História Por Elas 1ª Temporada - 43 - Olivia

Narrador.

— Precisamos fazer direito ou nada vai sair como o planejado, e não queremos isso. - Lauren fazia planos em cima de planos para ajudar Taylor de qualquer jeito. Elas não tinham muito tempo, nem mesmo planos infalíveis, era tudo ou nada. - Vamos repassar tudo novamente. Você vai mudar suas aulas presenciais para aulas remotas, assim a desculpa da viagem vai cair como uma luva...

— Uma viagem de cinco ou seis meses, sem rumo.

— Não é totalmente sem rumo, hoje mesmo eu vou procurar um lugar para você ficar nesses próximos meses.

— Certeza que vai funcionar? Não estou confiante do seu plano, as pessoas podem me reconhecer em qualquer lugar e espalhar sobre a minha gravidez.

— Tem uma ideia melhor? Estou aceitando o que vier.

— Não, eu não tenho nada.

— Foi o que pensei. - O clima entre as irmãs Jauregui sempre foi de esquentar rapidamente, essa manhã não seria diferente com tantas coisas em suas cabeças. - Eu preciso saber se é isso mesmo que você quer, Taylor.

— É o que você quer, Lauren.

— O que disse?

— Você entendeu o que eu disse, não se faça de sonsa.

— Escuta aqui, Taylor, eu te dei a escolha de sair daqui e ir fazer o que pretendia fazer. Em nenhum momento eu te segurei e te obriguei a ficar, então não venha dizer que está fazendo o que eu quero. - Ali estava uma coisa que tirava Lauren do sério mais rápido que sua própria família, pessoas sendo injustas quando ela só queria ajudar. - Não vai embora? As portas estão abertas, é só sair e fingir que essa conversa nunca aconteceu.

— Sabe que não vou embora, não posso simplesmente ir embora sem saber o que fazer com a minha vida. - Taylor não poderia ir nem se quisesse, tinha muito mais do que ela estava contando para Lauren. - Fiquei nervosa, só preciso da sua ajuda.

— Para que? Te conheço perfeitamente para saber que quaisquer que seja a sua escolha, você vai se arrepender ao longo dos dias, semanas e meses. Vai jogar na minha cara seja lá o que escolher.

— Quero ter a minha vida de volta, não vou me arrepender de nada, pode ter certeza disso. - Lauren sempre achou Taylor egoísta, não escondia sua opinião de ninguém, muito menos de sua irmã, e suas palavras eram a prova disso. - Vou ir até a faculdade, depois arrumo as minhas malas.

— Você tem três dias, arrume suas coisas no último dia para ninguém desconfiar que está com pressa de sumir.

— No último dia, entendi.

— Agora vamos ir comer, não sei como a Sofia ainda não voltou aqui. - Um largo sorriso se formou nos lábios de Lauren só de pensar na bagunça da cozinha, esse mesmo sorriso que voltou a deixar Taylor enciumada. - O que quer comer?

— No momento? Nada. Estou precisando tomar um ar, talvez sentar na beira da praia. A brisa gelada vai me ajudar a tomar coragem para falar com os nossos pais.

— Tem certeza? Sua alimentação nunca foi das melhores, e agora você come por dois.

— Não se preocupe com a minha alimentação, não estou vivendo nos drive-thru da vida, nem de macarrão instantâneo. - Mentiu. - Vou sair sem fazer barulho, dê tchau para sua... Jackie e a Sofia.

— Esse é o meu nome. - Sofia apareceu sorridente, com seu bigode de chocolate e as mãos cheias. - A Jackie pediu para chamar vocês duas, ela fez pão de queijo e me deixou comer com ketchup, muito ketchup.

— Isso... Nossa, isso me deixou enjoada. - Taylor prendeu a respiração quando sentiu o cheiro do pão de queijo com ketchup que Sofia comia com gosto, tratando de se afastar aos poucos. - Preciso resolver alguns problemas na rua, outro dia eu tomo café da manhã com vocês.

