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História Popsicles - Gave me some new book to read


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Eu vejo que não tenho jeito nessa vida quando até o prazo de duas semanas eu atraso ¬¬
Desculpem a demora </3 :/
Espero que gostem msm assim :3


OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS E OS NOVOS FAVS <3
Vocês são tudo maravilhoses e eu n mereço vcs

Capítulo 6 - Gave me some new book to read


“Sinto sua falta

Dizer isso faz com que eu sinta ainda mais a sua falta

Eu sinto a sua falta mesmo que esteja olhando sua foto”*

 

– Em que buraco você se meteu? Já são quase dez da manhã. – Merle inquiriu rabugento sem levantar o rosto do motor de uma Harley que consertava. – Você sabe que não pode aparecer apenas na hora que bem entender, irmãozinho...

– Eu estava ocupado. – Daryl respondeu seco enquanto ia atrás do seu equipamento para começar o trabalho.

– “Ocupado”? Não é assim que as coisas funcionam. – O Dixon mais velho resmungou e finalmente o encarou, mas seu semblante de julgamento logo mudou para um curioso enquanto ele perguntava – Cadê a garota?

– Não tá aqui.

– É, isso eu sou capaz de ver. Você arranjou uma escola para ela ou o quê?

– Maggie a pegou. – Daryl disse e fez uma careta. Ele não queria envolver o irmão e seu gênio esquentado naquela situação, mas por algum motivo sabia que ele deveria saber.

– Maggie? Quem é Maggie? – Merle o encarou sem entender por uns dois segundos, até que completou – Aaaah, é a irmã da loirinha? Você sabe, a mãe da garota.

– Ela mesma.

– Lembro que ela não ia com sua cara. – O mais velho disse debochado. – Ela disse o quê ao ver que a garota estava contigo?

– Gostou tanto que falou que eu deveria esquecer que Cassie existe.

– Ela disse o quê??

– Você ouviu.

– Bem, – Merle deu de ombros, seu tom sarcástico na voz estava a toda – talvez tenha sido melhor assim. Aquela garota iria apenas atrapalhar sua vida, irmãozinho. Você brincou de ser pai por um fim-de-semana, mas o que você ia fazer o resto do tempo tendo que cuidar de uma... – Mas ele não completou o que ia falar porque Daryl o empurrou de uma vez e ele seu viu de encontro ao chão. Ao ver que o irmão estava em cima dele com um semblante de raiva (ou seria de mágoa?) deu uma risada seca cheia de deboche. – O que você acha que está fazendo, Daryl?

– Não fale assim da Cassie – o mais novo respondeu com os dentes cerrados.

– Por que não?

– Ela é minha filha. – Daryl ficou calado por um momento sentindo o peso das palavras e continuou – Sua sobrinha, merda. Então, pelo menos uma vez, seria bom se você calasse a porra da boca e...

– Sua filha? – Merle o interrompeu usando um timbre grave e sério.

– Sim.

– Você sabe o que isso significa?

– Eu sei. – As palavras saíram da sua boca, mas ele tinha a sensação que estava mentindo. Não porque não amasse Cassie e aquele sorriso bonitinho que ela tinha e era tão igual ao da mãe, mas porque sentia-se fraco e assustado. Como se não fosse capaz da menina. Merle usou a palavra brinquedo e era aquilo que ele mais temia. A sensação de que apenas conseguiria brincar com a filha por uma tarde e nada mais que aquilo. Temia as palavras de Maggie que anunciaram tão fortemente que ele pediria socorro assim que fosse possível... mas ainda assim precisava dizer que sabia. Que mesmo que não fosse capaz de entender toda a dimensão que era cuidar de uma criança, ele a amava, queria dar o melhor de si e a ideia de nunca mais vê-la lhe corroía por dentro.

– Se você sabe isso, – o irmão finalmente falou – também sabe que vir me ameaçar com essa cara de cachorro faminto não vai adiantar de nada. Então, faça o favor de sair de mim e me deixar fazer a merda do meu trabalho.

