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História Por Elas 1ª Temporada - 46 - As Ex's


Escrita por: AlascaVozizer

Capítulo 46 - 46 - As Ex's


Fanfic / Fanfiction Por Elas 1ª Temporada - 46 - As Ex's

Narrador.

O clima dentro da sala de reuniões era um dos melhores para a maioria, Sinuhe não economizava nos elogios, muito menos no orgulho que sentia de suas meninas. E ao contrário da maioria, Camila não tinha a mesma empolgação que suas amigas, não ligava para o ego que sua mãe estava enchendo.

Lauren esboçava sorrisos cada vez que uma de suas amigas a olhava, mas ela nem sequer estava ouvindo tudo o que era dito. Camila estava estranha com ela e aquilo lhe incomodava profundamente, então Lauren fez a única coisa que pensou, puxou Camila até o outro lado da sala. 

— Está tudo bem, Camz?

— Não está ouvindo a minha mãe rasgar elogios? Ela só faz isso quando as coisas estão bem, tudo vai muito bem agora.

— Não estou falando da sua mãe ou do que vocês fizeram enquanto estiveram fora, eu quero saber o que você tem.

— Não tenho nada.

— Já passamos da fase que você mente e eu não desconfio, sei quando está mentindo para mim, Camila.

— Não estou mentindo, Lauren.

— Mentiu de novo. - Camila pensou em uma desculpa rápida, mas Lauren não a deixaria usar. - Pode falar o que fiz de errado? Porque você chegou e ignorou a minha presença dentro da nossa sala, fui te beijar quando sua mãe saiu e você negou, simplesmente saiu atrás dela sem falar nada. Ainda não sou adivinha.

— Olha que legal, você realmente me conhece muito bem. Estou chateada sim, mas fiquei assim depois que cheguei aqui.

— Okay, não sei do que está falando, mas podemos conversar em outro lugar? Só nós duas? - Camila nem se deu o trabalho de avisar que elas estavam saindo da sala de reuniões porque ninguém prestava atenção nelas. Lauren respirou fundo e a seguiu até a sala mais próxima, fechando a porta. - Pode falar o que está rolando?

─ Você não disse que me conhece bem? Deveria saber quando estou de mau humor porque me acordaram no susto e não me deixaram tomar café da manhã. Satisfeita?

─ Não, mas quer saber? Não está mais aqui quem perguntou o que você tinha ou ainda tem.

─ Posso sair? Ainda estou com fome.

─ Não, não pode sair porque eu quero saber se o nome Verônica Iglesias faz sentido para você.

─ De onde tirou esse nome? - A expressão de Camila endureceu e sua postura mudou radicalmente, Lauren não conhecia essa nova Camila. - De onde tirou esse nome, Lauren?

─ Verônica era uma velha amiga, até a chamei para o seu aniversário porque uma festa nunca fica chata com as palhaçadas dela, mas ela não estava em Miami.

─ Eu não sei porque está me perguntando sobre essa pessoa, pode falar de uma vez o que quer com isso?

─ Quero saber se você a conhece, a pergunta é simples e prática. 

─ Você já sabe que eu a conheço, para de prolongar esse assunto. Por favor, vai direto ao ponto?

─ Vocês namoravam?

─ Sim, eu namorei aquela filha da puta. E se eu fosse você, não deixaria a Normani ouvir esse nome, ela odeia a Verônica bem mais que eu. Acabamos aqui?

─ Não. Você era a garota que tinha esquecido o celular e depois voltou para pegar, não era?

─ Foi a Normani que te contou essa história? Porque ela não tinha o direito...

─ A Normani nem estava aqui, Camila.

─ Não te sobra muitas opções, Lauren. Se você não ouviu da Normani, foi a sua amiguinha que te contou ou você tirou esses dias para investigar a minha vida pacata.

─ Não falei com nenhuma amiguinha, muito menos cuidei da sua vida. Qual foi? Não estou te reconhecendo.

─ E eu muito menos. Você me chama para conversar, joga o nome dessa filha da puta na roda e ninguém te contou nada? Por favor... - Camila deu alguns passos para trás, deixando Lauren confusa ao sorrir. - Agora tudo faz sentido.

─ O que faz sentido?

─ Eu nunca quis escutar as explicações fajutas da Verônica e ela te mandou aqui para brincar com a minha cara, com os meus sentimentos. - Uma lágrima escorreu pelo rosto de Camila, qual ela tratou de secar enquanto mordia o lábio para segurar a vontade de chorar. - Eu esperava isso de qualquer pessoa nesse mundo, menos de você.

─ Esperava o que, Camila? Não sei do que está falando, ninguém me contou nada, não conversei com amiguinha nenhuma. E não estou brincando com você ou com os seus sentimentos. Ficou louca?

─ Não faz nem cinco minutos que você falou que chamou aquela praga para o meu aniversário, não estou ficando louca, Lauren.

─ Sério, Camila? - Sorriu desacreditada. - Falar com uma pessoa por mensagem ou ligação é uma coisa, ver a pessoa é outra totalmente diferente. Já tem anos que não vejo a Verônica.

─ Que se foda, qual é o prêmio por brincar com a minha cara? - Em passos largos, Camila foi para cima de Lauren com seus olhos transbordando de raiva e a empurrou contra a porta, se arrependendo segundos depois. - Eu não... Eu não... Eu...

─ Você não queria me empurrar? Me acusar de brincar com os seus sentimentos? Ou de ser mandada por uma pessoa que não vejo?

─ Quer que eu pense o que? Você não fala de onde tirou o nome da Verônica.

─ Então para de me acusar de tudo e escuta o que tenho para dizer.

─ Pode falar, estou ouvindo.

