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História Por Elas 1ª Temporada - 8 - Vídeo Chamada


Escrita por: AlascaVozizer

Capítulo 8 - 8 - Vídeo Chamada


Fanfic / Fanfiction Por Elas 1ª Temporada - 8 - Vídeo Chamada

Narrador.

— Mama? - Camila chamou assim que fechou a porta, esperando que sua mãe estivesse dormindo. - Acho que ela já...

— Já nada, Karla. - Sinuhe surgiu atrás de Camila, vendo a filha jogar a cabeça para trás enquanto suspirava alto. - Por que eu imaginei que você não colocaria os pés aqui?

— Não sei porque imaginou isso, Mama, logo eu que nunca desapeguei desse apartamento. - Deu os ombros. - Sempre volto para cá, meus pais e minha irmã moram aqui, coisa linda da minha vida.

— Não se faça de sonsa ou de fofa, ainda mais depois de ficar ciente que a nossa conversa não tinha acabado.

— Por que não acabou se eu falei que vou ir trabalhar como você quer, Mama?

— Talvez seja porque você saiu daqui mesmo comigo falando para não ir?! - Camila caminhou até o sofá, se jogando entre as almofadas sabendo que ouviria mais um pouco. - Eu vou viajar, essa parte você não me deixou contar.

— Você vai viajar? - Sinuhe apenas assentiu para a pergunta óbvia de sua filha de boca aberta. - O que vai ser da advocacia, Sofia e eu?

— Por favor, Camila. - A matriarca dos Cabello cruzou os braços, negando com a cabeça. - Você já tem vinte e dois anos, mora sozinha e sabe como cuidar da sua irmã.

— E a advocacia, quem cuida?

— Sabe que é você.

— Eu não sei nem o que você faz lá dentro depois que parou de exercer como advogada, Mama. Como vou cuidar de tudo sem saber nada?

— Allyson não serve de nada para você? Ela é meu braço direito, sempre sabe o que fazer antes mesmo de precisar fazer. Ela vai te ajudar em tudo.

— Se a Allyson é seu braço direito, você deveria deixar ela no comando de tudo e não eu que não sei por onde começar.

— Eu queria mesmo que fosse ela a pessoa que ocuparia meu lugar enquanto seu pai e eu estivermos fora. - Camila não admitiria em voz alta, mas ouvir que era a segunda opção dos próprios pais doeu lá no fundinho. - Tive uma conversa com Allyson e ela simplesmente achou melhor deixar nas suas mãos o que um dia será seu.

— Nossa, que notícia triste...

— Ainda não acabei. - Tudo o que Camila queria era deitar em sua cama depois de um banho quente, mexer nas redes sociais atrás de algumas pessoas e ir dormir, mas Sinuhe tinha outros planos para ela. - Será você e mais quatro.

— Eu e quatro babás? - Riu com ironia. - Não faz nem cinco minutos que você falou sobre eu já ter vinte e dois anos, agora vou ter quatro babás? Sério, Mama?

— Você não terá babás, Camila.

— Então quem são elas?

— Ainda não importa quem são elas, até porque uma delas avisou que não poderá trabalhar para mim. Preciso da última pessoa até segunda-feira, cinco é melhor que quatro.

— Por que vai procurar se você já tem?Se vou ficar lá praticamente sozinha com a Ally, então eu quero que a Mani fique no lugar dessa outra pessoa que não aceitou trabalhar para você.

— Eu escolho quem entra e quem sai daquela advocacia, Karla Camila.

— Se a Normani não for trabalhar comigo, pode esquecer que eu também não vou. - Mesmo sabendo que ia irritar sua mãe, Camila deu as costas para ela e saiu andando. - Eu não vou cuidar da sua advocacia, e não sinto muito por isso, Mama.

— Você vai ir trabalhar sim, Camila.

— Não vou. - Camila caminhou de volta para sala com raiva, sim, ela estava com raiva porque se sentia obrigada a fazer o que não queria e não sabia. - Eu sou de maior, mando na minha própria vida e ela é melhor quando estou bêbada em festas, dona Sinuhe.

