História Por Elas 1ª Temporada - 11 - Amigas De Trabalho

Narrador.

— Garotas, vocês querem conhecer tudo por aqui ou querem ir fazer os exames primeiro? Temos mais ou menos meia hora até a Sofia chegar aqui.

— Ela sempre vem ficar aqui? - Lauren questionou assim que saíram da sala de reunião, parando entre uma sala e outra. - A Sofia, ela sempre vem aqui?

— Desde quando comecei a trabalhar aqui, nunca vi ela por esses corredores, mas sei que é uma pestinha.

— Lauren sabe perfeitamente como a menina é, precisava ver a intimidade dela com a senhora Cabello, tampinha. Agora só falta conquistar a filha e o homem da família, Laur.

— Cala boca, Dinah.

— Você e a senhora Cabello já se conheciam, Laur?

— Não antes de sexta-feira, mesmo assim eu não fazia ideia de quem ela era porque a mulher para quem entreguei a Sofia não parecia nada com a mulher que aparece no jornal da manhã ou da noite quase a semana inteira.

— Ela fazia ideia de quem você era, até te chamou de Lolo. - Dinah empurrou Lauren com o ombro, rindo de sua cara. - Allyson, você precisava vê quando as duas se olharam e se assustaram, foi hilário.

— Estou um pouco perdida nessa conversa de vocês duas. Tem susto, tem intimidade e vocês se conhecendo fora daqui. O que eu perdi?

— Você já foi mais rápida, tampinha. - Allyson revirou os olhos, se controlando para não mostrar o dedo do meio em pleno local de trabalho. - Vou resumir, presta atenção.

— Estou prestando muita atenção, girafa de Madagáscar.

— Sei que queria ter a minha altura. - Dinah jogou o cabelo para trás, fingindo beijar seu ombro. - Acredita que a doida da Lauren achou a tal Sofia perdida por aí, colocou ela dentro do carro e levou ela para o apartamento que a garota disse que era dos pais? Como se não fosse uma grande loucura fazer isso?

— Sério?

— Tem mais, meu bem. Não satisfeita em ajudar uma criança ainda desconhecida, Lauren fez a louca e pediu os documentos da mulher e da menina para provar que a mãe dela era mesmo a mãe dela.

— Não me parecia loucura quando ela me pediu ajuda lá no Pepê, sem contar que não faltava muito para ele fechar. Eu não deixaria uma criança sozinha aquela hora na rua nem fodendo, então sim, levei ela para o apartamento que a mãe dela mandou e pedi documentos antes de devolver a Sofia.

— E não viu o Cabello no documento das duas, sua lerda? - Dinah acertou a testa de Lauren. - Não sabe mais ler?

— Não tinha Cabello nos dois documentos, Sinuhe Estrabao e Sofia Isabella Estrabao. Como eu ia saber que deveria ter mais coisas escritas?

— Você não poderia saber, Laur. A senhora Cabello deixa aqueles documentos em casa porque o cartório errou na hora de colocar o Cabello no nome delas. O verdadeiro fica na gaveta da estante da sala, mas ela nunca lembra.

— Pelo menos eu não sabia que a mulher de sexta-feira era a dona disso tudo aqui, já a cabeça oca da Dinah...

— Fica calada, Lauren.

— Sem briga, crianças. Eu ainda quero saber se vocês gostaram da senhora Cabello.

— Eu achei ela muito calma para uma advogada. - Dinah tomou a frente de Lauren, jogando o cabelo em seu rosto. - Todos os advogados que conheço são surtados, até mais que isso. Já ela é super calma, eu gostei.

— Eu também gostei dela, mas estou com o coração na boca até agora e ainda quero socar a cara da Dinah.

— Sabia que ela estava muito quieta para o nosso gosto. - Allyson cruzou os braços. - O que fez dessa vez, DJ?

— Nada demais. - Deu os ombros. - Só trouxe a nossa olhos verdes para trabalhar na concorrência dos pais dela e você ajudou.

— Eu? - Dinah assentiu sorrindo debochada. - Eu não fiz nada.

— Vamos ver então. Os Cabello e os Jauregui não são amigos, aí você vai e joga uma Jauregui dentro da advocacia dos Cabello em um dia lindo como esse, com a minha ajuda, é claro. - Automaticamente, Allyson cobriu a boca para não gritar. - Sim, tampinha de garrafa pet minúscula, você se esqueceu que a Lauren é uma Jauregui e arrumou esse incrível trabalho para ela.

