História Dream - Uno

•Liverpool, Inglaterra.

- Tchau Miguel, eu te amo demais, nunca te esqueça disso, meu menino! – digo ficando na ponta dos pés para deixar um beijo estalado em sua bochecha. – Vou sentir muito a tua falta, meu ‘nego.

-Ora minha princesa, também sentirei muito a tua falta, chatinha. Te amo demais – ele fala me apertando em seus braços. Ouvimos a última chamada de meu vôo para a Alemanha, era minha hora de partir. – Se cuida minha vida! – ele diz secando minhas lágrimas e vendo eu me afastar lentamente para meu embarque.

• Dortmund, Alemanha

Abro a porta do quarto do hotel em que por alguns dias, seria minha casa. Ponho minhas malas em um canto qualquer, deixando meus calçados ali junto. Coloco minha bolsa em cima da escrivaninha e vou direto ao banheiro, tomar uma ducha rápida, estava morta. Após trocar de roupa, corri para debaixo das cobertas, logo em seguida caindo no sono.

Acordo animada, era meu primeiro dia no meu tão sonhado emprego. Checo as mensagens nas minhas redes sociais, respondendo algumas de amigos e familiares perguntando se eu havia chego bem. Jogo minhas cobertas para o lado e vou saltitante até o banheiro.

Me despi rapidamente por conta do frio que estava fazendo em Dortmund. Ligo o chuveiro e demoro longos minutos me preparando para o longo dia que teria pela frente.

Após secar meus cabelos e arrumá-los perfeitamente, visto uma roupa mais social e faço uma maquiagem leve. Tomo o café que havia pedido junto de alguns petiscos. Escovo meus dentes e retoco meu batom nude.

Pego minhas coisas e desço até a recepção, onde o carro do clube já me esperava. O caminho todo foi tranquilo, não era muito longe. Agradeço ao motorista que sorri gentilmente e vou em direção ao enorme prédio.

-Olá, você deve ser a Valentina, nova médica do clube, certo?- uma moça de mais ou menos uns 30 anos, loira me pergunta logo que entrei.

-Bom dia, sim, sou eu. Muito prazer – digo sorridente.

-Prazer, eu sou Mia, secretaria do Borussia. Então, não é querer te apressar, mas todos estão muito ansioso pela sua chegada, então, já irei te levar até a sala de reuniões – Ela fala e eu assinto seguindo-a.

Caminhamos por longos corredores brancos, a estrutura era enorme, eu me perderia facilmente ali dentro. Chegamos em frente a uma porta enorme e branca com alguns detalhes. Ela abre e pede para eu esperar que iria avisar sobre a minha chegada.

-Bom dia senhorita Valentina Correia, como vai? – Natan se dirige a mim simpático com um aperto de mão.

-Bom dia, muito bem, obrigada – respondo e o mesmo faz sinal para que eu me sentasse em uma das cadeiras.

Ficamos umas duas horas conversando sobre o contrato e suas cláusulas. Eu não conhecia ainda as instalações do local, então apenas fui para minha sala, ou tentei ir como me explicaram, porém estou um pouco perdida.

- Humm, é... – Um moço loiro alto se aproximou de mim – Pela sua cara de confusa, deve estar perdida por aqui, acertei?

-Está tão na cara assim? – ele solta uma gargalhada.

-Primeiramente, muito prazer, meu nome é Erik Durm, mas pode me chamar de Durm- ele fala coçando a nuca com uma das mãos e estendendo a outra para eu apertar.

-Ah, me chamo Valentina, prazer é todo meu- sorri. – Pode me ajudar a achar a minha sala?

-Sua sala? – perguntou surpreso. – Então você é a famosa nova doutora, que tanto falam aqui?

-Acho que sim – ri.

-Uau, pensei que seria uma senhora de cabelos brancos, mas na verdade é uma moça muito linda, viu? – ele fala e eu ri sem graça.

-Obrigada, Durm.

-Bom, sua sala é a segunda porta a esquerda – ele tala mudando de assunto pelo silêncio que havia se instalado anteriormente. Agradeço e me despeço com um aceno.

Entro na sala e fico espantada com o tamanho dela, tinha o tamanho de um apartamento. Ri com meus pensamentos. Logo me ajeitei e coloquei meu jaleco. Me arrumo na cadeira e começo a olhar alguns papéis e exames dos jogadores, dando atenção especial a alguns dos lesionados.

