História Por Tu Amor - Yo te esperaré

- Solta ela seu desgraçado! – Ouvi a voz do Guillermo gritar ao longe. Pedro soltou minha cabeça e se afastou. Levantei um pouco tonta e o vi indo em direção ao Gui, sacou uma navalha afiada e golpeou o Gui que caiu no chão com a mão no local atingido.

Tentei correr, mas o Pedro foi mais rápido e se jogou por cima de mim me fazendo cair novamente.  

- Onde a princesinha pensa que vai? Ainda não acabei com você. – Falou em meu ouvido e pressionou a navalha em minha bochecha. - Todos já devem estar sabendo de tudo. – Deu uma gargalhada maquiavélica. – Você vai ser minha, Braswell.

Ele começou a beijar meu pescoço e a vontade de vomitar era imensa, só fechei os olhos sabendo o que iria acontecer e em minha mente só vinha à imagem da Diane, a situação em que estávamos por causa daquele desgraçado. Ele tentou beijar minha boca, mas afastei o rosto, o que irritou ele e levei uma bofetada. Ouvi gritos ao longe e algumas luzes um pouco distante.

- Droga! – Ele levantou-se e me puxou pelos cabelos e me arrastou até a água e me jogou mais para o fundo. – Você não vai sair viva dessa. – Me deu um soco no estomago e eu só lembro-me de ouvir gritos ao longe e afundar.

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- Valentina? – Ouvi a voz da Diane me chamar e pensei que eu havia morrido ou sei lá. Abri os olhos lentamente e senti meu corpo inteiro doer. Eu estava deitada na areia e ao lado dela tinha alguns paramédicos. Levantei rapidamente ao lembrar o que havia acontecido.

- Cadê o Gui? – Perguntei olhando ao redor e vi que havia paramédicos lá também.  – O que aconteceu com o Pedro? Ele contou ao pai dele.

- Psiu! – Ela colocou o dedo sob minha boca e me abraçou fortemente. – Depois eu te explico tudo, agora temos que voltar ao hotel.

Ela me enrolou em uma toalha e voltamos para o hotel, o trajeto foi feito em silencio e eu estava assustada demais com tudo o que havia acontecido, estava perdida em meus pensamentos.

Assim que chegamos ao hotel me deparei com os pais da Diane e vi que a coisa havia ficado seria mesmo.

- Vou te ajudar a se trocar e voltamos para conversar.

Concordei e fomos para o quarto. Assim que ela me ajudou a trocar as roupas e tomar um banho voltamos para a sala.

- Antes de virmos para cá eu comuniquei ao diretor que eu estava mantendo uma relação com um aluno do colégio, mas não falei quem. – Começou e eu prestava atenção a tudo. – Mas eu menti um pouco, falei que nos havíamos nos conhecido fora do colégio e ele permitiu que eu continuasse trabalhando lá contanto que nós não mantivéssemos nenhum contato dentro da instituição e por isso eu nunca me aproximava de você lá. – Lembrei-me que era exatamente assim, a Diane nunca manteve contato enquanto estávamos no colégio. – [Nossa sorte foi que a Debora não deixou que nenhum convidado da festa visse a briga que rolou fora da casa. E o Pedro só enviou nossas fotos juntas para o Pai, para o Sebastián e para seus pais]. – Gelei naquele momento, eu conhecia perfeitamente os pais eu tinha, eles eram extremamente homofóbicos e jamais iriam aceitar minha relação com a Diane.

- Então meus pais já sabem? – Perguntei.

- Sim. Esse é o grande problema. O problema não é o colégio, não são meus pais. – Apontou para os senhores sentado no sofá. – O problema são seus pais, Valentina. Eles sim podem te tirar de mim. – Fez uma cara de choro e eu não aguentei e a puxei para um abraço.

Começamos a chorar e não sei por quantos minutos ficamos assim, aquilo não importava mais, eu queria ficar naquela posição com ela para sempre. Meus pais já estavam planejando ir embora de Neville, e depois de ver as fotos iriam apressar a viagem. Eu não sabia o que viria pela frente, eu não queria ir mais para casa, não queria ver meus pais, mas era preciso, eu iria enfrentar tudo aquilo pela Diane, porque eu queria uma vida com ela e assim fiz.

- A Debora ligou e disse que falou com seu pai e ele parece ter aceitado a situação, mas sua mãe está completamente surtada. – Diane comentou ao se aproximar de mim na cozinha. Eu estava fazendo algumas panquecas. – Ah, ele concordou em você ficar alguns dias aqui para resolver as coisas.

- Eu imagino, ela sempre foi conservadora e não espero que ela aceite isso algum dia. – Falei suspirando. Desliguei o fogo e me virei para fitar à loira que estava em pé do outro lado do balcão americano.  – Eu preciso falar algo, eu não tive coragem para falar antes, mas agora é o momento.  Ela fez um sinal para que eu prosseguisse e assim fiz. – Meus pais estavam planejando de ir embora de Neville, e depois disso tudo com certeza irão adiantar esse processo e não sei como irei ficar longe de você. - Baixei a cabeça e me segurei para não chorar novamente.

- Valentina... Olha pra mim. – Pediu. Levantei a cabeça e senti uma lágrima cair. – Eu quero que você me prometa que vai construir sua vida. Eu sei o quão duro vai ser para nos duas, mas você está começando sua vida agora, tem que construí-la primeiro para depois tentar construir uma junto a mim. Aconteça o que acontecer, eu juro que estarei aqui esperando você. Sei que isso parece clichê, mas é a verdade, eu sempre estarei aqui esperando por você. E sem contar que hoje em dia com toda essa tecnologia vamos estar perto uma da outra mesmo que não seja fisicamente.

- Eu amo você! – Confessei a fitando nos olhos. – Eu amo muito você!

- Repete. – Pediu com um lindo sorriso no rosto. – Acho que não ouvi direito.

- Que eu amo você? Tipo, muitíssimo?

- Eu também te amo, Valentina Braswell. – Confessou.

Ela colocou nossos lábios e começamos um beijo lento e cheio de amor. O beijo que eu tanto amava e queria cada vez mais. Era viciante, doce, macio, magico e chegava a ficar sem palavras para descrevê-lo.

- Quero fazer amor com você. – Falei baixinho em seu ouvido assim que cessamos o beijo.

- O que está esperando? – Perguntou e deu uma mordida de leve me meu lábio inferior.

Subimos para o quarto e nos amamos a noite inteira, como se fosse a primeira vez.