História Por acaso - Capítulo dezessete.

-Minha resposta vai depender muito de uma coisa. -Sorrindo olho para o loiro, que parece estar engasgado com alguma coisa, mas antes que ele possa dizer algo, eu continuo- Se eu aceitar, você me garante que não serei procurada pela polícia por estar com um tucano? Você tem a permissão do zoológico para andar por ai? - Assim que termino de falar,  encaro Durm, finalmente ele parece ter se desengasgado e me mostra um enorme sorriso.

-Você quase me fez ter um ataque cardíaco. -Erik coloca as duas mãos sobre o peito e solta o ar que estava preso nos pulmões.

-Isso não seria nada legal, nos primeiros segundos como namorados, eu já seria viúva.

-Isso é um sim? -Durm continua com um lindo sorriso no rosto e eu apenas consigo assentir com a cabeça antes de lhe dar um beijo.

    Infelizmente, não temos muito tempo para aproveitar, pois tenho uma viagem cansativa até Karlshure e ele e o Bürki tem que ir para suas respectivas casas descansarem para o treino de amanha. Novamente me despeço dos dois e tenho quase certeza que Roman me lançou um olhar mortal antes de entrar no carro. Apenos dou de ombros e entro no carro da Nastassja.

-Eu sabia, eu sabia que iam acabar virando namorados. Estava estampado na testa dos dois. -Nastassja batia freneticamente os dedos no volante.

-Ah cala a boca, Nast. - Reviro os olhos com o comentário da minha amiga e começo a mudar as estações de rádio, a procura de alguma música boa.

-Deixa nessa, é a minha favorita. - Nastassja bate de leve na minha mão e começa a cantar a música que está tocando na rádio.

-Como é possível, você e o Roman tem o mesmo gosto musical. Acho que fiz super bem em apresentá-los.

-Você é a nossa madrinha de namoro. - Nastassja dar uma leve piscadinha e volta a prestar atenção no trânsito.

-E de casamento?

-Bom, se chegarmos a se casar, com certeza será a nossa madrinha.

       Logo, finalmente, chegamos em casa. Como já estava tarde, Nastassja resolve dormir na minha casa. Depois de cada uma tomar seu banho e vestir um pijama, deitamos na cama, cada uma para um lado, ficamos até tarde conversando. E quando o sono foi chegando, desligamos a luz e nos preparamos para dormir.

-É bom que mantenha seu pé longe do meu rosto. -Digo dando um tapa no pé de Nastassja.

-E eu digo o mesmo. -Nastassja vira as costas para mim e eu faço o mesmo.

 Alguns dias depois:

        Esse está sendo o namoro mais engraçado que eu já tive, parece um namoro cibernético, aonde Erik e eu conversamos apenas por mensagens e raramente por ligações, já que a faculdade e o trabalho tomam muito meu tempo. Sorte a minha, que o tucano entende isso.

         Mas hoje é domingo e Durm jogou ontem pela Budesliga e hoje estou de folga do trabalho e não estou atolada de trabalhos da faculdade. Então marcamos de nos encontramos hoje. Em quanto Erik não chega, montei o telecóspio, que peguei emprestado na faculdade, na varanda do meu apê, peguei alguns papeís e uma caneta e comecei a procurar a localização exata que minha professora tinha dado aos alunos, para vermos o cometa que passaria hoje.

      Claro que só conseguirei ver a noite, mas prefiro deixar logo tudo pronto e não correr o risco de perder esse fenômeno.

     Não sei por quanto tempo fiquei brincando com o telescópio, mas quando me dei por mim, a campanhia da casa estava sendo tocada incessamente.

-Já vai, apressado. - Grito do jardim.

        Caminho até a sala e abro a porta e vejo Durm com um enorme sorrio estampado no rosto.

-Hey, o zoológico é mais na frente. - Cruzo os braços e tento segurar o riso.

-E você está no planeta errado, e eu não disse nada. - Durm sorrir e logo me abraça.

       Ficamos abraçados por um tempo e depois, logicamente, matamos a saudades de nossos beijos.

-Passou um tornado aqui dentro? - Erik olha para minha sala em situação precária  começa a rir.

-Eu não tenho tempo para arrumar a casa, tucano. Não tenho empregada igual a você. - Passo pelo loiro e sigo em direção a varanda.

-Eu não tenho empregada.

      Parei de andar e me virei para o Durm, ergui a sombracelha e o encarei.

-Tá bom, eu tenho empregada. -Erik revira os olhos e me segue até a varanda.

      Me apoio na grade da varanda e sinto a brisa gelada bater em meu rosto, Durm vai até o telecóspio e começa a olhar por ele.

-Porque está olhando o céu em plena luz do dia? Tentando ver as estrelas? -Erik começa a rir e mexe no telecóspio - Olha a sua vizinha está estendendo a roupa e tem um cara fumando na varanda ao lado.

        Levanto rapidamente ao meu olhar e vejo Durm mexendo freneticamente no telecóspio.

-Eu vou quebrar o seu nariz, Erik. Sabe quanto tempo fiquei tentando encontrar a localização exata do cometa que tenho que ver hoje? - Dou um tapa forte no ombro do loiro e o afasto para longe do telecóspio.

-Desculpa Julie, eu não sabia que não podia mexer. - Durm de afasta um pouco e eu tenho certeza que ele tentou segurar o riso.

       Depois de mais um tempo de luta novamente, consigo colocar na localização exata. Logo em seguida ameaço raspar a cabeça do loiro se ele mexer no telecóspio denovo.

-Eu já fui careca, nem ligo. -Erik dar de ombros e se apoia na grade da varanda.

