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História Por Favor, Ensine-o a Amar (Romance Gay) - Borboletas no Estômago


Escrita por: CarlosBuckholz

Notas do Autor


Esse capítulo, mostra um pouco do que aconteceu na vida real, entre mim e o tal do Raul, como nos conhecemos.

Capítulo 3 - Borboletas no Estômago


Aquele Raul não saiu de meus pensamentos pelo resto do horário escolar, até tentava me concentrar, mas logo, a imagem dele chegava até minha cabeça, me deixando totalmente hipnotizado sem ao menos olhar para ele – passei o resto do horário escolar.

(...)

O último sino tocou, informando que era hora de ir embora – percebi que todos da sala já estavam saindo – e peguei minha mochila. Logo percebi que Raul estava passando vindo em minha direção, – analisei a sala inteira e percebi que ninguém estava na sala além de apenas nós dois.

Comecei a sentir a sensação de ter "borboletas no estômago" a cada passo que Raul dava em minha direção.

Raul me analisou de cima a baixo e logo foi passando por mim em passos lentos, mantendo o olhar fixo, enquanto ele se aproximava, comecei a sentir a essência de seu perfume que exalava no ambiente. Raul passou por mim encostando apenas o cotovelo esquerdo em no meu corpo, e pude sentir uma descarga elétrica que parecia ser algo de outro mundo, seguindo de um arrepio totalmente diferente de qualquer outro que já senti – e pude perceber que Raul também havia sentido essa possível energia que eu mesmo senti, pois ele parou do meu lado por cerca de uns dois segundos, e pude perceber que pelos movimentos de seu corpo, ele também havia se arrepiado – coisa que nunca tinha acontecido comigo, em relação a qualquer pessoa.

Esperei ele sair da sala e fiquei parado pensando sobre o que acabara de acontecer, meu corpo estava reagindo de uma forma diferente. Arrumei minha mochila corretamente em minhas costas – novamente – e comecei a me direcionar até a porta, passando por lá e apertando nas tomadas que ficavam ao lado da porta, desligando os ventiladores e as lâmpadas, coisa que eu também nunca tinha feito.

(...)

Minha casa parecia nunca chegar. Quanto mais eu andava, mais minhas pernas doíam, demorei cerca de 20 minutos para chegar a casa, pelo caminho mais rápido que lembrei, sendo que por outro caminho, demoraria apenas metade do tempo.

"Quem é você, Raul?", perguntei para mim mesmo enquanto meus pensamentos refletiam no ar.

Abri o portão manual, e entrei para dentro, logo em seguida destrancando a porta, que sabia que estava trancada. Meus pais nunca iam para a casa no horário de almoço, e provavelmente só veria os dois se eu ficasse acordado até meia-noite, ou se eles no outro dia acordassem seis horas da manhã – meus pais saiam de casa as nove horas, quando já estava na escola, e voltavam para a casa depois da meia-noite, o que impediu diversas vezes nosso relacionamento de uma família feliz.

Minha cabeça pensava apenas no tal do Raul, eu estava completamente apaixonado.

"Meus deuses, como ele é lindo", pensei.

Corri para o banheiro que ficava na terceira porta do corredor, abri a porta, liguei a luz e me olhei no espelho que me refletiu no mesmo momento (avá Carlos, refletiu o Caio no mesmo momento), e foi ai que vi que meus olhos estavam cansados.

Lavei meu rosto com sabonete e água fria, sequei-me e fui para o meu quarto.

Pulei na cama de casal que havia em meu quarto e que estava toda desarrumada. Demorei um pouco, mas consegui fechar meus olhos e logo em seguida, dormir.

  – Mas mãe, não quero ir para a escola, não quero ficar sozinho – disse emburrado, passando a mão nos cabelos e minha mãe logo em seguida acabou me olhando.

– Você tem que estudar para ser alguém, pensa assim meu bebê, é o primeiro dia de aula, para uma grande pessoa – respondeu ela enquanto me dava uma lancheira que continha duas fatias de pães, e me entregara a uma mulher totalmente estranha.– Agora a mamãe tem que ir embora, e você vai ficar com a tia.

Comecei a chorar, estava fazendo birra, pois logo, aos meus quatro anos, já sabia certinho como conseguir alguma coisa.

A professora do Jardim de Infância apenas me olhou com uma cara de quem já sabia que toda a criança daquele tipo fazia birra e falou: 

– Venha, Caio, vamos para a sala de aula, você tem que conhecer seus novos coleguinhas, é hora de socializar.

Não estava entendendo bulhufas do que aquela mulher estava falando, até pelo motivo de nem saber o que era escola, coleguinhas ou até mesmo a palavra socializar.

Dentro daquela escola gigante, crianças e adolescentes de todas as idades corriam e conversavam, enquanto as pessoas da minha sala, estavam em fileira, na porta de entrada, para assim, dar inicio na aula, que começava dez minutos mais cedo que das outras crianças.

A professora fez uma apresentação rápida, e me colocou em um grupinho, junto com três crianças da minha mesma idade, dois meninos e uma menina.

Sentei-me no meio, uma menina do lado esquerdo, e um menino do lado direito, a menina estava muito ocupada, falando com a tal Barbie que estava sem a perna esquerda.

– Oi.

Olhei para o lado direito e percebi que o menino estava falando comigo, sua boca era totalmente reconhecível.

– Oi – respondi ao menino.

– Meu nome é Raul!

Acordei.

– PUTA QUE PARIU – gritei. – Meu ex-namorado do Jardim de Infância!



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