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História Popsicles - I'd rewind to the last day - Part 1


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Oi, pessoal. Primeiramente, quero agradecer de coração todos os comentários e favoritos! Fiquei muito feliz com cada um deles e que gostaram da minha ideia :)

Capítulo 2 - I'd rewind to the last day - Part 1


Como foi seu o dia hoje?

Daryl respirou fundo. Aquela era sempre a primeira coisa que Beth perguntava quando ele colocava os pés em casa após um longo dia de trabalho. E mesmo agora, cinco anos depois de tudo, ainda havia dias que esperava a voz o chamando. Nos melhores dias ela estaria na cozinha preparando algo para comerem juntos e ele se sentiria tão agradecido porque, danm, qualquer coisa que Beth fizesse era bom demais. Até mesmo os dias que ela voltava cansada demais do trabalho na clínica veterinária e se jogava no sofá com um pote de sorvete e ele pedia comida chinesa barata eram bons porque ela estava ao lado dele. O ouvindo com aquele sorriso gentil e os olhos curiosos atenta a tudo o que ele dizia. Mesmo que não entendesse absolutamente nada sobre carros, motos e mecânica ela o fazia falar.

O serviço na oficina que dividia com o irmão era sempre cansativo e após se sujar inteiro de graxa ou queimar as pontas dos dedos eventualmente, não havia nada melhor do que tomar banho, jantar com Beth e quem sabe fazer amor com ela. Era a rotina deles, mas era o que ele mais gostava nos dias que estavam juntos. Esperava o dia inteiro ansiosa para retornar para casa.

Daryl nunca tinha entendido direito como haviam acabado juntos, mas após levar o velho vira-lata que sempre estava pelo terreno de casa catando os restos de comida para o veterinário por estar com uma pata quebrada, tudo ocorreu naturalmente e em menos de quatro meses já estavam morando juntos. Alguns poderiam achar tudo apressado demais, mas após as primeiras experiências perto da loira, ele sabia que a única coisa que queria era que ela não precisasse voltar para o apartamento que dividia com uma colega e sim ficasse todo o tempo com ele.

Soltou um riso surdo. Ainda podia se lembrar da cara de Rick quando a conheceu. Pelo seu olhar, o policial acreditava que o único tipo de mulher que acabaria tendo algo sério com o Dixon era o tipo que ficava até mais tarde em bares pedindo cervejas de homens solitários demais. Então, quando ele a viu com o seu jeito doce e as camisetas bem passadas preocupada com o horário de trabalho riu e perguntou curioso:

– Me diga, o que você viu no meu amigo?

Daryl observava a cena enquanto tomava café em uma caneca meio trincada encostado no armário da cozinha e mesmo uma parte sua estando receoso do que a loira diria a seguir, preferiu não dar um pio. Mas Beth apenas deu de ombros e respondeu com aquele sorriso gentil que era típico dela como se fosse a resposta mais óbvia do mundo:

– Ele é... uma boa pessoa.

Rick ergueu as sobrancelhas como se surpreso com a resposta e viu ela pegar a caneca da mão do amigo, tomar um gole do café e sair com passos apressados enquanto se despedia e pedia desculpas por não ter mais tempo para conversar.

– “Boa pessoa”? – O policial inquiriu com uma das sobrancelhas levantada.

– Bem, ela me conheceu levando um cachorro que nem era meu para o veterinário. Acho que isso significa alguma coisa, Rick.

O Grimes riu debochado, pegou uma das canecas da mesa, serviu café para si próprio e após um longo gole disse com a voz em choque:

– Isso aqui tá muito bom.

– Foi ela que fez.

– Falando sério, você tem que casar com ela. O seu café é o pior possível, esse aqui é o melhor que já tomei.

– Se você acha isso apenas com o café, imagina se provar o bolo de carne.

Os dois sorriram um para o outro, Rick se despediu com um aceno e enquanto Daryl colocava as canecas sujas na pia pensou como tinha tido sorte. Bem, nem tanto já que o vira-lata tinha desaparecido assim que ficou com a pata curada, mas Beth era algo que transformava sua vida.

Desde pirralho, com a família problemática que ele tinha vindo, o Dixon tinha aquela sensação estranha de não fazer a diferença na vida das pessoas. O pai e a mãe o tiveram, mas não fazia diferença nenhuma quando a grande maior parte do tempo eles estavam mais preocupados em encher a cara e o esqueciam por dias a fio, como se ele nunca nem tivesse estado ali. Merle sempre o tratara melhor, de vez em quando dizia um discurso manjado de irmão mais velho, mas quando ele decidiu ir para longe, tudo ficou pior. Ainda mais depois que se perdeu na floresta e ninguém notou.