-Sério? Porque? Se alistou na carreira militar? - Pego uma cadeira de plástico que fica no canto da varanda e me sento de frente para a rua.

-Não, eu só queria experimentar como era ser careca. -Durm solta uma risada gostosa de se ouvir e de vira para mim.

-E como foi a experiência?

-Foi horrível, fiquei aparecendo um monstro. - Erik gargalha e eu não consigo me conter e o acompanho.

-Tem foto dessa época?- Pergunto encarando o loiro com um sorriso malvado no rosto.

-Tenho sim. Mas não irei lhe mostrar, você é maldosa e vai rir de mim ou mostrar a todos essa foto. - Durm cruza os braços e me olha sério, eu apenas dou lingua para ele e me levanto.

      Vou até o quarto e pego meu celular, ligo a internet e coloco o nome Erik Durm e depois de alguns minutos fuçando, encontro fotos dele careca com a blusa de um outro time que não faço idéia de qual seja. Seguro o riso e caminho novamente para a varanda, sem tirar os olhos da tela do celular. Paro de frente para o loiro e lhe mostro a tela do celular, não consigo mais segurar o riso e me deixo gargalhar, Erik arregala os olhos e toma o celular da minha mão.

-Não adianta, eu já vi a foto, recruta. –Ainda gargalhando passo a mão pelo cabelo de Durm, agora grandes.

-Maldita internet. – Erik coloca o meu celular em seu bolso e em cruzo os braços e o observo. – Não vou lhe devolver o celular agora, senão vai mostrar isso para o seu primo. – Durm também cruzas braços e me encara.

-Ele pode ver quando quiser, está na internet, qualquer um pode ver, Tucano. – Dou de ombros e caminho em direção a cozinha.

-Ás vezes eu queria saber como conseguem essa fotos antigas minha. – Erik senta na cadeira de plástico da cozinha.

-Você é famoso, as pessoas têm curiosidade de saber como você era antes. – Encho dois copos de água e ofereço um para o Tucano.

          Ficamos um bom tempo sentados na mesa da cozinha botando o papo em dia, contando as novidades deste tempo que ficamos longe um do outro. Ele me contou que um amigo seu abriu uma churrascaria e agora ele acha que vai ficar gordo, me contou sobre um evento que teve no time e sobre como ficou triste por não ser chamado para jogar a Copa das Confederações. Já eu contei a ele sobre o meu emprego e algumas coisas engraçadas que aconteceu comigo na faculdade. Mas percebi que mesmo eu torrando a sua paciência, ele parecia triste, o convidei para dar uma volta na cidade e ainda lhe paguei um chocolate quente, mas ele ainda parecia triste.

-Erik, eu sei que não entendo nada de futebol, mas acho que a seleção saiu perdendo não lhe ter convocado para jogar. – Me aproximo do loiro que está sentado no banco da praça.

-Agradeço pela tentativa, mas não conseguiu me alegrar. – Durm me dar um risinho falso, o que me faz revirar os olhos e me sentar ao seu lado no banco.

-E o que pretende fazer? Ficar sentado aqui se lamentando por não se chamado? Ou vai se levantar deste banco e treinar incansavelmente e mostrar para que for que escolha os jogadores da seleção, que você merece estar entre os 22 jogadores, que você batalhou para ser um dos titulares, que vai ser aquele jogador que vai ajudar a Alemanha, fazendo o possível para impedir gols do adversário e que vai ajudar o seu país a fazer um gol e comemorar junto com sua seleção uma vitória. – Coloco minha mão na cabeça do loiro e puxo para mais perto e lhe dou um leve e lento afago na cabeça.

-Como sabe que são 22 jogadores convocados? – Durm solta um leve riso e o acompanho.

-Não conta isso para o Ratinho, mas ás vezes eu presto atenção no que ele fala sobre futebol. – Continuo fazendo o afago na cabeça do loiro.

-Acho que o Bürki ficaria bem feliz em saber desta informação. – Diz Erik deitando com a cabeça em minhas pernas e visualizando o céu.

-Se contar para ele, eu raspo sua cabeça novamente, seu tucano ingrato. – Paro de fazer o afago na cabeça de Durm e lanço um olhar bravo para ele.

-Você fica fofa com cara de brava. – Erik se levantada rapidamente e me dar um selinho.

-Está melhor? – Pergunto para o Durm e ele assente coma cabeça. – ótimo, agora vamos voltar para o apartamento, tenho que ver um cometa e descrevê-lo, para um trabalho da faculdade. – Ofereço minha mão para o loiro, a qual ele entrelaça e voltamos andando lentamente para o apartamento.

            Em quanto eu ficava olhando pelo telecóspio para ver o cometa, Durm está sentado no chão da varanda mexendo em seu celular. Quando finalmente avisto o cometa, chamo a atenção do loiro e aponto para ele o cometa no qual ele olha, claro que a visão dele não foi tão privilegiada como a minha, já que ele está vendo a olho nu e eu pelo telecóspio, depois que já conseguir anotar todas as informações relevantes sobre o cometa, deixo o loiro olha o cometa pelo telecóspio.

-Nossa, nunca imaginei que seria algo tão bonito ver um cometa pelo telecóspio. – Erik larga o aparelho e me puxa para perto da grade da varanda.

-O céu está lindo hoje, todo estrelado. – Me aconchego nos braços do loiro e ficamos um bom tempo observando o lindo céu estrelado.

   Logo sinto os braços de Erik me apertar com mais força e sua mão fazer um leve carinho em minha bochecha. Me viro para ele e novamente abaixo de um lindo céu estrelado aproveitamos um beijo calmo e apaixonado. Tendo apenas as estrelas como testemunhas do sentimento que nutrimos um pelo o outro.