História Por Elas 1ª Temporada - 14 - Srta. Abusada Wilde

Camila.

Ela se movia junto com a batida lenta da música, rebolando no meu colo para me fazer pegar fogo de tanta excitação, mas eu não daria o que ela queria, não tão fácil. Ela teria que implorar muito mais.

— Olha para mim, quero que me olhe nos olhos.

— Meio impossível.

— Preciso que olhe nos meus olhos e veja que eu não sou como essas vadias que abrem as pernas facilmente para você por causa desse seus olhos verdes sedutores.

— Você não quer abrir as pernas para mim?

— Não, eu sou diferente. Não te quero e não te desejo como todo mundo.

— Tem certeza disso?

— Absoluta.

— Nem se eu te beijar até perder o fôlego? Ou te jogar na parede e te fazer gemer meu nome?

— Se você fizer isso...

— Vai me mandar embora ou vai me beijar? Não prefere gemer para mim? Eu posso te fazer gritar de prazer, Camila.

— Eu não quero nada disso com você, muito menos seus beijos.

— Se você admitir que quer um beijo meu, eu pego as minhas coisas e vou embora daqui.

— Não preciso admitir nada para você. Pode pegar suas coisas para ir embora.

— Se você quer que eu vá embora, eu vou. Tchau.

— Não. Espera, Lauren.

— Você precisa se entender consigo mesma. Não posso ir embora e ficar aqui ao mesmo tempo, baby.

— Talvez, eu disse talvez, eu queira...

— Me beijar? Agora você quer me beijar e eu não quero te beijar, perdeu a oportunidade que te dei.

— Você não precisa querer, só precisa me beijar...

— Camila? - Sua voz foi ficando mais alta, ela não rebolava mais no meu colo e suas mãos me chacoalhava com uma certa brutalidade desnecessária. - Acorda, Camila. Até parece que morreu aí, caramba.

— Ah, qual foi? - Que péssima hora para me acordar. - Bem na hora do beijo.

— Que beijo, princesinha da Disney?

— Quem falou de beijo? - Me levantei assustada, dando de cara com gótica trevosa, vampira gostosa... Espera, tira o gostosa. Eu quis dizer vampira chata e insuportável. - Não sei que beijo está falando, Lauren.

— Eu não acredito que você sumiu para ficar aqui dormindo e sonhando com o namoradinho, Camila. - Lauren tinha um sorriso debochado nos lábios, e que lábios. Merda. - Esquece seu namoradinho por um tempo...

— Que namoradinho, trevosa?

— Você não tem um namoradinho?

— Sabe aquelas tias chatas que querer cuidar da vida alheia quando se juntam com o resto da família em volta de uma mesa de jantar? Você está parecendo elas com essa história de namoradinho que nem existe.

— Acha que estou cuidando da sua vida? - Assenti com o mesmo sorriso que ela tinha antes, fazendo a gótica revirar os olhos para mim. - Não estou cuidando da sua vida, encare isso como um favor já que a princesinha aí esqueceu que dia é hoje

— E que dia é hoje?

— Que inferno, Camila. Está com a cabeça na onde?

— Na parede... - Lauren riu, negando com a cabeça. - Eu quis dizer que ela está grudada no meu pescoço.

— Então coloca ela para trabalhar porque temos uma reunião, não diga que esqueceu porque você passou a semana inteira sendo avisada. - Eu passei a semana excitada, como ia lembrar de reunião? - Acorda, Camila. Vamos logo.

— Já estou indo, não precisa ficar nervosinha.

— Ótimo. - Lauren saiu irritada na minha frente, me dando tempo de colocar um chiclete na boca e olhar sua bunda naquela roupa super apertada. E lá ia eu ficar excitada de novo por imaginar que ela não estava usando calcinha mais uma vez. Pai, se for tua vontade de me jogar na mesma cama com essa mulher, saiba que sua filha está pronta. - De nada, por sinal.

— Que? - Prendi a respiração por pensar que ela me pegaria olhando para sua bunda e consequentemente engolindo o chiclete. Lauren se virou para mim e eu só conseguia pensar que era uma péssima hora para morrer. - Eu... Eu... Ar.

— Levanta os braços. - Fiz o que ela mandou, sentindo seus tapas em mim até eu cuspir o chiclete para longe da minha boca. - Não sabe mastigar essa porcaria, Camila? Parece criança.

— Eu quase morri, não briga comigo.

— Não estou acreditando nessa sua manha, Cabello. Sério. - Lauren suspirou pesadamente, me dando as costas de novo. - De nada novamente. Te acordar e salvar sua vida já esgotou meu dia. E pega esse chiclete do chão.

— Muito obrigada, Lauren. Eu não sei o que seria da minha vida sem você por perto. - Peguei o meu quase assassino do chão e joguei no lixo, sorrindo da maneira mais falsa que consegui. - Feliz, minha salvadora?

