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História Por trás daquela farsa - Desaparecida


Escrita por: CaliVillas

Capítulo 8 - Desaparecida


Na manhã seguinte, a forte chuva da noite anterior já havia cessado, mas o céu continuava carregado de nuvens, um imenso teto cinzento, estava muito frio e úmido, quando apenas cinco participantes desceram para o ponto de encontro no salão principal, antes do café da manhã.

 - Onde está Lisa? – Marion perguntou, um tanto preocupada, depois de algum tempo, pois já passava da hora marcada pelas rígidas regras, que eles precisavam seguir naquela casa.

- Ontem à noite, ela estava muito transtornada, por isso deve ter perdido a hora, dormiu demais – Sam cogitou, sem dar importância.

- Então, vamos comer sem ela, eu estou faminto. – Bruno já levava a mão à maçaneta da porta, mas Roger o impediu.

- Você conhece as regras, todos devem fazer as refeições juntos – avisou Roger, com seriedade.

- Eu vou subir para chamá-la – propôs Marion, já indo em direção a porta, os outros se espalharam pela sala, resignados, na espera.

Depois de algum tempo, Marion retornou, aflita.

- Lisa não está lá! Eu bati na porta, como ela não atendeu, entrei, o quarto está vazio – Marion relatou, preocupada.

Você entrou no quarto dela?! – questionou Roger, aflito com a quebra das regras impostas, porém Marion não lhe deu ouvidos.

- Quem sabe, Lisa acordou cedo e resolveu dar uma volta e perdeu a hora – Sam conjecturou, tranquilo.

- Não será melhor procurar por ela? Senão não tomaremos nosso café da manhã hoje – Bruno deu a ideia, aborrecido, pois estava com muita fome, e não pretendia perder a sua refeição, por causa de nenhuma doida.

- Podemos nos separar, um grupo procura lá fora, e outro aqui dentro – Alicia sugeriu e todos acataram a ideia.

Assim, Roger e Bruno procurariam dentro de casa e Marion, Sam e Alicia do lado de fora.

Antes de saírem da casa, Alicia reparou em um detalhe.

- Está faltando um par de galochas – ela disse, pois, os pares das botas de borracha ficavam próximos a saída, para facilitar o seu uso pelo terreno em volta, quase sempre enlameado, nessa época de chuvas intensas. – Talvez, Lisa tenha mesmo saído.

Começaram uma busca em volta da casa, procurando por alguma espécie de rastro, mas estava difícil encontrar algo, por causa da lama e das poças d’água devido chuva do dia anterior.

- Vamos procurar embaixo da janela dela – Marion propôs. – Ela queria encontrar alguma prova da tal mulher, que dizia ver toda noite.

- Ontem, antes de dormir, Lisa esteve no meu quarto, parecia ensandecida, perguntando se eu havia visto algo – Sam relatou, depois de algum tempo.

- E você viu? – Marion indagou, ansiosa.

- Não, eu cochilei, após de algum tempo, observando pela janela, era muito tedioso, não dava para ver nada aqui fora. – Ele manteve a mentira, olhando de soslaio para Alicia, Marion pareceu acreditar.

Assim, seguiram pelo caminho ao lado da casa, observando tudo com cuidado, mas não encontraram nenhuma pista de Lisa.

- Vamos um pouco mais a frente – sugeriu Alicia, quando já se afastavam da casa, aproximando-se do rugido do mar batendo nas pedras, com violência, lá embaixo, na falésia. Foi aí que encontraram o primeiro sinal que ela esteve por ali, uma das galochas, que ficou atolada em uma poça de lama.

Assustados, com receio do que poderia encontrar, continuaram o caminho, com prudência, em direção à beira do precipício, pararam antes de chegarem até lá.

- Vocês acham que ela pode estar lá embaixo? – perguntou Marion, aflita e com medo do que poderia ver.

- Eu não tenho coragem de olhar – Alicia acrescentou, abraçando-se, angustiada.

- Eu vou! – Sam declarou, determinado, caminhando com atenção pelo chão escorregadio até a borda do precipício, olhou para baixo em direção das ondas que batiam fortes contra o paredão de pedra. No primeiro minuto se assustou, ao ver algo lá embaixo nas pedras, pensou que fosse um corpo, mas depois fixou o olhar e percebeu que não era – Tem algo aqui embaixo – anunciou alto, para ser ouvido pelas outras, que mantinham uma certa distância.

- É ela? – Marion quis saber, apavorada com a possibilidade.

- Acho que não, parece só alguns pedaços de pano, algumas roupas – Sam esclareceu, ainda olhando para baixo, tentando identificar o que via.

Com essa revelação, as mulheres se aproximaram, com cautela, para se juntar a ele.

- Parecem com as roupas que Lisa usavam? – Alicia questionou.

- Não sei, não dá para ver detalhes. Mas, acho que agora, é hora de chamar a polícia – ele afirmou com convicção.

- Mas, como, se estamos sem nossos telefones? – Alicia ponderou.

- A equipe de manutenção! – Sam exclamou.

- Quem? – Marion não havia entendido.

- O pessoal que cuida da alimentação e arrumação da casa, eles devem estar lá agora, escondidos de nós.  Além disso, tem as câmeras, se alguém estiver vendo podemos nos comunicar– Sam explicou. – Vamos voltar para a casa, agora!

Voltaram, apressados, pelo o mesmo caminho que vieram, entraram na casa e encontraram Bruno e Roger, desanimados, pela busca em vão.

- Tiveram sorte? – Roger perguntou, ao entrarem, correndo pela sala.

- Não encontramos Lisa, mas achamos algumas roupas, lá embaixo, nas pedras do penhasco – Marion esclarecer. – Sam acha melhor chamarmos a polícia.

- Como podemos ter certeza? De repente, Lisa foi embora, não aguentou a pressão de ficar isolada nessa casa – Bruno ponderou.

- Não saberemos. E se forem as roupas dela lá embaixo? – Alicia se meteu. - Podemos ser acusados de algum crime e eu tenho um filho para criar.

- Então, vamos fazer uma votação? – propôs Roger. – Quem for a favor de chamar a polícia levante a mão.

Marion, Sam e Alicia levantaram, Bruno e Roger não.

- Ganhamos – conclui Sam, marchando, decidido, para a porta da sala de jantar, onde a refeição matutina esfriava sobre a mesa, esquecida pelos acontecimentos. Bruno olhou para lá, desalentando, pegou um brioche na cesta de pão. Marion lhe deu um olhar desaprovador.

- O que foi?! Eu estou com fome! – Bruno declarou, sem culpa. – E pelo visto, vamos demorar a comer, novamente. – E deu uma grande mordida no pãozinho.

Nesse momento, Sam abria, abruptamente, a porta da cozinha, as duas mulheres uniformizadas, que já preparavam o almoço, deram um pulo, assustadas.

- Precisamos que entre em contato com os seus chefes! – disse, sem muitas explicações. – É urgente. Algo muito grave pode ter acontecido, nessa casa – completou, ao notar a feição de dúvida delas.

 A mulher mais velha acreditou nele, pegou o seu telefone e fez a ligação, entregando o aparelho a Sam, que explanou, com detalhes, tudo que ocorreu para o ouvinte do outro lado.

- Você tem certeza que a polícia precisa ser envolvida nessa história? – desconfiou a voz masculina do outro lado da linha.

- Tenho! – Sam reiterou, com firmeza. – Lisa desapareceu, pode estar morta.

- Então, está bem, vou entrar em contato com a polícia, imediatamente – a voz disse, antes de desligar.



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