar no sono com Carol em seus braços ou após um dia exaustivo no trabalho receber uma bela massagem nas costas enquanto relaxava na banheira. De bônus, puxava a mais velha para a água quando ela menos esperava e os dois encharcados trocavam alguns beijos carinhosos.

Os dois nem sempre eram perfeitos, na maioria das vezes eram mais uma bagunça do que outra coisa, mas era a bagunça deles dois. Onde sempre se entendiam e isso bastava.

Sophia era a terceira, e não menos importante, parte daquele conjunto. Desde o primeiro momento os dois haviam se dado bem e em poucos minutos já jogavam um jogo de tabuleiro enquanto ele esperava o horário marcado com a mãe dela. De início, ela podia parecer um gatinho assustado, mas a verdade era que ao conhece-la mais a fundo, logo a garota sorridente e brincalhona aparecia. Não era à toa que Cassie era louca por ela e quase que de imediato se aceitaram como irmãs uma da outra. As duas gostavam de trocar caretas e piadas na hora do café da manhã, mas quando se encontravam mais tarde depois da escola eram sempre carinhosas uma com a outra. Não demorou muito tempo para que Daryl se percebesse amando a garota mais velha como se fosse sua filha e sentia-se grato toda vez que ela era gentil com ele de volta.

Houve, um dia, que enquanto conversavam ela pegou o embalo de Cassie e o chamou de “papai” também. Primeiro ela o olhou assustada quase com medo que tivesse feito algo errado, porém Daryl logo garantiu que estava tudo bem e que ele seria aquela figura na vida dela por quanto tempo a vida permitisse. Claro que de um jeito muito menos formal para que ela pudesse entender.

A decisão de morarem juntos não demorou muito. Apenas veio de uma forma natural como se estivessem destinados a isso. Daryl tinha passado a vida inteira achando que era bobagem acreditar em algo como o destino e final feliz e que se a vida está ocupada com algo é em te ferrar da melhor maneira possível. Mas aquilo aconteceu como se tivesse que acontecer.

E, quando ele ficava até mais tarde no trabalho, a melhor coisa era chegar em casa e encontrar suas três garotas juntas no sofá assistindo qualquer bobagem com Sr. Batman, que era agora um gato de verdade, deitado entre elas. Também era ótimo ir buscar as duas filhas em suas escolas, porque era a vez de Carol ter que trabalhar até tarde, gastar seu tempo com elas enquanto preparava o jantar – o que podia ir de macarrão com queijo até pizza da pizzaria mais próxima – e depois ver a Peletier passando pela porta e indo direto até eles para dar um beijo no alto da cabeça de cada um. Até do Sr. Batman.

Eles então colocavam as meninas em suas camas – Sr. Batman as seguia e sempre revezava em qual beirada dormiria pela noite – e ao trocarem de roupa eles dormiam pertinho um do outro. Algumas noites eles faziam amor; as vezes era de um jeito mais apressado que mal tiravam a roupa um do outro, as vezes era tudo feito com mais calma e eles apreciavam cada momento. Cada peça de roupa que ia ao chão e mostrava um novo pedaço de pele, cada gemido sussurrado próximo ao ouvido, cada beijo, cada lambida, o cheiro que saia dos dois e enchia o quarto...

Daryl sempre fazia questão de dizer o quanto a admirava e cada vez que ela demonstrava ser a mulher forte que era, como ele tinha vontade de fazer amor com ela até ficar exausto. Era sempre mais legal na sua cabeça do que quando ele dizia em voz alta, é verdade, mas Carol sempre ria e achava graça.

Para ela, se algum dia tivessem a dito que teria um homem como o Dixon em sua vida, apenas ia rir em voz alta e duvidaria da sanidade da pessoa. Os dois eram figuras tão diferentes uma da outra que se não fosse aquela estória repentina, nem ergueriam o olhar um para o outro na rua. Mas se tudo tinha acontecido de maneira tão diferente do que esperava, o que restava a ela era agradecer a quem quer que fosse a figura que tivesse cuidando dos dois. Apesar das diferenças, eles tinham combinado tão bem.

