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História Por Elas 1ª Temporada - 26 - Advogada Do Dia


Escrita por: AlascaVozizer

Capítulo 26 - 26 - Advogada Do Dia


Fanfic / Fanfiction Por Elas 1ª Temporada - 26 - Advogada Do Dia

Narrador.

— Isso é inaceitável. - Lauren suspirou cansada, mas estava contente com o desespero do outro advogado. Toda a ladainha dele dizia muita coisa para ela. - O cliente da Doutora Morgado já tem cinquenta por cento da herança deixada pelo senhor Acera...

— Cinquenta por cento da herança foi deixada para a educação do filho mais novo. Ao contrário do que o Doutor DeLuca está tentando comprovar, esse dinheiro nunca chegará nas mãos do meu cliente. Então sim, Tobias merece receber a parte da herança que foi deixada para os três filhos gastarem como quiserem.

— Não comecem com isso de novo. - González, o juiz sem paciência, tinha a mesma cara emburrada que Lauren quando chegou pela manhã e deu de cara com Andrew DeLuca, mesmo sabendo que era ele o seu adversário. - Continue, Doutora Morgado.

— Meritíssimo, o cliente da Doutora Morgado já tem cinquenta por cento da herança, sendo esse dinheiro para sua educação ou não. - DeLuca era um dos advogados mais insuportáveis que Lauren conhecia, até parecia que ele queria ganhar pelo cansaço de bater na mesma tecla. - O cinquenta por cento passará a ser dele quando atingir a idade especificada pelo senhor Acera, sendo assim, não tem lógica ele brigar pela outra metade da herança.

— Qual é a parte que o meu cliente não vai colocar as mãos nesse dinheiro que o senhor não entendeu, Doutor DeLuca? Estamos falando do hoje e não daqui seis anos, quando o meu cliente atingirá a maioridade. Até esses seis anos se passarem, ele mora na rua e passa por necessidades? Porque seus clientes não querem deixar ele colocar os pés na própria casa ou em nenhuma outra.

— Qual é a parte que o seu cliente está sendo o principal e praticamente o único beneficiado nisso tudo que a senhorita não entendeu? Por favor, Lauren, se coloque em seu lugar e para de querer bater boca comigo. Enquanto você estava nascendo, eu já estava formado e exercendo o meu trabalho.

— Não queira me julgar pela minha idade, Doutor DeLuca. Enquanto o senhor tem anos de experiência, eu tenho mais casos ganhos do que o seu currículo acusa. Sendo assim, comprou sua carteira do OAB em qual esquina para não lembrar de uma das primeiras lições que aprendemos?

— Ordem. - Pawel bateu seu martelo mais uma vez como forma de repreensão para Lauren e Andrew, acabando com a troca de elogios entre eles. - Quero ordem aqui dentro ou eu mando prender os dois agora mesmo. Entendido?

— Sim, Meritíssimo. - Disseram juntos, com o mesmo ódio em comum.

— Ótimo. Vamos continuar de onde paramos, se os doutores voltarem a tratar coisas pessoais aqui dentro ou agirem como duas crianças, vai ser prisão sem fiança. Não estou aqui para perder meu tempo. Continue, Doutora Morgado.

— Obrigada, Meritíssimo. Como eu estava dizendo antes, o senhor Acera deixou os cinquenta por cento para pagar os últimos anos do colégio do meu cliente. Esse dinheiro vai cobrir os cursos, as faculdades, os livros e tudo o que for preciso na educação do Tobias. Por tanto, meu cliente tem total direito de receber a outra parte da herança para gastar como quiser, do mesmo jeito que seus irmãos.

— Ele não tem esse direito. - Com DeLuca perturbando o juiz, Tobias aproveitou os poucos segundos que sobravam para avisar Lauren que tinha mudado de ideia, e ela sabia perfeitamente o que significava. - O património que o senhor Acera deixou para os estudos do filho mais novo, é quatro vezes maior do que ele realmente vai precisar para ter uma boa educação.

