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História Popsicles - You held my hand and squeezed it hard


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Obrigada a todos os comentários e favoritos <3 <3 <3
Eu bem que queria ter entregado esse capitulo semana passada, mas foi 4 dias para arrumar meu note. Foi bem cansativo -_-"
Enfim, esperem que gostem do novo pedaço de fofurice :3

Capítulo 4 - You held my hand and squeezed it hard


Sabe aquela sensação estranha de quando você não consegue acreditar no que está acontecendo diante dos seus olhos? Daryl passava por isso enquanto colocava Cassie para dormir. Após o longo dia na casa de Rick, ele finalmente tinha levado a filha para casa e seguindo as instruções de Michonne, havia a ajudado a escovar os dentes, vestir o pijama e se embrulhar na cama.

Ele sentava na beirada da cama por um instante enquanto pensava como era engraçado que tudo poderia mudar drasticamente de um momento para outro. O Dixon seguia com a vida trabalhando durantes os dias na oficina e, durante a noite, bebendo cerveja com o amigo policial ou indo a bares para torcer pelo jogo que estivesse passando na televisão. Era uma rotina comum, a qual ele estava habituado, mas que sabia ter tudo mudado completamente.

Os lençóis de cama estavam limpos a primeira vez em muito tempo e Cassie se acomodava em meio a eles enquanto o encarava com olhos pesados de sono, mas com um sorriso no rosto. O pequeno gatinho preto comprado a algumas horas atrás já descansava no criado mudo e ele iria ficar com o sofá. Mesmo que houvesse um segundo quarto na casa, ele se encontrava tão lotado de velharias de família – nem sabia porque as guardava – que o velho sofá da sala tinha sido a resposta mais lógica.

Mas nem mesmo ir dormir no sofá que ele tinha certeza que iria fazer suas costas doerem de manhã o incomodava. Como poderia mostrar um pouco de mau humor que fosse quando tinha perdido o lugar da cama para a loirinha a sua frente?

O Dixon parou para observá-la quieto por um instante enquanto mordia o lábio inferior parando para pensar no senso de responsabilidade que o invadia cada vez que olhava para a menina. Era honesto consigo mesmo e sabia que a alguns anos atrás, quando ainda acreditava que seu destino era ser o mais duro possível e sem laço algum – afinal as pessoas serviam apenas para ignorá-lo – ele riria debochado de uma situação como aquela. Porém, Beth havia mudado tudo, não era?

Ele ainda se lembrava da primeira consulta do vira-lata e em como enquanto o veterinário se ocupava do cão machucado, ela havia se ocupado dele. E ele riu ao perceber que a garota loira e pequena podia ter respostas bem certeiras para os comentários rabugentos dele. Quando levou o vira-lata para tirar os pontos ela havia até sentado do seu lado enquanto tomavam café e quando se viu esperando ansioso que o cachorro tivesse alguma complicação ficou estranhamente aliviado quando ela o ligou do nada e chamou para ir em um show da banda de rock de uma colega.

Tudo durou praticamente um ano completo e tinham trocado tantas coisas juntos que uma parte dele nunca havia entendido como conseguiu seguir em frente quando ela decidiu sumir. Beth tinha sumido, mas acabou deixando a jaqueta de couro que havia dado a ele no aniversário, o macete de como fazer um café bom e aquele peso estranho no fundo da garganta quando você fica aliviado que alguém finalmente conseguiu ver através da sua casca dura. E agora era Cassie que o olhava daquele jeito.

A menina tinha os olhos azulados, durante todo o dia, o fitando como algum brinquedo novo e Daryl ficou grato que ela não tinha julgamentos ou nada do tipo para ele. Porque a única coisa que ele queria era compensar o tempo perdido, mesmo sabendo que Maggie apareceria logo.

– Então, hora de dormir? – Daryl perguntou.

– Não. – Cassie respondeu enquanto dava um bocejo.

– Por que “não”? – Dessa vez acabou sorrindo.

– Você ainda não contou nenhuma história. Mamãe sempre me conta alguma antes de dormir.

– Mas eu não tenho nenhum livro aqui... Como a gente faz?

