Finch (antes do suicídio)-
Eu não acredito que o meu plano deu tão certo. Estive o elaborando há muito tempo, mas nunca imaginei que isso poderia vir a acontecer. Com o passar das semanas o meu estado de espírito começou a piorar e piorar, estou tão cansado desse lugar, dessas pessoas....As únicas pessoas com que realmente quero estar são minha mãe, minhas irmãs e Violet.
Algumas semanas atrás, eu e Violet fomos para o “The Levi Coffin House” em Fountain City, era o numero 3 das nossas andanças. Quem nos atendeu foi um senhor já de idade, o neto de Levi. Sentamos em uma mesinha e tomamos café quente que o senhor nos serviu, eu e Violet ficamos impressionados com a simpatia que o neto de Levi demonstrava, ele parecia extremamente orgulhoso do legado de seus avós e do café que foi uma das paradas nas rotas de fuga clandestinas de escravos americanos. Depois de olharmos a estrutura que amparava os escravos, e de deixar objetos assim como levar alguns, nós voltamos para o Tranqueira. Na viajem de volta resolvemos parar para ver uma paisagem, nos recostamos na lataria e ficamos abraçados conversando. Foi nesse momento que comecei a pensar sobre “meu plano”.
Assim como os escravos usavam o Levi Coffin House como refugio, eu poderia usar esse plano como uma forma de fugir de toda essa situação que criei. Ponderei contar para Violet, mas ainda não era a hora certa. Mas logo será, só espero que a Ultravioleta confie em mim.
Violet (depois do “suicídio”)-
Eu estou em pedaços! Eu não consigo acreditar que o Theo fez mesmo isso. Talvez eu não tenha sido o suficiente... não, não posso me culpar pela sua morte porque ele nunca morreu, não pra mim! Ele continua bem vivo dentro de mim, mas isso não é nem de longe o quanto ele deveria estar aqui, em pessoa e não só no meu pensamento e coração.
Estou abatida, cansada, choro muito, não tenho vontade de sair e conhecer gente nova, minha contagem regressiva para o fim do ensino médio cessaram e eu me sinto morta....eu morri junto com ele naquele lago, no lugar onde passamos tantos momentos bons, mas que hoje só me lembra um corpo pálido e sem vida do que supostamente seria o homem que eu amava.
Desde que descobri as pistas que Theodore me deixou, tenho buscado incessantemente por respostas. As mensagens de telefone, as pichações em muros, o mapa das nossas andanças...todos levavam para um lugar, a capela onde eu encontrei a carta com a musica e a declaração que ele fez pra mim, mas sinto que existe algo a mais. Nas poucas semanas em que estive com Theodore Finch eu o conheci o máximo que pude, desde o primeiro dia em que saímos, nossa primeira andança no monte Hoosier, sentia como se nos conhecêssemos a vida inteira. Eu de fato conhecia Finch, ele não iria embora sem deixar algo a mais pra mim, algo fora do que as pessoas consideram normal, algo mais Finch. Comecei a procuras em casa lugarzinho daquela capela, rachaduras, bancos, frestas, tudo. Até que encontrei um pedaço de papel no fundo falso da bíblia em que tinha achado a carta antes. Li o bilhete com o coração batendo forte e as lágrimas voltaram a cair.
Sinto como se hoje fosse 01 de abril de 1976.
Os planetas estão alinhados.
Espero por você!
O que aquilo significava? Finch só podia estar brincando comigo. Embora eu esteja hesitante, sinto que devo ir até a torre de Purina, mesmo que isso não traga Finch de volta.
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