A ida de carro até a estação me proporcionava uma vista de paisagens incriveis já que a partida dos trens acontecia um pouco mais longe da cidade. Me imaginava pintando alguns quadros com essa vista maravilhosa, mas não tenho o dom pra pintura, sou só um garçonete atendente de um bar.
--Posso ligar o radio?-- perguntei, já que Rosario não havia dito uma palavra desde a partida
--Claro
Faziam-se cerca de meia hora que haviamos partido, mas o transito estava horrivel. Ainda faltava muito para chegar na estação então coloquei umas musicas boas para animar o clima.Tocou a playlist inteira de Paramore até que a Rosário desligou o rádio e se dirigiu a mim.
--Olha Lara, eu preciso saber de algumas coisas e te dar alguns avisos antes de chegarmos até a estação ok? -- ela me olhava de relance para mim por causa da atenção na estrada, mas eu apenas concordei com a cabeça. -- Eu aposto que muita coisa mudou desde que fomos embora, porém você ainda precisa saber que vai encontrar a minha familia e a familia dos Sakamaki's. Não fique assustada e nem tente fugir, aja naturalmente e não deixe ninguém te tocar ou te tratar de uma maneira estranha.
--Rosário você está me assustando, eu não sou virgem se é isso que te preocupa e eu sei me virar fiz aula de auto defesa lembra? Já lidei com o meu pai, o que seria pior?
--Ah meu Deus Lara! Quando você perdeu sua virgindade? E por que você não me contou, droga! Seja lá onde sua mãe estiver ela ta querendo me matar por não cuidar de você-- nós demos risadas e eu corei
--Ah...isso não vem ao caso, só me deixe ir vou ficar bem.-- assegurei a ela
A cada conversa com Rosário sobre ou durante a viagem uma curiosidade se despertava dentro de mim, mas um certo tipo de medo me impedia de fazer perguntas ou não ir em frente.
--Chegamos.
A estação era velha bem tipica daqueles filmes da maria fumaça, muitas malas sendo carregadas pra lá e para cá, e no relogio apontavam cinco horas. Eu realmente iria chegar tarde lá. Rosário me ajudou com as malas e fizemos checkin.
--Lara quando chegar lá, não fale com ninguém enquanto não entrar na casa, quando chegar na outra ponta da estação um carro estará lhe esperando e te levará até a casa, por hora procure por Reiji ele te explicará tudo. Eu te amo querida, já estou sentindo saudades e boa sorte.-- Rosário fazia dramas durante despedidas, mas essa parecia a nossa ultima conversa então demorei em um abraço com ela.
--Rosário, cuide das coisas por mim-- uma lagrima escorreu dos olhos dela
--Você falou que nem a sua mãe, eu vou cuidar querida, de cada detalhe. Agora vá.
Eu me virei e entrei no trem. A vi acenando pela janela e logo a perdi de vista. A cabine era confortavel, tinha uma cama e um frigobar, deixei as malas no canto e comecei a cantar um musica que minha mãe cantarolava para eu dormir
No barulho da noite eles virão
Mas não pode ter medo se não morderão
Precisam de você com seu talento unico
Então preste atenção na meia duzia de irmãos
Uma batida na porta me surpreendeu
--Olá senhorita de voz bonita, gostaria de algo para comer? -- uma senhora com sotaque estranho, mas bem simpatica entrou
--Ah, obrigada. Vou ficar com esses bolinhos de laranja. Quanto é?
Ela me olhou por um tempo
--Nada querida, considere um presente de bem vinda de volta ao lar.
--é.. está me confundindo com a minha mãe senhora. É minha primeira vez aqui.-- dei um sorriso
--Sim, sim. Talvez eu deva ter me confundido, mas mesmo assim é um presente. Aproveite a viagem jovem moça.-- e ela fechou a porta ao sair.
O que foi isso agora pouco? Será que minha mãe era muito famosa por aqui? Meus pensamentos iam e vinham ao longo da vaigem, até que o trem parou. Eu ja tinha dormido, comido e andado pelo trem inteiro o tédio tomava conta de mim, mas quando desembarquei percebi que estava sozinha, sempre estive e agora eu finalmente iria me achar.
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