— Karla, não me tira do sério.

— Só estou falando a verdade, não quero ir trabalhar em uma coisa que não me agrada. Não quero assumir sua advocacia enquanto viaja para sei lá qual parte do mundo. Eu. Não. Quero. Mama.

— Karla Camila... - A voz de Sinuhe saiu alterada, mesmo que não fosse sua intenção. - Estou cansada das suas atitudes como uma menina mimada, ou você trabalha por bem ou você trabalha com certeza. Não tem outra opção em jogo.

— E vai fazer o que, Mama? Tirar meu carro? Meus cartões de crédito? Porque eu sei sobreviver sem nada disso. - Camila sobressaltou quando a porta da entrada bateu, assustando Sinuhe também. - O que foi isso?

— Eu não sei. - Sinuhe correu desesperada quartos adentro atrás de um invasor, mas depois de entrar em todos os cômodos que haviam no corredor, ela só descobriu que Sofia não estava em sua cama. - Cadê sua irmã?

— Pensei que ela estava dormindo.

— Sofia fugiu? - O desespero de Sinuhe era evidente. - Camila?

— Eu não sei, Mama. É turno do Sentt, ela adora conversar com ele e deve está lá na portaria.

— Então liga, eu vou olhar tudo de novo. Ela não pode ter saído, muito menos sem falar nada, sozinha e essa hora.

— Grita se achar ela. - Camila correu até o interfone, quase o tirando da parede antes de ligar na portaria. - Sentt?

Sou eu mesmo, Mila. No que posso te ajudar? Outra entrega para acabar com a fome no começo da madrugada?

— Dessa vez não tem comida que passe pela minha garganta, Sentt.

O que aconteceu? Precisa de uma ambulância?

Vou precisar se você me falar que a Sofia não está com você.

Ela não passou por aqui, Mila. Já tem horas que ninguém entra ou sai desse condomínio, muito menos para conversar como ela faz quando desce aqui.

— Certeza?

Assim como dois mais dois são quatro. A Sofia não desceu para conversar hoje, acho que criança nenhuma desce essa hora.

— Obrigada, Sentt.

Precisa que eu chame a polícia?

Ainda não, mas fica de olho por favor. Se a Sofia aparecer por aí, segura ela pela orelha.

Deixa comigo.

Obrigada novamente. - Camila colocou o interfone no lugar com o coração apertado, encontrando Sinuhe na sala quando voltou. - Achou ela, Mama?

— Ela não está em lugar nenhum, eu vou ir atrás dela.

— Não sai daqui, Mama. Liga nos apartamentos que a Sofia costuma ir brincar enquanto eu desço e procuro ela na garagem. Se ela não estiver lá, eu pego o carro e saio pelas ruas, não tem como ela ir longe.

— Para o bem dela. - Sinuhe não sabia se ficava brava ou chorava por pensar em Sofia sozinha aquela hora na rua. - Vai logo, Camila.

— Estou indo, não solta o celular porque eu vou te ligar.

Se antes o coração de Camila estava apertado com o sumiço de Sofia, agora ele se encontrava na boca. Seus dedos seguravam o celular com força enquanto o elevador descia, tudo o que ela queria, era uma ligação avisando que sua irmã já estava com sua mãe.

[...]

— Você é a única que ainda aparece por aqui, menina.

— A novidade seria se os dois...

— Desculpa interromper... - Sofia disse sem jeito por atrapalhar a conversa, ganhando um olhar acolhedor de Lauren. - Eu lembrei o número da minha mãe.

— Isso é muito bom, agora podemos ligar para ela e você vai voltar para seu apartamento. - Lauren tirou o celular do bolso, e entregando o mesmo sem a senha para Sofia. - Liga, tenho certeza que sua mãe e sua irmã estão preocupadíssimas com você.

— Tenho medo, ela deve tá muito brava comigo. Vou morrer no castigo depois que a dona Sinu falar até a minha orelha cair.

— Posso afirmar que ela está mais preocupada em te achar do que te colocar de castigo, Sofi. - Pepê assentiu para Sofia quando ela o olhou, assim a menina tomava mais coragem. - Ela está te esperando, então liga de uma vez.