Daryl se afastou e observou o irmão se levantar e voltar a atenção para a Harley. Sua cabeça explodia e sentiu que se ficasse mais algum tempo ali iria acabar vomitando. Então, se levantou foi em direção a mesa que havia deixado as chaves da caminhonete e foi em direção a saída da oficina.

– Daryl, porra! – A voz grave do irmão veio de suas costas – Aonde você pensa que vai?

– Foda-se. – O mais novo grunhiu de volta e foi embora de vez. Ele precisava ir para algum outro lugar. Não conseguiria ficar ali. Nem em casa. Precisava esquecer tudo aquilo. Precisava conseguir respirar sem esse peso enorme nas suas costas. Precisava encher a cara.

 

---

 

Daryl abriu os olhos ao sentir uma pequena pressão nos lábios. O quarto estava claro o bastante para ele deduzir que as cortinas haviam sido abertas e seus olhos arderam por causa disso. Uma pontada anunciando uma dor de cabeça começou a aparecer. Beth estava deitada ao seu lado na cama com um sorriso divertido no rosto, o que fez com que ele sorrisse de volta.

– Vamos, bela adormecida – ela disse em tom brincalhão. – Você precisa acordar.

– Por que? – O Dixon perguntou com um resmungo enquanto fechava os olhos outra vez. Sentia-se cansado o bastante para ficar o dia inteiro apenas deitado na cama.

– Você prometeu que me levaria ao festival. Não lembra?

– Eu? Eu nunca prometi isso. Não lembro de nada. – É claro que Daryl lembrava, mas ainda precisava de uma última tentativa para ela esquecer da ideia, não é?

– Não se faça de tolo, Daryl Dixon. Você sabe muito bem o que disse... Então levante dessa cama e faça o que me prometeu. Humpf! – A loira viu que ele ainda não se mexia, então tentou mudar de estratégia e fez dengo – Por favorzinho, vamooooos!

– Beth, – ele a chamou manhoso enquanto a abraçava e tentava puxá-la para perto em uma tentativa de convencê-la a ficar na cama com ele, o que quer houvesse nesse festival não poderia ser melhor que um dia de preguiça, poderia? – fica aqui comigo. O que pode ter de tão bom nesse festival que...

– Eu já te expliquei – ela se afastou revirando os olhos. – Vai ter comida de todos os lugares e também uma apresentação de coral com... Daryl! Presta atenção, ‘mor...

– Por que você não vai com a Maggie já que quer tanto ir? Eu não...

– Amorzinho, Maggie é minha irmã e a melhor amiga que eu poderia ter na vida. Eu a amo. Mas, porém, contudo, entretanto, a pessoa com quem eu quero ir é você. Não ela. Você pode fazer isso por mim?

– É que eu fui dormir tão tarde ontem. Me estressei com Merle e com o trabalho.

– Eu sei. Nem vi você chegando... Desculpe. – Ela ficou algum tempo calada apenas o encarado, até que completou – Eu sei que deveria ter te avisado. Eu sei que devia.

– Avisado o quê? Não entendi. – Daryl questionou confuso, mas a loira apenas deu de ombros.

– Vamos, sim? – Ela já estava de pé e ajeitava a roupa que tinha ficado amassada ao se deitar. Pôs um dos seus sorrisos doces no rosto e continuou – Eu sei que é difícil, mas eu preciso que você acorde, se levante e faça isso por mim, Daryl. Tá, ok?

Beth saiu do quarto sem esperar pela resposta e ele conseguiu ouvir os passos da loira ao se afastar e ir fazer barulho na cozinha. Não demorou muito para que Daryl sentisse o cheiro do café sendo feito. A cama, naquela manhã, estava tão gostosa que a única coisa que passava na sua mente, naquele instante, era que eles pudessem ficar todo o tempo ali aconchegados e, quem sabe, fazendo amor.