Você não sabe de cabeça? – A menina repreendeu o mais velho e quando Daryl negou com a cabeça, ela completou como se fosse a coisa mais natural do mundo – Então conte só algo de quando você era criança. Mamãe sempre falava histórias de crescer perto de cavalos... E vacas!

Qualquer história sobre a infância dele era com certeza inadequada, disso Daryl tinha certeza, mas ao ver os olhinhos que mesmo com sono ainda o encaravam pedindo pela história, soube que não havia como escapar. Então, respirou fundo, tentou puxar algo do fundo da mente e soltou a primeira ideia que veio a sua cabeça.

– Era uma vez um mundo mágico que tinha um...  Ferreiro. É, um ferreiro. Ele era muito chato com todo mundo. Mas um dia ele conheceu uma princesa.

– Ele foi chato com a princesa também? – Cassie perguntou logo após um bocejo.

– Na primeira vez foi sim.

– Que bobo ele.

– É, eu sei.  

– Por que ele era chato?

– Você vai me deixar contar ou não? – A menina deu apenas um sorriso encabulado e o Dixon continuou – Então a princesa conversou mais vezes com ele e contou tantas coisas legais e divertidas tantas vezes que o ferreiro começou a gostar da companhia dela e decidiu ser mais legal. Eles passearam juntos algumas vezes; as vezes era em lugares que a princesa gostava mais, as vezes era em lugares que o ferreiro gostava mais. Eles acabaram saindo tantas vezes juntos que perceberam que queriam ficar sempre perto um do outro. Só que... – Daryl interrompeu a si mesmo quando viu que a loirinha tinha dormido de vez. Se afastou com cuidado, foi até a sala e se deitou no sofá que já o esperava com um travesseiro e um lençol.

Um dos braços estava erguido para ficar acima da cabeça e o outro descansava na sua barriga e enquanto esperava o sono chegar de vez encarando o teto, o silêncio da casa foi interrompido.

– Você não disse “boa noite”!

Era Cassie que, no fim das contas, não parecia ter caído no sono de fato. O Dixon riu silencioso e respondeu:

– Boa noite, Cassie!

– Boa noite. – A voz dela veio baixinha do quarto e não disse mais nada.

 

---

 

Daryl não fazia a mínima ideia de que horas eram, mas uma parte sua lamentava por ter acordado de repente. Foi então quando viu Cassie parada a sua frente com o cabelo desalinhado, a roupa de dormir amassada e o lençol apoiado no ombro. Ela levou a mãozinha seu ombro mais uma vez e o chacoalhou.

– Eu tô com fome.

– O que você quer comer? – O Dixon perguntou bocejando enquanto se espreguiçava.

– O que tem pra comer?

– Tem... – Então, o mecânico engoliu em seco mentalizando o estado da sua despensa e percebendo que não deveria haver muito mais que cerveja, carne seca e, com sorte, algum pão de forma velho. – Não tem nada.

Cassie revirou os olhos como se dissesse um ruidoso “Eu não acredito nisso, meu chapa. Eu realmente estou com fome”, mas a única coisa que ela perguntou enquanto ameaçava fazer bico foi:

– O que vamos comer então?

– Vamos no mercado e a gente compra o que você quiser.

– Tá bom! Eu quero bolo de chocolate. – A menina respondeu animada. – A mamãe também pode ir?

Daryl paralisou ao ouvir a pergunta. Aquilo estava realmente ficando difícil. Sinceramente, ele não sabia como a menina reagia tão bem a falta da mãe até agora, mas, a verdade é que ele não fazia a mínima ideia de como crianças deveriam responder a uma situação daquela. Talvez, a loirinha tivesse puxado um pouco da sua dureza e sabia se virar um pouco melhor do que o normal. Contudo, ela ainda era só uma criança de 4 anos e crianças de 4 anos sentem falta da mãe.

– Cassie – ele bateu duas vezes no espaço vago ao seu lado do sofá – senta aqui.

– O que foi?

– A sua mãe não vai poder ir com a gente.

– Por quê? – A garota inquiriu. Os olhos pedindo por uma explicação.

– Ela teve que fazer uma viagem e vai demorar bastante.

– Quanto tempo de viagem?

– Eu não sei. – Se sentiu horrível com a mentira, mas ele não podia responder “Para sempre”, podia? – Muito.