— Escuta, Doutor DeLuca. Acho que o senhor não ouviu quando eu disse cursos e faculdades, no plural. - Andrew tentou falar, mas Lauren continuou. - Tínhamos um acordo para fazer...

— Qual, Doutora Morgado?

— Meu cliente só queria comprar uma casa com a outra parte da herança, até mesmo abriria mão do restante. - Lauren e Tobias olharam por cima dos ombros do advogado DeLuca, vendo a comemoração dos irmãos mais velhos. Era hora do show. - As coisas mudaram.

— Aonde quer chegar com isso, Doutora Morgado?

— Meu cliente só queria um teto para morar, era o que eu estava tentando finalizar das vezes que o Doutor DeLuca me interrompeu. - Lauren deu uma última olhada para Tobias, que assentiu discretamente para ela. - Os irmãos do meu cliente estão irredutíveis com o próprio irmão. Por causa desse comportamento totalmente tóxico, meu cliente quer todos os seus direitos de filho, fazendo valer o último desejo do senhor Acera.

— Isso é inaceitável, Meritíssimo.

— Essa é sua última palavra, senhor Parsons Acera? - Pawel levantou a mão para Andrew, pedindo um tempo. - Estou lhe dando uma opção de escolha, não poderá voltar atrás.

— Sim, Meritíssimo. Essa é a minha última palavra porque sei que eles nunca mudarão esse jeito egoísta comigo.

— Caso encerrado. - Todos ficaram paralisados quando o martelo de Pawel bateu contra a madeira, deixando um pequeno, ou grande, suspense no ar. - Como foi comprovado que o testamento é legítimo, esse processo está concluído. A partir de agora e até os vinte e um anos, a custódia de Tobias Parsons Acera e sua herança, a outra metade dos cinquenta por cento dividida entre os três filhos, pertencem a Abigail Acera Lanzani. Do jeito que Gaston Ramiro Acera deixou escrito. Acabamos por aqui, passar bem.

Ganhar era muito bom, mas ganhar do DeLuca era maravilhoso e Lauren, mais que ninguém, adorava aquela sensação de vitória. Dinah, que também não gostava de Andrew, com certeza provocaria o advogado por ver o fora que ele levou quando tentou ir atrás de Pawel González.

Lauren sentou aliviada ao lado de Tobias, que tinha seus olhos vermelhos enquanto assistia seus irmãos fazendo de tudo para se aproximarem, mas sendo contidos pelos polícias. Esse era mais um lado ruim da divisão de heranças, a parte perdedora sempre queria mais brigas.

— Ganhamos, senhorita Morgado. - Seu sorriso era triste, não deveria está sendo fácil perder o pai e brigar na justiça com os irmãos sanguessugas. - Muito obrigado por me defender hoje, você foi incrível em tudo, até para colocar o outro advogado no lugar dele.

— Só fiz o meu trabalho. E aqui entre nós, eu adoro brigar com o DeLuca. - O sorriso de Tobias quase não apareceu, definitivamente era um dos piores dias de sua vida. - Pode me chamar de Lauren.

— Valeu mesmo, Lauren. Não sou um cara inconsequente que vai gastar tudo com besteiras insignificantes. Ao contrário dos meus irmãos, eu tenho a cabeça no lugar.

— Quando se trata de dinheiro para algumas pessoas, elas perdem a noção e acabam bem aqui onde estamos agora. Felizmente, ganhamos para a infelicidade deles. Seu futuro te espera, garotão.

— Tudo graças a você, mas eu já tenho que ir. Quero tirar minha tia daqui antes dos meus irmãos tentarem fazer mais alguma coisa.

— Se precisar, hoje mesmo eu consigo uma liminar contra eles para você e sua tia.

— Obrigado pela preocupação, só que não vai ser preciso. A dona Abigail é a pessoa mais dura que conheço. - Tobias riu de verdade com a expressão assustada de Lauren, que havia entendido tudo errado. - Calma, a tia Abigail é a mãe que nunca tive. Isso serve para colocar meus irmãos nos lugares deles.

— Eu já estava pensando na cor do seu quarto lá no meu apartamento. - Ainda rindo, Tobias secou algumas lágrimas que insistiam em cair. - Sinto muito pelo seu pai e por tudo que passou hoje.