— Vou ficar feliz se você entrar nessa sala sem morrer ou se atrasar.

— Não posso. - Dei os ombros. - Agora não dá para entrar aí. Eu diria que sinto muito, mas não sinto.

— Por que não, Camila? Não é difícil...

— Tenho que achar a minha irmã, Lauren.

— Nesse momento ela está na sala das meninas com a Liza. Satisfeita? Já pode colocar sua bunda na cadeira que tem lá dentro?

— Não estou satisfeita. O que a Liza faz aqui?

— Não sei, Camila. Não tenho bola de cristal para te responder isso. - Que mulher estressada. Será que ela também anda excitada nesses dias? A falta de sexo explicaria muita coisa. - Entra ou eu te jogo lá dentro, Cabello.

— Isso é falta. - Entramos juntas, indo até os lugares vagos que tinha perto das meninas. Como eu não sabia qual era a minha cadeira, escolhi sentar na ponta, mas acabei levando mais um susto e quase caindo no colo da Lauren. - Cristo, mais um susto e eu infarto hoje.

— Errou por pouco, Mila. - Dinah zombou baixinho, rindo da minha cara. - A Lauren ia adorar sentir toda essa abundância no colo dela.

— Dinah?

— Vejo que já estão todas aqui. - A gostosona que entrou acompanhada de um carinha livrou Dinah de ouvir a chata da Lauren, também fez todas nós nos sentarmos corretamente. - Boa tarde, meninas.

— Boa tarde. - Quase não ouvimos a voz dele.

— Boa tarde. - Respondemos todas juntas, que sincronia perfeita.

— Vocês não me conhecem, eu sou a Olivia Wilde e estou aqui a pedido da Sinu.

— Legal, minha mãe mandou outra babá.

— Só rostos novos por aqui. - Olivia me ignorou completamente, mas eu senti seus olhos em mim quando peguei uma caneta e comecei a brincar enquanto ela e o bonitinho sentavam na nossa frente. - Vamos ao que interessa, meninas? Esse aqui é o Hutcherson, ele entrará na equipe das meninas super poderosas.

— Como assim? - Opa, acho que a dona Sinuhe não avisou seu braço direito que vinham mais babás. - Pensei que seríamos só nós cinco.

— Já vou explicar tudo, mas antes eu quero saber quem é quem para ligar o nome na pessoa.

— Tipo nome e idade? Igual no nosso primeiro dia na creche ou na primeira série? - Imediatamente todos os olhares pararam em mim, não me importei porque adoro ser o centro das atenções algumas vezes. - O que foi? Só queria saber como vai ser.

— Eu não quero saber só o nome e a idade de cada uma. Também quero saber um pouco da vida pessoal, o que faziam antes de entrarem aqui, se moram longe ou perto, se dividem a gasolina do carro entre vocês, se vocês todas são solteiras ou comprometidas...

— Isso é uma reunião ou uma entrevista para arrumar pretendentes para todas nós? - Liguei o foda-se quando eles voltaram a me olhar. Que tipo de perguntas eram aquelas que essa intrometida queria saber? - Não adianta ficarem me olhando assim, não vou mudar o que estou pensando.

— Deixa eu reformular as dúvidas da Camila. - Olivia assentiu para Dinah, me fazendo revirar os olhos entediada. - O que a Camila quis perguntar, foi o porquê dessas perguntas.

— Vou começar dizendo que não são perguntas para arrumar pretendentes para vocês, não sou nenhum tipo de cupido. Sinu avisou que alguns funcionários estão organizando uma festa de carnaval, a minha primeira missão é levar todos vocês para essa festa, vocês são jovens e precisam se divertir. - Ela estava mentindo, eu sabia quando os funcionários começavam a planejar festas porque eu ficava encarregada do contrabando das bebidas alcoólicas escondidas. - Tem algumas brincadeiras que são feitas por casais, tipo um quiz. Como a Sinu não me contou se são comprometidas, eu quero saber se devo arrumar convites extras. Podemos começar com a sequência que estão sentadas.

— Então sou eu. - Olhei para Normani e quis rir da cara de poucos amigos que ela fez, do mesmo jeito que Ally estava. - Normani Hamilton, tenho vinte e três anos. Antes de entrar na advocacia eu dançava na academia de dança da minha mãe apesar de ser formada em direito. Divido o carro e a casa com a Camila, não fica longe daqui e não estou em nenhum relacionamento.

— Muito prazer, Normani.

— Okay, agora é a minha vez. - Ally parecia mais irritada que Normani, eu tinha certeza que ela estava puta com a minha mãe. - Meu nome é Allyson Brooke, tenho vinte e quatro anos e não estou namorando. Não divido a gasolina, nem a casa com nenhuma das meninas aqui, mas moro com uma outra amiga e não fica longe daqui. E antes de começar a trabalhar aqui, eu ajudava o meus pais com a empresa de administração deles.