– E porque a mamãe não me levou?

– Ela não pôde.

– É porque ela não gosta mais de mim? – O bico que tinha aparecido a alguns momentos atrás estava muito maior agora. – Foi porque ela ficou com raiva que eu só quis ir dormir após ver o desenho que tava passando na tevê?

– Não, não mesmo. – Daryl parou para engolir a saliva da boca se sentindo péssimo por ter causado aquele sentimento na menina e continuou – Sua mãe ama você mais que todo mundo, mais que todas as coisas que existem. Tenho certeza que ela nunca quis ficar longe de você.

– Mas...

– Cassie... – Daryl puxou a menina para mais perto e deu um abraço gentil e esperou um momento que ela se aninhasse em seu colo. – Eu pedi para ela deixar você aqui comigo. Para que eu pudesse cuidar de você, enquanto ela não pode porque tá na viagem. Entende?

– Isso é por que você é o meu papai? – Quando recebeu um balançar de cabeça confirmando, a pequena continuou – Primeiro você estava longe em outro lugar e agora é a vez da mamãe?

– É.

Tudo aquilo era difícil de ouvir, de falar, mas era doídamente necessário. A última pergunta dela havia sido pior ainda... porque aquela falha, aquela distância que ele tinha tido, poderia ter sido consertada se não tivesse sido um maldito orgulhoso. Tudo poderia ter sido tão diferente e Beth talvez ainda estivesse ali.

– Vamos agora comprar aquele bolo de chocolate, que tal? Se você quiser a gente compra sorvete também.

– Não, eu quero picolé.

– Picolé?

– É, hoje eu estou sentindo que vou realmente precisar de picolé.

Daryl não pode evitar de rir alto com o comentário e vinte minutos depois eles estavam no mercadinho mais próximo enchendo o carrinho de besteiras. Afinal, quem podia resistir a um olhar pidão de Cassie?

 

---

 

A televisão fazia barulho enquanto exibia um desenho de pôneis coloridos que Daryl não fazia a mínima ideia do que significavam. O mais importante era que Cassie assistia atentamente enquanto ria e se revirava no sofá procurando uma posição confortável enquanto ele tentava fazer as panquecas que ela havia pedido. No fim, o bolo de chocolate tinha ficado para escanteio temporariamente.

Nesse momento, Merle entrou na casa do irmão com sua cara habitual de impaciência. Estava pronto para discutir com o irmão mais novo por causa do trabalho em dobro que havia pegado, mas simplesmente esqueceu de tudo quando percebeu a pequena garota loira sentada no sofá assistindo tevê. O cotovelo dela estava apoiado em um dos braços do estofamento e a mão segurava sua cabeça em uma posição que quem visse diria que ela estava tão concentrada que era um caso de vida ou mote.

– Quem é você? – O Dixon mais velho inquiriu com um cutucão.

A menina olhou para ele e gastou alguns segundos para observa-lo de cima a baixo, então disse:

– Cassie.

– Que Cassie?

– Só Cassie.

A pequena voltou a atenção para o desenho e Merle deu de ombros entendendo que por ali o assunto estava encerrado. Decidiu ir procurar o irmão e quando o encontrou ocupado com as panquecas fez uma careta. Por que tudo estava tão estranho aquela manhã?

– Daryl, – ele chamou o irmão enquanto se servia de café – você já viu que tem uma criança na sua sala?

– Sim.

– Então...?

– É minha filha.

No mesmo momento que a frase foi dita, Merle cuspiu todo o café que tinha na boca e fez uma sujeira pela mesa. Parou um momento para olhar o irmão em choque e disse como que tendo certeza que ele havia enlouquecido:

– Filha? – Repetiu. – Filha?

– O nome dela é Cassie.

– É, ela me disse, mas... De que puta saiu essa menina, Daryl? Como que você acredita nisso... Ou é cria de outro macho de algumazinha que você pegou e resolveu se apaixonar por aí?

– Cala a porra da boca, Merle.

– Então, vai me diga. Qual sua explicação para isso, irmãozinho?