— Também sinto, ele morreria de desgosto ao ver o que Jason e Nicolás se tornaram por causa de dinheiro. - Lauren tinha quase certeza que Tobias era o único sentindo a perda do pai. - Agora eu tenho que ir, não quero ser puxado pela orelha.

— Se as coisas ficarem fora de controle por qualquer motivo que envolva seus irmãos, não hesite em ligar e pedir a liminar. Pode me encontrar no número que te dei ou na advocacia Cabello.

— Se o método da tia Abigail não funcionar, eu te ligo. Tchau, Lauren.

— Tchau, Tobias. - Abigail acenou quando o sobrinho praticamente se jogou em seus braços, deixando Lauren contente com o que viu. Porém, não durou nada e DeLuca surgiu em sua frente. - O que quer?

— Bom trabalho, não nega o sangue que carrega nas veias. - Seu sorriso sarcástico não acabaria com a alegria de Lauren, muito menos conseguiria irritá-la. - Deveria usar seu outro sobrenome, assim não precisaria ficar batendo boca por horas. Todos da sua família gostam de colocar as pessoas no sapato, não é mesmo? Você não é diferente.

— Não entendi, está falando do que?

— Qual é, Lauren, sabe do que estou falando. - E ela sabia perfeitamente. - Te vejo em um outro tribunal, no qual você não vai ter a oportunidade de tentar me humilhar outra vez. Venha preparada porque isso nunca mais vai acontecer, pode escrever essas palavras.

— Não tentei humilhar ninguém, muito menos você. Não foi eu quem quis colocar a idade como um jogo de capacidade, até mesmo como prova de competência. - Lauren terminou de juntar seus papéis, voltando a olhar para Andrew antes de levantar e ficar da mesma altura que ele. - É claro que não tenho todos os seus anos rodados e a sua fama, mas sou boa no que faço e não sou obrigada a levar desaforos para casa. Eu levo mais uma vitória contra você, é o suficiente para melhorar o resto da minha semana.

— Tire as bonecas do chão quando terminar de brincar de ser advogada com elas ou quando ficar exausta de fazer comidinha imaginárias para elas.

— Está tentando me tirar do sério ou me ofender? - O sorriso que Andrew ofereceu dizia que sim, mas ele não teria sucesso. Não depois dele ter perdido tão facilmente. - Pode rir o quanto quiser, não vai acabar com o meu humor. E pode deixar que vou ir contar para as minhas bonecas que ganhei mais um caso de um senhor que já era advogado enquanto eu nascia e que não sabe perder como homem maduro feito a idade que tem. Com licença, tenha uma ótima tarde, DeLuca.

Lauren entregou um cartão de visita com o nome dos Cabello para Andrew e foi embora comemorando sua vitória enquanto ainda tinha paz. Talvez um pouco menos que vinte e quatro horas, de qualquer modo, ela aproveitaria.

O trânsito caótico do horário de almoço não incomodou Lauren, ela só queria chegar na advocacia e contar para os Cabello que havia ganhado em nome deles. Poderia até virar uma pequena comemoração em seu apartamento entre ela e Dinah.

[...]

Quando Lauren chegou na advocacia, o silêncio era absoluto. Geralmente tinha várias pessoas correndo com papéis de um lado para o outro, mas naquele instante não tinha uma vivalma, provavelmente todos estavam em reuniões de seus setores.

Pensando que estava sozinha, Lauren foi até a sala que Dinah dividia com Normani e Allyson para pegar seu celular, mas ficou surpresa quando encontrou a loira fazendo alguns relatórios para ajudar Allyson, alegando não ter nada para fazer.

Surpresa maior foi descobrir que Alejandro já tinha deixado tudo pronto para elas. Caso Normani, Dinah e Lauren quisessem ir embora, elas poderiam, mas nenhuma quis ir porque Allyson e Camila tinham várias coisas para fazer.

— Laur. - Allyson apareceu sorridente assim que Lauren saiu de sua sala, a abraçando rapidamente. - Que cara é essa de quem esqueceu alguma coisa?

