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História Por que tem que ser assim? - Tudo que eu não queria


Escrita por: Wang_Manu

Notas do Autor


Leiam as notas finais antes de comentar algo sobre esse capitulo. Obrigada

Capítulo 5 - Tudo que eu não queria


Fanfic / Fanfiction Por que tem que ser assim? - Tudo que eu não queria

~~Benjamin on~~

 

            Nossa! A quanto tempo que eu não visito essa cidade. Da última vez em que estive aqui, eu acabei me evolvendo em problemas e tive que fugir até o fogo abaixar. Já se passaram 5 anos, acho que ninguém irá me reconhecer, eu mudei muito nesse tempo.

            Acabei de chegar na cidade e vi uma pessoa que eu conheço muito bem, mas acho que ela nem me viu, talvez porque ela estava caída na rua, ao lado de uma moto preta. A pessoa que atropelou nem se deu ao trabalho de ver se ela estava machucada ou não, saiu sem nem olhar para trás. Como existe gente escrota por aí! Bom terei que ajuda-la.

            A peguei no colo e a levei até um banco de rua, a deitei sobre ele com cuidado, e fui pegar a sua moto caída no meio da calçada. Ela não parecia estar tão ruim, mas estava desmaiada, então decidi leva-la ao hospital. Coloquei-a em minhas costas e a carreguei até o hospital.

            Ainda bem que o hospital era perto, porque ela é mais pesada do que parece, porém continua gostosa como sempre. Cheguei lá e logo as enfermeiras a puseram em uma maca e a levaram para a sala número 67. Tive que assinar uns papéis e explicar o que aconteceu a uma enfermeira, muito bonita por sinal, até consegui o número dela. E depois disso fiquei esperando até que a garota desmaiada acorda-se.

~~Benjamin off~~

 

~~Manu on~~

Manu (pensamentos)- Ai que dor de cabeça! O que aconteceu mesmo? Aé eu fui atropelada, e pelo visto eu estou no hospital. A pessoa que me atropelou deve ter me trazido para cá ou pelo menos chamado uma ambulância. Ai meu Deus, a carta estava no bolso de minha calça, e as enfermeiras trocaram a minha roupa. Onde será que está merda está?

Manu- Enfermeira!

Enfermeira- A senhorita acordou. Precisaremos fazer alguns exames. A senhorita consegue ficar em pé?

Manu- Primeiro de tudo me diga onde estão minha roupas.

Enfermeira- Elas estão guardadas no armário dessa sala. Agora tente ficar de pé, por favor.

            Me levanto com um pouco de dificuldade, e sinto uma dor forte em meu braço, porém era suportável. Ela pede para eu segui-la e vamos para uma outra sala. Ela fez todos os exames que precisava, e me deu minhas roupas para eu me trocar. Graças a Deus a carta estava lá, porém seu envelope havia sido aberto.

Enfermeira- Desculpe por ter mexido em seus pertences, porém precisava descobrir algo sobre você, além do que a pessoa que te trouxe aqui falou.

Manu- Tudo bem. Porém não toque no assunto da carta, por favor.

Enfermeira- Como quiser. Senhorita Manuela, poderia se deitar novamente na maca, eu chamarei o garoto que te trouxe aqui. Ele é muito bonito, espero que não seja seu namorado, porque passei meu número a ele.

Manu- Okay, eu não estou namorando. Pode sair com ele, não ligo. – bom quero mesmo ver a cara da pessoa que me atropelou. Não vou brigar com ela, até porque minha cabeça está doendo muito para eu conseguir discutir decentemente com alguém. E a enfermeira provavelmente não gostará de ver-lo discutindo comigo, melhor não causar confusão, pois posso acabar estragando um possível relacionamento.

            O garoto que me atropelou entra na sala, e ele é realmente muito bonito. Ele tem o cabelo preto, a pele clara e olhos castanhos. Ele se senta em uma poltrona ao lado da maca e fica me olhando, não digo nada.

Benjamin- Você não mudou nada.

Manu- Eu te conheço por acaso?