Daryl tomou um instante para apertar a ponte do nariz enquanto respirava fundo e tentava não se estressar. A verdade era que os Dixons nunca haviam tido um lar tranquilo em nenhuma época de vida e haviam sido criados em meio a gritarias, mas não era, nem de longe, o que ele queria para Cassie.

– Ela é filha da Beth. E minha.

– Beth? – Merle engoliu mais um gole do café e riu debochado. – Quando foi que você desenterrou essa garota e eu não fiquei sabendo?

Merle...

– Ah porque tudo bem ela aparecer depois de 5 anos dizendo que tem uma filha e entregar para você cuidar. Ela é a normal, eu sou o louco por achar isso estranho.

Merle...

– Essa menina pode ser de qualquer um, você não acha? Você não pode ter certeza por onde ela andou depois que saiu daqui, irmãozinho.

O Dixon mais novo engoliu em seco. Aquela era a mesma coisa que havia dito para Rick quando ele apareceu do nada dois dias atrás. Não era fácil entender que do nada havia uma criança em sua vida. Uma que era sua responsabilidade. E se sentiu muito sujo por ter dito aquilo em voz alta como o irmão havia feito agora.

– E você do nada virou o pai perfeito? É isso? – Merle continuava com o tom debochado alto. – Vai fazer panquecas para uma criança que você nem ao menos conhece?

– Ela tá morta. – Daryl murmurou.

– Que?

– Você me ouviu, irmãozão.

– ‘pera, quem? – Merle ficou alguns segundos encarando o irmão, até que entendeu. – Beth tá morta?

– Rick trouxe a menina até mim. Eu sei que ela é minha filha. – Daryl parou um momento para colocar todas as panquecas que havia feito em um prato. Elas tinham tamanho diferentes umas das outras e algumas pareciam meio queimadas, mas mesmo assim ainda se sentia orgulhoso da sua primeira vez. – Ela é minha filha e eu não preciso de prova alguma. Melhor você se acostumar.

– Acostumar?

– É. Agora agradeço se você fechar a droga da boca. – Merle balançou a cabeça de forma zombeteira, mas mostrando que tinha entendido o recado e o Dixon mais novo andou alguns passos em direção a sala e chamou – Cassie! Vem, as panquecas estão prontas.

No mesmo momento, os passos apressados da loirinha foram ouvidos e em um piscar de olhos ela já estava na mesa pronta para a comida. Despejou calda por cima com cuidado e quando comeu um pedaço, Daryl perguntou ansioso:

– O que achou?

– Tá gostoso.

– Gostoso? Ah, eu duvido! – Merle disse em voz alta atrapalhando o momento enquanto colocava a caneca de café vazia de lado. – Deixa eu experimentar isso.

Cassie procurou o olhar de Daryl para se assegurar que estava tudo bem e o Dixon mais novo falou:

– Tudo bem, ele é meu irmão.

Então, a loirinha entregou um pedaço de panqueca para o tio e o olhou curiosa esperando por uma reação.

– Parabéns, irmãozinho. A paternidade parece que te mudou. De dar para o cachorro comer sua comida passou para engolível.

Daryl riu da zombaria e se serviu de café. Cassie também riu, mas voltou a atenção para a comida no mesmo instante. Merle se levantou e avisou que iria embora, tinha mais o que fazer. No restante do dia, pai e filha conversaram sobre uma infinidade de coisas, almoçaram numa lanchonete ali perto, assistiram um ou dois filmes do Batman e quando a pequena decidiu que finalmente queria os picolés que pediu mais cedo, ficaram na varanda vendo a noite chegar aos poucos.

Então, Cassie buscou o colo do pai e um cochilo a pegou. Daryl fechou os olhos e agradeceu a Beth por poder ter aquele momento.


Notas Finais


Tio Merle chegou na parada já sendo o boca suja que é, ne non? uiahsuaih Apesar de bem pé no saco eu gostava dele na série e decidi mantê-lo por aqui :) Infelizmente nesse nós não tivemos Carol, mas a área dela é mais a segunda metade da fic. Lá ela vai aparecer bem mais ^^
Enfim, espero que tenham gostado e comentem, deixem criticas, sugestões, dicas, tudo, porque eu adoro ler o que vocês deixam <3 Monte de beijo da Nash e até a próxima o/~


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