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História Por Favor, Ensine-o a Amar (Romance Gay) - Quando o dia acaba em pizza, tudo fica melhor


Escrita por: CarlosBuckholz

Notas do Autor


Esse capítulo pode parecer nada com nada, mas garanto, que ele fará sentido daqui alguns capítulos, ou na próxima temporada.

U.u

Capítulo 8 - Quando o dia acaba em pizza, tudo fica melhor


Não sei o que havia me dado naquele momento, mas eu estava completamente louco com toda a cena que havia visto, e só queria uma coisa — ir embora e dormir, o dia estava totalmente conturbado.

Raul se virou e entrou para a sala como se eu nem estivesse ali presente, me senti um completo desconhecido — um minuto, ele estava lá comigo em uma maca, cuidando de mim, no outro, eu estava ali, parado, em um corredor vendo aquele homem, com aquela bunda grande, entrando dentro da sala de aula sem ao menos me dar um oi.

— Julia, eu não vou aguentar esse ano letivo. — informei.

Senti uma mão entrelaçando a minha e me senti mais confortável, Julia me disse:

— Caio, tu aguentou tanta coisa, esse ano vai ser fichinha, pensa que ele é uma menina.

— É, mas eu também gosto de meninas, ridícula.

— Pensa então que ele é um cachorrinho. — falou ela. — Você não teria coragem de transar com um cachorrinho, né?

Fiquei em silêncio processando a pergunta e imaginando, como aquela garota de cabelos vermelhos, tinha umas idéias estranhas, por isso deveria ser minha amiga, por ser estranha.

— Né, Caio? — continuou perguntando.

— É lógico que não sua babaca, nunca faria mal a um cachorrinho, gatinho ou qualquer outro animal.

— Ufa!

— Julia, eles não me liberam agora não? — perguntei. — Falta tão pouco tempo para a aula acabar, tipo, duas horas.

— Acho que liberam, Caio.

— Não sei se sirvo para escola de período integral, acho que estou ficando velho. — respondi.

Continuei parado naquele corredor, conversando com Julia, como se estivesse perdido toda minha dignidade daquele dia — simplesmente não aceitava o fato amar novamente a primeira vista.

 — Claro que serve. — respirou Ju. — Aguentamos praticamente mais de dez anos de nossas vidas em uma escola, você acha mesmo que não conseguiria? 

— Tenho sérias dúvidas... — observei que alguém estava vindo em minha direção, e logo sabia quem era. — Ih! — Zildinha.

Olhei para trás e concretizei meu pensamento, sentia aquela mulher chegando apenas pelo barulho dos chinelos, imagina então, pela gordura, ela era extremamente gorda, mais do que todos, ela precisava da ajuda de uma bengala para andar de dão velha e gorda que estava. 

Observei que ela estava abrindo a boca — fechei meus olhos para me proteger daquele barulho ensurdecedor que era a sua voz. — ela estava quase conseguindo falar, parecia estar tentando pensar no que ia falar em câmera lenta.

— Eu já falei que não quero mais vocês aqui. — gritou.

— Perdão, já íamos para a sala, é que o Caio quer ir embora, não está se sentindo muito bem. — falou Ju.

— Não importa, eu não quero vocês aqui, custava esperar na sala? — falou ainda mais alto.

Aquela voz dela me dava nos nervos, parecia que estava gritando de proposito, minha vontade era de comprar uns abafadores de ouvido, para que quando ela chegasse perto, simplesmente eu colocasse, pois se não, eu ia cortar a garganta dela.

— Desculpa, Zilda. — falei. — Mas eu quero ir embora, se não, eu vou enlouquecer, o dia não foi muito bom para nenhum de nós.

— Você foi o menino que caiu?

— Sim — respondi a pergunta da velha senhora que parecia ter se acalmado um pouco.

— Mas já era para você ter ido embora, vamos. — falou ela.

Corri para a sala de aula, abri a porta e nem dei moral para o professor, pois catei minha mochila e sai para fora da sala — o bom de meus professores são que eles não ligam muito se você assiste a aula deles ou não, eles só querem sentar ali e jogar Candy Crush.

Na escola tem uma disputa entre todos os professores, para saber quem ganha do outro, e no final, o que ganhar, ganha 3 dias de folga.

Julia me esperou ao lado de fora da sala de aula, e quando cheguei ela falou:

— Tchau, chegando em casa me manda mensagem, não vai esquecer, mas também durma cedo, amanhã o dia será longo de novo. — disse.

Julia não gostava de abraços, então fui direto ao ponto:

— Tchau, Pintinho. — falei.

Julia não gostou nenhum pouco de ser chamada de pintinho, mas era uma brincadeira entre mim e ela, pois uma vez quando saímos de casa, fomos a um show religioso achando que era show de rock, e chegando lá, não gostamos por descobrir ser algo religioso, aí saímos de lá e fomos procurar os documentos que Julia havia perdido.

No caminho, Julia foi assediada por um bêbado, e eu meio que parecia uma galinha encima dos pintinhos para proteger — foi assim que meus amigos disseram, pelo menos.

Percebia que em todo aquele tempo gasto, a Zildinha ainda me esperava para me levar até o portão, ela parecia saber que andava lentamente e queria atrasar a vida do aluno, ainda mais.

Os passos que ela dava era mais lentos do que de uma pessoa de 80 anos, sendo que ela tinha apenas 60.

Quando percebi que o portão estava aberto, apenas falei:

— Tchau Zildinha. — Corri para o portão e em 6 segundos cheguei lá. O mesmo tempo em que Zildinha pegou o controle do portão e apertou para tentar fechar, mas nessa hora, eu já estava atravessando o mesmo.

Só escutava os gritos dela pelo corredor, enquanto tudo o que eu queria era chegar em casa e esperar minha mãe e meu pai chegar, queria muito conversar com os dois.

Mas no decorrer da estrada, ao chegar em casa, simplesmente não consegui ficar acordado. Dormi mais do que uma marmota, durante duas horas consecutivas, tanto que esqueci de mandar mensagens para Julia e também esqueci de pensar em tudo o que tinha acontecido nesse dia.

Fui acordado pela minha mãe e o cheiro de pizza que recendia o odor de nossa casa.

— Filho, acorda que temos pizza para comermos.

Aquelas foram as melhores palavras da minha vida, sentei-me na mesa e percebi o tanto que nossa família estava distante um do outro, mas na hora da pizza, todos eram uma família e aquele momento só melhorou quando meu celular  vibrou.


Notas Finais


Até sexta-feira da semana que vem!


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