Mas Beth mudava aquilo. Fazia com que ele se sentisse a pessoa mais importante enquanto insistia para que falasse do trabalho, do futebol ou de qualquer assunto que surgisse no momento. Até mesmo quando ela insistia para que eles fizessem maratona de algum seriado e ela se dedicava a explicar a história e todos seus pormenores, ele a adorava. Os olhos dela brilhavam enquanto explicava quem era inimigo de quem, quem estava apaixonado por quem e mesmo que Daryl sempre terminasse deitado em seu colo enquanto ela fazia cafuné até que ele pegasse no sono, o sentimento de se sentir especial continuava lá. E se perguntava se estar apaixonado era sentir aquilo. Se sentir melhor, querer ser o melhor porque a pessoa certa estava ao lado. A verdade é que ele não teve certeza até a discussão que ela pegou todas as roupas e foi embora.

Foi o seu pior dia em muitos anos.

Por todo aquele tempo uma parte de si sentia-se culpado por não ter ido atrás dela, mas agora sabendo que tinha tido uma filha era pior ainda. Quem o visse, no meio daquele caos, daquela história de vida complicada, provavelmente iria pensar que ele não seria o tipo mais aconselhável com quem se ter uma criança. Algum tipo que sacudiria os ombros e não se importaria. Doía pensar que era isso que Beth tinha visto depois de tudo.

Queria poder voltar no tempo e dizer a ela como gostava da ideia. Que ele poderia não ter tido os melhores exemplos em casa, mas tinha certeza que não poderia ser tão difícil. Basicamente, era apenas fazer tudo ao contrário do que os pais tinham feito. Queria poder fazer uma careta por causa da ansiedade da primeira consulta de pré-natal e que fosse ela que anunciasse em voz alta como ele estava nervoso. Queria poder ter segurado Cassy nos braços quando nasceu e ter sugerido outro nome mesmo sabendo que Beth não daria a mínima. Por fim, queria poder tê-la beijado uma última vez antes de que fosse embora. Para sempre.

Então, depois de tudo aquilo, com o sol entrando devagar no seu quarto, percebeu que não havia dormido quase nada e soltou um palavrão. Teria uma porrada de coisas para fazer pela frente até que conseguisse, minimamente, consertar toda a situação.

Antes de tudo, foi até a cozinha preparar o café. Agora ele não era tão horrível como antes porque tinha aprendido um ou dois macetes com Beth, mas nunca havia chegado nem perto de ser tão bom quanto o dela. Era engraçado como de uma forma ou de outra ela sempre estaria na sua vida. Ele gostava de se enganar, fingir que tinha esquecido de tudo, mas a verdade era que nunca a tinha tirado da cabeça por completo.

 

 

Apesar de ter demorado muito mais do que havia imaginado, a limpeza na casa tinha feito com que ele se sentisse revigorado. Mesmo que de uma maneira estranha. Todas as embalagens velhas de salgadinho juntamente com as latas vazias de cerveja e bitucas de alguns cigarros ocasionais enchiam um saco preto que já estava na lata de lixo. As roupas de cama e qualquer coisa que se assemelhasse a isso estavam rodando na velha máquina de lavar roupa. E até mesmo a pia estava brilhando sem louça suja acumulada. Não tinha certeza do que significava tudo aquilo, mas uma parte sua dizia que Beth aprovaria.

Merle ligava outra vez – fazendo Black Sabbath ressoar na sala – mas mesmo já tendo avisado mais cedo que não iria para o trabalho hoje – não sem alguns esporros do irmão –, o Dixon mais velho não desistia da tentativa de convencê-lo a ir. Daryl soltou um resmungo e acabou atendendo o celular.

– Droga, Merle. É só um maldito sábado.

– Droga você, irmãozinho. Justamente por ser sábado que é importante estar aqui. A gente tem pelo menos dois carros e uma moto para entregar segunda-feira.

– Já falei que não vou hoje.

– Vai se foder, Daryl. O que seria mais importante que isso? Se for alguma namorada, mande ela esperar até o fim do horário de trabalho como qualquer pessoa normal.

– Não te interessa o que é.

– Então eu vou ter trabalho dobrado por nada?

– Depois eu compenso você. Para de reclamar.

Argh! – O Dixon mais novo pode ouvir o grunhido do irmão em alto e bom tom como se ele estivesse do seu lado. Não demorou muito para que Merle completasse – Vou desligar, tenho mais o que fazer.

