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História Por Favor, Ensine-o a Amar (Romance Gay) - Vergonha


Escrita por: CarlosBuckholz

Notas do Autor


Pessoal, como eu trabalho, estou tentando atualizar sempre que possível, espero que quem esteja acompanhando, não fique magoado comigo.

Abraços!

Capítulo 4 - Vergonha


Não estava conseguindo acreditar no que acabara de sonhar. Lembrei-me de Raul através do sonho, pois infelizmente, eu já havia namorado ele no jardim de infância,mas isso faz muito tempo.

Tudo o que eu queria agora, era que aquilo fosse mentira, até por que não lembrava-me de Raul, ou da nossa história, até a dez minutos atrás.

Corri para a cozinha o mais rápido possível, encostando-me as vezes em algum dos móveis— sem ao menos ser proposital — e fui direto para o armário, onde procurei por todos os locais, o pó de café, que só encontrei minutos depois no outro armário.

Fiz um dos cafés mais horríveis de toda a minha vida — gostava muito de café doce e esse estava amargo — não sabia onde estava com a cabeça e depois que virei aquela xícara de café quente e forte em minha garganta, parecia que eu estava em um sonho, um pesadelo.

"Com que cara vou chegar na escola amanhã?", pensei.

Peguei meu celular e de mensagem em mensagem, acabei enviando 17 mensagens para Julia, todas sobre Raul, e que eu poderia estar pirando.

"Não brinca, você acha que isso é verdade? Eu conheço ele, na época que você estudou ele era criança, mas agora, será que ele se lembra de você?", respondeu Julia por mensagem.

Deixei Julia em um tremendo vácuo, pois o que mais me dava raiva agora era saber que amanhã, eu teria que reencontrar o menino que fez minha infância, uma das melhores, e me ensinou pela primeira vez o que era amor.

A única dúvida que chegava em minha cabeça era o medo de ele não lembrar de mim, ou pior: lembrar de mim e me odiar.

(...)

Meus olhos ainda nem se quer tinham se fechado, enquanto a noite passava, era quase horário de ir para a escola e como sempre, eu estava virando de um lado para o outro na cama, mas dessa vez, tudo por causa de Raul.

Levantei-me no escuro, e me guiei apenas pela luz da lua que refletia em meu quarto, apesar de já conhecer todos os móveis de meu quarto e parecer um mapa ambulante. Fui até minha cômoda e abri a primeira gaveta, procurei o cigarro e logo em seguida o isqueiro.

Voltei a deitar na cama com a carteira de cigarros em uma mão, e na outra o isqueiro, ascendi.

Aquele cigarro era o único e mais forte brilho que meu quarto possuía no momento.

Enquanto a fumaça era inalada por meus pulmões, eu sentia o cheiro do perfume de Raul. Estava completamente louco.

(...)

O relógio do criado-mudo apitou, informando que era hora de ir para a escola, apesar de ter passado a noite toda acordado, não me sentia cansado.

Levantei-me da cama, e fui diretamente ao banheiro, onde tomei um banho quente e depois escolhi as melhores roupas que tinha, e acabei me vestindo.

Olhei-me no espelho e falei:

— Você está muito gato!

Peguei meu celular que estava quase sem bateria, e peguei logo em seguida meus óculos, pois era míope.

Sai de meu quarto e a segunda porta a direita, percebi que a porta do quarto de meus pais estava aberta, então espiei como todos os dias— minha mãe dormia ao lado de meu pai/pai-de-coração.

(...)

Na rua, eu cumprimentava todos que passavam por mim, afinal meus vizinhos conheciam minha família desde que minha era era simplesmente uma criança, e me conheciam também.

— Bom dia — disse Seu Arnaldo, um senhor de quase oitenta anos de idade, que tinha cara de cinquenta, tecnicamente, minha mãe falava que ele ainda estava com essa cara jovem, por que corria todos os dias para as competições que tinham na cidade, todas da terceira idade.

Balancei a cabeça como um sinal de bom dia, e logo em seguida continuei meu trajeto até a escola.

Meus olhos estavam demonstrando sinal de fraqueza, não queria parecer fraco, ou muito menos envergonhado perto de Raul, e saber que ainda teria muitos e muitos dias com ele no atual ano letivo.

Ao entrar na sala de aula, percebi que ele ainda não havia chegado, apenas Julia estava lá e o restante da sala. 

"Ele não vai vir", pensei.

O sinal bateu, dois minutos após eu ter pisado na sala de aula, não havia nem dado bom dia para ninguém, pois estava preocupado, queria muito fazer a tarefa que havia esquecido.

Retirei o caderno da mochila,abri e comecei a tentar resolver os exercícios de matemática. Não estava conseguindo.

  — Bom dia para você também — disse Julia, logo em seguida jogando o caderno dela aberto sobre minha mesa, e logo pude perceber que ela havia feito todas as questões.

Revirei meus olhos como sinal de raiva.

— Bom dia Julia, sua linda — disse, e logo em seguida, peguei o caderno, ajeitei e comecei a copiar.  

Alguns segundos após devolver o caderno de Julia, pude me deparar com o professor chegando na sala de aula. Era o professor de História.

Sentei-me igual todos faziam — afinal todos já conheciam o professor e pareciam formigas voltando para dentro do formigueiro, todos tinham receio ou medo dele.

  — Sala de aula, bom dia! — gritou o Professor Ribeiro.

— Bom dia, professor! — a sala respondeu em coro.

Professor Ribeiro deixou todo o seu material disciplinar encima de sua mesa gigante, e logo sentou-se. Abriu o caderno com sua lista de chamada, mais retrô que seus ternos, e começou a chamar aluno por aluno.

— Caio. —  Gritou Ribeiro.

— Eu. — Respondi.

O professor parou no mesmo instante, pois alguém adentrara na sala de aula, — era ele — Raul.

— Mas que arruaça que está acontecendo aqui? — Perguntou Ribeiro em alto e bom tom para que todos o escutassem. — Meu filho, seu nome é Raul? Você não pode sair entrando sem pedir licença não, além de chegar alguns minutos atrasado, chega sendo sem educação?

Raul não falou nada, passou por mim e me fuzilou com seus olhos — pretos — e continuou seu caminho ao perceber que eu o olhava.

— Desculpe professor — escutei a voz de Raul. — Não tive uma noite boa, uns sonhos ruins, e uns pesadelos de meu passado estão de volta, então não consegui dormir.

Fiquei amarelo na hora, meu mundo começou a girar e achei que ia cair, que iria morrer.

— Então está tudo perdoado.

Escrevi em um papel e passei para Julia, contando tudo o que havia sonhado, ela lembrou da história que havia contado pelo celular e deu risada.

  — Professor, não estou passando bem, por favor, vou beber água — falei para o Ribeiro que não fez muito caso e me liberou.

Quando estava saindo da sala de aula escutei.

— Professor, também não estou bem, preciso lavar o rosto. — era a voz de Raul.  



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