— Entrei na sua sala para pegar meu celular e sai sem ele.

— Seu celular está carregando lá na sua mesa, na sua sala. Como foi seu primeiro caso fora da advocacia?

— Foi ótimo, Ally. Ganhar meu primeiro caso no nome dos Cabello foi incrível, mas ganhar do advogado Andrew DeLuca foi lindo.

— Sério que você pegou logo esse mala? - Lauren assentiu rindo e Allyson acompanhou. - Ele não quis te matar quando acabou? Esse homem tem fama de péssimo perdedor.

— Não é só fama, vai por mim. Ele teve a cara de pau de falar da nossa diferença de idade, disse que eu deveria usar meu outro sobrenome para não ficar batendo boca por horas e ainda por cima me chamou de criança dizendo que brinco com bonecas.

— Isso foi o ego dele sendo pisando por um salto agulha magnífico. Seu sobrenome não diz nada sobre a sua capacidade, você é ótima no que faz, Lauren.

— Obrigada, Ally. Ouvir isso da pessoa mais sensata desse planeta me deixa feliz. E falando em felicidade, eu queria compartilhar a minha com a Sinu e o Alejandro. Eles já chegaram?

— Na verdade eles já foram embora, surgiu uma reunião emergencial que pegou todos desprevenidos. - O jeito era esperar a notícia chegar até eles, o que Lauren sabia que não demoraria. - Eu não queria acabar com a sua alegria de melhor advogada, mas acabei de deixar alguns papéis com a Camila, não são muitos, só que eu preciso deles para hoje. Pode me ajudar?

— Dinah disse que não tem nada para fazer, então eu te ajudo em tudo o que quiser e precisar.

— Se prepara, agora eu vou abusar das suas palavras. E espero que não tenha comido nada na rua, vamos sair para almoçar todas juntas quando alguém chegar para ficar atendendo o telefone.

— Me abusa e me usa, Allycat. Estou faminta. - Lauren deixou um beijo no meio da testa de Allyson e entrou na sala, encontrando uma Camila toda concentrada. - Bom dia, Camz.

— Bom dia, Lolo. - Camila nem olhou para Lauren, fazendo o coração da recém-chegada acelerar por alguns segundos antes de lembrar que Allyson havia dado uma tarefa para a herdeira dos Cabello. - A Mama desligou uns três minutos atrás e deixou seus parabéns por hoje. Não vou falar tudo o que ela mandou te dizer porque ninguém vai aguentar você se gabando em plena terça-feira.

— Eu vou sobreviver com a falta dessa informação e agradecerei ela mais tarde. Posso te ajudar?

— Vou te agradecer pelo resto do dia se me ajudar a entender pelo menos uma parte disso tudo. Não entra na minha cabeça que metade desses papéis são para Dulce pegar pastas no arquivo morto. Se são arquivos mortos, não era só jogar fora?

— Essa é a parte mais fácil que você entenderá em toda a advocacia. - Lauren se aproximou para debruçar-se na mesa, levantando o rosto de Camila pelo queixo. Assim era melhor. - O arquivo morto que estamos falando são todos os documentos importantes que podem necessitar de consulta mais tarde, até mesmo décadas depois do acontecido. Lá tem de tudo, tipo certidões, comprovantes, formulários, notas fiscais, declarações e fichas de registro. Além dos casos concluídos, inconclusivo ou encerrados por falta de provas.

— Nossa...

— Ninguém sabe quando vai precisar de quaisquer pastas do arquivo morto. E nesse instante você está fazendo dois em um.

— Eu estou... - Camila vacilou quando olhou para baixo, ganhando a visão perfeita do decote de Lauren. - Como é possível não estarem nas minhas mãos...

— Os papéis estão nas suas mãos. - Assustada, Camila voltou a olhar para Lauren, vendo seu sorriso de quem tinha pegado ela no flagra. - Já vi a Ally separando esses papéis antes. Aí você vai assinar que sabe das saídas e entradas das pastas, além de fazer o controle do estoque porque com o vai e vem, as pastas ficam desgastadas. Isso ajuda muito em um dia de correria.