─ Conheço a Verônica muito mais tempo do que pode imaginar, mas não somos mais amigas. Mantemos o contato uma da outra porque ela sempre avisa quando muda de número, pode perguntar para Dinah se ainda não cansou de me acusar de tudo. - Camila procurava qualquer resíduo de mentira nas palavras de Lauren, mas nunca tinha visto tanta sinceridade em poucas palavras. - Sei da história do celular porque eu estava lá no dia que tudo aconteceu, mas estava tão bêbada que não te reconheci quando nos encontramos na casa da Ally ou aqui. Foi eu que te fiz chorar.

─ Você me fez chorar? - Lauren assentiu com pesar. - Eu chorei porque tive a infelicidade de voltar para pegar o meu celular e... Espera... Espera...

─ Sim, você voltou bem na hora que eu beijei a Verônica.

─ Não, não era você naquela noite.

─ Era eu, Camila. Tudo aconteceu por causa de um jogo, verdade ou consequência. Era como um ritual que todos da nossa turma fazíamos depois de uma prova pesada, nesse dia não foi diferente, bebemos muito e fui a primeira a perder o controle. Eu continuei jogando mesmo depois que a Verônica saiu, joguei várias rodadas e quando me cansei, tive que fazer um desafio para sair.

─ E qual foi o seu desafio?

─ Eu tinha que tirar uma peça de roupa ou beijar alguém conhecido e que estivesse fora do jogo. A primeira pessoa conhecida que encontrei foi a Verônica, pensei que não tinha problema cumprir o desafio com ela porque éramos amigas. Depois disso eu só me lembro de gritos e uma pessoa chorando.

─ Eu.

─ Sim, você.

─ Sabe o tanto que chorei por ela? - A voz de Camila quase não saiu. Lauren sentiu seu peito comprimir de culpa, de arrependimento por tudo o que já tinha causado mesmo sem saber. - Vocês me quebraram naquela noite, os meus relacionamentos nunca mais foram os mesmos porque eu não conseguia confiar em uma pessoa de novo.

─ E eu sinto muito por ter feito você chorar, mas eu não fiz de propósito. - Lauren segurou o rosto de Camila, olhando em seus olhos vermelhos e marejados que tentou secar. - A Verônica que eu achava que conhecia não se apegava a ninguém, quando ela disse que tinha alguém, eu não acreditei nela. Se eu soubesse que não era mais uma das várias mentiras dela, eu nunca tinha a beijado. Eu nunca tinha quebrado o seu coração ao ponto de perder a confiança nas pessoas, Camz.

─ Eu deveria ter parado quando a Keana me chutou igual chuta um lixo na rua, mas não, eu continuei para você e a Verônica terminarem de me destruir.

─ A Keana não merece que ninguém chore por ela ou sofra um minuto sequer, ela não é digna de amor ou dor, Camila. Ela é o demônio em forma de gente, até pior que o demônio se for possível.

─ Vai dizer que ela também era uma amiga que você beijava quando estava bêbada?!

─ Keana e eu namoramos por um tempo. - Camila riu, sim, ela riu porque começou a acreditar que tudo aquilo fosse uma brincadeira e que a qualquer momento suas amigas entrariam na sala gritando como sempre faziam. Quando ninguém entrou, Camila preferiu se afastar novamente. - Eu não estava brincando antes e não estou brincando agora.

─ Essa conversa realmente está acontecendo? Acho que estamos em um pesadelo e eu não consigo acordar dessa porra sem fim.

─ Você está bem acordada, mas pode considerar tudo isso um verdadeiro pesadelo. - Lauren queria saber ler mentes para ouvir os pensamentos de Camila e assim adivinhar o próximo passo que deveria dar, só vendo suas expressões não ajudava em nada. - Keana e eu tínhamos algumas aulas juntas, foi assim que nos aproximamos e começamos a namorar.

─ E como acabou?

─  Ela dormiu com um cara que fez questão de me contar nos mínimos detalhes do que fizeram e me tirou do armário para toda a minha família. O escândalo foi tanto que meus pais me trocaram de faculdade porque sentiram vergonha de ter uma filha como eu.

─ Ninguém deveria ser tirado do armário sem estar pronto. - Lauren assentiu levemente. - Como soube delas duas?

─ A Taylor apareceu lá no apartamento, mexeu nas minhas coisas e achou as fotos que tirei da parede depois do seu aniversário. Quem me falou da Verônica e da Keana foi a Sofia, não só das duas como da Jade e da Emma também. Acho que fiquei com um pouco de ciúmes do jeito que ela falou da tal Jade. - Camila sorriu e deixou Lauren se aproximar dela, sentindo o toque quente de suas mãos secando suas últimas lágrimas. - Me perdoa por te quebrar por dentro? Por te fazer perder a confiança nos seus relacionamentos? Eu juro pela minha vida que nunca tive essa intenção. Me perdoa, Camz? 

─ Eu... - Camila se pegou pensando se valia a pena ficar relembrando o passado com um futuro onde tinha Lauren nele. Foram meses chorando por duas pessoas que nunca haviam a colocado como prioridade, e Lauren já tinha feito aquilo várias vezes, na frente de muitas pessoas. Lauren era mais importante que qualquer coisa do passado, Camila estava disposta a seguir em frente. - Eu deveria te agradecer por me livrar de certas pessoas.

─ Isso quer dizer que vamos ficar bem? Pelo menos como amigas?

─ Está escondendo mais alguma coisa?

─ Estou...

─ Já estamos aqui, essa é a hora.

─ Achei vocês duas. - Allyson entrou na sala apressada, sem deixar de olhar para a tela de seu celular. - Ganhamos um café da manhã decente, mas só podemos ir todas juntas. Vocês podem se pegar depois que a gente comer?  

─ Claro, a Camila também está com fome.



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