 

***

 

Daryl deu um suspiro.

Então, pôs o buquê de flores em cima da lápide. Quase três anos já haviam se passado desde o dia do acidente que levara Beth embora para sempre e que ele havia descoberto Cassie. A menina estava ao seu lado com um vestido azul-marinho que tinha escolhido sozinha e encarava a lápide como se ansiosa para dizer um monte de coisas.

Houve um dia que o Dixon entendeu que deveria ter uma conversa franca sobre o que havia acontecido à mãe dela. Foi algo difícil de lidar, porque se lhe doía a ideia de não ter mais Beth, ele não queria nem imaginar a dor que a filha sentiria. Sua menina era aquele ponto brilhante que o fazia querer ser uma pessoa melhor sempre que acordava, então a ver tão triste e chorosa por dias a fio, foi algo difícil.

Algumas noites ela acordava assustada e pedia para dormir em sua cama, mas ele sempre fazia questão de acompanha-la de volta para a própria cama e ficava a fazendo companhia até que pegasse no sono outra vez. Claro que sempre com uma boa dose de cafunés presente. 

Mas depois do choque inicial, sempre havia dias que Cassie pedia para visitar a mãe e levar flores bonitas para seu túmulo. E, agora, na data do seu aniversário de oito anos, era um desses dias.

– Você não vai querer falar nada, sunshine? – Daryl perguntou consternado. – Se você quiser conversar sozinha, eu me afasto um pouco.

– Não, papai. Tudo bem, você pode ficar aqui.

– Tem certeza?

– Sim – Cassie sorriu para ele e então se virou na direção da lápide outra vez. Deu um pequeno suspiro e começou a falar – Hoje é meu aniversário de novo mamãe. Queria que você estivesse aqui, mas como não pode... Papai e a Carol cuidam bem de mim. Pode ficar tranquila. Ela sempre é muito legal comigo e me faz cookies e chocolate quente quando peço já que o papai não sabe fazer. – Ela riu, fez uma pausa e buscou o olhar de Daryl que já estava ali a dando apoio – O que eu digo mais?

– Conte o que vai acontecer hoje.

– Ah, acho que vou ganhar um bolo de sorvete! Tia Michonne, tio Rick, Carl e Judith vão lá para casa para a gente se divertir. Não conte para ninguém, mas eu acho que o Carl gosta da Sophia. Ele sempre a chama para jogar videogame quando nós vamos para a casa do tio Rick, mas o papai disse que não devo falar isso para ninguém. Que quando for a hora eles vão perceber isso sozinhos que nem quando ele descobriu que gostava da Carol. – O Dixon acabou deixando escapar uma risada que chamou a atenção da pequena e a fez parar por um instante. – É, é isso. Espero que você esteja bem no céu mamãe e goste das flores amarelas que escolhi. – Ela virou para Daryl e perguntou – Vamos, papai?

– Vamos sim – ele respondeu de prontidão, só que no lugar de seguirem o caminho para irem embora, ele se aproximou da pedra da lápide e a alisou em um gesto que ele sabia não fazer muito sentido, mas achava que necessário. Então, sussurrou baixinho mal ouvindo a si próprio – Você já deve estar cansada de ouvir isso, mas ainda assim... obrigado mais uma vez.

 

 

Assim que saiu da caminhonete Daryl pode ouvir o barulho da família de Rick em sua casa. Não era difícil imaginar que Carl já teria instalado o videogame na sala para jogar acompanhado de Sophia e que as risadas que conseguia escutar eram Carol, Michonne e o melhor amigo contando algumas histórias engraçadas um para o outro.

Tanto ele quanto Cassie deram a volta na casa e encontraram os três anteriormente citados no jardim sentados em volta da mesa que eles usavam para os almoços de domingo. Judith brincava com uma bola colorida enquanto corria pelo quintal e era discretamente vigiada pelos três adultos.