— Você sempre sabe de tudo? - Ainda sorrindo, Lauren ficou corretamente de pé, acabando com a alegria de Camila ao assentir. - Então sabe que precisamos conversar?

— Sei bem disso, podemos conversar depois que você terminar com esses papéis ou depois do almoço com as meninas.

— É só assinar papéis, vou deixar para mais tarde. Claro, se a Ally não entrar aqui e me matar.

— Eu não duvido disso, ela pode entrar a qualquer hora pedindo esses papéis. Se você quer mesmo arriscar, sobre o que vamos conversar?

— Sobre domingo.

— Domingo?

— Sim, o domingo e segunda também.

— Se você está arrependida de ter ficar comigo, tudo bem. Não vai mais acontecer, relaxa.

— Que? Não é isso, Lauren. Eu não estou arrependida de ter ficado com você, pelo contrário.

— Agora você me deixou confusa. - E contente também. - Sobre o que quer conversar?

— Normani.

— Normani?

— Sim, sobre a Mani. Não sabe o tanto que ela falou ontem e hoje porque dormimos na mesma cama.

— Dinah também falou, achei que não conseguiria estudar o caso de hoje com o tanto que ela queria ter uma conversa sobre o que tinha rolado.

— A Mani acha que você não é mulher de... Sabe... Como posso dizer isso sem te ofender?

— Que não sou mulher de ter um relacionamento sério? Que não posso gostar de verdade de outra pessoa? É isso que ela pensa de mim? Bom saber.

— Não leva para o lado pessoal, ela só quer o meu bem, Lauren.

— Falando do meu caráter? - Sentindo um súbito calor devido ao que tinha acabado de ouvir, Lauren tirou a jaqueta e a jogou no sofá antes de sentar sobre a mesa, de costas para Camila. - Ela não deveria falar do que não sabe, nem tudo é o que realmente parece.

— Não precisa ficar brava, Lolo. -
Camila deixou o conforto de sua cadeira para se enfiar no meio das pernas de Lauren, brincando com algumas mechas de cabelo da outra. - Já passei algumas noites chorando pela pessoa errada, depois disso Normani começou a me proteger até mesmo da minha sombra.

— Você chorando deve ser muito chata. - A boca de Camila se abriu e sua mão foi de encontro com o braço de Lauren, a atingindo com alguns tapas. - Que mulher violenta, para com isso. Ai, doeu.

— Era para doer bem mais que esses míseros tapinhas de tirar pó, a única chata aqui é você, sua insuportável.

— Você me bateu e eu nem disse que a Dinah também tem uma opinião formada sobre você. - Camila tentou se afastar, mas as pernas de Lauren não deixaram ela sair. - Dinah pensa o mesmo que a Normani sobre você.

— Dinah está certa. - Não era a resposta que Lauren queria ouvir, a decepção foi inevitável. - Não sou mulher de levar nada sério adiante, querida.

— Você diz isso por causa do tal namoro que não deu certo e te fez chorar por noites seguidas? - Camila olhou para baixo, brincando com os botões da camiseta social de Lauren. - Quer ouvir o que eu acho de você?

— Tenho até medo de ouvir o que ainda acha de mim. - Se deixando levar pela curiosidade, Camila encarou Lauren mais uma vez. - Quero saber o que pensa, vossa excelência.

— A Camila que conheci lá na casa da Ally não existe mais para mim. Conheci uma nova versão sua e é dessa que vou falar.

— Por favor.

— Não acho que você seja do jeito que a Dinah disse, não te vejo ficando com várias em uma única noite. Te vejo como uma pessoa que se diverte horrores quando está com os amigos, que ama o momento em família e uma pessoa que trocaria tudo pelos pais e a irmã mais nova. O seu jeito com eles é diferente de tudo que já vi, até mesmo da família da Dinah que são uns amores em quase todos os aspectos.

— Isso quer dizer que... Você tem uma opinião diferente da Dinah sobre mim?

— Sim, totalmente diferente. Queria nunca ter te chamado de aprendiz de fecha boate...