Mas, ainda assim, o Dixon sabia que precisava levantar e fazer o que Beth havia pedido. Ele era um caipira teimoso, mas no fim do dia só queria poder agradar sua garota. Ele soltou um bocejo preguiçoso e coçou os olhos com a mão direita pronto para espantar a preguiça do corpo e ir atrás de algum remédio para aquela dor de cabeça, mas quando ele abriu os olhos outra vez... o quarto estava escuro.

Em um reflexo, ele olhou para trás na direção da janela, mas as cortinas ainda estavam sobre ela intocadas. Não havia vestígio algum de café no ar e nem de Beth em lugar algum. Porém, guiado por uma esperança tola ele ainda foi até a cozinha.

E é claro que não havia nada lá além da bagunça que ele mesmo havia deixado.

Quando se deu conta, um grito rouco de frustração saiu de sua garganta. A dor veio em ondas enormes, em uma sensação sufocante quase como se tivesse se afogando e uma força monumental estivesse o arrastando para mais fundo ainda.

Daryl fechou os olhos tentando se lembrar do sorriso que ela havia lhe dado antes de sair do quarto. Uma parte dele remoía aquilo não havia sido a última coisa a ocorrer entre eles na real, mas ele não se importava. Era aquela parte dela que nunca havia saído da sua cabeça.

O Dixon ficou algum tempo parado em meio ao silêncio da casa encarando o nada enquanto tentava se lembrar de tudo que Beth havia lhe dito na lembrança. Ou havia sido um sonho que aparecera apenas para remoer seu próprio tormento? Sentia-se tão confuso... Mas, ainda assim, achava que era capaz de entender qual a mensagem que ela havia tentado dizer.

Ele vestiu a primeira roupa limpa que encontrou no armário, pegou as chaves da caminhonete e o celular. Viu que havia algumas ligações perdidas do irmão piscando na tela, mas as ignorou. Foi atrás do número de Rick e o discou.

– Rick! – Ele disse alto assim que o policial disse alô do outro lado da linha – Você sabe quando Maggie vai embora?

– Provavelmente, ela vai esperar encontrarmos o canalha do acidente que não prestou socorro, mas eu não sei ao certo. Por quê?

Daryl então percebeu como aquilo lhe doía. Talvez a alguém de fora, ele passasse como alguém frio que não se importava que Beth havia morrido, mas a verdade era que ele não suportava pensar naquilo. Uma parte do seu consciente entendia o que havia acontecido é claro, mas a maior parte preferia deixar aquilo de lado. Quase como se fosse um assunto inacabado, que se não fosse dado atenção, ficaria pairando pela eternidade sem um fim. E ele nunca precisaria se despedir de Beth realmente. Sentir a falta dela lhe doía demais e racionalizar aquilo, transformava tudo em pior ainda.

Mas, por mais que ele adiasse aquele momento de luto doloroso com um propósito egoísta, Daryl sabia também que era porque Cassie estava em primeiro lugar. A filha, que ele conhecera tão de repente, existia, estava viva e precisava da sua atenção. Era alguém que ele nunca havia esperado conhecer, mas que já havia tomado todo seu coração.

Quando tudo isso se resolvesse, ele tomaria seu tempo para chorar por Beth adequadamente. Agora, ele precisava começar a aprender a ser o pai que sua menina precisava.

– Daryl? – A voz de Rick do outro lado da linha o tirou do devaneio. – Você tá aí?

– Eu preciso saber porque ela pegou a Cassie. – Ele finalmente disse.

– Pegou a Cassie? Como assim? E você deixou??

– É, Rick – Daryl revirou os olhos mesmo sabendo que o amigo não veria sua cara –, eu deixei. Resolvi que não queria mais me preocupar com minha filha.

– Daryl, você...?

– Claro que eu não fiz isso, Rick! – Daryl bufou. O Grimes era seu melhor amigo fazia anos, mas isso não significava que não existia situações que ele não o socaria de bom grado. – Maggie a levou para longe sem que eu nem me desse conta e agora não quer que eu a veja. Ela até mesmo disse que eu deveria esquecer que Cassie existe. Eu não posso fazer isso.