            Ele aproxima seu rosto do meu, eu consigo sentir sua respiração. Ele segura meu queixo e olha bem no fundo dos meus olhos.

Benjamin- Você não se lembra de mim, ma chatte?

            Assim que ele disse aquilo, eu me lembrei de tudo. Só uma pessoa me chamou de ma chatte, e essa é a pessoa que eu mais odeio no mundo.

 

--Narrativa do Passado—

(Manu, com 18 anos em sua cidade natal)

            Aquele lugar era escuro, só havia uma pequena lâmpada em cima de mim, cheirava mal, e para completar ele havia me amarrado em uma cadeira. Não sabia como havia parado ali, só me lembrava de ter saído com um grupo de amigos para comemorar os meus 18 anos. Havíamos ido a uma balada, e lá encontramos uns amigos da Rafa (ela estava inclusa no grupo de amigos que foram a balada comigo), e um desses amigos eu já conhecia desde criança, Benjamin. Ele me ofereceu uma bebida e depois disso não me lembro de mais nada. Eu pensava que havia bebido muito.

            Minha cabeça doía muito, e meu corpo estava queimando por dentro. Até hoje não sei o que ele me deu, porém me apagou por um tempo e me causou muito mal estar.

Benjamin- Oi oi oi – ele disse isso com um sorriso de lado e em um tom meio fofo, porém assustador.

Manu- Onde que eu estou? O que você me deu? Por que estou amarrada? O que você quer comigo?

Benjamin- Quantas perguntas. Tentarei responde-las na ordem.

Benjamin- Você está no porão da minha casa. Dei uma coisinha especial para você apagar por um tempinho. Para não fugir e não tentar me machucar. – ele se aproximou de minha orelha e sussurrou – E eu quero você, ma chatte.

Manu- Não me chame assim. Eu sei o que significa.

Benjamin- Hum, bonita, gostosa, sensual, e ainda é inteligente. – ele disse batendo palmas lentamente e em tom de deboche.

Manu- Não quero ouvir essas palavras dirigidas a mim, principalmente se forem ditas por você. – cuspi em seu rosto, e o mesmo passou a mão no rosto retirando toda a saliva, e depois lambeu. Fiz uma cara de nojo e ele abriu um sorriso.

Ele se aproximou novamente e me deu um beijo. Quando ele tentou colocar a língua em minha boca, eu a mordi com força. E em troca disso recebi um tapa muito forte no lado esquerdo do meu rosto.

Benjamin- Isso dói sua vagabunda! – ele grita bem perto do meu rosto

Manu- Bem feito. – respondi grosseira e o encarei, até que ele puxou meu cabelo com muita força, acabou até arrancando alguns fios.

            Eu tentei gritar por socorro, porém ele colocou uma das mãos em minha boca, e a outra mão era passada por todo o meu corpo. Ele colocou a mão, que passava pelo meu corpo, em minha intimidade ainda coberta pelo shorts, que eu usava por baixo do vestido, e pela minha calcinha. Quando ele fez isso eu mordi, com muita força, a mão que estava em minha boca. Ele dá um grito e se afasta de mim.

Benjamin- Pelo visto a cachorra gosta de morder. Acho que terei que colocar uma focinheira em você. O que é uma pena, porque eu queria ouvir você gemer para mim.

            Eu ri debochado, e o encarei séria.

Manu- Cachorra é você! E você nunca irá me ouvir gemer, não importa o quanto tente, eu não irei dar a você essa honra.

Benjamin- Bom, veremos.

            Ele se aproximou novamente e me amordaçou com um pedaço de pano, que parecia estar sujo, pois tinha um gosto horrível de terra e poeira.

            Ele começou a passar as mãos pelo meu corpo, retirando cada peça de roupa que eu vestia. Ele me deixou apenas de calcinha e sutiã, e começou a me olhar de cima a baixo, e deu um sorrisinho.  Nesse momento comecei a chorar.

Benjamin- Não chore ma chatte. Você irá gostar – ele disse passando uma das mãos em meu rosto limpando minha lagrimas, enquanto a outra estava localizada em minha cocha.