Daryl jogou o celular em algum canto próximo e em seguida levantou os braços para conferir como estava cheirando. Instantaneamente, percebeu que precisava de um longo banho e, por isso, ficou a próxima meia hora embaixo do chuveiro.

 

 

Na maioria das ocasiões o Dixon escolhia sem pestanejar o surrado colete de couro do clube de motoqueiros para usar, mas naquele dia sabia que precisava de algo mais apresentável e por isso tirou do fundo do armário a jaqueta de couro que tinha ganhado como presente de aniversário de Beth.

Daryl ainda podia lembrar do sorriso bonito que ela tinha quando entregou o pacote plenamente satisfeita. E após fazer um discurso de como via que ele gostava do colete de couro e como queria dar uma peça mais nova e de melhor qualidade. Daryl a agradeceu com uma porção de beijos, mas acabou usando a jaqueta no máximo de cinco vezes ao longo de todos aqueles anos. Mesmo assim ainda continuou cuidando dela como se fosse sua peça de roupa preferida.

A partir daí, não demorou muito para que ele estivesse já fora de casa com a chave da caminhonete azul em mãos. Antes de dar partida no automóvel mandou uma mensagem para Rick avisando que já estava saindo de casa.

Respirou fundo. Alguns minutos a mais e ele estaria com a filha de Beth. Poderia conhece-la, conversar com ela – seja lá qual for o tipo de conversa que se tem com uma criança daquela idade – e, por fim, abraça-la. Era bobo, mas ele sentia que precisava fazer aquilo. Daryl se lembrava como Beth se encaixava de uma maneira adequada e como adorava senti-la apoiar a cabeça em seu peito. Queria saber se com Cassy seria o mesmo. A menina era um pequeno ser humano que havia aparecido a menos de 24hs em sua vida e já possuía tamanho significado que nem conseguia compreender. Ela é sua filha, Daryl. O resmungo em sua cabeça o fez morder o lábio inferior. Aquela que você sempre quis ter e achava que não era possível.

 

 

A casa de Rick era, pelo menos, o dobro da sua. Pintada de branco, com uma cerca bem cuidada, parecia o local perfeito para se encontrar uma família feliz de comercial de margarina. Tocou a campainha desajeitado enquanto segurava as bebidas que tinha comprado, mas não demorou muito para que Carl atendesse a porta. O garoto adorava passar as tardes livres na sala de estar enquanto jogava no PS4.

– E aí, Daryl? – Carl o cumprimentou enquanto estendia um braço para ajudá-lo com as bebidas.

– E aí, garoto? Como tá? – O Dixon deu um sorriso e seguiu o outro que ia na direção dos fundos da casa.

– Tranquilo e você?

– Sussa. Me diz aí, cadê seu pai?

– Nos fundos, já preparando os hambúrgueres.

– Devia imaginar.

Carl pôs as sacolas que tinha pego em cima da mesa e deu um aceno avisando que iria voltar para o jogo. Daryl repetiu o gesto e deu um meio sorriso gentil quando Michonne o cumprimentou. A mulher estava preparando uma salada no balcão, mas limpou as mãos e foi abraça-lo. Era com Rick que ela estava, mas Daryl ainda era um velho amigo da época do ensino médio. Impressionante que mesmo com meio milhão de habitante, Atlanta podia ser uma cidade pequena.

– Que bom que você veio.

– Por que eu não viria?

– Ela é uma linda garota, Daryl. – Michonne disse enquanto voltava para o que estava preparando. Para algumas pessoas a habilidade de Michonne de ser direta era um defeito, mas o Dixon sempre apreciara aquilo. Significava que ela nunca mentiria para ele. – Você vai gostar dela.

– Onde ela está?

– Judith acordou melhor hoje e Rick decidiu leva-las para brincar no quintal. Está cuidando delas enquanto prepara o almoço.

– Então, – ele levou uma mão para coçar o cabelo como se precisasse escolher o que pensar, mas acabou dizendo a primeira coisa que veio à cabeça – eu vou lá. Ver se ele precisa de ajuda.

– Claro – Michonne deu um sorriso gentil. – Logo eu faço companhia a vocês.

Assim que foi para os fundos da casa, Daryl viu o amigo ocupada na churrasqueira. Rick virava as carnes enquanto bebia casualmente um gole de cerveja e virava a cabeça para o lado e sorria para algo. Ele já estava no meio do caminho quando o policial o percebeu.

– Daryl! Não sabia que iria aparecer tão cedo. O Merle...

