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História Por trás daquela farsa - Caem as máscaras


Escrita por: CaliVillas

Capítulo 9 - Caem as máscaras


A polícia apareceu algum tempo depois, eles fizeram muitas perguntas a cada um deles, individualmente, depois vieram mais policiais, peritos, legistas, detetives.

Policiais especialistas em rapel desceram a encosta para recuperar as roupas vistas lá de cima, que estavam na pedra, e puderam verificar que estavam rasgadas e cobertas de sangue.

O doutor Gardner foi convocado, queriam ver as filmagens. Ele apareceu assustado como um coelho, quando os detetives o levaram para uma conversa na biblioteca da casa.

- Doutor Gardner do instituto Inter Mentes. Eu nunca ouvi falar desse lugar – o jovem detetive chamado Santini revelou, apoiado na clássica e cara mesa original estilo Luís XV, displicentemente, enquanto o seu colega mais velho, o detetive Lee, estava sentado na cadeira do mesmo estilo, atrás dela, os encaravam o doutor, que parecia bem nervoso, naquele momento.

- Para falar a verdade, eu não sou médico, sou ator e diretor de teatro – ele explicou, humildemente. – Talvez, tenham ouvido o meu nome verdadeiro, Robert Jones – os policiais se entreolharam, surpresos. – Esse instituto não existe, foi uma invenção, para fazermos o piloto de um reality show.

- Reality show? – O detetive Lee questionou, descrente.

- Sim, há alguns meses, uma jovem produtora independente veio me procurar, pois tinha uma ideia sobre um reality show, onde os participantes não se conhecessem, soubessem seus verdadeiros nomes nem pudessem revelá-los por contrato e ficassem trancados em uma casa no meio do nada. Sem ter contato com mais ninguém.

- Tipo um Big Brother – Santini concluiu.

- Não, melhor, pois eles se passariam por outras pessoas, ninguém saberia quem é quem – A medida que falava, o ator/doutor ficava mais confiante. – Eu concordei em atuar e dirigir, por um bom cache, e ela tratou do resto, contatou os participantes, alugou a casa, o transporte e a equipe de limpeza.

 - Quem é essa produtora? – Quis saber Lee.

- O nome dela é Cristina Allende e estávamos sendo patrocinados por uma grande empresa internacional, que preferia não aparecer, por enquanto – Robert continuou suas justificativas.

- Você sabe o nome verdadeiro desse pessoal que está aqui? – Santini perguntou.

- Para falar a verdade, não. Cristina achou que seria mais interessante, se eu não soubesse, já que também participaria.

- E como poderemos encontrar essa tal Cristina? – Lee indagou.

- Eu tenho o telefone dela aqui comigo, posso ligar para ela, agora mesmo – Robert sugeriu, pegando seu celular, os policiais assentiram com a cabeça e ele apertou a discagem rápida. O telefone chamou até cair na caixa-postal, então, tentou mais uma vez.

- Ela deve estar ocupada – desculpou-se.

- Nos dê o número que tentaremos mais tarde – Santini solicitou. – E as gravações?

- Elas eram feitas por algumas câmeras, apenas. Mas, quando levássemos ao ar seria muito melhor, alto nível, como Cristina planejou – Robert falou, empolgado.

- E onde estão os vídeos? – Lee quis Saber.

- Em um quarto atrás da cozinha – Robert revelou.

- Pode nos levar até lá? – Santini pediu,

- Claro – Robert confirmou, sem restrições.

- Quem era a outra mulher chamada Eve Klein? – Lee indagou sobre a suposta assistente.

- Eleonor? Ela também era atriz foi contratada por mim para esse papel – Robert elucidou,

- Onde ela está agora?

- Não tenho a mínima ideia – Robert concluiu, dando de ombros.

 

Os vídeos eram feitos por algumas poucas câmeras escondidas por poucos lugares na casa, as imagens eram de má qualidade e o som de difícil entendimento.

- Acho que irão fazer muito sucesso com isso aqui? – Santini previu, com o olhar crítico – Vamos levar isso para os nossos técnicos e ver o que eles podem fazer para nós. Agora, podemos conversar com os participantes dessa maluquice.