— Puta que pariu. Deus me salva quando a Sinu voltar de viagem.

— Falei que era Sinu, cabeção. - Lauren provocou. - E não se preocupa, Ally. A senhora Sinu está de boa com isso.

— É Sinuhe, você mesma disse que estava no documento dela. - Dinah rebateu.

— Na verdade é Sinuhe sim...

— Toma que veio de graça, Jauregui.

— Todo mundo chama ela de Sinu, não importa o lugar. 

— Toma, delícia. - Lauren comemorou como deu para não chamar atenção, apesar de não ter ninguém além delas. - Adoro quando estou certa.

— Sei que sou uma delícia, pode babar. Só não deixa cair nos meus sapatos novos.

— Idiota.

— Bobona.

— Vocês duas tem quantos anos? Cinco? - Allyson perguntou divertida, caminhando até a primeira porta perto delas e a abriu. - Essa é a nossa sala, Dinah. Como sou uma boa amiga, vou aceitar sua presença por algum tempo.

— Por que tem três mesas, pigmeu? Pensei que a Lauren ia ficar com a tal da Karla.

— Não é a Lauren que vai ficar aqui, Dinah.

— Pela cara que você acabou de fazer, eu deveria sentir medo. - Dinah olhou para Lauren, que deu os ombros e voltou a olhar para Allyson com sua expressão estranha. - Quem vai ser a terceira pessoa?

— Você, eu e a...

— Euzinha, bom dia. - As três se viraram assustadas, diferente de Normani. - A última mesa é a minha.

— QUE? - As mãos de Dinah começaram a tremer na mesma hora, ela não sabia dizer se era raiva ou nervosismo de sua parte, já que Normani sorria para todas elas. - Que tipo de brincadeira é essa, Allyson?

— Não é brincadeira da Ally, Dinah. Sou eu quem vai ocupar a terceira mesa na mesma sala que você. - Normani continuava sorrindo, mas por dentro seu coração estava disparado. - Oi, amiga da Dinah.

— Oi. - Foi só o que saiu de Lauren.

— O que está acontecendo aqui, Allyson? Por que essa... Pessoa está parada na minha frente?

— A senhora Cabello contratou a Normani hoje cedo porque a outra pessoa não quis trabalhar aqui, eu te contei que ela faria isso.

— Só esqueceu de falar que a Hamilton era a pessoa que ficaria... Quer saber? Estou indo embora porque não estou para brincadeiras.

— Estou te incomodando, DJ? - Normani provocou mais um pouco, era só mais um jeito de fazer Dinah falar com ela. - Estou?

— Não fala comigo, sua traidora. Eu não quero nem olhar nessa sua cara de pau. Vamos embora, Lauren.

— Ei? Olha para mim, okay? - Dinah tinha os olhos marejados quando olhou para Lauren, que a virou para ninguém vê-la daquele jeito. - Fica calma. Nós vamos fazer o exame que a senhora Cabello mandou, vamos conhecer o que precisa ser conhecido e depois vamos ir embora. Lembra que esse é o nosso trabalho temporário, só tenta ignorar qualquer tipo de provocação.

— Não precisa ficar assim, Dinah. Não sou um bicho de sete cabeças como está pensando ou me desenhando.

— Manda essa pessoa me deixar em paz ou eu não respondo por mim, Lauren.

— Ninguém aqui vai brigar. Daqui a pouco as pessoas começam a subir e em menos de dois minutos a senhora Cabello já estará sabendo de tudo. - Allyson foi o mais firme que conseguiu para acalmar ambas as partes, mas até ela tremeu com o jeito agressivo de Dinah. - Vamos conhecer a sala da Lauren e depois a advocacia inteira.

— Quanto mais rápido começar, mais rápido vai acabar e eu vou sair daqui com a Lauren.

— Sua sala é aquela, Lauren. - Allyson apontou para porta maior, deixando as outras três confusas. - O que foi? Nem entrou e já não gostou?

— Eu decorei que a porta gigante e assustadora era a sala da senhora Cabello, essa não é a minha sala.

— Laur, para de ser lerda e presta atenção na tampinha. Não é difícil. - Lauren revirou os olhos, ganhando um pequeno sorriso de Dinah. - Eu gostei só de olhar por fora. Podemos entrar, pigmeu?