– Eu sei.

– Eu preciso ficar com minha filha. – O Dixon sentiu uma dor no peito, não sabia se o amigo iria entender o real sentido, mas mesmo assim falou – Eu devo isso a ela.

– Eu sei perfeitamente como você se sente.

– Então, o que eu faço? O que eu posso fazer?

– Em primeiro lugar, você precisa de um advogado.

– Eu não tenho dinheiro, cara.

– Olha, – Rick fez uma pausa que apenas deixou Daryl mais ansioso – eu sei que aqui em Atlanta existe uma ONG que ajuda mulheres sem renda própria que querem se divorciar de maridos abusivos... Talvez, se eu falar com uma pessoa que me deve um favor, eu consiga uma ajuda para você por lá.

– Obrigado, Rick.

– Ainda não me agradeça. Apenas... apenas trate de cuidar bem da sua garotinha quando estiver com ela outra vez. – Daryl concordou com um gesto de cabeça mesmo sabendo que o amigo não estava vendo. – Agora eu preciso desligar. Te passo o endereço por mensagem assim que eu o tiver. Tchau.

 

---

 

Era um pequeno prédio de tijolo castanho-avermelhado e um portão cinzento robusto. Não havia uma placa em lugar algum. Ele ficou algum tempo encarando a fachada em silêncio. Mas quando uma mulher de cabelo castanho em um rabo de cavalo alto e bagunçado passou por ele, finalmente se deu conta de que precisava entrar.

A recepção tinha duas filas paralelas de bancos pintados de branco e um deles estava quase lotado. Daryl resolveu se sentar no de trás que estava vazio e tentou não se importar com a cara feia que recebeu das mulheres logo em seguida.

Assim como Rick havia orientado em mensagem, ficou quieto enquanto esperava alguém ir falar com ele. Demorou uns vinte minutos para que uma mulher de cabelo cinzento e curto que ele tinha a impressão de já ter visto antes fosse até ele e perguntasse:

– Você é o amigo do Rick?

– Sim.

– Então... – ela fez uma pausa enquanto o olhava como se tentasse descobrir de onde o conhecia e completou – Nós não já nos conhecemos? Espere. Eu te vi sábado no mercado com uma garotinha que estava olhando os brinquedos mais Sophia não foi?

– Acho que sim. – Daryl respondeu, mas automaticamente em seguida a reconheceu. Lembrava de como ela havia sido gentil na ocasião.

– Onde está ela? Digo, sua filha. Desculpe, não lembro como ela se chama.

– Cassie. Era sobre isso que eu realmente precisava conversar com alguém.

– Ah, entendo. Bem, nós acostumamos atender apenas a mulheres, mas como Rick é um velho conhecido que já me ajudou algumas vezes... Você pode me seguir? – A mulher saiu andando e Daryl foi atrás dela. Passaram por um corredor com duas portas de madeiras fechadas, até que chegaram na terceira que estava aberta e ela entrou. Sem cerimônias, ela se sentou atrás de uma mesa e puxou um notebook para perto e começou a digitar algumas coisas. Vendo que o Dixon ainda estava de pé, ela estendeu para uma cadeira vazia e disse – Pode se sentar. Aqui vai demorar, já que você precisa me explicar toda a situação.

Daryl ocupou o lugar que ela havia apontado e deu um sorriso amarelo. A mulher parecia em uma primeira vista indefesa e uma dona de casa simples, mas ele começava a sentir força e confiança emanando de sua presença. De certo modo, aquilo o deixava confortável.

– Antes de tudo, qual é o seu nome completo?

– Dixon. Daryl Dixon.

– Olá, Daryl. Eu sou Carol Peletier. – Ela disse com um sorriso confiante – E, se tudo der certo, serei sua advogada.


Notas Finais


Monte de beijo da Nash, gente cheirosa :3
Até a próxima o/ ~

*A música é Spring Day do BTS


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