— Muito prazer, Allyson. Sinu já tinha me falado algumas coisas sobre você.

— Meu nome é Dinah Jane, DJ para os íntimos e Não Chega perto para os de cabelos estranhos. Divido um apartamento não muito longe daqui com a Lauren, trabalhava quando alguém solicitava um advogado e tenho vinte e dois anos. - Dinah falou tão rápido, que eu me perdi e só entendi sua idade. - E relacionamentos sérios só com a comida e a minha cama.

— Ótima escolha, Dinah. Muito prazer.

— Eu sou a Lauren Morgado e tenho vinte e três anos. O resto é igual a tudo o que a Dinah falou.

— Bem parecidas, mas você também compartilha do mesmo relacionamento que ela?

— Relacionamentos sérios são furadas, então sim. Cama e comida. - Eu estava ficando louca ou a safada da Olivia tinha mordido a boca quando entendeu que Lauren não tinha ninguém? Que mulher abusada. - Camila?

— O que? - Acho que eles estavam gostando de me olhar com a super caneta azul, mas já estava ficando chato. - Todo mundo aqui me conhece, não quero fazer isso.

— Camila? - Lauren disse aproximando seu rosto do meu, e eu fiz o mesmo negando com a cabeça, ainda coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha dela. Olhei para Olívia rapidamente e voltei a encarar aqueles olhos verdes de perto só para provocar a senhora abusada do outro lado da mesa. - Não quer acabar com isso? Vai ser rápido.

— Okay, Lolo. - Me afastei da Lauren rindo da careta que ela fez pelo jeito que a chamei, duas provocações em uma. Que maravilha. - Moro com a Mani, sou a filha mais velha da Sinuhe, tenho um relacionamento sério com uma pessoa que vive negando isso para todos que perguntam e não fazia nada da vida antes de ser obrigada a trabalhar aqui, era uma vida ótima, só para ressaltar. Feliz, baby?

— Não muito. - Lauren respondeu seca, outro ponto para mim. - Foi melhor que não responder nada.

— Josh? - Acho que não foi um prazer me conhecer, e eu também não ligo, é super recíproco. - Sua vez, querido.

— Claro. Meu nome é Joshua Ryan Hutcherson, moro sozinho e é um pouco longe daqui. Também tenho vinte e quatro anos, nunca namorei e esse é o meu primeiro trabalho sério.

— Acho que agora é a sua vez, senhora Wilde. - Soltei a minha nova caneta super azul, assumindo uma postura séria que era o mais puro deboche da minha pessoa. - Nos conte sobre sua vida.

— Me chamo Olivia Wilde e não sou casada, então é senhorita e não senhora. - Ui, ela estava brava comigo? Que senhora sem humor. - Tenho trinta e dois anos e antes de virar advogada, eu não fazia nada...

— Olha que legal, a senhora e eu tínhamos uma coisa em comum. Era uma vida top, pode falar.

— Tirando que trouxe o Josh, no que mais podemos te ajudar, senhorita Wilde? - Lauren era tão sem graça.

— Sem essa de senhorita, só Olivia.

— Tudo bem então, Olivia. - Lauren sorriu com seu jeito cafajeste e a senhora abusada retribuiu. Eu tinha que fazer alguma coisa. - Como podemos te ajudar?

— Agora que já estamos mais familiarizados uns com os outros, podemos deixar a formalidade de lado. - Puxei Lauren para sussurrar uma mentira em seu ouvido sabendo que Olivia olhava para nós duas. Eu disse que tinha sentido alguma coisa picar uma parte inalcançável das minhas costas e que era para ela disfarçar enquanto me ajudava. Lauren arrastou sua cadeira até grudar na minha, me ajudar com a coceira falsa. Era infantilidade da minha parte? Sei que era, mas eu não me importava e estava adorando pensar na visão que Olivia tinha sobre aquilo. - Então... Sinu e eu somos amigas há tempos, assim que me formei em direito, foi ela que me deu o primeiro emprego. Graças a ela, eu soube ter a cabeça no lugar e abri a minha própria advocacia.

— Já ouvi uma história parecida. - Senti as unhas de Lauren cravando na minha roupa como forma de repreensão, mas ela só conseguiu me arrepiar inteira e Olivia viu. Dois mil pontos para mim. - O Josh entra na onde?

— Josh é filho de uma amiga nossa. Ele ficaria na minha advocacia, mas em uma conversa com a Sinu, ela me disse que a filha mais velha e as amigas dela...

— Não somos amigas. - Normani e Dinah disseram em uníssono.