— Isso foi realmente horrível. - Lauren sorriu envergonhada, mas Camila também sorriu e levou na brincadeira. - Quer saber o que penso de você?

— Com certeza.

— Primeiramente, vamos começar com seu porteiro. Ele tem uma parcela de culpa no que a Mani pensa de você.

— O que o Mark fez dessa vez?

— Ele me chamou de louca, sabia? - Era típico do porteiro de Lauren, ele sempre adorou irritar as pessoas que tentavam passar por ele sem se identificarem. - Ele disse que as namoradas tem a entrada livre, mas nem todas. Algumas ele tem que dizer que você e Dinah foram viajar para o Brasil.

— Mark é do tipo que faz birra por um fio de cabelo, alguma coisa você fez para ele. - Camila não admitiu, mas suas bochechas avermelhadas a entregou. - Não tive nenhuma namorada depois do meu último relacionamento, Ally é a única mulher que dorme no nosso apartamento.

— Agora o que eu penso é que... Você é sensível, grossa, muito grossa, mas sensível demais. Esse seu jeito de mulher fodona esconde uma pessoa que se importa com as pessoas, a loira de farmácia me contou como se dedicou ao menino que defendeu hoje.

— Ela é uma fofoqueira.

— Essa sua cara de quem passa o rodo na noite, é só a cara mesmo. Te vejo como uma pessoa que cuida muito bem da outra quando está em um relacionamento e não olha para outras. Estou certa?

— Vou pensar na sua resposta.

— Só diga que estou certa, Lauren.

— Nunca, mas posso dizer que pensamos diferente das nossas amigas. - Lauren puxou Camila pela cintura, cruzando as pernas ao seu redor. - Isso é bom, não é?

— Para nós duas sim. Já elas, no fundo só querem o nosso bem, cuidando das nossas vidas como se fossem a delas.

— Você me deu uma ótima ideia, Camz.

— Vamos cuidar da vida delas também?

— Melhor que isso, baby. Elas estão cuidando das nossas vidas porque acham que somos iguais. Normani me vê como a Dinah e Dinah te vê como a Normani. É isso que vamos fazer.

— Lembra quando eu falei que não complicar o simples era fácil? Que era melhor para ambas as partes? Vai ter que repetir porque eu não entendi bulhufas.

— Você que é lerda, e ninguém mais fala bulhufas, garota.

— E você é chata, agora explica direito e no meu idioma por favor.

— Dinah tem uma opinião formada sobre você só por você ser amiga da Normani. Acontece a mesma coisa com a Normani, ela pensa que sou igual a Dinah. Entendeu agora?

— Essa parte sim, agora o rumo que você pretende dar nessa história de acho e não acho, penso e julgo sem saber, nem fodendo que entendi.

— É simples, Camz. Vamos fazer elas se darem bem outra vez, assim cada uma cuida da sua própria vida e esquecem as nossas. Sem contar a paz que teremos sem as brigas entre elas.

— A miserável é uma gênia. - Camila puxou o rosto de Lauren para um beijo de comemoração, acabando com ele segundos depois quando as dúvidas começaram a surgir. - Quero saber como vamos começar porque vai ser super difícil unir o que virou água e óleo.

— Podemos começar a pensar em algumas coisas agora...

— Agora não, eu tenho outra coisa que preciso resolver. - Se Lauren não estivesse sentada, ela cairia com Camila passando as unhas em suas pernas. - Quer resolver o problema que está deixando sua boca longe da minha?

— Precisa de uma advogada para resolver esse problema para você? - Camila sentiu seu corpo se arrepiar quando as unhas de Lauren entraram em contato com a pele de seu pescoço, a puxando para mais perto. - Hoje é seu dia de sorte, a advogada do dia está bem na sua frente.

— Ótimo, não tem advogada melhor para resolver meu caso.

Camila puxou Lauren da mesa, a jogando no sofá e sentando por cima dela. O beijo começou desesperado, uma terceira pessoa diria que elas estavam quase se comendo, o que não seria mentira porque elas queriam muito transar no sofá de Sinuhe. 



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