            Ele começou a gargalhar, enquanto alisava a minha cocha, subindo em direção a minha intimidade.

       Sem tirar minha calcinha ele enfiou dos dedos em minha intimidade com força, quase me fazendo gritar e comecei chorar novamente.

            Foi retirando minha calcinha devagar e quando a retirou completamente, olhou para minha intimidade e para meu rosto, e abriu um sorrisinho que me deixou com mais medo do que já estava. Ele sentou em meu colo, ainda vestido, e falou perto de minha orelha: “Não precisa ficar com medo ma chatte. Eu irei tirar esse pano da sua boca, porém se você gritar, eu irei te fazer sentir muita dor mesmo. Entendeu?”. Eu fiz que sim com a cabeça, e como prometido ele tirou o pano de minha boca e saiu de cima de mim.

Manu- Por favor, não faz isso. – eu disse quase chorando mais ainda.

Benjamin- Calma ma chatte, você irá gostar. Eu garanto.

Manu- Me solta, eu não digo nada a ninguém, não te denuncio, não faço nada contra você, mas por favor me deixa ir.

Benjamin- Sinto muito, mas não dá

Manu- Por quê?

             Sem me responder, ele tirou a sua calça e olhou para mim. Já era perceptível o volume em sua cueca.

Benjamin- Tá vendo, é assim que você me deixa. – ele disse apontando para seu membro, ainda sob a cueca.

            Ele foi se aproximando de mim novamente. Ele tira sua cueca, e seu membro salta para fora. Ele iria fazer algo comigo, porém foi interrompido por um barulho vindo do andar de cima da casa.

Daniel- Manu? Benjamin? Onde vocês estão?

Manu- Daniel! Aqui em bai...- eu estava gritando, mas ele colocou a mão na minha boca me impedindo de terminar a frase.

Benjamin- Cala a tua boca! Eu vou dar um jeito nele e já volto para podermos brincar. Não fique achando que está salva. – ele sussurrou em meu ouvido e depois se afastou. Vestiu a cueca, pegou uma barra de ferro que estava no canto do porão e ficou a espera de Daniel.

            Os passos de Daniel se aproximavam cada vez mais.

Daniel- Manu? Benjamin? Vocês estão ai?

             Benjamin se virou para mim colocando o indicador na frente da boca, me indicando que eu ficasse quieta. Porém não o obedeci.

Manu- Aqui! Eu estou aqui! Me ajuda!

             Daniel começou a correr escada a baixo, e Benjamin foi correndo para a mesma com a barra de ferro na mão. Porém antes que ele pudesse ter acertado alguém com aquilo, Daniel segurou a barra, a arrancou da mão de Benjamin, e a jogou longe. 

               Benjamin deu um soco forte em seu rosto, fazendo com que Daniel caísse no chão. Benjamin começou a dar vários chutes nem Daniel, porém ele conseguiu agarrar sua perna e joga-lo no chão. As posições se inverteram e agora Daniel estava no controle, ele dava vários socos no rosto de Benjamin.

Manu- Dani! Para! Olha como ele está sangrando! Ele já aprendeu. Por favor, para não quero que as coisas fiquem piores do que já estão.

            Daniel parou de soca-lo e o largou no chão.Ele limpou o sangue de Benjamin em sua calça e olhou para mim  desviando o olhar rapidamente, provavelmente ele ficou com receio de me ver daquele jeito, já que eu não estava devidamente vestida.

Manu- Tu-tudo bem. Pode olhar, você me ajudou. Você poderia me desamarrar por favor?

Daniel- Ah, ok. Mas use isso – jogou o casaco que ele estava vestindo em cima de mim – Acho que nenhum homem viu você sem roupas ainda, e acho que não deveria ser em um momento assim.

Manu- Mas e ele? – disse me referindo a Benjamim

Daniel- Eu disse um homem, não um animal. – Falou em tom groso olhando feio para Benjamin que estava deitado no chão sem se mover.

Manu- Obrigada, mas você poderia me desamarrar por favor?

Daniel- Ah, sim. Desculpe.

            Ele veio até mim, me desamarrou, pegou as minhas roupas do chão e me entregou.