– Não parou de encher meu saco, mesmo eu avisando desde cedo que não iria trabalhar hoje.

– Você disse a ele sobre...

– Não ainda não. Eu só... digo, não sabia como dizer.

Rick fez um meneio entendendo a situação e tomou mais um gole de cerveja.

– Judith e Cassy estão brincando juntas. Eu preciso ir buscar outra cerveja, você olha as meninas enquanto isso?

– Claro.

Daryl se aproximou com cuidado e no momento que Judith o percebeu, ergueu os pequenos bracinhos como que pedindo colo. O Dixon se abaixou e deu um beijo da testa da menina.

– Como tá, little ass kicker?

A menina respondeu com algo que ele não foi capaz de entender e o estendeu um pedaço de brinquedo que Daryl acreditava, piamente, já ter sido um trator. Cassy o olhava curiosa, mas não dizia nada. Judith apontou para um amontoado de blocos e entendendo o que ela queria fazer, Daryl entrou na brincadeira e os derrubou. A pequena riu satisfeita puxando o riso da outra e quando menos percebeu, o Dixon tinha entrado na brincadeira. Ficaram alguns minutos distraídos em derrubar blocos e fazer um dinossauro laranja comer uma boneca loira e um gato de pelúcia, até que Cassy se aproximou e sentou no seu colo.

Daryl se sentiu um tolo por congelar, mas o fato foi que esperou que a primeira reação visse dela. A menina deu um sorriso gentil, tirou o cabelo loiro que estava na frente dos olhos – os mesmos olhos que eram deles – e perguntou:

– Você que é meu pai?

– Sim – Ele respondeu quase de imediato.

Cassy olhou atenta para ele durante alguns segundos sem dar um pio até que voltou a atenção para os brinquedos mais uma vez. Ao percebeu que ela não ia dizer mais nada, Daryl questionou:

– Como você sabe?

– O Tio Rick.

– Ele falou para você?

– Não, para a moça namorada dele. Eu ouvi isso quando eu tava comendo cereal com Carl.

– E o que você acha disso?

A garota deu de ombros como se não soubesse como responder. Judith jogou o pedaço de trator no dinossauro laranja e riu alto.

– Não quer perguntar nada? – Daryl insistiu.

– Você é legal que nem a mamãe? – Cassy perguntou interessada e complementou como se fosse a informação mais vital – Ela fazia chocolate quente.

– Olha, eu posso tentar – O Dixon sorriu amarelo. Se fosse possível o chocolate fazer qualquer comparativo com o chocolate, não seria a mais fácil das missões. – Não prometo nada, mas...

– Então, tudo bem. – A menina sorriu como se bastasse. A prioridade era, com certeza, a brincadeira com Judith, aquele papo de pai e chocolate quente poderia ficar para depois.

O toque gelado chamou a atenção do Dixon e ao olhar para trás ele viu o amigo segurando uma lata de cerveja. Ele a pegou e agradeceu com um aceno.

– Vocês conversaram? – Rick inquiriu enquanto sentava na cadeira mais próxima da mesa do quintal. Ele apontou para a cadeira vizinha chamando o amigo.

– Rick, – Daryl disse e fez uma pausa para tomar o gole da bebida que tinha na mão – eu quero que Cassy fique comigo.

– Eu imaginei que iria querer, mas antes precisamos conversar sobre algumas coisas.

O Dixon fez uma careta, mas se preparou para ouvir. Sabendo que Maggie ia aparecer mais cedo ou mais tarde queria saber o que podia esperar.


Notas Finais


Quem quer me matar por causa da demora na atualização? Tudo bem, eu deixo!
Sério, um monte de perdão por causa desse tempo todo, me enrolei toda, passei por uma semana de bad no meio de tudo e quando fui fazer o capítulo ainda demorou bastante :/
Além de que o capítulo não ficou tão bom como eu queria, mas acho que nós vamos ter uma "parte dois" dele para completar a ideia que eu quero fazer, mas que não dava mais aqui. (Por causa de tempo e que não gosto também de fazer caps grandes)
Acho que o próximo entrego bem mais rápido, apesar de que talvez ele vá ser menorzinho. xP Mas, bem, espero que vocês tenham gostado na medida do possível e comentem, deem pitacos, ideias, sugestões, críticas (pode reclamar se tiver ruim para q eu possa melhorar né) e vamos conversar. Adoro saber a opinião de leitores sobre o que faço, vale mais do que barras de ouro <3
Enfim, até a próxima e um monte de beijo da Nash!


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