Lauren levou Sofia até a cozinha quando percebeu que Taylor poderia ir além dos enjoos, a possível explicação seria mais complicada naquele momento. No outro cômodo, Jackie não questionou nada quando ouviu a porta bater, só fez Lauren e Sofia comerem metade do que havia feito antes de irem dormir.

[...]

— Eu não sei, Josh. Essa é uma escolha sua, é o seu futuro que está em jogo. - Olivia agradeceu Jackie por recebe-la com um simples sorrindo, deixando sua bolsa sobre o sofá. - Tenho que ir, me liga mais tarde.

— A Lauren já vem. - Jackie disse assim que Olívia guardou seu celular no bolso, aproveitando para analisar a mulher. - Quer tomar alguma coisa? Água, café, chá, suco, refrigerante?

— No momento eu só quero saber o que a Lauren está fazendo, pensei que a encontraria sentada com a cara nos papéis.

— Sofia pediu ajuda com a lição de casa. Pode ficar a vontade, tenho certeza que a Lauren não vai demorar.

— Obrigada.

— Posso mesmo? - Olívia não viu quando Jackie a deixou sozinha, seu interesse era revirar os olhos por ouvir a voz de Sofia. - Não vou te atrapalhar, Lolo?

— Para quem trabalha com a Dinah e a Normani que são duas escandalosas, uma televisão não é nada. - A risada de Lauren e Sofia cessaram quando viram Olívia parada olhando para elas, fingindo que não estava incomodada com a presença da menina. - Boa tarde, Olívia.

— Ótima tarde, Lauren. Sofia.

— Oi. - Disse o mais seca possível. - Vou assistir Ladybug, preciso de um ioiô daqueles.

— Podemos procurar mais tarde, um para você e outro para mim. O que acha?

─ Eu acho que está com a cabeça nas nuvem, você esqueceu sua pasta lá no quarto.

─ Bem lembrado, eu já volto.

Assim que Lauren as deixou sozinhas, cada uma foi para um lado com seus pensamentos borbulhantes. Olivia imaginou que com a ausência de Camila e Dinah, ela finalmente conseguiria alguma coisa com Lauren, ela só não contava com a presença de Sofia. Ela precisava tirar a menina da sala de qualquer jeito. E Sofia também tinha seus planos de fazer Olivia ir embora o mais rápido possível.

Lauren havia estudado o caso desde o dia seguinte do aniversário de Normani, e ainda não conseguia entender porque Olívia, com tantos advogados bons, quis trabalhar com ela. O caso era de uma família destruída pelo álcool e violência contra a mulher e o filho, Helena era a cliente desesperada que Olívia defenderia com unhas e dentes desde o primeiro julgamento.

Além do desejo de ficar com Lauren, Olívia queria usar seu sobrenome Jauregui para ter um impacto maior contra o outro advogado e o juiz. A família de Finn não aceitava como tudo tinha terminado, não aceitava que Helena havia se defendido de um homem que quase matou ela e seu filho. 

A vingança da família de Finn acabava no próximo julgamento, Lauren jurou para si mesma que não deixaria uma família conturbada cuidar de uma criança que eles nem queria de verdade. Por mais que a morte de Finn havia sido causada por Helena, a justiça entendeu que foi legítima defesa ou ela e seu filho estariam mortos. Toda aquela briga afetava mais a criança do que qualquer outro parente, aquela historia precisava ter um fim.

As horas foram se passando e Sofia não saía da sala nem para beber água, um minuto ou outro ela encarava Olívia para saber se a mulher ainda estava do outro lado da mesa já que ela não ia embora. Camila não entendia as mensagens que sua irmã mandava dizendo que estava tudo sobre o seu controle, e Lauren não poderia explicar porque estava longe do celular e sem saber de nada.

— Sofia? - Jackie chamou, mas a menina não foi a única que a encarou. - Esqueceu do bolo que fizemos?

— Já está com a cobertura de chocolate? - Jackie assentiu. - Sendo assim, eu quero dois pedaços grandes e com muita cobertura.

— Estou imaginando a dor de barriga que você vai ter mais tarde. Vem, menina.

— A Lolo não vai?

— Claro que vai, coloquei a mesa do café da tarde para vocês três.

— Eu...