— Se você diz. - Sofia digitou os números com os dedos tremulos, o medo de apanhar era maior que si mesma. - Está chamando, mas eu acho que ela não...

Alô? - Os olhos de Sofia se arregalaram assim que ouviu a voz de sua mãe do outro lado da linha, estava diferente. - Alô?

— Mama? Sou eu, a Sofi.

Sofi, mi amor. Donde estás, mi vida? Dime por favor.

— Eu não sei, mas aqui é cheio de doces e eu já comi vários para não ficar triste, Mama. - A menina fez um sinal de joinha para Lauren, que retribuiu com as duas mãos. - Eu quero voltar para casa, pode me buscar?

Eu preciso que você pergunte para alguém o nome da rua, Sofia. Perto de qual lugar você está.

— Lolo?

— Pode falar, Sofi. - Sinuhe levou a mão ao peito quando ouviu a intimidade com que elas conversavam, pareciam grandes amigas trocando apelidos. - A ligação caiu?

— Não, a Mama mandou perguntar onde fica aqui.

— Conveniência do Pepê. Fica entre o continuum on south e o apogee condominium, na south pointer.

— Ouviu, Mama?

— Si, mi amor... Mas quem é essa mulher?

—  Ela é a Lolo, minha nova amiga.

Deixa eu falar com ela, hija?!

O que foi? - Lauren perguntou quando Sofia sorriu sapeca, entregando o celular para ela. - Alô?

Por favor diz que a minha filha está bem, que ela está em um lugar seguro e que você não vai deixar ela sozinha...

— A Sofia me parece muito bem, digamos que um pouco assustada pelo que fez, mas está bem. Eu não vou deixar ela sozinha até você chegar aqui.

Muito obrigada, eu vou falar com a minha outra filha porque eu não sei como chegar aí, por favor não desliga.

Pode fazer quantas ligações precisar, não vou desligar. - Sinuhe agradeceu ao mesmo tempo que Lauren colocou o celular no viva voz para continuar pegando mais besteiras com Sofia atrás dela. - Você deu um baita susto na sua mãe.

— De um a dez, o quanto ela parece brava?

— Cem, mas preocupada é a palavra certa para definir sua mãe. Ela foi ligar para sua irmã.

— Estou super ferrada.

— Quantos anos você tem, Sofi?

— Tenho oito anos e você? - A menina perguntou sorridente, nem parecia que estava encrencada. - Talvez eu ajude a Kaki.

— Tenho vinte e três, com cara de trinta, coluna de oitenta e mentalidade de doze em alguns momentos.

— Você é algum tipo de modelo? Tenho que ter as informações corretas na hora de passar pela frente.

— Anota aí na sua cabecinha que não sou nenhum tipo de modelo. E para ser sincera com você, modelo não come direito e eu amo comer até a barriga estufar.

— Então você pode entrar no meu time, tem a Kaki que também ama comer. A Mama vive brigando porque comemos demais e depois temos dor de barriga.

— E qual é o nome da minha colega de equipe?

Alô?

— Ainda estou aqui, pode falar.

Não estou conseguindo falar com a minha outra filha e não sei porque. Eu sei que ajudou a Sofia e tudo mais, mas você poderia esperar mais um pouco?

— Eu não vou deixar a Sofia sozinha até você ou a sua outra ficar chegar, não se preocupe.

Muito obrigada. Pode me mandar sua localização ou o endereço completo? Vou chamar um táxi e chego aí o mais rápido possível.

Acho pouco difícil conseguir um uber ou um táxi essa hora por causa do show que está acabando essa hora. Nenhum chegará aí em menos de meia hora.

Eu dou um jeito, nem que eu vá andando até aí.

Ou eu posso levar a Sofia até o seu apartamento...

Não, não precisa. - Lauren reconheceu o desespero de Sinuhe. - Me desculpa, mas não precisa.

— Sei que sou uma pessoa totalmente desconhecida, que não tem motivos para confiar em uma pessoa que não conhece pessoalmente, mas o Pepê fecha daqui dez minutos.