-Oi oi, vim incomodar- Erik entra no local me fazendo rir – Mas eu não vim sozinho – Puxa dois homens para entrarem também.

-Uou, ela é realmente gata – um baixinho fala – Tinha razão.

-Eu sempre tenho- ele rebate e sinto minhas bochechas corarem. -Esses são Marco e Mario.

-Prazer, rapazes, sou a Valentina – falo os cumprimentando.

-Prazer é todo nosso - agora o mais alto falou- Sério que você vai ser a nossa doutora? – assenti. – Gata desse jeito, todos irão se machucar, só pra passar mais tempo no departamento médico. – todos rimos.

-Viemos te chamar pra almoçar com o pessoal no refeitório, bora?

-Claro, só vou pegar meu celular. -levanto e pego o mesmo, penduro meu jaleco e vou até eles. – Vamos? -eles assentiram.

Fomos conversando sobre várias coisas, no caminho e durante a refeição, o time todo foi muito simpático comigo, não tenho o que reclamar, conheci todos os meninos, muito gentis.

A tarde passou rápido, fiquei dando mais uma olhada na papelada que havia sobre eles. Quando deram seis horas, peguei todas as minhas coisas de uso pessoal e tranquei a sala. Fui até o estacionamento e fui pedir meu taxi, quando alguém chega por trás de mim .

-Tudo bem ai? – Um moço que eu já havia visto mais cedo pergunta e eu assenti. – Precisa de uma carona?

-Obrigada, mas estou chamando um táxi.

-Esse horário, fica complicado aqui nessa região – ele ri nasal. – Vem, eu te deixo em casa.

-Não vou incomodar? – perguntei receosa.

-Claro que não – sorriu puxando minha mão até se carro. Abriu a porta do passageiro – Só me deixe tirar algumas coisas – coloca as sacolas nos bancos de trás – Pronto senhorita.

-Obrigada, Marco – ele faz uma careta engraçada me fazendo rir.

-Agora, diga-me onde moras – pergunta divertido e eu explico o endereço.

O percurso foi bem divertido, fomos conversando sobre coisas aleatórias e cantando algumas músicas que tocavam na rádio. Ele estaciona em frente ao hotel, saindo do veículo, dando a volta no mesmo e abrindo a porta para mim.

-Mas que cavalheiro – ele gargalha.

-Sempre madame – Estende uma de suas mãos para que eu me apoie.

-Obrigada, Reus, de verdade, eu iria demorar horas para chegar – rimos.

-Foi nada, doutora- rolei os olhos. -Sempre que precisar, estou a disposição.

-Opa, ai sim – ele gargalha. -Não te convido pra subir, porque estou morta de cansaço.

-Imagina – sorri gentil. – Até mais, Correia. - nos despedimos com um abraço rápido.

Saio do elevador já indo na direção de meu quarto, estava exausta. Deixo meus pertences em cima da mesa, me jogando na cama respondendo algumas mensagens. Resolvo ligar para meu irmão, ele estava viajando ontem, então não pode ir até o aeroporto para nos despedirmos.

-Oi minha princesa - Philippe diz ao atender a chamada de vídeo.

-Oi meu amor. 

-Tudo bem? Chegou bem? Como tá aí? - ele me bombardeia de perguntas me fazendo rir.

-Estou bem, e você? Cheguei sim, o primeiro dia foi bem calmo, mas já gostei bastante.

- Tudo tranquilo por aqui. Que bom que gostou, fico muito feliz por ti, Vale. - ele fala e eu ouço alguns gritos no fundo. - É a minha irmã, gente - vejo ele revirar os olhos e eu ri.

-Oi, irmã do menino Coutinho - Firmino fala - Meu Deus cara, ela é tão linda, nem se parece contigo-  devo estar da cor dos meus cabelos.

-Olá - digo sorrindo.

-A beleza de toda família ficou só em ti, né? Por que esse aqui, Deus é pai - gargalhei.

-Obrigada, eu acho.

-Tô com saudades, xuxu. - Meu irmão pega o aparelho de volta para si.

-Eu também, mas logo nos vemos. Mas agora eu preciso ir descansar, que estou moída e vocês também devem estar.

-Estamos sim - ouço Roberto gritar no fundo.

-Sim, estamos - risos - Mas vai dormir, baixinha, te amo muito, não esqueça.

-Eu também te amo demais, 'Fe. - mandei um beijo encerrando a ligação. 

Conversei mais um pouco com alguns amigos e parentes contando sobre meu dia. Coloquei meu pijama e logo dormi.