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História Por Elas 1ª Temporada - 13 - Lembranças


Escrita por: AlascaVozizer

Capítulo 13 - 13 - Lembranças


Narrador.

— Que silêncio. O que me diz, Lolo? Vamos almoçar todas juntas?

— As coisas não são assim, Sofia. - Camila entrou na conversa temendo que Lauren fizesse os gostos de sua irmã, o que de fato a Cabello mais velha não queria que acontecesse. - Ela...

— Ela vai ficar comigo porque somos amigas e você fica com a Mani porque também são amigas. Vai ser um almoço divertido, depois podemos assistir filmes, só não vale beijos no escuro.

— Que beijos, garota? - Normani perguntou rindo porque já tinha entendido onde Sofia queria chegar, o jeito que ela intercalava seu olhar entre Camila e Lauren dizia muita coisa. - Sem beijos, até mesmo para você, pestinha.

— Eu nem queria mesmo, são nojentos para a minha idade. Eca.

— As duas podem parar de falar de beijos, o assunto aqui é o almoço. Não sei que história de beijos é essa. - Talvez as bochechas levemente rosadas de Camila diziam ao contrário de suas palavras. - E voltando no que estávamos falando antes... Primeiro a gente pergunta se as pessoas não estão ocupadas, se elas não tem coisas para fazer ou lugares para ir.

— Mas eu...

— Sem mas, você não deve convocar as pessoas ocupadas desse jeito. - Lauren quis rir quando Camila a olhou como se estivesse mandando ela concordar que era uma das pessoas ocupadas. - Você nem perguntou se...

— Você está livre, Lolo?

— Então... - Colocando um sorriso sacana nos lábios, Lauren arqueou suas sobrancelhas rapidamente para Camila, que bufou atrás de Sofia. E Normani? Ela ria da palhaçada no meio do mercado. - Eu queria muito almoçar com você, Sofi, mas eu já tenho um almoço me esperando. Só passei para pegar algumas coisas que não tem lá no apartamento.

— Deixa eu ver... - A cara de Camila caiu no chão quando Sofia foi olhar o que Lauren havia comprado, do mesmo jeito que Normani estava. - Só tem coisas congeladas aí dentro, você não sabe cozinhar, Lolo?

— Quer a verdade ou a resposta que toda mãe gosta de ouvir?

— A verdade. - Camila respondeu junto de Sofia, surpreendendo até ela mesma.

— Minha amiga e eu vivemos de comida congelada porque é mais fácil e mais rápido de acabar com a nossa fome. Se você quiser ir almoçar comigo e com a minha amiga qualquer dia desses, podemos tentar fazer alguma coisa boa que não esteja congelada.

— Eu quero, pode ser hoje?

— Primeiro você liga para sua mãe e outro dia marcamos nosso almoço com filmes e sem beijos.

— Você me deve uma visita seguida de uma festa do pijama e agora também me deve um almoço gostoso com a sua amiga. - Sofia se virou para Camila, não entendendo a cara emburrada dela. - Cadê seu celular, Kaki?

— Está no meu... - Nem deu tempo de Camila terminar de responder e Sofia já tinha pegado seu celular e entregado para Lauren. - Garota?! Pode me devolver? Isso é meu.

— Sabemos, Kaki, mas não. - Camila tentou pegar o aparelho de Lauren, que não deixou. - Coloca seu número aí, Lolo. Como ainda estou de castigo, não posso pegar no meu celular, só que a Mama falou nada do celular da Kaki.

— Garota esperta, vou salvar meu número aqui. - Normani, que preferiu ficar calada depois do episódio dos beijos, só observava o jeito que Camila olhava para Lauren mexendo em seu celular. Era um grande misto de raiva e curiosidade. - Se a sua mãe deixar, podemos fazer uma festa do pijama lá no meu apartamento, assim ninguém de mau humor atrapalha.

— Vou ligar para Mama hoje mesmo.

— Você é uma garotinha muito apressada. - Lauren bloqueou a tela do celular, entregando diretamente para Camila e seu enorme bico. - Agora eu já tenho que ir porque a minha amiga está me esperando.

— Manda um oi meu para ela, Lolo. - Sofia deu um abraço rápido em Lauren, voltando para o lado de Normani e Camila. - Quando aparecer um número desconhecido, sou eu te ligando.

— Vou atender todas as ligações de números desconhecidos. - Piscou para Camila, a irritando mais. - Tchau, Sofi.

— Tchau, Lolo. - Lauren acenou para as outras duas, se afastando quando só Normani e Sofia imitaram seu gesto. - Lolo?

— Sou eu. - Mantendo o sorriso, Lauren parou de se afastar e se virou mais uma vez. - Já vai me ligar?

— Não. Só queria dizer que ainda tenho o dinheiro guardado.

— Acho que ele paga por tudo o que você colocou na cestinha. - Camila olhou para Normani em busca de respostas, mas ela também não sabia que dinheiro era aquele. - Se você comprar tudo isso, guarda um para mim.

— Vou guardar vários porque foi você que me deu o dinheiro. Até amanhã, Lolo.