— Okay, continuando. Como a filha e as não amigas estavam começando tudo juntas e do começo, seria uma boa oportunidade o Josh fazer parte desse time. Até porque a filha dela não quis terminar a faculdade de direito e nem entrar em uma de administração, então seria como ter aula para os dois.

— Essa é você, princesinha. - Lauren disse rindo baixinho e eu belisquei sua perna, deixando a mão ali depois do pulinho que ela deu. - Ai. Doeu.

— Shiu, calada.

— Josh começa hoje mesmo com vocês cinco.

— Bem vindo, Josh. - Normani desejou sem um pingo de animação. Eu poderia jurar que era TPM, mas a culpa era do novo, e socado, membro entre nós. Toda vez que ele olhava para Dinah, a Mani só faltava ter uma síncope. - Você vai ficar por aqui também, Olivia?

— Mais ou menos, bem para menos. - Aleluia. - Tenho que cuidar do que é meu e a Sinu confia plenamente em todas vocês. A minha presença aqui só será necessária se algo grave acontecer.

— Não se preocupe, a minha mãe sabe que damos conta de tudo sozinhas... Sozinhos agora.

— Bom saber disso. Alguém ficou com alguma dúvida? - Negamos todos juntos. - Então eu já vou ir embora, mas volto semana que vem para saber se a advocacia Cabello ainda está de pé.

— Claro que... Espera. - Me levantei junto com a Olivia, sentindo a mão da Lauren passar pela minha bunda. Olhei para baixo e ela estava vermelha feito um pimentão, assim comprovando que a culpa era toda minha por levantar feito louca. - Se você vai voltar semana que vem, quer dizer que minha mãe não vai voltar no dia combinado?

— Pelo pouco que conversamos essa manhã, eu entendi que teve alguns problemas para fechar o negócio entre os Cabello e os Bazilio. Ela deu mais um tempo para solucionarem o problema, por isso ela vai ficar lá. Não se preocupe que sua mãe vai te ligar e explicar tudo.

— Que saco. - Me joguei na cadeira com tanta força, que ela só não virou porque Lauren segurou. - Obrigada.

— De nada, estabanada.

— Já estou de saída. Peguem leve com o meu menino, mas nem tanto.

Olivia saiu sem olhar para trás, até pensei que ela ia jogar um beijinho para Lauren, mas não rolou. Ally saiu resmungando algumas coisas que não fiz questão de entender, levando Dinah e Josh junto com ela.

Eu estava emburrada demais para ir atrás deles ou ligar para minha mãe cobrando mais explicações. O que eu não daria para está jogada na cama ainda de pijama, com um pote de sorvete e uma maratona de filmes de comédia? Tudo o que tenho.

— O clube da Luluzinha ganhou um Bolinha. - Olhei para Lauren se levantando, ajeitando sua roupa bem na minha cara. Que filha da puta gostosa do caralho. - Você viu os papéis que deixei na sua mesa, Mani?

— Vi e já assinei, Laur. - Que porra de intimidade era essa dessas duas? - Deixei tudo lá mesmo porque a doidinha da Ally saiu me arrastando até aqui.

— Não tem problema. Eu vou lá pegar os papéis e já aproveito para ver o que a Liza quer comigo. - Que mentirosa, ela disse que não sabia. - E Camila?

— O que é, mentirosa sem bola de cristal?

— Tem uma pomada na segunda gaveta da minha mesa para picadas de qualquer bicho, fica de olho nisso. - Ela era burra ou lerda? - E eu fico te devendo o beijo que você me pediu enquanto babava lá na sua mesa.

— Fala sério. - Comecei a bater minha cabeça contra a mesa até Normani me segurar e eu ver que Lauren já tinha saído, oh vergonha alheia. - Era só o que me faltava, Mani. Ela ouviu tudo.

— O que ela ouviu? Que história é essa de beijo? Você anda sonhando com a Lauren, Mila?

— Eu estava num sonho quente e pensei que só estava sonhando, mas na verdade eu estava falando com essa demônia enquanto dormia. Que vergonha, meu pai. Que vergonha.

— Então sonhou mesmo com ela? Sua safada, nem me contou.

— Essa mulher está na minha cabeça desde o dia que ela apareceu aqui com um vestido vermelho todo colado. Não sei se é provocação dela, mas ando sonhando com ela todo santo dia, acordo com perca total das minhas calcinhas. Como eu odeio ela, Mani.

— Odeia?

— Sim, eu a odeio por tudo e por ela ser gostosa também.

— Isso é tesão acumulado, querida. Tem uma sala com duas mesas e um sofá terrivelmente aconchegante só para vocês duas, abre logo essas pernas para ela, Camila.

— Prefiro me masturbar por dias, Mani. Agora vamos achar a Sofia, estou cheia de fome.