— Claro que podemos, vamos lá.

Dinah foi na frente para evitar ficar por último com Normani, que não tirava os olhos dela. Assim que entrou, sua boca se abriu, agora ela entendia porque a porta era grande, era para combinar com a sala gigantesca.

Lauren foi logo atrás e seus olhos brilharam quando viu o tamanho da estante de livros que tinha em toda a parede atrás das mesas. A sala era perfeita e ela agradeceria Sinuhe por um bom tempo.

— A sala da senhora Cabello é incrível, não é, Laur?

— Até que fim você lembrou de mim, Ally... - O brilho dos olhos de Lauren sumiu quando Camila girou a cadeira, uma se assustando com a outra. - Eu não...

— O que foi, gente? - Dinah não sabia para quem olhar, mas sabia que tinha alguma coisa. - Ninguém vai falar o que está rolando?

— Eu não acredito nisso. - Camila e Lauren disseram juntas e incrédulas. - Você aqui? Sim, eu aqui. O que ela faz aqui, Allyson? O que eu faço aqui?! Eu trabalho aqui.

— Credo, que isso? - Dinah estava de boca aberta com as duas falando tudo junto e igual, do mesmo jeito que Normani e Allyson se encontravam. - Eu pedi para vocês falarem, mas não assim. Faz elas pararem, Ally. Estou ficando assustada.

— Parem com isso. - Allyson pediu.

— Desculpa. - Disseram ainda em uníssono.

— É sério, parem com isso porque da medo de ouvir as duas tão conectadas. - Normani pediu com as sobrancelhas franzidas em uma pequena careta. - Não sei o que rolou, mas foi estranho.

— Todas vocês são estranhas, sério. - Allyson deu os ombros. - Mila, se lembra da Dinah e da Lauren lá da festa? Elas são as nossas novas amigas de trabalho.

— Tem como ficar pior? - Lauren perguntou baixinho, mas não o suficiente só para ela ouvir.

— Eu ouvi o que disse. - Camila cruzou os braços emburrada, olhando somente para Lauren. - Ouvi muito bem o que você disse.

— Que bom, princesinha da Disney. Já sabemos que tem uma ótima audição.

— Só pode ser uma brincadeira. Minha mãe não se despediu de verdade, não é? Ela vai entrar por aquela porta e vai falar que essa... Gótica trevosa não vai ficar aqui com a gente.

— Não tem nenhuma brincadeira, Mila. Sua mãe já deve está no apartamento pronta para ir até o aeroporto. Dinah, Normani e Lauren são as novas contratadas da advocacia Cabello.

— Eu não mereço isso.

— Imagine a gente. - Lauren disse no impulso. - Vou precisar de paciência.

— Lauren?! - Dinah a repreendeu.

— Dinah Jane em carne e osso bem na minha frente? - Camila tentou desconversar, mas acabou sendo irônica. - Não acredito.

— Sou eu mesmo, algum problema?

— Nenhum. Prazer, eu sou a Camila. Como eu já havia percebido, você é a amiga simpática. - Provocou a Lauren.

— É... Digamos que sim. - Não, ela não era a amiga simpática entre elas. - Pensei que você fosse a Karla.

— Sou essa aí também, mas gosto de ser chamada de Camila.

— Deixem a conversa para depois, vamos conhecer tudo por aqui e ir fazer os exames.

Como Normani já tinha conhecido tudo antes das outras, ela foi para outro lado dizendo que voltaria depois. Dinah agradeceu quando não teve mais que olhar ou ouvir sua voz perto dela por alguns minutos.

O primeiro lugar que Allyson as levou foi no andar que ficavam as pessoas que elas poderiam pedir qualquer coisa ou ajuda. A baixinha também mostrou outros funcionários que elas trabalhariam diariamente porque eles ficavam mais no andar delas do que no deles.

As três já estavam familiarizadas com tudo quando chegaram no andar que finalmente fariam seus exames, o que não demorou muito e elas subiram novamente, entrando na sala que Sinuhe tinha deixado para Camila e Lauren.

— Prontinho, garotas. Vocês conheceram tudo e ainda deu tempo de pegar a Sofia entrando em quatro, três, dois, um. - Allyson riu quando um mini furacão entrou na sala fazendo barulho de avião, correndo em volta de todas. - Aí está ela.