— Nem pense em negar o café da tarde. - Lauren interrompeu Olivia. - Quando alguém se nega a comer as delícias que a Jackie fazer, é tipo uma das piores ofensas do mundo.

— Sendo assim, eu vou quebrar a minha dieta para não ofender ninguém, pretendo voltar aqui mais vezes. - Olivia piscou para Lauren, que desviou sua atenção para Sofia com a expressão fechada. - Vou arrumar essas folhas e já estou indo.

— Vou ajudar a Olivia com esses papéis, pode deixar que eu levo ela nem que seja na base do puxão de orelha. - Lauren riu quando Jackie praticamente arrastou Sofia com ela até a cozinha, arrumando as pastas de qualquer jeito. - Vamos? Não quero ter que te levar a força.

— Que violência, Lauren. É assim na cama também?

— Só vendo para saber.

— Isso foi um convite? Porque eu posso aceitar agora mesmo.

— Na verdade é uma brincadeira que sempre faço com as meninas. - Lauren deu os ombros. - É mais com a Camila do que com as outras.

— Camila, Camila, Camila. Você deveria ouvir o que a Sinu fala da sua querida Camila.

— Tenho certeza que são só coisas boas.

— Já passei horas ouvindo a Sinu reclamar que a Camila nunca se prendeu a ninguém de verdade.

— O que realmente você quer dizer, Olivia?

— Só estou dizendo que a Camila vai se cansar de você também, e quando isso acontecer, eu estarei pronta para deitar na sua cama. Imagino que ela seja tão gostosa quanto você.

— A Camila que conheço não é assim, ela não se cansa das pessoas de uma hora para a outra.

— E a Camila que a mãe dela conhece? Será que é a mesma pessoa? - Olivia caminhou lentamente em volta da mesa, se debruçando diante de Lauren. - Eu sou a mesma pessoa que está na sua frente e na cama... Talvez um pouco boca suja.

— Vou fingir que não sei do que está falando. - Lauren arqueou suas sobrancelhas quando Olivia segurou seu rosto e o levantou para olhar em seus olhos. - O que está fazendo?

— Você vai fingir que não sabe que algumas mulheres ficam excitadas com palavrões na hora do sexo, baby?

— Olivia...

— Você tem cara de quem fode gostoso, que deixa qualquer mulher com as pernas bambas. Não tenho dúvidas que passaria horas gemendo seu nome, pedindo por mais enquanto você transava com uma mulher de verdade.

— É assim que você chama de excitar alguém com palavrões e palavras sujas? - Lauren se levantou rapidamente, empurrando Olivia contra a parede gelada, deixando a mulher feliz pela brutalidade usada. - Vou te ensinar como se excita com palavras sujas, Wilde.

— Isso eu quero ver.

— Pode sentir também. - Olivia gemeu baixinho quando Lauren enfiou seus dedos nos fios de seu cabelo, sentindo sua cabeça cair para trás. - Você quer gemer para mim, safada? Quer que eu te coma em qualquer posição? De quatro, de pé ou de lado? Sei que adoraria que eu te jogasse na cama para te foder o dia todo ou te chamar de vadia.

— Porra, Lauren. Eu sou uma vadia. - Sussurrou com os olhos fechados, mordendo o canto de sua boca para não falar alto. - Quero ser a sua vadia.

— Você pode ser uma vadia na cama, mas agora eu vou ser uma filha da puta. - Lauren não podia negar que Olivia cheirava a elegância de uma mulher mais velha, não com o nariz grudado no pescoço dela, mas não era o cheiro que ela gostava. - Eu vou ser uma filha da puta de te deixar excitada para ir comer o bolo que a Jackie fez com a Sofia.

— Isso é sério? Você é uma grandessíssima filha da puta, Lauren.

— Sei que sou, a Camila não me deixa esquecer todas as noites que passamos acordadas. E eu não sei se você lembra, mas tem um banheiro no meio do corredor para visitas, pode demorar o quanto quiser sem nenhum problema. - Se Olivia fosse fogo, Lauren viraria cinzas por causa da raiva que causou na advogada. - Sem pressa, leve o tempo que precisar ou quiser, Wilde.