Manu- Você pode se virar para eu poder me vestir?

Daniel- C-claro, desculpe.

Manu- Para de pedir desculpa por tudo. Me deixa com vergonha..

Daniel- Des... Okay.

            Me vesti e abracei Daniel por trás.

Manu- Não se vire, por favor.

Daniel- Não precisa me dizer o que aconteceu, só chore.

 Eu estava me controlando muito para não chorar, porém não aguentei. Precisava muito chorar, mesmo que odiasse, era o que mais precisava naquele momento.

Enquanto eu e Daniel estávamos abraçados, Benjamin se levantou e saiu correndo, meio sem forças.

Benjamin- Eu voltarei ma chatte. Me espere.

Manu- Dani, ele vai voltar. Eu não quero que ele volte. Se ele voltar ele vai fazer algo pior. Vai me dar a sensação de que sou fraca. Não quero isso.  – eu disse tudo isso muito rápido, estava nervosa novamente. Daniel percebeu e me abraçou mais forte.

Daniel- Quando ele voltar, eu estarei ao seu lado para te proteger.

 

              Eu não tive coragem para denuncia-lo. Fiquei com medo do que minha família e outros amigos iriam dizer. provavelmente diriam que eu deveria ter sido mais responsável e não ter aceitado bebidas de estranhos ou que era por causa de minhas roupas. Então decidi fingir que nada aconteceu e tentar enfrentar o problema sozinha.

Eu não sabia onde ele estava, porém hoje infelizmente eu descobri.

 

--Fim da Narrativa do Passado—

 

Manu- Já falei para não me chamar assim! É falta de respeito. Se bem que o respeito você perdeu a muito tempo. – falo grossa e o empurro para longe.

Benjamin- Nossa, tá bravinha. Se você não sabe, eu que te trouxe para cá. Podia ter deixado você lá no meio da rua caída e desmaiada.

Manu- É o mínimo que você tem que fazer depois de ter me atropelado.

Benjamin- Eu não te atropelei.

Manu- Então quem foi?

Benjamin- Eu não sei, o carro só bateu em você e foi embora.

Manu- Bom agora que já está tudo certo, pode ir embora.

Benjamin- Tem certeza que não quer que eu fique? – ele diz baixinho em meu ouvido.

Manu- Tenho – respondi grosso e o afastei novamente.

Benjamin- A que pena queria brincar com você.

Manu- Eu também queria. Só que apenas com a sua cabeça, e ela teria que estar separada do resto do seu corpo.

Benjamin- Ok então. A gente se vê por ai, Rainha de Copas.

Manu- Espero que não. E não trate mal a enfermeira Rose, ela é legal.

Benjamin- Ok, mas só porque você que está pedindo.

Manu- Vai se foder

Benjamin- Vem comigo

            Eu aponto o dedo e ele sai do quarto rindo.

          Que droga, ele me fez lembrar de tudo. Tudo o que eu me esforcei para tentar esquecer. Tudo que eu fiz de tudo para fingir que nada aconteceu. Tudo o que eu não queria lembrar. Que eu sou fraca e indefesa. Que eu posso acabar me tornando apenas um objeto. Que eu não tenho forças para me defender.


Notas Finais


Gente nunca chame uma mulher de « ma chatte » (em francês, minha gata), pois é extremamente vulgar e faz referência ao orgão genital da mulher.
Eu nunca sofri nenhum tipo de abuso físico, então não sabia muito bem como descrever os sentimentos e como montar uma cena boa para ilustrar isso. Porém é um assunto sério, que deveria ser mais abordado.
Eu não acho que eu seja a melhor pessoa para ilustrar algo do tipo, ou até mesmo para explicar o por que de isso ser errado, mas eu queria pelo menos tentar passar uma mensagem para as pessoas. De que qualquer tipo de abuso é errado.
E NÃO FAÇAM O QUE A MANU FEZ, SE VOCÊ SOFRER ABUSO DE QUALQUER TIPO DENUNCIE! E pelo amor de Deus nem pensem em abusar alguém.
Muito Obrigada por ter lido até a proxima. <3


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