Me desculpa, mas eu não posso confiar em alguém que nunca vi na vida. Ainda mais com a Sofia sendo só uma criança.

— Se o problema for nunca ter me visto, eu posso tirar uma foto com a Sofia agora mesmo e te mando, assim você saberá quem está levando sua filha.

Isso não é o suficiente para mim, minha filha tem oito anos e vai ficar sozinha com uma estranha. Você me desculpa, mas ainda é uma estranha.

— Te entendo perfeitamente, eu faria o mesmo no seu lugar, mas não temos muitas opções.

— O que quer dizer com isso?

— Sofia quer ir embora, sua outra filha ainda não ligou de volta porque não ouvi nenhum outro barulho de telefone ou celular tocando, o Pepê vai fechar e nenhum aplicativo de carro vai chegar aí em menos de dez minutos. E eu também não a colocaria sozinha em um carro.

— Por favor, Mama. Não quero mais ficar na rua.

Tudo bem, eu vou aceitar que você traga a Sofia para casa, mas quero pedir mais algumas coisas apesar de não está na posição de pedir mais do que já pedi.

— Pode pedir o que quiser.

— Preciso de garantias que a minha filha ficará bem com você até chegar aqui.

— Quantas quiser, é só pedir.

— Quero a sua localização, o endereço da sua casa e uma chamada de vídeo que durará até seu carro aparecer na minha frente. Caso aconteça alguma coisa com a Sofia, você é uma pessoa totalmente acabada.

— Não vai acontecer nada com a Sofia, mas eu vou te mandar o que pediu e você me manda o seu endereço. Eu vou iniciar a chamada de vídeo assim que ligar o GPS.

Okay, posso falar com Sofia antes?

— Claro. - Sofia fez uma careta estranha quando Lauren entregou o celular para ela, até mesmo Pepê riu. - Sua vez.

— Oi, Mama?!

Me ouve com atenção. A moça vai te trazer até aqui, qualquer coisa você corre e se esconde, tudo bem?

— Não vai precisar, Mama. A Lolo é super legal, agora eu vou desligar e dar o celular para ela, te quiero.

Cuidado, te quiero.

Assim que Sofia finalizou a ligação, ela entregou o celular para Lauren, que era observada pelo velho Pepê e seus olhos brilhantes. O senhor de idade avançada não se lembrava de quantas vezes ele havia levado Lauren para casa depois dela fugir e passar o dia na conveniência dele.

Lauren mandou o endereço de seu apartamento, apesar de já ter falado antes, também mandou a localização da conveniência e recebeu o endereço de Sinuhe. Enquanto ela pagava tudo o que tinha comprado e ouvia Pepê repetir para ela não sumir de novo, Sofia iniciava uma chamada de vídeo com sua mãe.

Logo após se despedirem de Pepê, Sofia correu para dentro do carro quando Lauren o destravou e jogou as compras na parte de trás, dando a volta para ajeitar o banco do passageiro para Sofia se acomodar.

Os primeiros minutos dentro do carro foram preenchidos pelo barulho de salgadinhos, músicas e a risadas das duas quando Sofia enfiava tudo o que tinha na mão dentro da boca de Lauren e depois na sua. Sinuhe tentava falar com Camila sem tirar os olhos da bagunça que elas faziam e piorava quando o GPS apontava que elas estavam chegando cada vez mais perto.

Quando o carro de Lauren parou de frente ao prédio que um dia quase morou anos atrás, ela viu uma mulher andando de um lado para o outro na parte de dentro do condomínio, olhou para tela do celular e eram a mesma pessoa pendurada em outro celular. Aquela era a mãe de Sofia.

— Chegamos. - Sofia disse tristonha, mas Sinuhe não ouviu porque tentava ligar para Camila. - É bem aqui que o meu castigo começa, Lolo.

— Você tem mais alguns segundos até ela perceber que estamos paradas aqui na frente do seu condomínio.

— Será que é uma boa hora para fugir de novo? Talvez ir conhecer o seu apartamento, Lolo? 



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