— Como fez isso? - Sofia parou de correr assim que ouviu a voz de Lauren, se virando para ela. - Oi, Sofi.

— Thomas me avisou que ela estava subindo e eu ouvi o elevador.

— Você está aqui, Lolo.

— Estou sim, mas eu não ganho um abraço da minha nova amiga?

— Claro que ganha, bobinha. - Sofia correu para os braços de Lauren, deixando uma Camila emburrada e com ciúmes do abraço delas. - Eu ia te ligar, Lolo.

— Essa é a tal Lolo? - Allyson deu os ombros para a pergunta de Camila, ela nunca tinha ouvido alguém chamar Lauren de Lolo até nesta manhã. - Faz o favor de soltar a minha irmã?

— Não. - Lauren respondeu com um sorriso provocador, irritando Camila, que puxou Sofia de seus braços. - Vai machucar a menina, sua grossa.

— Ela é minha irmã e não sua. Você não pode ficar tocando nela quando bem entender. Parece que é louca.

— Por que você tá brigando com a Lolo, Kaki? Não faz isso, que coisa feia.

— Está tudo bem, Sofi. Eu não ligo para o que ela disse, você está bem?

— Estou super feliz. A Mama disse que tinha uma surpresa para mim bem aqui na sala dela, por isso eu nem liguei de não ir viajar com ela. - Sofia deu alguns pulinhos animada, fazendo Camila revirar os olhos e Allyson rir delas. - Você é a minha surpresa, Lolo. E agora que estou te vendo, eu amei.

— Não sabe como fiquei feliz quando sua mãe disse que mandaria você para cá. - Allyson e Camila observavam as duas com dois pontos de vista diferentes. A herdeira dos Cabello não estava gostando nada da intimidade delas e o abraço direito de Sinuhe estava se divertindo. - Fiz uma playlist com músicas novas e acho que vai gostar, mas deixei meu celular no carro.

— Podemos ir lá ouvir? Por favor, por favor, diz que sim?! Por favor...

— Claro que não, Sofia. - Camila disse autoritária, acabando com toda a animação da irmã. - Você não pode descer sem ser comigo.

— Eu já tenho que ir embora, Sofi. Quem sabe na próxima? Assim eu pego mais algumas músicas para nós duas ouvirmos, o que acha?

— Fazer o que se a Kaki está chata, né? - Sofia cruzou os braços com um bico enorme e fofo, mesmo que não fosse sua intenção ser fofa. - Que saco, Kaki.

— Me desculpa, mas ela disse que precisa ir embora, Sofi. Não é minha culpa, certo, Lolo? - Lauren sentiu a provocação nas palavras de Camila, sorrindo antes de entrar no jogo. - Lolo?

— Pensando bem, eu não vou embora agora, Kaki.

— Eba. Podemos cantar aqui na sala já que não posso descer, Lolo?

— Claro que podemos, Sofi. - Lauren respondeu olhando diretamente para Camila, causando vários pensamentos em Allyson. - Pode escolher qualquer música que eu canto com você.

— Deixa comigo.

— Você não tem esse direito. - Camila foi chegando mais perto de Lauren, que não recuou. - Eu não te dei esse direito.

— Não estou fazendo nada, Kaki. - Lauren acabou com a distância entre elas, até parecia que iam se beijar. - O que estou fazendo, Kakizinha?

— Você sabe o que está fazendo, idiota. - Allyson não sabia o que fazer, mas queria ver como ia acabar aquela troca de olhares entre as duas, até mesmo Sofia olhava e gostava do que via. Sua Kaki e sua Lolo já estavam juntas como o planejado. - Acho bom você parar.

— Com o que, idiota?

— Então... - Ally limpou a garganta, fazendo as duas voltarem para um mundo que existia mais gente, mas elas não se afastaram. - Alguém viu a Dinah?

— Não.

— Viu só, princesinha da Disney? - Lauren riu se afastando de Camila, mas sentiu o gostinho de quem queria mais sem ter feito muita coisa para ter. - Só posso sair daqui com a minha amiga, como ela não está presente no momento, vou ouvir música com a Sofi. Eba.

— Vai ficar me irritando até ela resolver aparecer?

— Talvez sim, talvez não. Talvez com certeza porque será divertido te irritar, Kaki.