— Até amanhã, Sofi. E doces só depois do almoço, hein.

— Deixa comigo. - O risinho de Sofia não durou muito depois que Lauren foi embora, a cara de sua irmã estava péssima. - O que foi? Comeu bala azeda e não dividiu?

— Que história é esse de dinheiro, Sofia Isabella? A Mama sabe que você anda pegando dinheiro de estranhos?

— A Lolo não é estranha e me deu o dinheiro que ela ganhou. E a Mama não sabe.

— Não me interessa se a Lauren é ou não uma estranha para você, para mim ela é e pode ir agora mesmo devolver esse dinheiro.

— Não vou devolver. - Sofia cruzou os braços batendo os pés contra o chão, chamando atenção de alguns clientes. - Se ela me deu, é meu.

— Estou mandando ir devolver esse dinheiro, Sofia. Você vai fazer o que estou mandando ou eu ligo para a Mama agora mesmo.

— Não é justo, Camila. O dinheiro é meu.

— A vida não é justa, Sofia. Já vai aprendendo desde agora.

— Parem vocês duas, as pessoas estão olhando para cá. - Normani as repreendeu totalmente surpresa por Sofia ter usado Camila ao invés de Kaki como fazia desde quando aprendeu a falar. - Por que a Lauren te deu dinheiro, Sofi?

— Foi o pagamento que a Mama fez por ela ter me levar até o apartamento depois que saimos do senhorzinho Pepê.

— E como foi parar nas suas mãos?

— A Lolo me deu sem a Mama ver. Se eu ficasse com o dinheiro que ela não queria, teríamos uma festa do pijama. Agora eu vou ficar sem a minha festa do pijama com a Lolo porque a Camila está me mandando devolver o dinheiro que ganhei.

— Não, Sofia... - Camila sorriu sem jeito, olhando para Normani que assentiu por imaginar o que ela pensava. - Pode ficar com o dinheiro que ela te deu, não tem problema.

— Você é estranha, Karla. Uma hora eu não posso e agora eu posso.

— Ela cresceu. - Normani riu quando Sofia saiu pegando mais algumas besteiras que Camila certamente pagaria, mantendo uma distância mínima. - Um ponto para a moça de olhos verdes, Mila.

— A ridícula ainda salvou o número dela com dois corações. Idiota.

[...]

Já tinha bons minutos que Normani estava encostada na entrada da cozinha encarando uma das redes sociais de Dinah em seu celular. Sua mente estava dividida entre o sorriso da foto e o sorriso que tinha visto quando encontrou ela e Lauren na fila do mercado.

Ninguém poderia imaginar como Normani sentia falta de ouvir o som de sua risada, de fazê-la rir até ficar sem ar, de ser o motivo de sua felicidade. Seus pensamentos foram jogados para escanteio quando ouviu Camila bater a colher na panela, rindo e se lembrando de como sua amiga olhava para Lauren o tempo todo que estiveram na fila.

— Não pense que eu não vi, Karla. - Disse brincalhona. - E como vi.

— Preciso saber se está bom de sal, só foi um pouquinho.

— Que? - Camila se virou terminando de mastigar, fazendo Normani revirar os olhos enquanto ria mais ainda. - Não estou falando disso, lerda.

— Então não sei do que está falando, doida.

— Estou falando do jeito que você olhava para Lauren. Melhor, para Lolo.

— Ficou louca ou está com quarenta graus de febre? - A coloração do rosto de Camila mudou na mesma hora, Normani a pegou no pulo. - Não sei do que está falando, também não sei que jeito olhei a gótica trevosa.

— Eu vi e digo mais, nunca vi você olhando para mais ninguém do jeito que olhava para ela.

— Um olhar de ódio? - Perguntou debochada. - Eu nem conheço aquele ser irritante e já sinto um ranço do tamanho do mundo.

— Ranço, sei que ranço é esse. Até gostou da piscadinha que ela te deu junto com aquele sorriso cafajeste.

— Que horas você bebeu e eu não vi? Não pode está falando essas besteiras sóbria, Normani.

— Quanto tempo a gente se conhece, Mila?

— Desde crianças?!

— Então sabe que te conheço mais que qualquer outra pessoa nesse planeta? - Camila assentiu tentando sair da cozinha, mas Normani não deixou. - Até mais que a tia Sinu e o tio Alê.

— Concordo plenamente, mas no caso da gótica você errou e errou feio. Não olhei para ela, não gostei de piscadinha nenhuma e muito menos do sorriso cafajeste.

— Deixa de se fazer de sonsa, Camila. Sabe que estou certa ou vai me dizer que já apagou os coraçõezinhos que ela colocou no seu celular?

— Sofia? Vem almoçar. Eu vou apagar quando a pestinha devolver meu celular. Agora chega desse assunto, não quero perder a fome por causa se uma louca, vulgo você, e a gótica sem noção.

[...]

