Querido Jeon Jungkook,
quando você decidiu segurar aqueles cacos de porcelana nas mãos, não tive medo que eles o cortassem. Para ser sincero, eu desejei profundamente que eles lhe cortassem a ponto de você largá-los de volta no chão com um xingamento irritado e então ir embora, deixando que aqueles pequenos pedaços se distanciassem a ponto de não passarem mais de um farelo de sujeira entre as rachaduras de um piso gasto.
É claro, pensar que você, idiota como é, fosse de fato largá-los, foi mais que ingenuidade da minha parte. Aconteceu o contrário, certo? Você apertou aqueles cacos com tanta força que sague escorreu entre suas mãos, e tudo para não deixar que nem um pequeno pedacinho sequer se perdesse.
Com o maior cuidado do mundo, você colou cada parte daquela porcelana até que ela voltasse a ser tão impecável e bela quanto um dia foi. E agora, aquela porcelana era seu bem mais precioso.
Você a carregava sobre o peito para que ela acompanhasse seus batimentos, apoiava-a sobre sua mesa para que a admirasse intensamente sempre que pudesse, tinha-a entre as mãos com a atenção que merecia.
Você a amou, e enquanto a amava, a sufocava.
Sem perceber, suas mãos, que a tinham com tanto zelo, a apertaram com tanta força que aqueles pequenos cacos, seguros apenas por uma fina camada de cola e cuidado, se dispersaram desesperados pelo ar.
Eu pude sentir seu desespero ao vê-la destruída mais uma vez, mas antes que você pudesse fazer algo, os pequenos novos cacos já haviam se quebrado em pedaços ainda menores e se perdido por todos os locais.
Foi então que você perdeu sua porcelana para sempre.
Porcelana essa que costumava ser meu coração, e que agora, simplesmente já não bate mais.
De seu um dia amado, Park Jimin.
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