História Por uma eternidade? - Poderia ter sido diferente.

A noite se torna fria e o seu vento cortante, mas sempre no mesmo horário sem um segundo de atraso me dirijo até o Bar'Uniss uma cervejaria onde trabalho todos os dias no periodo da noite para juntar uma grana e sumir do mapa. O lugar era rasoavelmente calmo e limpo, onde pessoas de todos os tipos se encontravam para pedir um drink e finalizar a noite caindo e rolando de volta pra casa ou as vezes vomitando em alguma vala qualquer. O cheiro de cigarro e as risadas estrondosas das prostituta faziam do bar um lugar chamativo na Avenida Guaess que cruzava com a Rua Otum e bem ali numa esquina esquecida por todos estava localizada o meu local de trabalho. 

Como estavamos no inverno minhas roupas era quentes e confortaveis, apesar de simples, fora de moda e com algumas costuras fora do lugar. Um casado forrado em tons de cinza e um cachecol vermelho que fazia par com a touca, uma pequena bolsa e botas surradas. O caminho ate o Uniss era rapido, mas perigoso então me mantinha atenta. Ao chegar em frente um homem barbudo saiu com duas mulheres o acompanhando, já dava pra ver que a gorjeta seria boa para uma das prostitutas que era uma ladra de primeira. Como de costume quando se passa porta a frente o sino faz um barulho e todos notam a minha chegada. Muitos clientes eram da casa então me recebiam com bastante barulho.

--Óh, veja só se não é a nossa Lara. Traga mais bebida aqui velha amiga! --O senhor Martinez era um argentino cheio de grana que fazia questão de esbanjar em bebidas e muitas mulheres.

--Ah é pra já! --disse já retirando o casado e colocando um avental.

Como qualquer estabelecimento noturno o movimento era grande e eu não me mantinha parada.Tinha 17 anos e muita força de vontade, até que o sino da parta toca e meu pai cruza por a dentro.

--Cade a Lara?! Essa menina me deve dinheiro quero que pague em mais bebida-- ele estava bebado e chapado.

Eu já não aguentava mais ter que cuidar de um velho nojento só por ser meu pai, isso podeira custar meu emprego.

Pedi licença ao gerente para me retirar mais cedo e ele me concedeu essa oportunidade e me arrumei rapidamente.

--Pai o que você está fazendo?? Não pode vir aqui desse jeito!-- eu estava carregando ele para fora, quando ele parou e resolveu dar um show

Pouco antes da minha mãe falecer meu pai se envolveu com drogas por que não conseguia o dinheiro para pagar o tratamento, após a sua morte ele se assumiu como um alcoolatra de primeira e eu sofri com isso.

Ele gritava e esperniava como uma criança mimada.

--Pai pare com isso e vamos pra casa.

Ao dizer essa simples frase uma mão voou contra a minha face.Ardia e meu olho lacrimejava

--Você não é a sua mãe, vá embora de uma vez e traga ela de volta! -- ele se virou e seguiu caminho.

 Uma fraqueza tomou conta de mim e eu me vi no chão quase perdendo a visão, até que pessoas corriam na minha direção.

--Lara!! Lara!? Está me escutando??

Era a voz de uma velha amiga da minha mãe, Rosario.