Por dois anos seguidos, Dinah evitou tudo o que poderia levá-la até sua única e enorme decepção. A loira chegava a desligar seu celular em noites de festas, de shows ou almoços e jantares entre amigos. Ninguém nunca saberia o quão doloroso era parar sua vida por causa de uma pessoa que não se importou com ela, que não teve um pingo de consideração pelo que tinham vivido.

Um dia Dinah acordou disposta a mudar de vida, Normani não merecia suas lágrimas, muito menos que ela parasse sua vida daquele jeito caótico. Dinah aceitava que sua raiva se multiplicasse cada vez que se batiam em qualquer lugar, mas nem com toda raiva do mundo a fezia ficar nas mesmas festas.

Claro que aquela mudança estava ligada ao fato de Lauren estar voltando depois de ser obrigada a sair de Miami porque seus pais descobriram que ela não levaria um genro para o almoço de domingo com os Jauregui. Nas palavras de Michael, Lauren mancharia o nome deles se eles não fizessem nada para impedir aquela pouca vergonha.

Lauren nunca soube porque Dinah saía para festas e voltava uma ou duas horas depois dizendo que não estava bem, que estava com muita dor de cabeça. Tudo parecia ir bem, tudo parecia estranhamente controlado até seu trabalho dos sonhos virar seu pior pesadelo e com ele, Normani e uma sala compartilhada vinham junto.

— Dinah? - Lauren chamou pela terceira vez, mas a loira ainda estava perdida em seus pensamentos. Sem paciência, Lauren acertou um tapa em sua cabeça. - Que legal, você resolveu acordar.

— Que porra, Lauren. Isso doeu. - Dinah passou a mão no lugar que ardia, desejando retribuir o tapa o mais rápido possível. - Precisava me bater?

— Já tem quase dez minutos que estou te chamando e você não responde. Bati e bato de novo se precisar te acordar dos seus transes.

— E o que você quer, Lauren?

— Você pediu um tempo quando chegamos e eu dei o que queria, fez a calada até agora mesmo. Se não quer falar sobre o que escondeu por quatro anos, o problema é seu. Só estou aqui para avisar que o almoço está pronto. Come se quiser também.

— Não fica com raiva, Lauren. Era uma coisa difícil de contar, ainda mais para você que não estava na sua melhor fase.

— Que se foda a minha fase ruim, Dinah. Sempre fomos uma pela outra, até mesmo no trambique dessa merda de apartamento que veio com a porra de um carro.

— Eu sei que você aceitou esse apartamento dos seus pais porque eu queria sair de casa e andar com as minhas próprias pernas, mas...

— Mas o que, Dinah? - Lauren se afastou apertando seus olhos, os abrindo depois de um longo suspiro de frustração. - Você não queria me contar que foi traída porquê eu também fui? Talvez fosse porque eu estava voltando depois de ser obrigada a sair da minha faculdade dos sonhos? Só quero saber o motivo, quero saber se você nunca achou importante me contar que a melhor amiga da princesinha da Disney te destruiu. Sempre fomos nós duas, com ou sem corações quebrados. Sem segredos.

— Não é nada disso, eu só quis guardar para mim mesma a minha primeira decepção amorosa, o que tem de mais nisso?

— Sério? - Lauren sorriu sem alegria, jogando o cabelo para o lado. - Eu perdi a fome, vou descer lá na academia ou para qualquer outro lugar. Depois que você almoçar, não esquece de lavar a louça.

— Não faz assim, Lauren. Poxa.

— Não, Dinah. Eu respeitei o tempo que pediu para mim assim que passamos pela porta, respeita o meu agora. Não estou levando celular.

Dinah se sentia culpada de um lado e Allyson, ainda na advocacia, do outro. A baixinha encarava os quatro exames admissionais sem acreditar que o de Normani estava no meio. Até o começo daquela manhã, Allyson não sabia que teria mais uma amiga no seu ciclo de trabalho, ainda mais Dinah odiando Normani na mesma sala.

Desde quando tudo aconteceu, Allyson ficou ao lado de Dinah o tempo todo porque viu como a grandona sofreu com a caixinha vermelha nas mãos, como ela sofreu em seus braços por noites e noites após ver Normani de mãos dadas com Dylan, um dos piores caras que existia e se fazia de santo para a faculdade inteira.

— O que fui arrumar para a minha cabeça? Lauren precisava de alguém e a Camila também, eu só queria juntar dois corações quebrados quando indiquei esse trabalho para Dinah. Agora vou ter que separar a pólvora da dinamite de segunda a sexta.

Com as mãos cheias de pedras, figurativamente falando, Allyson aceitou ouvir Normani depois de alguns dias do acontecido em sua casa, o que não impediu a loirinha de soltar os cachorros para cima dela. Uma conversa bastou para Allyson pedir um tempo em nome de Dinah, mas também colocou na cabeça que um dia juntaria as duas novamente.

— Quando eu planejei juntar aquelas duas feras de novo, eu não queria que fosse aqui, no meu local de trabalho perfeito. Qual foi, amigão? Esse lugar vai virar um ringue de luta livre cabeluda se eu não conseguir arrumar tudo. Estou super ferrada agora. 



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