No local, conhecido como sala dos cavalheiros, o detetive Lee e Marion estavam frente a frente. Ele sentado no sofá e ela, na beira de uma poltrona, demonstrando seu nervosismo.

- Senhorita Marion, por favor, qual o seu nome verdadeiro, sua idade e profissão? – O detetive Lee indagou, ela piscou duas vezes os olhos, em dúvida – Pode me contar, isso é uma investigação policial – ele a tranquilizou.

- Meu nome verdadeiro é Loreta Jackson, tenho 35 anos, trabalho como caixa em um supermercado – ela informou, um tanto apreensiva.

- Como veio parar nisso, Loreta?

- Eu recebi uma carta-convite pelo correio, falando sobre essa tal experiência e garantindo que o prêmio seria de quinze mil, então me escrevi pelo site, depois de responder um bocado de perguntas. Dias depois, recebi um contrato, com um monte de coisas que devia e não devia fazer, que deveria assinar e remeter pelo correio – Loreta detalhou passo a passo.

- E aí?

- Aí, que eu recebi mais caderno com instruções, com o meu novo nome e minha história, que teria que decorar, avisava o dia, a hora e o lugar exato do ponto de encontro, mas não poderíamos conversar entre nós até estarmos aqui dentro. 

- Você conheceu bem a Lisa?

- Nós nos demos bem, mas ela era muito nervosa, parecia que estava sempre exaltada, depois que começou com essa história de fantasma.

- Fantasma?

- Sim, Lisa dizia que estava vendo uma mulher-fantasma. Mas, ninguém acreditou nela.

 

Santini estava gostando de interrogar Alicia, ela era um tanto vulgar, com aquelas roupas justas e o decote generoso, mas era muito bonita e gostosa.

- Alicia, poderia me dizer seu verdadeiro nome, idade e profissão? – Ele começou a indagar, inclinando se sobre a mesa do escritório na direção dela, com um sorriso nos lábios.

- Meu nome é Cynthia Jones, tenho 24 anos e trabalho em um bar, tipo bartender.

- Qual bar? – Santini quis saber, oportunista, pois quem sabe em outra ocasião, fora do trabalho, poderia encontrar com Cynthia lá, como por coincidência.

- A Cherry. Você conhece?

- Sim, já ouvi falar. – Ele sabia que era um lugar de um público rico e sofisticado, aquela garota não combinava com isso.

- Eu sei o que você está pensando, que não combino com aquele lugar, mas eu não sou assim. – Ela se aprontou, querendo ressaltar sua aparência. - Estou usando isso por causa dessa experiência maluca – concluiu, Santini gostou dessa resposta.

Depois se seguiu as perguntas sobre sua entrada ali. Cynthia explicou os detalhes da carta, site, o contrato e o encontro.

- Você conhecia essa Lisa?

- Não, só a conheci aqui, mas ela era completamente doida. Pirou com a ideia fixa de fantasma, no começou achei que era por causa da experiência, depois vi que aquilo era real, ela, realmente, acreditava nisso.

- Obrigado, suas informações foram bastante úteis para nós, senhorita – Santini complementou excessivamente educado.

- Só Cynthia, por favor. Mais uma coisa, que não sei se era verdade, Lisa, ou qual for o nome dela, contou para a gente, uma história estranha que teria sido mandada embora do banco, onde trabalhava porque descobriu um roubo. Possivelmente, fazia parte do jogo, mas nunca se sabe. – Ela deu de ombros.

- Possivelmente. Obrigado, outra vez, Cynthia.

 

- O seu nome, por favor. Idade e profissão? – Lee perguntou a Bruno, quando ele trocou de lugar com Loreta, antes conhecida por Marion.

- Meu nome é Ramon Ortiz, tenho 25 anos e sou garçom. E sou cidadão desse país. – Ele afirmou, com veemência, não queria que pensassem que era algum imigrante ilegal.

- Tenho certeza disso – afirmou o detetive. - Como entrou nisso, senhor Ortiz? – quis saber, se apoiando nos cotovelos sobre a mesa, se inclinando para frente na direção do seu interlocutor.

Ramon, antes conhecido como Bruno, explicou, exatamente, o mesmo processo de Loreta.

- E a Lisa, como era? – Ele quis saber.

- Completamente maluca – Ramon revelou, em um tom um tanto afetado.



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