– Oh, eles chegaram! – Michonne foi a primeira a percebe-los e abriu um sorriso. Ela se levantou da cadeira e aproximou-se da pequena querendo lhe dar um abraço. – Parabéns, Cassie! Que venham muitos mais anos para você.

– Obrigada, tia Mi-! – Ela respondeu com um sorriso envergonhado e em seguida foi abraçar Rick que a chamava com os braços ainda sentado na cadeira.

Daryl, antes que pudesse perceber já estava sendo arrastado em direção a cozinha por Carol. A mulher o olhou com um sorriso gentil e então perguntou:

– Como foi lá?

– Normal. Cassie quis comprar as flores amarelas dessa vez e avisou que teria bolo de sorvete hoje.

– Ela ficou triste?

– Acho que apesar de toda a doçura da mãe dela, Cassie também puxou meu instinto de sobrevivência. Ela sabe que a mãe é algo importante na vida, mas também que não pode parar a vida por isso. E também sabe que onde quer que Beth esteja está cuidando dela.

– É verdade. – Carol respondeu com um sorriso enquanto ia até a geladeira e começava os preparativos para o tal aclamado bolo de sorvete. Naquela tarde eles e a família do melhor amigo cantaram parabéns para Cassie, se empanturraram de sorvete e ficaram fazendo pequenas brincadeiras, jogando conversa fora e se divertindo até que o céu ficasse escuro. Depois de muita insistência as duas meninas entenderam que não podiam ir dormir sem tomar banho mesmo que já estivessem morrendo de sono.

Quando Carol tomou seu próprio banho e foi até o quarto, ainda foi em tempo de ver o Dixon usando apenas a calça cinzenta do moletom. Prestou atenção nele por um instante e sem dar muitos avisos que estava ali, o abraçou por trás.

– Qual o motivo disso? – Ele perguntou curioso.

– Eu preciso de um real motivo?

– Não, eu só- – ele ia dizer mais alguma coisa, mas não conseguiu terminar a frase porque foi interrompido por um beijo.

– Eu não posso querer só beijar o meu namorado?

– É... – Daryl fez uma careta. – Sabe, Carol... Acho que a gente precisa conversar sobre isso.

– Como assim?

– Você não acha que a gente já tá velho demais para sermos só “namorados”?

 – Hã? Não entendi...

– Você entendeu, Carol. Você é mais inteligente do que eu.

– Não, não entendi.

– Entendeu sim.

– Você quer dizer... casamento?

– Sim. Por que não?

– “Por que não”? – Ela riu. – É assim que você vai me pedir em casamento?

– Ok, desculpe. Meu erro. Eu não tenho nada bonitinho aqui, mas-

– Eu quero um pedido bonitinho...

– Ok, você vai ter. Eu vou preparar um. Eu juro. – Ele sorriu de volta enquanto a abraçava e experimentava calado a sensação de tê-la nos braços. – O que você me diz? Você quer juntar os trapos comigo e me fazer mais feliz ainda do que já fez todo esse tempo?

– Daryl Dixon – ela disse o nome dele e o encarou calada por um tempo, queria aprecia-lo, cada ruguinha, cada marca, cada característica, então continuou –, claro que eu quero.

E ainda não foi daquele jeito que eles terminaram a noite, porque Carol fez questão de arrancar a calça de moletom dele fora e Daryl fez questão de sujá-la mais uma vez. Antes de dormirem abraçados, eles fizeram amor e gemeram um na boca do outro. Sussurraram o quanto aquilo era bom e queriam fazer centenas vezes mais. Se amaram e assim Daryl descobriu que podia ser feliz.

Ele era um pai e, pelo visto, um futuro marido.

E isso bastava.


Notas Finais


E assim termina nossa história. Queria agradeceu MUITO MUITO a todo mundo que acompanhou, deu favorito, comentou. Obrigada pela força de vocês! Ela foi realmente muito importante e me perdoem mais uma vez pelas demoras para entregar capítulos novos. Espero que mesmo assim vocês tenham gostado :)
Um monte de beijos! <3 o/~


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